Espacios. Vol. 33 (7) 2012. Pág. 1


O ensino de fisioterapia em uma perspectiva empreendedora

The teaching of physical therapy in an entrepreneurial perspective

Claudia Maria Pereira da Silva Monteiro 1 , Elaine Cavalcante Peixoto Borin 2 y Mariza Almeida 3

Recibido: 10-12-2011 - Aprobado: 12-03-2012


Contenido

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RESUMO:
A fisioterapia é uma profissão relativamente nova e surge por uma necessidade de atuação rápida para a população, reinserindo o cidadão lesado em uma sociedade economicamente ativa. O currículo para a formação destes profissionais nestes quarenta anos sofreu pequenas modificações, permanecendo o foco principal de atuação a terapêutica clínica e os outros níveis de atuação pouco explorados. O mercado de trabalho do fisioterapeuta encontra-se estrangulado, o numero de profissionais aumentou muito nos últimos anos, gerando um grande desemprego. A proposta de inserção nos currículos pedagógicos de disciplinas voltadas para o empreendedorismo possibilitaria um perfil pro - ativo, buscando um melhor aproveitamento das oportunidades de trabalho seja como profissional de clinicas, na gestão ou na criação de equipamentos e novos métodos de tratamento. Esta pesquisa analisa o surgimento e a trajetória da fisioterapia e suas implicações no mercado de trabalho, com a finalidade de apresentar sugestões de premissas para o projeto pedagógico deste curso dentro de uma perspectiva de incentivo ao empreendedorismo.
Palavras-chave: Fisioterapia, Universidade Empreendedora, Inovação.

 

ABSTRACT:
Physiotherapy is a relatively new profession, which appeared out of necessity of a fast and highly efficient treatment for people suffering from a variety of injures. In an economically active society, it is important how fast an injured citizen returns to its normal activities. In the past forty years, the program for the degree in Physiotherapy has only been modified slightly. However, the main focus of performing clinical therapy as well as other levels of clinical performance less explored, still intact. In recent years, the market for such profession has shrunk, and the numbers of professionals increased, generating a large number of unemployment. The proposal to insert a pedagogical program focused on entrepreneurship would make possible for a proactive profile, allowing the development of new job opportunities for the clinical professionals, as well as the development of new equipment and methods of treatment. This research analyzes the surfacing and the trajectory of the Physiotherapy and its implications in the labor market, with the purpose of presenting suggestions to enhance the pedagogical program while encouraging entrepreneurship.
Key words: Physiotherapy, entrepreneurial university, innovation.


1. Introdução

Este artigo pretende analisar o surgimento e a trajetória da Fisioterapia e suas implicações no mercado de trabalho, com a finalidade de apresentar sugestões de premissas para o projeto pedagógico deste curso dentro de uma perspectiva de incentivo ao empreendedorismo considerando por meio do acréscimo de disciplinas desta área ao currículo.

Os cursos voltados para as áreas da ciência da saúde possuem em geral uma estrutura curricular voltada para construção do perfil técnico profissional e o curso de graduação em fisioterapia segue este mesmo formato.

A Fisioterapia é considerada uma profissão relativamente nova, se comparada a profissões com grandes tradições como a medicina, o direito e a engenharia. Este profissional surge por uma necessidade dos seus serviços na área terapêutica, que é a mais conhecida. Outras áreas atuação deste profissional, como gestão, inovação de técnicas e equipamentos começam a ser explorados neste século com o advento da globalização.

O desenvolvimento das profissões no campo da saúde ocorreu de forma desordenada, sem levar em consideração os conhecimentos científicos já disponíveis. Na década de 1960 com desenvolvimento da multicausalidade, os fatores que mais eram abordados foram os que menos poderiam sugerir alterações que comprometessem o sistema social e político. Os problemas de saúde encontrados eram considerados um somatório de problemas individuais dos componentes da população.  A Fisioterapia fazendo parte da área de saúde também sofre influência deste tipo de trabalho, buscando o tratamento exclusivamente para o individuo doente (Giustina, 2007).

Entre os fatores contribuíram com o fortalecimento da Fisioterapia no Brasil, com o processo de industrialização, vários trabalhadores lesados necessitaram de serviços especializados para recuperação de quadros motores e o índice de acidentes de trabalho era um dos maiores da América Latina o que favoreceu na criação de centros de reabilitação. As próprias condições de saúde no país com a ocorrência de um surto de poliomielite na década de 50 e com a consequente existência de uma grande quantidade de indivíduos com sequelas motoras que necessitavam retornar a uma vida social digna. A segunda grande guerra também corroborou para o desenvolvimento profissional, pois os pracinhas na frente de combate necessitavam de uma prática reabilitadora para as sequelas físicas da guerra (Rebellatto e Botomé, 1999).

Assim, em São Paulo no ano de 1951, surge o primeiro curso de Fisioterapia do Brasil patrocinado pelo Centro de Estudos de Rafhael Barros que tinha como objetivo formar técnicos de Fisioterapia (Marques e Sanches, 1994).

O parecer n. 388/63 do Conselho Federal de Educação define a ocupação de fisioterapeuta e define os limites de seus trabalhos e de suas atividades. O fisioterapeuta é definido como auxiliar médico compete realizar suas atividades de caráter terapêutico e restringe a execução dessas tarefas à condição de serem desempenhadas sob a orientação e responsabilidade do médico (Barros, 2008).

Enquanto isso no Rio de Janeiro foi fundada a ABBR, Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação, o centro de reabilitação foi inaugurado em cinco de agosto de 1954, como um marco importante para profissionalização do fisioterapeuta. Em 1956 é criado o primeiro curso superior de fisioterapia do Brasil (Figueroa apud Barros, 2008).

Em 13/10/1969, os ministros do Exercito, Marinha e Aeronáutica através de suas atribuições definem a profissão de fisioterapeuta através do Decreto – Lei n. 938.

Outro marco importante foi à criação dos Conselhos de Classe, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), que ocorre em 17/12/1975 (Rebelatto e Botomé, 1999).

Nestes quarenta anos, a fisioterapia evoluiu muito, de uma profissão de saúde que nasce da intenção de auxiliar o médico com atuação limitada, para uma profissão autônoma com diversas possibilidades de atuação. Aos poucos esses profissionais abriram novas perspectivas de trabalho e ganharam espaço, para além das clinicas e hospitais de reabilitação, incluindo em seu campo de atuação atividades desenvolvidas como na educação, política, indústrias, gestão, dentre outras. Desta forma sua identidade profissional se fortalece, construindo um novo referencial profissional, podendo oferecer inovações em diversas áreas, pautando-se na cientificidade e a busca constante do reconhecimento profissional.

Dentro desta perspectiva foram vários os fatores que contribuíram para aumentar o planejamento e a busca por inovações dentro da fisioterapia, dentre os quais podemos destacar o aumento da exigência dos clientes, o trabalho centrado no atendimento e recuperação da saúde em clínicas, hospitais e centros de reabilitação, o avanço do conhecimento cientifico do corpo e da mente humana, a grande proliferação de novas técnicas terapêuticas e o crescente número de profissionais que se formam a cada ano, superando a oferta de emprego existente. (Borsatto, 2006).

Este artigo possui a seguinte estrutura, além desta introdução. A primeira seção contém a revisão dos aspectos teóricos que nortearam esta pesquisa. O segundo aborda a metodologia utilizada para obtenção dos dados. A terceira seção trata o ensino de Fisioterapia numa perspectiva empreendedora. Será apresentada a analise do currículo deste curso em uma instituição de ensino superior do município do Rio de Janeiro, como também o seu projeto pedagógico. A partir das entrevistas realizadas com fisioterapeutas, são analisadas as criticas e sugestões dos mesmos referentes às dificuldades e facilidades encontradas no decorrer de suas carreiras de forma a sugerir deste modo um novo projeto pedagógico com um perfil mais empreendedor e a inclusão de disciplinas ao currículo que favoreçam esse processo. E, na última seção são apresentadas as considerações finais.

2. Referencial Teórico

Para análise proposta neste artigo três são os conceitos fundamentais a serem abordados: empreendedorismo, universidade empreendedora e empreendedorismo na área de saúde.

A educação é um dos fatores que podem contribuir com o desenvolvimento de um país. È um instrumento que tem um papel fundamental na construção de um modelo social, adequando a boa educação em todos os níveis, educando para a cidadania, oferecendo uma boa formação acadêmica abrangente, multidisciplinar e generalista. 

A universidade empreendedora além das atividades de ensino e pesquisa tem também um papel no desenvolvimento econômico, por meio da criação de inovações e na transferência de conhecimento e tecnologia (Etzkowitz et. al., 2000).

As universidades empreendedoras vêm com uma proposta de mudanças no perfil do aluno, buscando preparar o profissional para o mercado de trabalho, podem ser entendidas como instituições em que o conhecimento passa a estar ligado diretamente à economia e ao desenvolvimento. (Terra, 2001).

O grande desafio da maioria das instituições é a inserção do ensino do empreendedorismo como parte de todos os cursos superiores oferecidos e como conteúdo de todas as disciplinas e não só como uma disciplina isolada. As universidades encontram dificuldades para iniciar o processo, como reunir educadores experientes e obter recursos necessários, fatos esses que podem ser apontados como entraves para o inicio do processo (Martens e Freitas, 2008).

As universidades podem ampliar o papel tradicional de ensino e pesquisa, mais também devem desenvolver outras ações, reorganizando as atividades desenvolvidas entre os atores indústria e governo, facilitando a criação de mecanismos para transmitir conhecimento e tecnologia (Almeida, 2008).

O ensino do empreendedorismo durante muitos anos esteve ligado ao campo da administração, mas esta visão se modificou, frente às necessidades encontradas por profissionais de diversos seguimentos e a metodologia empregada para o desenvolvimento dessa competência envolve bem mais que a aquisição de conhecimentos, mas o apreender a apreender, a ser, a fazer e principalmente a conviver (Henrique e Junior, 2008).

A formação da personalidade empreendedora por meio da educação é fundamental para a formação de empreendedores e para o desenvolvimento social de uma localidade. A inserção de disciplinas com conteúdos empreendedores contribui para a formação profissional e os tornarão aptos para abrir ou gerenciar um negócio, como também incentivarão a busca de inovações dentro de suas áreas de atuação, contribuindo para o crescimento profissional (Martens e Freitas, 2005).

A formação dos profissionais das áreas da saúde ainda hoje é muito voltada para o estudo de conhecimentos técnicos e metodológicos e os cursos de Fisioterapia não fogem deste contexto. A maioria dos cursos de graduação existente nesta área em suas ementas não contempla conteúdos empreendedores, ou seja, esse conceito ainda é uma novidade (Torres et.al., 2006).

A inclusão de temas relacionados ao empreendedorismo nos currículos surge como uma necessidade de mudança no perfil dos alunos frente ao difícil mercado de trabalho encontrado no século XXI, a cada ano o numero de universidades com cursos de fisioterapia só aumenta e como consequência mais profissionais são lançados no mercado de trabalho, existem hoje no Brasil mais de 500 cursos de graduação em Fisioterapia e a falta de experiência inicial, somado a aglomeração das atividades desenvolvidas em áreas técnicas curativas dificulta a colocação dos mesmos no mercado formal com carteira assinada, favorecendo a iniciativas individuais seja montando o seu próprio negócio ou desenvolvendo atividades domiciliares (Almeida, 2000).

Neste ambiente a universidade empreendedora tem o papel de modificar os paradigmas do ensino superior. O maior desafio nestas instituições passa ser a inserção do empreendedorismo em todos os cursos superiores oferecidos independente da área de conhecimento, estimulando a capacidade empreendedora dos alunos, buscando o desenvolvimento de idéias inovadoras, geração de novas fontes de emprego e renda conseqüentemente promovendo o desenvolvimento local (Martens e Freitas, 2008).

Entretanto para a formação empreendedora nos cursos de Fisioterapia ser conseguida alguns estudos demonstram que é necessário abandonar formas até então utilizadas para ensinar, inclusive as formas de avaliação e transformá-los em métodos não convencionais. Segundo Rasheed (2000 apud Machado, 2005), os critérios pedagógicos para uma metodologia empreendedora deveriam incluir: experimentação ativa, com exemplos de fisioterapeutas empreendedores de sucesso; construção de habilidades, negociação, liderança e pensamento criativo; exposição para a criação de inovação tecnológica e o desenvolvimento de um novo produto. Estimular o aluno a aproveitar novas oportunidades e planejar negócios, atributos poucos discutidos nas ciências da saúde.

A Lei de Inovação no Brasil promulgada pelo Decreto Lei n. 10.973 de 2/12/2004 dispõe sobre incentivos à inovação e a pesquisa cientifica e tecnológica no ambiente produtivo. Também está orientada para a criação de ambientes propícios de parcerias entre universidades, empresas e institutos tecnológicos, possibilitando ações como encubações de empresas, criação de novos equipamentos e melhora dos recursos humanos (Matias-Pereira e Kruglianskas, 2005).

O processo de inovação esta disseminado em todas as áreas inclusive nas áreas da ciência da saúde, e essas inovações proporcionaram uma melhora na manutenção a vida das pessoas, o que justifica o grande incentivo financeiro em termos mundiais. Na fisioterapia o cenário foi transformador nesses quarenta anos. No inicio no exercício de suas atividades esses profissionais utilizavam-se de equipamentos mecanoterápicos e termoelétricos. Com a introdução de uma variedade de técnicas surgiram novos equipamentos com modelos diversificados e com varias possibilidades de utilização (Guimaraes, 2004).

Entre os exemplos de equipamentos que contribuíram para a melhora dos tratamentos, pode ser citado o uso de bolas confeccionadas de material plástico.  Outro exemplo são os equipamentos utilizados no conceito Pilates (Pires e Sá, 2005). Os respiradores usados nos centros de terapias intensivas estão cada vez mais modernos, melhorando o manuseio clínico (Baptista et. al., 2007). Em Neurologia os equipamentos colaboram diretamente no tratamento, facilitam a vida em casa de muitas pessoas, a robótica é um desses exemplos na manutenção de movimentos de pacientes com lesões mais graves.

3. Metodologia

Esta pesquisa foi desenvolvida através de estudos qualitativos e quantitativos visando à análise de um estudo de caso. A revisão bibliográfica e documental abrange publicações de artigos e livros, além de pesquisas em teses e dissertações.

O primeiro curso superior de Fisioterapia foi formado na ABBR e o mesmo encontra-se hoje em funcionamento em uma Instituição de Ensino do Rio de Janeiro, por esta razão esta instituição foi escolhida para análise do currículo e projeto pedagógico, por ter o curso mais antigo de fisioterapia do Brasil. A analise das disciplinas do currículo pedagógico deste curso foi realizada por meio de um estudo qualitativo que busca entender a ênfase da formação do profissional a partir dos conhecimentos transmitidos e atividades de práticas previstas.

Como este artigo também se propõe a sugerir premissas de um projeto pedagógico optou-se por ouvir profissionais com diferentes perfis de atuação de forma a analisar aspectos que poderiam ser incluídos nas sugestões de mudança curricular. Esta parte da pesquisa foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada cujos dados foram consolidados por intermédio de técnicas quantitativas.

A amostra utilizada na pesquisa, 130 entrevistas, corresponde a 1% dos fisioterapeutas registrados COFFITO - regional Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

4. O ensino de fisioterapia em uma perspectiva empreendedora

A preocupação com o currículo esta presente desde que as instituições educacionais foram criadas, organizando espaços destinados para transmitir aos mais jovens, de forma sistemática os conhecimentos relevantes para a vida em sociedade. O currículo não se constitui apenas nas oportunidades que a escola provê, mas no modo pelo qual o educando vive nessas oportunidades, ampliando dessa forma a maneira de ver o mundo (Amorim, 2008).

A importância da inclusão de disciplinas no currículo de fisioterapia favorecerá para um perfil mais empreendedor dos alunos, o currículo em vigor na maioria das universidades está baseado em um formato técnico o que propicia que os alunos saiam prontos para desenvolver atividades de atendimento terapêutico, pesquisa e docência, mas não os prepara para a construção de um negocio ou para tomar a iniciativa em grandes incorporações.

O primeiro passo para esta mudança deve ocorrer no projeto pedagógico com perspectivas empreendedoras em sua constituição. Suas propostas devem ir além de formar o aluno tecnicamente na graduação e na pós-graduação.

O programa de disciplinas do curso deve privilegiar a reunião de informações sobre o processo e desenvolvendo atitudes e valores adequando as características pessoais e empreendedoras e analise de oportunidades e na viabilidade de um negocio, podem ser incluídas disciplinas como administração hospitalar, plano de negócios, projetos inovadores, formação de empresas, formação empreendedora I, formação empreendedora II, inovação e tecnologias assistiva.

O Fisioterapeuta do futuro deve estar pronto às adversidades do mundo moderno, criativo e descolado para desenvolver as habilidades adquiridas dentro das universidades, atendendo aos clientes, oferecendo novas possibilidades de trabalho, modificando metodologias já conhecidas e gerenciando empresas ou oferecendo liderança a equipes de trabalho e desenvolvendo projetos com bases e inovação tecnológica.

4.1. O currículo pedagógico do curso de Fisioterapia

O projeto pedagógico é definido como um instrumento balizador para o fazer universitário, expressam em seu conteúdo a prática pedagógica das instituições e dos cursos dando direção à gestão e as atividades educacionais (Cunha e Neto, 2005).

O projeto pedagógico do curso de Fisioterapia em análise preconiza que o ensino deve estar galgado em dois alicerces: a graduação e a pós-graduação. Os dois elementos devem conter disciplinas com caráter multidisciplinar e interdisciplinar, os dois com ampla visão dos modelos pedagógicos, proporcionando aos seus discentes uma vasta visão de sua formação acadêmica buscando atender as necessidades heterogêneas da sociedade.

Este curso tem como objetivo formar profissionais generalistas, capacitados para o exercício da fisioterapia, suas disciplinas tem como foco aspectos biomecânicos e nos diferentes sistemas do corpo humano, visando a promoção, a manutenção, a prevenção, o tratamento e a reabilitação do paciente, sempre integrados aos sistemas de saúde, a pesquisa cientifica e as questões sociais relacionados a qualidade de vida da população.

A análise do currículo desta Instituição de Ensino Superior indica que as disciplinas que compõem o ciclo básico têm como finalidade preparar o aluno para conteúdos mais específicos que serão necessários para a formação técnica profissional. Neste momento, se o aluno fosse apresentado a conhecimentos empreendedores possivelmente mudaria sua concepção de vida e sua formação ganharia um novo significado, a formação empreendedora sendo oferecida no inicio da grade curricular corroboraria para novas perspectivas e a visão do aluno poderia mudar em relação ao mercado de trabalho, as mesmas se ampliam e possíveis oportunidades serão vislumbradas com mais facilidades, como também abririam sua visão em relação aos conteúdos das áreas clinicas e técnicas, fazendo com que o sonho vire realidade.

As disciplinas que fazem parte do ciclo com atividades clinicas poderiam ser mais bem aproveitadas a partir da inserção dos conteúdos empreendedores no ciclo básico. A análise do currículo evidencia que as disciplinas oferecidas neste curso não contemplam áreas que preparem o aluno para situações adversas do cotidiano do fisioterapeuta, conteúdos que valorizem a criatividade, iniciativa, o trabalho em grupo e o gerenciamento de um negócio.

4.2. A visão dos fisioterapeutas em relação ao mercado de trabalho e a qualidade curricular

Os dados apresentados comprovam o grande numero de profissionais que se formam a cada ano e infelizmente não existem vagas em empregos regulares para todos ficando boa parte desses profissionais desempregados ou trabalhando em condições precárias, a alternativa mais comum pode ser o atendimento domiciliar que por ser uma atividade incerta que provoca insegurança aos profissionais. Neste item são analisados os resultados obtidos em quatro aspectos.

4.2.1 Características pessoais dos entrevistados

Os fisioterapeutas entrevistados apresentavam uma faixa de idade variando entre 24 e 54 anos, estando a maioria entre 30 e 40 anos, o que permite inferir que os fisioterapeutas apresentam um perfil jovem de trabalhadores, com muito potencial ainda a ser explorado.

Em relação ao gênero observa-se uma prevalência maior das mulheres (60%) em relação aos homens (40%). Em sua maioria o estado civil encontrado é o solteiro (60%), desquitados (10%) e casados (30%).

4.2.2. Formação Profissional

O nível de instrução dos entrevistados interfere diretamente, segundo eles, quanto às oportunidades para emprego e melhores salários, pois o mercado seleciona os melhores profissionais, mas os cursos oferecidos para aperfeiçoamento profissional são muito caros o que dificulta o acesso a grande maioria dos recém-formados, este fato contribui para selecionar e afunilar as oportunidades existentes.

Em relação à formação universitária 90% dos entrevistados deixam claro que uma boa formação acadêmica facilita o processo de inserção no mercado de trabalho, os mesmos acreditam que a boa formação dos professores e a grande diversidade da grade curricular dentro do curso possibilitariam a formação de profissionais mais preparados para as dificuldades do dia a dia do fisioterapeuta.

Dentre esses 90% entrevistados, os mesmos relatam que a escolha da universidade é o começo para uma ascensão profissional, pois algumas empresas observam a universidade de origem do profissional a ser contratado com a intenção de verificar a qualidade de formação. Os 10% restantes não souberam opinar quanto à importância da formação acadêmica universitária e se mostraram satisfeitos com o conteúdo recebido e relataram que a escolha da universidade foi pautada no valor do investimento financeiro e a localidade onde a instituição prestava o curso.

Dentre os entrevistados, conforme a Figura 1, 30% concluíram a graduação entre 1990 a 1995, sendo que os mesmos por apresentarem em média 20 anos de formados apresentam estabilidade financeira e social, pois neste período existia uma carência muito grande de profissionais facilitando sua inserção no mercado de trabalho.

Período de Formação

Fonte: Monteiro (2010)

Ainda na Figura 1, verifica-se 50% concluíram o curso entre 1996 a 2001. Este grupo optou por desenvolver o potencial acadêmico. A formação de alunos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) favorece a continuidade da formação de centros de pesquisa em fisioterapia, formando os primeiros mestres e doutores da área, sendo assim houve uma explosão de docentes que não tinham muita experiência clinica e sim um vasto referencial teórico. Os 20% dos entrevistados se formaram no período compreendido entre 2001 e 2008 e em sua maioria optaram por atendimentos particulares, como autônomos.

A formação acadêmica dos profissionais entrevistados ocorreu em diversas instituições de ensino conforme apresentado Figura 2. 

Graduação

Fonte: Monteiro (2010)

Dentre os fisioterapeutas 90% apresentavam formação em cursos de especialização, esses capacitam o profissional ao trabalho especifico em técnicas direcionadas, as áreas mais procuradas são apresentadas na Figura 3: atendimento a adultos e crianças com problemas neurológicos 29%; fisioterapia respiratória para o atendimento em UTI 19%; dermato-funcional 10%; RPG para atendimento a portadores de problemas de coluna 9%; Pilates para o tratamento a diversas patologias baseados no condicionamento físico 9%; entre outras.

Especialidades

Fonte: Monteiro (2010)

A grade curricular segundo 80% dos fisioterapeutas preparou os mesmos para o perfil técnico terapêutico, mas não contribuiu para um perfil criativo, inovador, preparando-o para diversidades encontradas no contexto de trabalho. Já 20% se disseram despreparados até mesmo na área técnica, já que nos estágios não tinham autonomia de atuação ficando sempre sob supervisão, ao termino da graduação estavam inseguros.

O vinculo de trabalho entre os entrevistados, apresentado na Figura 4, dividiu-se entre 40% autônomos sem vinculo empregatício, e 60% com vinculo empregatício, sendo estes 10 % celetistas, 10% estatutário federal, 20% estatutário estadual, 20% municipal. Todos os profissionais relataram o desejo de alcançar o emprego publico, pois acreditam ter desta forma estabilidade social e financeira. Dentre os autônomos 20% disse ter almejado o sonho de construir um negocio próprio e não o concretizaram por falta de oportunidade e devido a escassez de recursos financeiros para iniciar as atividades.

Vinculo Empregaticio

Fonte: Monteiro (2010)

Nesta pesquisa os entrevistados foram questionados acerca da formação acadêmica, visando saber se a formação oferecida a eles tivesse sido voltada para perspectivas empreendedoras, corrobora para a formação de um profissional criativo e o estimulado desde cedo principalmente para organizar e gerenciar o próprio negócio; se teria feito diferença quanto as suas escolhas e todos acreditam que seriam de vital importância esses conhecimentos, pois seriam profissionais mais descolados e vislumbrariam possibilidades além das oferecidas e seria mais fácil enfrentar o mercado de trabalho tão competitivo.

O nível de atuação profissional dos entrevistados estava diretamente ligado à formação acadêmica individual, 10% dos entrevistados tinham formação de mestrado e ou doutorado e trabalhavam como pesquisadores e docentes, já a grande maioria 80% exerciam atividades com especialistas autônomos com e sem vinculo empregatício, sendo que esses profissionais tinham aptidões para o exercício da pratica clinica em diversas áreas e 10% desenvolviam atividades como administrador.

Dentre os que realizavam atividade de administradores, destacamos que 60% como gestores de clinicas, podendo estas estar ligadas a universidades ou ao setor privado e 40% gerentes de seu próprio negocio. Esse grupo de profissionais quando perguntados a respeito de sua formação em gestão foram unânimes em responder que a universidade em que estudaram não tinha oferecido nenhum auxilio quanto à formação neste item, todos iniciaram através de atividades empíricas e com tentativas de erros e acertos, e buscaram cursos de formação na pós-graduação ou em outra formação acadêmica.

4.2.3. Características e o perfil empreendedor dos entrevistados

Os fisioterapeutas pesquisados foram perguntados se poderiam se considerar pessoas empreendedoras, 90% não se consideram empreendedores e 10% se consideravam empreendedores (Figura 5).

Dentre os pesquisados que não se consideravam empreendedores (90%) não sabiam o que significava ser um profissional empreendedor, todos acreditavam que essas características eram inerentes a profissionais da área de administração, 10% relataram ter características empreendedoras mais as mesmas são pouco exploradas.

Os fisioterapeutas entrevistados (70%) apresentavam características empreendedoras, mas os mesmos não sabiam como identificá-las, alguns profissionais de forma inata desenvolviam um potencial criativo e inovador como um diferencial para viver, e em qualquer área de atuação os mesmos iriam aplicá-las mesmos sem reconhecê-las, já outros 30% onde as características eram pouco desenvolvidas apresentavam persistência e vontade de trabalhar, esses profissionais poderiam ser treinados e estimulados que a resposta seria positiva quanto ao desenvolvimento das potencialidades empreendedoras.

Pelos relatos dos entrevistados é possível constatar que 70% dos fisioterapeutas mesmo sem saber o real significado de ser empreendedor empreendiam, visualizavam oportunidades, principalmente no gerenciamento com pacientes particulares, mas quando se tratava de uma atividade concreta, não tinham competência para o planejamento do negócio e apresentavam dificuldades para calcular o risco e muitas vezes desistiam do sonho, achando que os mesmos eram impossíveis.

Os 40% dos fisioterapeutas que apresentavam empreendimentos estabelecidos descreveram que fatores como a escolha da localidade, e da especialidade, favorecem o sucesso de seus empreendimentos, outro relato diz respeito que as ofertas de serviço muitas vezes não pressupõem a abertura de um negocio, as oportunidades percebidas podem envolver parcerias com empresas, academias e hospitais, dentre outros.

Esses mesmos fisioterapeutas ao abrirem os seus empreendimentos não fizeram de uso de nenhum recurso de planejamento para orientar sobre o tipo de negócio que realizariam, agiram com intuição ao decidirem pelo tipo de empreendimento.

O grupo de fisioterapeutas que atuam como autônomos (30%) também se utiliza de estratégias empreendedoras para o desenvolvimento de suas atividades profissionais, uma vez que, o fisioterapeuta que trabalha como autônomo, precisa se especializar e planejar e organizar seus horários e a parte financeira para que consiga com isso ascensão profissional.  

Foi perguntado aos fisioterapeutas se os mesmos teriam sugestões quanto melhorias para a grade curricular e para o futuro dos fisioterapeutas, os mesmas encontram-se descritas a baixo:

  • 40% dos entrevistados diz que a inclusão na grade curricular disciplinas voltadas para administração, gestão e planejamento econômico;
  • 20% Pós – graduação voltada especificamente para administração e negócios para fisioterapeutas;
  • 10% Ter um critério mais rígido no vestibular, selecionando mais os alunos para a graduação;
  • 20% Estimular atitudes empreendedoras na graduação;
  • Disciplinas voltadas para políticas publicas estimulando o aluno a brigar por seus direitos e ter condições de criar o sindicato de classe;
  • Trabalhar com os alunos as adversidades encontradas nos centros de reabilitação, como falta de equipamentos e pessoal;
  • 10% Oferecer aos alunos estágios remunerados e convênios com grandes hospitais e empresas, possibilitando o ingresso a residências;
  • Aprimoramento e pesquisa voltada para a biotecnologia e criação de novos equipamentos em fisioterapia;
  • Criar mecanismos para criação de empresas de alunos dentro da universidade que possam prestar serviços terceirizados;
  • Melhorar o nível dos professores, proporcionando melhor qualidade de ensino;

Em face da pesquisa realizada elaborou-se um novo pressuposto para o projeto pedagógico do curso de fisioterapia:

“O projeto pedagógico do curso de fisioterapia deveria enfatizar o desenvolvimento de um potencial para explorar o mercado de trabalho, formando um profissional com atitude, comportamento empreendedor e habilidades que permitam a formação de um profissional empreendedor, criativo e capaz de se adaptar as mudanças ocorridas na sociedade”.

As sugestões frente ao novo currículo contemplam a inclusão de disciplinas com perfil empreendedor como, por exemplo:

  • Atitudes empreendedoras I
  • Atitudes empreendedoras II
  • Contexto empresarial
  • Administração hospitalar
  • Plano de negócios
  • Projetos inovadores e biotecnologia

Estas disciplinas poderiam ser distribuídas no decorrer do curso, e a faculdade deveria criar mecanismos para estimular a criação de projetos baseados nestas disciplinas durante o curso. As disciplinas podem ocorrer de forma presencial e a distancia. Em seguida é destacado o objetivo de cada disciplina na formação do fisioterapeuta empreendedor.

As disciplinas intituladas Atitudes Empreendedoras I e II formariam as características comportamentais e psicológicas do empreendedor, destacando a criatividade, perseverança, inovação, iniciativa, otimismo, flexibilidade, liderança, liderança, planejamento, agressividade, saber trabalhar em equipe, etc.

A disciplina voltada para o Contexto Empresarial traria para o fisioterapeuta uma visão de logística empresarial, com uma visão integrada com as demais áreas empresariais, oferecendo noções de logística, diferencial competitivo, parcerias empresariais, compreender a estrutura empresarial brasileira de um negocio e entender o conjunto de leis que regem um negocio.

A disciplina Administração Hospitalar promove ao aluno condições do saber em administração e gerenciamento a grandes complexos hospitalares, o que promove ao fisioterapeuta a capacidade de gerencial de empreendimentos como hospitais, clinicas.

A disciplina de Plano de Negocio ajudaria ao fisioterapeuta a desenvolver passo a passo todas as possibilidades e viabilidade para um negocio, estabelecendo metas e observando os entraves possíveis através de um planejamento de todas as etapas.

A disciplina voltada para Projetos inovadores em biotecnologia faria ver ao profissional principalmente através da pesquisa, a criação de inovações em fisioterapia, gerando renda e melhorando a capacidade dos atendimentos oferecidos.

5. Considerações Finais

Esta pesquisa pode ser considerada uma das pioneiras em relação a análise do perfil do fisioterapeuta empreendedor tendo em vista sua formação profissional, pois, nesta área todos os trabalhos até o momento descrevem novos empreendimentos ou possibilidades através do uso do plano de negocio para montar ou organizar uma empresa, mas nenhum descreveu o perfil do fisioterapeuta em relação a uma perspectiva empreendedora baseados em sua formação acadêmica.

As inovações tecnológicas ajudam muito para esta mudança no perfil profissional, se o fisioterapeuta não se adequar a essas mudanças, não terá lugar no mercado de trabalho. O empreendedorismo aparece de diversas formas para o fisioterapeuta, mas não se verifica preocupação com a sua formação.

Observam-se através das entrevistas realizadas que os fisioterapeutas assim que se formam buscam a segurança do emprego publico ou empregos com carteira assinada e só em ultimo caso esses fisioterapeutas formam uma empresa. Essa opção ocorre na maioria das vezes quando o mesmo encontra-se desempregado e não como uma ação de empreendedorismo por oportunidade. Como estes profissionais não são capacitados a gerenciar essas empresas muitas morrem ao final do segundo ano de vida.

Desta forma o ensino do empreendedorismo seria o diferencial para esses alunos tornando-os mais descolados e criativos frente às adversidades do mundo moderno e ao mercado de trabalho. Por conseguinte, são sugeridas mudanças no projeto pedagógico de uma instituição de ensino superior e são propostas inclusões de algumas disciplinas que podem em curto prazo recolocar os profissionais fisioterapeutas em uma condição mais competitiva.

Acredita-se que o trabalho tenha contribuído para uma discussão de como estão os egressos das universidades nesta área e como estão conseguindo desenvolver os potenciais apreendidos e que possa servir de parâmetro para que os futuros egressos possam ter um sucesso maior no desenvolvimento de suas atividades. 

Referências Bibliográficas

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1 Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM. Email: fisioclaudiamonteiro@gmail.com
2 Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Email: elaine.borin@ig.com.br
3 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. Email: mariza.almeida@uniriotec.br


Vol. 33 (7) 2012
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