Espacios. Vol. 34 (12) 2013. Pág. 6


Gestão da Informação Acadêmica de uma Universidade na Concepção Tecnológica da Administração Estratégica

Academic Information Management of a University in Design of Strategic Technological Management

Evandro Dotto DIAS 1 e Rodrigo RORATTO 2

Recibido: 25-09-2013 - Aprobado: 12-10-2013


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RESUMO:
A Política Pública Nacional de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), implantada pelo Ministério da Educação (MEC), visando à expansão de cursos e vagas no ensino superior, trouxe uma nova realidade para a administração de Instituições de Ensino Superior (IES). As tecnologias e processos desenvolvidos no mundo empresarial são cada vez mais utilizados na busca da modernização de processos operacionais e administrativos, principalmente para o atendimento de demanda informacional, problema cada vez mais presente pela velocidade em que a informação é buscada atualmente pelos diversos stakeholders. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo principal discutir a gestão da informação dentro das IES e a sua disponibilização aos agentes acadêmicos no intuito de fornecer suporte à decisão acadêmica no que diz respeito ao processo de administração estratégica no ensino, pesquisa e extensão. Logo, esta pesquisa mostra que a busca Institucional da excelência da gestão pelas IES leva a novas formas de estruturas administrativas e inevitavelmente ao uso da tecnologia da informação também na implementação de ações de educação corporativa e aprimoramento da administração estratégica, que atualmente é utilizada largamente pelas empresas em sua gestão de negócios, e serve de base para os gestores universitários.
Palavras Chave: Informação Acadêmica, Suporte à Decisão, Administração Estratégica na Educação Superior, Educação Corporativa, Inovação.

ABSTRACT:
The National Public Policy Restructuring and Expansion of Federal Universities (RALLY), implemented by the Ministry of Education (MEC), which seeks to expand courses and places in higher education, brought a new reality for the administration of Higher Education Institutions (HEIs) . The technologies and processes developed in the business world are increasingly used in the pursuit of modernization of operational and administrative processes, especially for the informational meeting demand, increasing problem for the speed at which this information is currently pursued by various stakeholders. In this sense, this work has as main objective to discuss the information management within HEIs and their availability to academic staff in order to provide decision support academic with regard to the strategic management process in teaching, research and extension. Therefore, this research shows that the pursuit of excellence Institutional management by HEIs leading to new forms of administrative structures and inevitably to the use of information technology also in the implementation of corporate education and improvement of strategic management, which is currently widely used by companies in their business management, and serves as the basis for university administrators.
Keywords: Academic Information, Decision Support, Strategic Management in High Education, Corporate Education, Innovation.


1. Introdução

Atualmente a gestão da informação é um fator estratégico na busca por excelência, visto às avaliações que as Instituições de Ensino Superior (IES) estão submetidas pelas Políticas Públicas vigentes, também, a consequente divulgação destes resultados e classificação em relação aos seus pares. Para tanto, se torna necessário que as informações acadêmicas que são disponibilizadas para estas avaliações, e outras tantas instâncias acadêmicas, estejam de acordo com a fidedignidade necessária para a representação numérica e estatística do resultado acadêmico e que primordialmente o “Corpo Institucional” tenha acesso a esta de maneira rápida e flexível. Portanto, que a informação não esteja aprisionada apenas nos sistemas acadêmicos de acesso via intranet, obrigando a presença do solicitante em um acesso presencial, ou seja, dentro da rede interna de sua instituição.

A “virtualização” das informações acadêmicas e seu acesso através da utilização de tecnologia web, pode ser a maior mudança de desburocratização no acesso aos trâmites da informação acadêmica, seja esta formal como os processos administrativos ou informacional nos sites dos cursos e departamentos.

A informação de históricos de cursos, ementas de disciplinas, nome de docentes, área de concentração de pesquisa, entre outros, são comumente utilizados nas IES. Em contrapartida a informação acadêmica administrativa de trâmite interno, parece não conseguir atender a modernização, ficando literalmente “enraizada” em trâmites físicos através dos papéis. Estes, que determinam um trâmite burocrático com assinaturas, protocolos e grande tempo funcional, para tanto.

As auditorias nas IES acima citadas, retratam numericamente os dados para o Ministério da Educação (MEC) que representam o resultado da atuação universitária traduzindo para a linguagem numérica, matriculados, evadidos e formados, objetivando assim, a futura formação de índices de desempenho acadêmico, estes que serão avaliados relativamente a outras Instituições e aos “padrões de sucesso” determinados pelas Políticas Públicas.

As IES devem procurar na tecnologia da informação uma parceria flexível para absorver a crescente demanda técnica informacional, na medida em que, contratações e treinamentos não estão compatíveis com a velocidade no aumento de matriculados como veremos a seguir. O processo de expansão das Instituições e a “urgente” velocidade de informação existente no mundo virtual, traz esta nova realidade em confronto a uma forma burocratizada de informação (física) que foi desenvolvida por anos dentro de uma mesma estrutura organizacional, que não está compatível com a “atualidade”.

Em meio à avalanche informacional estão o professor e o aluno, que procuram a hermenêutica dos processos e ações administrativo-educacionais dentre as várias informações, muitas vezes antagônicas e duplicadas do sistema acadêmico. É necessário salientar que atualmente vivemos a era da informação, sendo esta, uma possibilidade atual, onde não podemos confundir a velocidade com superficialidade.

Para tratar do assunto dentro das Instituições de Ensino Superior vamos inicialmente trazer a figura do docente como gestor, professor, coordenador e chefe de departamento. Estes possuem em sua agenda diária além de suas obrigações docentes e de pesquisa, várias tarefas administrativas, e, muitas vezes burocráticas, com várias tramitações, consultas a outros órgãos internos, onde vão buscar apoio na legislação, para a emissão de pareceres e encaminhamentos de decisões relativas à vida escolar e administrativa dentro do modelo de gestão vigente nas IES. Estas ações tomam um elevado tempo do docente e poderiam ser facilitadas, se em vez do trâmite normal de fluxos através de encaminhamentos de formulários com assinaturas, utilizassem tecnologia web, para tanto. Para transformar um procedimento físico (papel) em uma tecnologia virtual (web) é necessário que o processo como um todo esteja concretizado e extremamente entendido pela administração central (Gestão e Planejamento) e setor de Tecnologia da Informação (TI).

A introdução de novas tecnologias ou qualquer outro elemento que aponte a necessidade de mudança, estrutural ou processual, impele as organizações à aprendizagem. As experiências e conhecimentos, positivos ou negativos, adquiridos ao longo de processos de mudança são extremamente enriquecedores, conferindo à organização um “plus” que todos os processos de aprendizagem oferecem (ALPERSTEDT, 2001).

O acesso a esta informação acadêmica deve estar disponibilizado de uma maneira que facilite tanto a consulta por parte do docente como a consulta por parte do interessado, seja esta de cunho administrativo ou de integralização da vida curricular e acadêmica. Estas ações são de fundamental importância para o desenvolvimento dos cursos e por consequência a “boa avaliação” perante, por exemplo, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE).

No caso deste trabalho, não vamos buscar críticas ou alternativas aos sistemas de avaliação, mas vamos discutir a gestão da informação dentro das IES e a sua disponibilização tanto para docentes como discentes no intuito de fornecer um suporte à decisão acadêmica no que diz respeito a procedimentos, prazos, normas, documentos, solicitações, acesso dos alunos às disciplinas e seu conteúdo programático, bem como a integralização curricular de seu curso, que minimizam as informações da coordenação ou departamento didático necessitam prestar individualmente, proporcionando ao docente e discente a autonomia para a sua decisão e os suportes necessários, para tanto.

1.1. Informação Acadêmica, Educação “Corporativa” e Portal Corporativo

Quanto mais forte for a política institucional de disponibilização de informações acadêmicas nas universidades menor será a carga de informações que a coordenação de curso e o departamento didático terão de atender pessoalmente em suas dependências, desonerando assim, o docente para suas atividades didáticas e científicas. A criação da cultura da autonomia nos estudantes, também é um resultado esperado em relação à busca de informação, descaracterizando a “tendência paternal/maternal” que foi absorvida de antigas estruturas organizacionais da educação.

As tecnologias e processos desenvolvidos no mundo empresarial são cada vez mais utilizados para buscar a modernização de processos, principalmente para o atendimento de demanda informacional, problema cada vez mais presente, relativo à já dita, velocidade em que a informação é buscada atualmente pelos atores destas Instituições. O entendimento para a finalidade do uso desta tecnologia é que deve estar claro como meio e não como fim. A simples criação de sites e a sua disponibilização na web não garantem que o objetivo ou a finalidade do que foi criado, seja atingida.

Para entender melhor o contexto da informação acadêmica, o conceito de Tecnologia da Informação (TI) se percebe de maior abrangência do que apenas o antigo conceito de processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de software, informática ou o conjunto destes, hardware e software, pois este também envolve os aspectos humanos, administrativos e organizacionais (KEEN, 1993). A TI evoluiu a partir de uma orientação tradicional de um suporte basicamente administrativo para o papel estratégico central dentro de uma organização. Esta visão como estratégica, tem sido discutida e enfatizada, pois não somente sustenta as operações existentes, mas também permite que se viabilizem novas estruturas estratégias (LAURINDO et al., 2001). HENDERSON & VENKATRAMAN (1993) propõem que para o planejamento da TI, devem ser considerados os fatores externos (estratégia) e os fatores internos (infra-estrutura), que são: estratégia de negócio; estratégia de TI; infra-estrutura organizacional e processos e infra-estrutura de sistemas de informação e processos.

MEISTER (1998) diz que, um departamento de treinamento de empresa tende a ser reativo descentralizado e serve a ampla audiência; enquanto a universidade corporativa tem orientação proativa e centralizadora para o encaminhamento de soluções de aprendizagem para cada negócio dentro da empresa, ou seja, departamentos de treinamento em geral propõem programas de treinamento, à medida que estes se tornam necessários, sendo muitas vezes identificada a sua necessidade no contexto de um departamento específico, e cujos tópicos são, na maior parte das vezes, genéricos. Já nas universidades corporativas, os programas de educação e treinamento são permanentes e orientados com visão de futuro, antecipando e gerando necessidade de melhoria, privilegiando os objetivos organizacionais, ainda que orientados para cada negócio dentro da empresa. A educação corporativa tem como proposta, tratar o ambiente corporativo como um todo, permitindo que o aprendizado organizacional seja direcionado para o resultado global e não para a melhoria individual, agregando valor ao resultado corporativo. Assim, é evidente a crescente utilização do termo universidade corporativa para melhor definir a importância de tratar educação corporativa de forma focada e atrelada a resultados em melhoria de desempenho na organização.

Na iniciativa privada como foco nas organizações, as empresas buscam o conceito de “educação corporativa” voltada às funções exercidas pelo “corpo” da empresa em questão. Dentro de uma relação com a educação o conceito acima pode referir-se apenas o treinamento ou adestramento para a execução de uma tarefa dentro de um espectro de funções voltadas ao desempenho da organização. O conceito de “educação corporativa” pode estar reduzindo a educação, dentro da visão empresarial, ao instrumentalismo de uma função administrativa específica, com as suas relações com outros cargos e a visão da estratégia deste para a melhoria do desempenho ou lucratividade.

Segundo DIAS (2010), os tutoriais acadêmicos do portal corporativo são voltados para tratar a questão da qualidade em todos os níveis de decisão da rotina administrativo-acadêmica e demais ações institucionais, reforçando os aspectos que implicam na gestão (legislação, avaliação, marketing Institucional, planejamento, dentre outros); sendo oferecido com a intenção de uma mudança cultural-organizacional de treinamento de pessoal e de formação do “corpo institucional”. Ainda segundo ao autor, os tutoriais corporativos também têm por objetivo principal capacitar o corpo técnico administrativo e docente para que possam compreender o conceito de qualidade, (re) construí-lo para a sua gestão e implantá-lo por ações estratégicas, concretas, voltadas para o desenvolvimento da qualidade rumo a excelência na prestação de serviços educacionais o que viabilizará a conquista desta, dentro do cenário educacional brasileiro. Também trazem ao corpo discente (alunos), a cultura dos procedimentos e eventos que o tornam parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, da cultura organizacional desta Instituição de Ensino Superior.

A dita “Educação Corporativa” termo largamente utilizado na iniciativa privada ou, como considerada neste artigo “Treinamento Corporativo”, dentro do âmbito das IES pode se tornar um conjunto de práticas do corpo institucional voltadas para a efetiva concretização de rotinas para o setor acadêmico-administrativo e sistema acadêmico como um todo, devendo estar alinhado com a administração central e o planejamento institucional dentro de um processo contínuo de aprendizagem, envolvendo, docente, discente, técnicos administrativos e público externo.

A educação corporativa tem ainda, como proposta, alinhar os funcionários aos objetivos da instituição, de modo a oferecer soluções de aprendizagem organizacional. Por tratar o ambiente corporativo como um todo a educação corporativa permite que o aprendizado organizacional seja direcionado para o resultado global e não para a melhoria individual, agregando valor ao resultado final da organização. Assim, é evidente a crescente utilização do termo universidade corporativa para melhor definir a importância de tratar educação corporativa de forma focada e atrelada a resultados em melhoria de desempenho na organização (MEISTER, 1998).

A “Educação Corporativa” dentro do âmbito das IES pode se tornar um conjunto de práticas de “treinamento do corpo” voltadas para a efetiva concretização de rotinas informacionais para o setor acadêmico-administrativo e sistema acadêmico como um todo, devendo estar alinhado com o planejamento Institucional dentro de um processo contínuo de aprendizagem.

Um portal de informações deve ter as principais características de um “Portal Corporativo”, um sítio (endereço web) onde as informações e serviços estão claramente dispostos ao alcance do usuário, bem como colaboram com a formação do “Corpo Institucional ou Empresarial” COLLINS (1999).

O conceito de um portal corporativo, neste caso, com informações acadêmicas, é uma peça fundamental na articulação para a disponibilização deste conteúdo. É através desta ferramenta que, docentes, discentes e a comunidade em geral terão acesso às informações desejadas. Não é suficiente apenas colocar textos dentro de um gerenciador de conteúdo e disponibilizar na web. O gerenciamento das informações acadêmicas deve ser feito de maneira a facilitar a gestão para as coordenações de cursos, departamentos e a própria administração central (leia-se reitoria), de modo a filtrar as dúvidas mais frequentes e informar as decisões e resultados de seleções de uma maneira impessoal, como um dos princípios da administração pública.

Neste portal corporativo são disponibilizados os serviços, informações e contatos como alternativa tecnológica de acessibilidade para o atendimento do docente e a estrutura administrativa como um todo, tendo a proposta de facilitar o acesso às informações digitais e auxiliar à tomada de decisão, através da disponibilização de normas, procedimentos, portarias normativas, notas, tutoriais e outros serviços que contribuam para a missão organizacional dentro da Instituição, sem onerar a responsabilidade desta a gestão do docente, deixando-o mais “liberto” para busca da sua autonomia, autoconhecimento, para ações de pesquisa e docência.

Refiro-me à necessidade de elaborar um conhecimento pessoal (um autoconhecimento) no interior do conhecimento profissional e de captar (de capturar) o sentido de uma profissão que não cabe apenas numa matriz técnica ou científica. Toca-se aqui em qualquer coisa de indefinível, mas que está no cerne da identidade profissional docente (NÓVOA, 2007).

Como já citado, dentro da demanda das atividades docentes atuais, se torna necessário encontrar o tempo para a reflexão, em meio das tarefas de rotina acadêmicas, que se tornam ainda mais pesadas, se este desempenha funções administrativas ou de gestão. Como buscar a autonomia, o autoconhecimento se as tarefas rotineiras tomam em demasiado o tempo funcional do docente? Esta avalanche de funções e responsabilidades pode prejudicar o desempenho docente no desenvolvimento da pesquisa e na relação professor-aluno em sala de aula? Como buscar a discussão com seus pares se estes estão envolvidos cada vez mais em atividades burocráticas e impactados com o aumento de matriculados e a consequente responsabilidade informacional nas IES?

A TI nas IES aparece como uma alternativa para facilitar o exercício da docência em relação a sua vocação. As tarefas de rotina administrativa e puramente informacionais devem ser absorvidas pelas tecnologias, a fim de proporcionar a “libertação” da burocracia e trâmites administrativos, que desviam a função docente do principal objetivo de sua formação.

2. A visão da tecnologia da informação na gestão da Educação Superior

Com base na revisão bibliográfica, percebe-se que há uma grande expectativa para aplicações da Tecnologia da Informação (TI), como inovação tecnológica que possibilite novas alternativas de estratégias para novas possibilidades dentro das organizações, no caso as IES. Dentro da visão empresarial esta alternativa tecnológica vem sendo largamente utilizada para obter a vantagem competitiva em relação às outras empresas e assim aumentar o lucro destas organizações.

Para utilizarmos a visão empresarial no assunto de gestão da informação que está amplamente sendo testada competitivamente no mercado capital, a vantagem de uma empresa é o que ela “coletivamente sabe”, a eficiência com que usa aquilo que sabe, e a velocidade com que ela adquire e usa novos conhecimentos (DAVENPORT & PRUSAK, 1998).

Na Administração Pública dentro da área da Educação, mais precisamente nas IES, é importante ressaltar que a TI, pode ser uma ferramenta estratégica que facilite a gestão de uma gama de informações administrativas, computacionais e matemáticas que tem por finalidade estabelecer padrões, vínculos e regras internas aos sistemas acadêmicos e retornar suporte e auxílio à “Inteligência Institucional”. Ou seja, as funções de gestão aliadas à tecnologia, podem se tornar capaz de gerir as fontes de receitas e despesas com mais eficiência, rapidez e transparência no bom uso do recurso público, assim como as tarefas de rotina dos docentes. A gestão da Tecnologia da Informação dentro da administração da educação superior tem por finalidade a execução de tarefas rotineiras e a facilitação (suporte) à tomada de decisão, em todos os níveis da organização pública nas IES, para a facilitação e modernização da atividade docente e melhoria da eficiência nas atividades acadêmico-administrativas como um todo.

Dentro do cenário atual, a eficiência depende da interação com seu meio através do atendimento ideal ao seu “cliente” e posicionamento adequado em seu “mercado”, frente a sua realidade. Para isto, é necessário que as organizações estejam sempre buscando a inovação, seja em seus produtos, em seus processos ou em seus serviços. São os funcionários que estão diretamente ligados às tarefas de rotina que estimulam a inovação, os gatekeepers, entre outros, que também desempenham papéis que podem direta ou indiretamente promover a inovação na empresa (RABECHINI et al., 2002).

A valorização Institucional do “capital humano” faz parte de um processo cultural institucional necessário e de fundamental importância para o processo de busca da “excelência” dentro da ação docente, assim como a formação do “Corpo Institucional Colaborativo”. Atualmente a excelência (alta qualidade) dos serviços educacionais constitui-se realmente em algo que provê um diferencial, muitas vezes, estratégico para as organizações em que a mudança de comportamentos é um processo lento e que representa uma mudança contínua da burocracia para a virtualidade, mas com consistência de processos. Por esta razão implica na obtenção de um “posicionamento acadêmico-estratégico diferenciado”, para sua efetiva ação nas IES.

Dentro da Tecnologia da Informação, a Segurança da Informação deve assegurar a confiabilidade da informação a fim desta ser utilizada conforme a necessidade do usuário.

Segundo PARKER (1994), a política de segurança da informação deve contemplar aspectos de disponibilidade, utilização, integridade, autenticidade e confidencialidade.

A política de segurança da informação teve como função definir a proteção dos recursos existentes e seu destaque deu-se na prevenção de problemas através da elaboração de normas e procedimentos. Por isso, foi importante analisar métodos que pudessem efetivar realmente uma política de segurança da informação corporativa (BEAL, 2005).

3. Planejamento e administração estratégica na Educação Superior

Após o levantamento bibliográfico de autores relacionados com o tema abordado, fica evidente que a TI está intrinsecamente ligada a um processo institucional de Administração Estratégica voltada para as necessidades das IES e consequentemente da melhoria da gestão docente.

Para REZENDE (2002), uma das questões que se coloca está na forma em que as empresas podem conciliar o conhecimento que se encontra intrinsecamente com seus funcionários com as informações existentes em suas bases de dados, nos papéis, planilhas e relatórios por ela gerados, transformando-os em ferramenta geradora de vantagem estratégica para o negócio. Outra questão diz respeito a como reter esse conhecimento para que ele se torne propriedade da empresa, isto é, capital estrutural.

As reuniões e discussões (brainstorming) entre especialistas são necessárias para o levantamento das necessidades e funções que poderiam ser disponibilizadas dentro de um espaço virtual para a facilitação do desempenho funcional e melhoria do sistema acadêmico. Dentro deste entendimento, é extremamente necessária a discussão de planejamento com a administração superior, através de reuniões temáticas e discussões periódicas com o intuito de descrever alternativas, tecnologias, inovações e a busca da melhoria da rotina do sistema acadêmico nas IES.

THIOLLENT (1988) diz que a pesquisa-ação é um tipo de uma pesquisa empírica com base social que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou resolução de um problema coletivo, no qual pesquisadores e participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos em um modo cooperativo ou participativo.

A partir do ano de 2007 com a criação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, que foi instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007, o incremento no número de alunos matriculados é um impacto direto na demanda de atendimento da Instituição e consequentemente na informação solicitada à Instituição. O aumento estrutural nas Organizações Públicas, relativo à contratação de novos servidores (docentes e técnicos administrativos) possivelmente não atende a demanda atual, e por consequência, não atingirá a demanda futura. Portanto entende-se que a alternativa tecnológica é a mais viável no momento, por possuir uma característica de flexibilidade devido o seu acesso web, a qualquer tempo. Um dos objetivos principais do REUNI, foi o de proporcionar as IES condições necessárias para a ampliação no número de vagas, acesso e permanência na educação superior, para o desenvolvimento do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE.

Devido ao crescimento de vagas ofertadas pelas IES, a comunidade externa, em geral, busca maior quantidade de informações sobre os processos seletivos, maneiras de ingresso através de transferências entre diversas questões sobre a informação acadêmica. Este aumento do número de matriculados na Instituição, proporcionalmente, aumenta a demanda de informações dos alunos, professores e técnicos administrativos sobre os procedimentos relacionados com o ambiente acadêmico, editais e prazos a serem cumpridos.

ANSOFF (1990) apresenta diferenças básicas entre o planejamento e a administração estratégica. Para ele, o planejamento estratégico se preocupa com a tomada de decisão estratégica ótima, enquanto a administração estratégica se preocupa com a produção de resultados estratégicos: novos mercados, produtos, tecnologias. O planejamento estratégico é um processo analítico, enquanto a administração estratégica é um processo de ação organizacional.

O Planejamento Estratégico é como um processo contínuo e permanente. Isso conduz, inclusive, à denominada Administração Estratégica (ANSOFF, 1990).

Os sistemas de TI das instituições são normamente utilizados prioritariamente para o gerenciamento do banco de dados da instituição e para as execuções acadêmico-administrativas. Mas estes sistemas devem compreender as necessidades do docente que estão vinculados diretamente ao aluno, e que no dia-a-dia, exercem várias funções informais frente às necessidades que surgem, fora as formais inerentes de sua função.

Tomando por exemplo as iniciativas empresariais, podemos observar a intencionalidade do desenvolvimento de uma política de TI, que podem ser aplicadas na área de gestão nas IES.

É importante ressaltar que a TI desempenha um papel de infraestrutura, pois a GC envolve também aspectos humanos e gerenciais. Sua função é identificar e/ou desenvolver e implantar tecnologias e sistemas de informação que deem apoio à comunicação empresarial e à troca de ideias e experiências. Isso facilita e incentiva as pessoas a se unirem, a tomarem parte de grupos. Favorece a renovação em redes informais de aquisição e troca de conhecimento, além de facilitar o compartilhamento de problemas, perspectivas, ideias e soluções em seu dia-a-dia profissional, (ROSSETTI & MORALES, 2007).

Segundo KROGH et al. (2001), as estruturas organizacionais devem reforçar a interação entre conhecimentos tácitos e explícitos através de muitas fronteiras diferentes. ROSSETTI & MORALES (2007) afirmam que o conhecimento tácito ainda não aparenta ser tão creditado pelas organizações, quanto o explícito. Parece haver dificuldade para geri-lo no âmbito da socialização entre as pessoas.

Tendo em vista o processo colaborativo de gestão de informações acadêmicas, este, deve utilizar a tecnologia disponibilizada na própria Instituição (IES), desenvolvendo a tecnologia se necessário, para o comprometimento do corpo institucional no processo de planejamento e gestão de TI, para o real atendimento das necessidades de seus usuários.

Neste sentido, o presente trabalho procurou analisar os aspectos relativos à gestão da informação acadêmica nas IES, dentro de uma perspectiva da administração estratégica e acadêmico-colaborativa verificando um novo aspecto de realidade na educação, que se dá após a implantação do REUNI e o consequente “crescimento” organizacional destas.

4. Conclusão

Os principais pontos encontrados neste estudo indicam onde as IES deve se concentrar na busca de “excelência” para obter um melhor desempenho na organização da TI. A implantação de novas tecnologias, para a facilitação de acesso do corpo institucional à informação como um todo e nos processos de gerência adequados à gestão dessas tecnologias, são inerentes ao processo que as instituições públicas vêm passando através dos últimos anos.

Atualmente as IES tomam grandes proporções em sua expansão, sendo uma referência inserida no contexto educacional brasileiro com sua atuação descentralizada no Ensino Superior Nacional, promovendo a disseminação do conhecimento acadêmico e também o aumento das funções docentes.

A busca Institucional da “excelência” pelas IES no Ensino, Pesquisa e Extensão, leva a novas formas de estruturas administrativas e inevitavelmente ao uso da Tecnologia de Informação, característica hoje utilizada largamente pelas empresas em sua gestão de negócios. Para este ingresso em um novo patamar administrativo é fundamental o processo de desenvolvimento do Sistema Acadêmico “como um todo”, principalmente no suporte à tomada de decisão e na disponibilização da informação.

É importante ressaltar que um dos objetivos do presente trabalho foi levantar a questão do docente enquanto sua vocação, e não apenas como uma “ferramenta administrativa”, ocupando um cargo ou uma função.

Observa-se que para o avanço na administração estratégica, o desenvolvimento de uma política de gestão acadêmica colaborativa, pode ser caracterizado pela difusão do conhecimento dos processos acadêmicos da Instituição, para todos os agentes relacionados com o sistema. Com isso, se torna possível delinear uma perspectiva mais ampla de crescimento estrutural, financeiro e de pessoal, tendo em vista a expansão de cursos, proposta pelo Ministério da Educação, que ainda prevê o aumento da estrutura das Universidades, de maneira a necessitar de uma nova organização para atendimento desta demanda informacional, assim como um amplo planejamento, investimentos na área de Tecnologia da Informação.

As IES possuem atualmente uma importante função dentro do cenário nacional, destacada pela função estratégica no avanço tecnológico e educacional, assumindo agora um valor ainda maior para o desenvolvimento do país, através da educação.

Para o atendimento desta demanda crescente se torna necessário repensar os processos atuais e incorporar novas técnicas administrativas, assim como, novos procedimentos e conceitos, que atualmente são utilizados no setor empresarial (privado) adaptando-os para a realidade educacional, como foi o caso analisado por este trabalho.

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1 Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria, Brasil Email: evandrodotto@yahoo.com.br
2 Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria, Brasil. Email: roratto_rs@hotmail.com


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