Espacios. Vol. 33 (12) 2012. Pág. 12


Perfil das pesquisas acadêmico-científicas sobre memória organizacional

Profile of scholarly-scientific research on organizational memory

Jane Lucia Silva Santos 1, Mauricio Uriona-Maldonado 2, Raimundo Nonato Macedo dos Santos 3 y Andrea Valéria Steil 4

Recibido: 15-03-2012 - Aprobado: 30-06-2012


Contenido

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RESUMO:
O objetivo deste artigo é mapear o perfil das pesquisas acadêmico-científicas sobre memória organizacional. Para isto aplicou-se técnicas bibliométricas, seguindo três etapas: (i) coleta, (ii) análise e (iii) síntese e representação dos dados. Foram localizados 448 trabalhos acadêmicos indexados à base ISI Web of Science (WoS). Esses trabalhos foram escritos por 800 autores vinculados a 374 instituições de 45 diferentes países. Além disso, este trabalho disponibiliza vários insumos que podem ser utilizados no desenvolvimento de futuros estudos e que contribuem para a compreensão da área de pesquisa em memória organizacional no nível internacional.
Palavras-Chave: Memória Organizacional, Bibliometria, Citações

 

ABSTRACT:
The purpose of this paper is to map out the profile of scholarly-scientific research on organizational memory. Thus, bibliometric techniques were applied following three phases: (i) data collection, (ii) data analysis and, (iii) data synthesis and representation. In total, 448 scholarly studies were found, indexed at ISI Web of Science (WoS) Database. These studies were written by 800 authors, affiliated to 374 institutions of 45 different countries. Moreover, this study offers several inputs to future research on the subject, contributing to a deeper understanding of the organizational memory field at the international level.
Keywords: Organizational Memory, Bibliometrics, Citations


1.  Introdução

Compreender como as organizações recuperam e armazenam conhecimentos é uma importante questão de pesquisa que tem recebido atenção em diversos estudos organizacionais (Lloria, 2008; Gottshalk, 2007; Nonaka; Toyama, 2008), e tem sido investigada a partir da lente da memória organizacional (Fiedler, Welpe, 2010). Alguns estudos mencionam o aumento das atenções voltadas ao tema memória organizacional no âmbito acadêmico (Stein, 1995; Lehner, Maier, 2000; Anderson, Sun, 2010), mas pouco retrata o perfil das pesquisas realizadas na área e as suas características ao longo do tempo.

Um dos estudos mais recentes que procurou suprir a necessidade de conhecer melhor o campo de pesquisa da memória organizacional foi o trabalho de Anderson e Sun (2010). Os referidos autores investigaram por meio da análise bibliométrica de citações quem são os pesquisadores que citaram o trabalho seminal de Walsh e Ungson (1991), o número de citações ao longo dos anos, os conteúdos que são utilizados de Walsh e Ungson (1991), as críticas feitas a esse trabalho e como os artigos que citam essa obra contribuem para a compreensão do tema memória organizacional. Entretanto, o estudo realizado por Anderson e Sun (2010), ao focar somente na análise de citações do trabalho de Walsh e Ungson (1991), não retrata como o tema tem sido explorado no conjunto das diversas pesquisas realizadas e não permite compreender de forma ampla o perfil dos estudos sobre memória organizacional, uma vez que mostra apenas uma fração desse campo de pesquisa.

Este artigo pode ajudar a preencher essa lacuna, uma vez que traça um mapa do núcleo “duro” (mainstream) do campo de pesquisa em foco. O objetivo deste artigo é mapear o perfil das pesquisas acadêmico-científicas sobre memória organizacional. Esse mapeamento é realizado em uma base de dados reconhecida internacionalmente, a Web of Science, na qual é possível identificar as publicações internacionais na área e as suas características e vinculações (periódicos, autores, trabalhos mais citados etc.), para isso foram utilizados procedimentos e técnicas bibliométricas.

Incluindo esta introdução, este artigo está estruturado em cinco seções: na seção 2, apresentam-se alguns aspectos conceituais sobre memória organizacional; na seção 3, descrevem-se os procedimentos metodológicos; na seção 4 são apresentados e discutidos os principais resultados da bibliometria e; na seção 5, as considerações finais do artigo são esboçadas, seguidas pela lista de referências.

2. Memória Organizacional: aspectos conceituais

A expressão memória organizacional é uma metáfora, utilizada para tentar explicar e ajudar a entender como as organizações guardam conhecimentos sobre as suas experiências. Por isso, é preciso ter cuidado com questões de antropomorfismo (Cornelissen, Kafouros, Lock, 2005) ao se tentar atribuir as características da memória humana às organizações, ou mesmo buscar associá-la com outros tipos de memórias, como a “memória social” (Pollak, 1992), entre outras. Entretanto, acredita-se que o uso do construto “memória organizacional”, sem fazer analogias diretas com outros tipos de memórias, pode ser justificado por que: (i) é uma metáfora rica que fornece insights sobre a existência de uma organização, (ii) é parte de teorias de gestão e outras, (iii) e é relevante para a prática da gestão pois pode explicar de forma compreensível a história e o funcionamento da organização ao longo do tempo (Stein, 1995).

Pesquisas anteriores (Stein, 1995; Bent et. al. 1999; Lehner, Maier, 2000; Fiedler, Welpe, 2010) indicaram que o construto teórico “memória organizacional”, o qual define as organizações como sendo repositórios de experiência acumulada que pode ser resignificada e reutilizada, não é novo. Arrow (1962), por exemplo, já havia definido memória organizacional como um sistema que possibilita armazenar eventos percebidos ou vivenciados, para poderem ser acessados posteriormente pela organização.

Memória organizacional tem sido definida como o meio pelo qual organizações armazenam conhecimentos para uso futuro (Huber, 1991), mas também pode ser compreendida como um conjunto de repositórios, nos quais são armazenados diversos conhecimentos, e a partir dos quais esses conhecimentos podem ser recuperados e novos conhecimentos podem ser adquiridos (Walsh, Ungson, 1991; Weinberger et. al. 2008).

Dependendo do tipo de abordagem adotada, os pesquisadores tratam o construto memória organizacional de diferentes maneiras. Em geral, memória organizacional é definida em termos do seu conteúdo (conhecimento) e dos processos associados (aquisição, codificação, armazenamento, comunicação, utilização, recuperação etc.). Esse conteúdo é considerado como conhecimentos vindos das experiências passadas da organização, e os processos de memória organizacional como a forma que os conhecimentos do passado são incorporados nas atividades presentes (Stein, 1995). Conceitualmente, o construto memória organizacional está relacionado diretamente com aprendizagem e conhecimento organizacional (Steil, Santos, 2012).

É por meio da memória organizacional que as organizações podem preservar os conhecimentos criados a partir de experiências passadas, mesmo quando os membros-chave da organização deixam o seu posto de trabalho por um curto ou longo período, ou de modo definitivo. É possível perceber que essas interpretações do passado podem ser incorporadas em sistemas e artefatos, por exemplo, nas estruturas, nas transformações, e na ecologia da organização (Walsh, Ungson, 1991). É por esta característica que Lai et al (2011) sugerem que a da memória organizacional  pode ajudar as organizações a evitarem os erros passados, garantirem a continuação da utilização das melhores práticas, e aproveitarem o conhecimento coletivo dos empregados do passado e do presente.

Conforme foi esboçado, o uso do construto memória organizacional é amplamente aceito tanto em relação à sua aplicação na prática real das organizações como nos estudos acadêmico-científicos sobre o tema, pois auxilia a encontrar soluções para questões relacionadas à recuperação, ao armazenamento, ao uso e ao reuso de informações e conhecimentos. Segundo Holan (2011), os estudos que utilizam esse construto têm contribuído para explicar como o conhecimento que é adquirido pela organização entra nos seus sistemas de memória. Contudo, pouco se sabe sobre quais alicerces conceituais esses estudos têm sido desenvolvidos e qual o histórico da área enquanto campo de pesquisa.

Na próxima seção deste artigo são descritos os procedimentos metodológicos adotados a fim de mapear o campo das pesquisas sobre memória organizacional.

3. Método

Para desenvolver esse estudo foi aplicada a bibliometria como método de pesquisa. Trata-se de “um conjunto de técnicas utilizadas com a finalidade de estudar a organização da ciência (ou campo de conhecimento específico) a partir das fontes bibliográficas, para identificar os atores, as suas relações e as tendências” (Spinak, 1996). Essas técnicas são ferramentas que se apoiam em um arcabouço teórico reconhecido e consagrado no meio científico, o qual se utiliza de métodos estatísticos e matemáticos para mapear informações a partir de registros bibliográficos de documentos armazenados em bases de dados (Santos, Kobaschi, 2009).

O processo de desenvolvimento metodológico deste estudo consistiu em três etapas: coleta de dados, análise de dados e, síntese e representação dos dados. Foi considerado o rigor científico na realização de cada uma dessas etapas como um elemento fundamental para uma análise com qualidade (Crossan, Apaydin, 2010). Para desenvolver as três etapas metodológicas foram realizados os seguintes passos:

1o passo – Identificação da base de dados. Devido ao seu reconhecimento pela comunidade científica como a fonte por excelência de dados para estudos bibliométricos e à acessibilidade dos pesquisadores, foi escolhida a base ISI Web of Science. Foi usado o período de busca disponível na base até o último ano completo: 1945-2010 (as buscas foram feitas em maio de 2011).

A Web of Science indexa em torno de 10 mil periódicos científicos dos cerca de um milhão que circulam hoje pelo mundo. No nível internacional, essa base de dados é considerada uma das mais relevantes para estudos bibliométricos, uma vez que sua característica de contagem de citações permite uma triagem, baseada em uma medida objetiva de influência, de um grande conjunto de artigos (Vanti, 2002; Crossan, Apaydin, 2010).

2o passo – Realização da busca sistemática. Depois de identificada a base de dados foram estabelecidos os critérios para realização das buscas e, sequencialmente, a sua realização. Mesmo considerando a pluralidade de significados incorporados no termo "memória organizacional”, a estratégia de busca considerou um foco mais amplo, possibilitando dessa maneira a inclusão da palavra-chave “Organi?ational Memor*”, onde o símbolo ‘?’ representa a busca por qualquer caractere nessa posição (de acordo com a sintaxe da Web of Science), incluindo as palavras do inglês britânico (organisational) e do inglês americano (organizational); e o símbolo ‘*’ permitiu incluir o plural da palavra (memories). Portanto, a fórmula de busca foi (TS = “organi?ational memory”). Esses termos foram buscados no campo denominado TOPIC que compreende o título, as palavras-chave, e o resumo das publicações.

O resultado dessa estratégia de busca gerou 453 publicações. Em seguida foi estabelecido o idioma 'Inglês' como filtro, chegando a 448 publicações. Esse conjunto inicial foi então utilizado como base para todas as análises.

3o passo – Análise dos dados. O conjunto dos dados das 448 publicações foi importado como arquivo de texto (txt.) para o software HistCite®, que possibilita a organização dos dados bibliográficos provenientes da base Web of Science devido ao alto grau de compatibilidade para leitura e importação.

As análises dos dados foram feitas a partir da elaboração de tabelas e figuras para representações bibliográficas. Além das análises de frequências foi aplicada a técnica de contagem de citações, a partir da utilização de dois indicadores bibliométricos: o TGCS (Total Global Citation Score) e o TLCS (Total Local Citation Score).

Também foram lidos e analisados os resumos dos trabalhos publicados em periódicos (foram encontrados 195 artigos de revistas), o que permitiu conhecer os macro-temas (temáticas gerais) abordados pelas publicações indexadas à área Gestão e Negócios (Management e Business).

Na próxima seção são apresentados e discutidos os resultados obtidos a partir da aplicação desses procedimentos metodológicos.

4. Resultados

Pela análise bibliométrica efetuada, foram localizados 448 trabalhos acadêmicos indexados à base ISI - Web of Science (WoS). Esses trabalhos foram escritos por 800 autores vinculados a 374 instituições de 45 diferentes países. Para escrever esses trabalhos os seus autores utilizaram 11.798 referências, uma média de 26 referências por artigo. Os artigos foram publicados em 290 fontes de publicação (entre elas, periódicos e anais de eventos). Na Tabela 1 estão apresentados esses dados gerais da pesquisa.

Tabela 1- Sumário dos resultados gerais

Critérios

Frequência

Publicações

448

Autores

800

Fontes de publicação

290

Países

45

Instituições

374

Referências Citadas

11.798

Palavras-chave

1.056

Em relação à frequência das publicações por ano, a Figura 1 apresenta a distribuição ao longo dos últimos 30 anos. Na Figura 1 pode-se observar que a quantidade de artigos publicados sobre memória organizacional tem sido volúvel ao longo do tempo. Percebe-se que a mudança de crescimento mais significativa ocorreu quando passou de 5 publicações em 1996 para 25 em 1997. Os anos com maior número de publicação sobre o tema “memória organizacional” foram 2000, 2007 e 2008, com 39, 40 e 39 publicações respectivamente. O aumento da quantidade de publicações sobre o tema no ano 2000, por exemplo, pode ser explicado pelo fato de ter havido pelo menos uma edição especial intitulada “Special Issue on Knowledge Management and Organizational Memory” do periódico Information Systems Frontiers.

Figura 1- Frequência das publicações por ano

É curioso perceber na Figura 1 que nos últimos dois anos, 2009 e 2010 o número de publicações recuperadas na base de dados diminuiu para 34 e 21, respectivamente. Algo parecido aconteceu em anos anteriores, por exemplo, em 2001, 2002 e 2003 houve também uma queda significativa na quantidade de publicações sobre o tema (Figura 1).

Foram analisadas as fontes de publicações com maiores frequências de artigos publicados na área. A Tabela 2 apresenta as dez fontes de publicações com maior quantidade de trabalhos sobre o tema. Nessa mesma tabela está apresentada a frequência correspondente à quantidade de trabalhos publicados e, também, o seu indicador TGCS (Total Global Citation Score – Escore Total Global de Citações), que se refere à quantidade de vezes que o trabalho foi citado por outros trabalhos da base ISI/WoS como um todo. Essa Tabela aponta que, embora os anais da Thirtieth Hawaii international conference on system sciences possuam a maior quantidade de trabalhos sobre o tema (11 trabalhos), é o periódico Academy of Management Review que possui o maior TGCS (754) (ver Tabela 3). Ainda na Tabela 2 percebe-se, em geral, uma dispersão da quantidade de trabalhos publicados, não havendo uma grande concentração em um periódico ou evento específico.

Tabela 2
As dez Fontes de Publicações com Maiores Quantidades
de Trabalhos sobre Memória Organizacional

N.

Fontes das Publicações

Quantidade

TGCS*

1

Thirtieth Hawaii international conference on system sciences, vol 2 - information systems - collaboration systems and technology

11

2

2

Journal of organizational computing and electronic commerce

10

26

3

Proceedings of the thirty-first Hawaii international conference on system sciences, vol I - collaboration systems and technology track

8

2

4

Decision support systems

7

171

5

International journal of technology management

7

31

6

Mis Quarterly

7

526

7

3rd international conference on information and communication technologies: from theory to applications, vols 1-5, 2008

5

0

8

Information systems research

5

183

9

Journal of management information systems

5

253

10

Journal of management studies

5

113

Nota. * TGCS Total Global Citation Score – Escore Total de Citações Global refere-se ao indicador bibliométrico que mede o impacto de uma fonte por meio da quantidade de citações que essa fonte recebeu de trabalhos indexados à base de dados Web of Science no seu todo.

Na Tabela 3 são listadas as dez fontes das publicações analisadas com os maiores números de citações. É interessante observar que todas são de periódicos, ou seja, não há anais de eventos na lista das dez fontes de publicações mais citadas. Isso sugere que mesmo possuindo uma grande quantidade de publicações sobre o tema (duas entre as três primeiras fontes de publicações com maior quantidade de trabalhos são eventos – ver Tabela 2), os eventos ainda possuem um baixo índice de impacto, ou seja, uma menor quantidade de citações.

Tabela 3
As dez Fontes de Publicações sobre Memória Organizacional
com Mais Citações na Web of Science

N.

Fontes das Publicações

Quantidade de Citações

1

Academy of Management Review

754

2

MIS Quarterly

526

3

Administrative Science Quarterly

462

4

Journal of Marketing

337

5

Journal of Management Information Systems

253

6

Journal of Marketing Research

206

7

Management Science

202

8

Information Systems Research

183

9

Decision Support Systems

171

10

Organization Science

150

Já em termos dos países dos autores, os Estados Unidos lideram com uma frequência de 153 trabalhos publicados, seguido pelo Reino Unido com 41 (Tabela 4). Vale observar que o Brasil é o único país da América do Sul que está entre os dez países com maior quantidade de publicações em memória organizacional na Web of Science. Por ser uma base estadunidense com predominância de trabalhos publicados em inglês, a presença do Brasil entre os dez principais países que publicam na área é um indício de que há grupos de pesquisas brasileiros desenvolvendo estudos sobre o tema. Cabe também salientar que os primeiros três países listados na Tabela 4 publicaram aproximadamente 50% (do total de 448) dos artigos localizados.

Tabela 4
Os dez Países com mais Publicações sobre Memória Organizacional na Web of Science

N.

Países

Quantidade de Publicações

TGCS*

TLCS**

1

Estados Unidos

153

3675

547

2

Reino Unido

41

267

16

3

Alemanha

29

155

22

4

China

25

420

21

5

Australia

19

37

4

6

Canadá

17

93

20

7

França

17

16

5

8

Holanda

15

120

3

9

Finlândia

13

9

4

10

Brasil

12

15

3

Nota.
*
TGCS Total Global Citation Score – Escore Total de Citações Global refere-se ao indicador bibliométrico que mede o impacto de uma fonte por meio da quantidade de citações que essa fonte recebeu de trabalhos indexados à base de dados Web of Science no seu todo.
**TLCS Total Local Citation Score – Escore Total de Citações Local refere-se ao indicador bibliométrico que mede o impacto de uma fonte por meio da quantidade de citações que essa fonte recebeu entre o conjunto de trabalhos resultados de uma busca.

Na Figura 2 são representadas as 100 palavras-chave com maior frequência de uso no total de artigos analisados, sem considerar as palavras-chave que foram utilizadas para fazer a busca na base Web of Science: “organizational memory”. A palavra knowledge (conhecimento) é a mais utilizada nos trabalhos sobre memória organizacional, com uma frequência de 145 vezes, o que corresponde a 14% do total das palavras usadas (1.056 palavras totais). Em seguida está a palavra management (gestão), utilizada 87 vezes e learning (aprendizagem), 67 vezes.

Figura 2 - Representação das palavras-chave utilizadas pelas publicações analisadas

A Figura 2, construída a partir a análise das palavras-chave utilizadas nos artigos, pode ser considerada uma representação da área estudada. Percebe-se que as pesquisas em memória organizacional têm enfocado, principalmente, na temática gestão do conhecimento (knowledge management). A diferença identificada na quantidade de vezes que essas palavras foram utilizadas deve-se ao fato de que nem sempre as duas palavras foram utilizadas juntas (“knowledge management”). A palavra “conhecimento” (knowledge) obteve maior ocorrência porque muitas vezes o termo é utilizado para descrever outros processos da gestão do conhecimento, tais como recuperação (knowledge retrieval), compartilhamento (knowledge sharing) e uso (knowledge use).

Ao analisar os 195 artigos publicados em periódicos, percebeu-se que esses artigos foram indexados pela base Web of Science primordialmente nas seguintes áreas: Gestão (Management), seguida por Ciências de Computação/Sistemas de Informação (Computer Science & Information Systems) e Negócios (Business), Tabela 5.

Tabela 5
As cinco Principais Áreas das Publicações Sobre Memória Organizacional Indexadas na Web of Science

N.

Áreas de indexação das publicações em periódicos

Quantidade de artigos*

1

Management

80

2

Computer Science & Information Systems

48

3

Business

38

4

Information Science & Library Science

35

5

Operations Research & Management Science

26

Nota. *Alguns artigos são indexados em mais de uma área.

Por meio da leitura de resumos dos 195 artigos de periódicos, considerando as áreas de indexação (Tabela 5) e as palavras-chave utilizadas (Figura 2), foram identificados alguns macro-temas (temáticas). A Figura 3 representa, no formato de uma árvore, os macro-temas dos estudos sobre memória organizacional indexados nas áreas de Gestão e Negócios (Management e Business) da WoS. Nessas áreas percebe-se que os artigos que utilizam uma abordagem tecnológica (alguns deles estão também indexados em outras áreas, principalmente Computer Science & Information Systems) estudam a utilização de tecnologias da informação para apoiar a estruturação da memória organizacional e têm recebido contribuições de diversas áreas de pesquisas, entre elas está a Engenharia do Conhecimento. Exemplos de temas incluem sistemas de informação baseados em computador (computer-based information systems) tratados como repositórios de conhecimentos (p.ex. Kankanhalli et al., 2005); tecnologias colaborativas (collaborative technologies) e sistemas de apoio à decisão (decision support systems) tratados como sistemas baseados em conhecimento (p.ex. Abecker et al., 1998); e ontologias (ontologies) empregadas para representação da memória organizacional (p.ex. Ju, 2006; Weinberger et al., 2008).

Figura 3. Árvore de macro-temas dos estudos de memória organizacional
nas áreas gestão e negócios na base Web of Science

Além da contribuição da área de Engenharia do Conhecimento para o desenvolvimento do arcabouço teórico-empírico de memória organizacional, identificou-se a contribuição de pelo menos dois campos de pesquisa: gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional. Os trabalhos que utilizam a lente da aprendizagem organizacional procuram mostrar a sua relação com a memória organizacional, abordando principalmente a relação entre processos de aprendizagem ou desaprendizagem e seus “efeitos” e “associações” com memória organizacional (p.ex. Akgün et al., 2007; Tsang, Zahra, 2008). Outros buscam explorar como elementos organizacionais, tal como a estrutura da organização, pode influenciar o desenvolvimento da sua memória (Fiedler, Welpe, 2010). Já os trabalhos que utilizam a lente da gestão do conhecimento enfocam nos processos de acumulação, acomodação ou armazenamento de conhecimento, recuperação, compartilhamento e (re)uso de conhecimentos (p.ex. Markus, 2001). Há também os trabalhos que estudam, independentemente da lente teórica utilizada, a relação da memória organizacional com: desempenho organizacional (p.ex. Cross, Baird, 2000; Sangphet et al., 2006); inovação (p.ex. Chang, Cho, 2008); capacidades dinâmicas (p.ex. Pavlou, El Sawy, 2010), entre outros.

O nível de análise predominante nos artigos é o nível organizacional. Os trabalhos que enfocam o nível de análise de grupo são, geralmente, aqueles artigos que usam a abordagem de “memória transativa” (transactive memory) investigando a maneira como os grupos armazenam, codificam e recuperam conhecimentos (p.ex. Akgun et al., 2006; Brandon, Hollingshead, 2004;  Nevo, Wand, 2005). Os temas sobre memória coletiva ou social são tratados também no nível de análise grupal (p.ex. Nakata, 1999), mas também no nível organizacional (p.ex. Rowlinson  et al., 2010) e, conceitualmente, enfocam a memória no seu contexto social e histórico.

Desde 1991, com o trabalho de Walsh e Ungson percebe-se a preocupação com o desenvolvimento de frameworks e modelos que ajudem à compreensão da memória organizacional e à operacionalização desse construto para realização de pesquisas empíricas. Alguns desses trabalhos podem ser vistos na Tabela 6, onde são apresentados os 10 trabalhos mais citados pelos artigos analisados. É interessante perceber que das 10 referências mais citadas, quatro correspondem ao próprio conjunto de artigos analisados. Estes artigos estão destacados em negrito na Tabela 6. E, apenas duas obras (em itálico) são livros.

Tabela 6 - As dez Referências Mais Utilizadas nas 448 Publicações sobre Memória Organizacional

N.

Autores

Títulos dos Trabalhos

Fonte da Publicação

Ano

Quantidade de Citações

1

Walsh J.P; Ungson G.R

Organizational Memory

Academy Of Management Review

1991

155

2

Stein, E. W.; V. Zwass

Actualizing organizational memory with information systems

Information Systems Research

1995

90

3

Huber, G. P.

Organizational learning: the contributing processes and the literatures

Organization Science

1991

73

4

Nonaka, I.; Takeuchi, H

The knowledge-creating company

Oxford University Press

1995

59

5

Argyris, C.; Schon, D. 

Organisational learning: A theory of action perspective

Reading, Mass: Addison Wesley

1978

49

6

Stein, E. W.

Organizational memory: Review of concepts and recommendations for management

International Journal of Information Management

1995

46

7

Cohen W.M.; Levinthal D. A.

Absorptive Capacity: A New Perspective on Learning and Innovation

Administrative Science Quarterly

1990

44

8

Moorman, C.; A. S. Miner

The impact of organizational memory on new product performance and creativity

Journal of Marketing Research

1997

41

9

Nonaka, I.

A dynamic theory of organizational knowledge creation

Organizational Science

1994

38

10

Levitt, B.; March, G.

Organizational learning

Annual Review of Sociology

1988

35

A referência mais citada é a obra dos autores Walsh e Ungson (1991), na qual os autores desenvolvem um framework para memória organizacional, levando em consideração preocupações sobre possível antropomorfismo, definindo o que é memória organizacional, detalhando a sua estrutura e discutindo os processos de aquisição, retenção e recuperação de informação. Esses processos foram utilizados pelos autores para embasar uma discussão sobre como a memória organizacional pode ser utilizada, mal utilizada, ou ‘abusada’ na gestão das organizações. Vale mencionar que o trabalho de Walsh e Ungson (1991) tem um enfoque voltado a compreender os problemas organizacionais associados aos processos da memória organizacional e as formas de armazenamento envolvidas, denominados de storage bins.

Já o artigo de Stein e Zwass (1995), citado 90 vezes pelos trabalhos analisados, aponta para os sistemas de informação como uma parte vital da memória organizacional e analisa as conceituações e tarefas específicas de memória organizacional suportada por tecnologia da informação (TI). Os autores desenvolvem um modelo denominado por eles de “organizational memory information system - OMIS” (sistema de informação da memória organizacional) suportado pelos processos de aquisição, conservação, manutenção, busca e recuperação de informações. Esse artigo pode ser visto como um dos trabalhos precursores das pesquisas sobre sistemas de memória organizacional baseados em tecnologia da informação, de forma semelhante ao outro trabalho de Stein (1995), intitulado “Organizational memory: Review of concepts and recommendations for management”, com 46 citações. Esses dois trabalhos (Stein, Zwass, 1995; Stein, 1995) contribuem para a criação de uma agenda de pesquisas sobre esse enfoque específico e outros correlatos.

O artigo de Moorman e Miner (1997) também está entre os trabalhos mais citados que fazem parte do corpus de publicações analisadas. Neste artigo, os autores mencionados argumentam que a memória organizacional afeta o processo de desenvolvimento de produtos-chave por influência (1) da interpretação das informações recebidas e (2) do desempenho das rotinas de novos produtos. Os autores ainda destacam que projetos de desenvolvimento de novos produtos estudados indicaram que os maiores níveis de memória organizacional melhoram o desempenho financeiro de curto prazo de novos produtos, e descobriram que sob determinadas condições do ambiente de alta turbulência, uma alta dispersão da memória prejudica a criatividade e não tem nenhum efeito sobre o desempenho financeiro. Já sob condições de baixa turbulência, uma alta dispersão de memória promove maiores níveis de criatividade e desempenho financeiro de curto prazo.

A partir dos resultados apresentados nesta seção do artigo é possível ter uma visão geral do campo de pesquisas internacionais sobre memória organizacional. Na próxima seção, são mencionadas algumas contribuições desta pesquisa e alguns caminhos para estudos.

5. Considerações Finais

Considerando a relevância da área de memória organizacional para investigar e auxiliar a compreensão de como as organizações recuperam, acessam, armazenam, usam e reusam conhecimentos experienciais gerados ao longo do tempo, para gerar vantagem competitividade e garantir a sua sobrevivência; e tendo em vista a ausência de estudos que identifiquem e apresentem o desenvolvimento e o mainstream desse campo de pesquisa; este artigo foi desenvolvido para ajudar a preencher essa lacuna, disponibilizando para pesquisadores e interessados no tema um mapa bibliométrico das publicações sobre memória organizacional.

Nessa direção, este estudo utilizou técnicas bibliométricas aplicadas aos métodos avançados de recuperação da informação, as quais se mostraram promissoras à realização de pesquisas da mesma natureza. Essas técnicas e métodos bibliométricos permitiram lidar com o desafio de trabalhar em uma grande base de dados bibliográficos para traçar o perfil do campo de estudo da memória organizacional, analisar o seu desenvolvimento no decorrer do tempo e as características e formas de disseminação e (re)utilização de conhecimentos acadêmico-científicos produzidos por várias pesquisadores espalhados por diversos países.

O mapeamento do campo de pesquisas sobre memória organizacional apresentado neste trabalho promove o conhecimento sobre o histórico e o estado atual desse campo de pesquisa no nível internacional, a partir dos dados bibliográficos recuperados na Web of Science (WoS) - base de dados multidisciplinar pertencente à Thomson Scientific. Além disso, as técnicas bibliométricas utilizadas neste estudo possibilitam assegurar alto grau de “revocação”, ou seja, garantia de exaustividade de cobertura dos dados bibliográficos relevantes, aliada à “precisão” dos resultados e consequentemente a viabilidade técnica e econômica do processo.

Em relação aos resultados encontrados identificaram-se quantidades oscilantes de publicações sobre memória organizacional indexadas à base WoS ao longo dos anos. Não foi de surpreender o fato dos Estados Unidos e do Reino Unido serem os países com maior quantidade de publicações, entretanto, o Brasil aparece entre os dez países que mais publicam sobre memória organizacional. Uma primeira impressão sobre essa evidência circunstancial é o significativo aumento das pesquisas brasileiras publicadas, principalmente, em eventos internacionais com foco em áreas de pesquisas correlatas à engenharia do conhecimento e às ciências de computação. Algumas delas são os estudos sobre representação da memória organizacional por meio de tecnologias, redes, ontologias, entre outros. Nessa direção, sugere-se que sejam realizadas pesquisas bibliométricas que investiguem o perfil das publicações internacionais dos pesquisadores da América do Sul, ampliando para realização em mais de uma base de dados bibliográficos, tais como Scopus, Science Direct, EBSCO, Compendex e INSPEC.

Este trabalho também permitiu identificar que entre as dez fontes de publicações com maior quantidade de artigo sobre memória organizacional algumas são anais de eventos e outras são revistas/periódicos, entretanto, as dez fontes mais citadas/referenciadas ainda são as revistas indexadas. Essas duas listas (disponibilizadas do corpo deste artigo) possibilitam que pesquisadores saibam por onde começar/aprofundar as suas pesquisas sobre o tema e conheçam quais os trabalhos mais influentes da área, ou seja, aqueles trabalhos que outros pesquisadores utilizam para fundamentar as suas pesquisas e possuem alto índice de impacto.

Como é possível perceber, este estudo gera várias oportunidades de pesquisas e contribui para a compreensão do quadro bibliográfico da memória organizacional no nível internacional. Este artigo, também, disponibiliza insumos que permitem enriquecer a discussão sobre os possíveis rumos que as pesquisas na área têm tomado e as prováveis tendências científicas para os pesquisadores e/ou interessados no tema.

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1Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Brasil. E-mail: jane@egc.ufsc.br
2 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Brasil. E-mail: uriona@ieee.org
3 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Brasil. E-mail: raimundo.santos@pq.cnpq.br
4 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Brasil. E-mail: andreasteil@egc.ufsc.br


Vol. 33 (12) 2012
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