Espacios. Vol. 35 (Nº 11) Año 2014. Pág. 26

Implicações do Lote Econômico de Produção na construção civil

Implications of the Economic Lot Production in construction

Osvaldo PACHECO 1, Marcio GARCIA 2; Rodrigo SILVA 3; Diego Augusto de Jesus PACHECO 4

Recibido: 14/04/14 • Aprobado: 24/08/14


Contenido

1. Introdução

2. Referencial teórico

3. Metodologia

4. Resultados

5. Análise e discussão dos dados

6. Conclusão

Referências


RESUMO:
Este artigo discute a importância da gestão de estoque e do controle da quantidade a ser produzida na construção civil. O artigo pretendeu definir a quantidade de material que a ser produzida e a quantidade de estoque necessária. Tais objetivos são importantes para as corporações no segmento da construção civil obter sucesso em seus empreendimentos. Isso porque é possível definir a quantidade que deve ser produzida e os estoques necessários para atender sua demanda, reduzindo custos com funcionários, estoques, transportes, entre outros. Os resultados mostraram que a definição do lote econômico de produção na construção civil é satisfatória para melhorar os controles produtivos e reduzir custos.
Palavras-chave: Lote Econômico de Produção. Gestão de Estoques. Construção civil. Redução de custos.

ABSTRACT:
This article discusses the importance of inventory management and control of the quantity to be produced in construction. The article intended to define the amount of material to be produced and the amount of stock required. These objectives are important for corporations in the construction industry to succeed in their endeavors. That's because you can set the amount that must be produced and inventories required to meet your demand, reducing costs with employees, inventory, transportation, among others. The results showed that the definition of economic production lot in construction is satisfactory controls to improve production and reduce costs.
Keywords: Economic Production Lot. Inventory Management. Construction. Cost reduction.

1. Introdução

O setor da construção civil brasileiro mantém taxa de crescimento elevada nos últimos anos. Com as proximidades da Copa do Mundo a realizar-se em 2014, e da Olimpíadas de 2016, obras de infraestrutura se tornaram vitais e presentes no nosso cotidiano. Grande parte dessas obras se concentram na ampliação, recuperação e construção de rodovias, nas quais o sistema de pavimentação tem como principal insumo a brita.

Conforme Santos (2008) é possível verificar referências a conflitos entre fornecedores parceiros, devido a diversos fatores, como atraso nas entregas, erro de documentação, embalagens inapropriadas. Todos estes fatores provocam perda de tempo, contrariedade, retrabalhos, conflitos entre diversos outros, afetando a composição de uma cadeia de suprimentos. A ideia de pensamento enxuto, quando bem empregado, procura realizar com que todas as áreas envolvidas trabalhem unidas eliminando todas as fontes que geram desperdício.

Dentre as principais matérias primas usadas neste segmento, a brita, por exemplo, também chamada de pedra britada, utilizada largamente na construção civil, é resultante da cominuição ou trituramento de alguns tipos de rocha, geralmente encontradas em jazidas. A partir de sua extração e beneficiamento ela origina os seguintes subprodutos: Rachão, Brita 1/5, Brita ¾ , Brita 3/8 e Pó de Brita. A empresa "A", que é o objetivo do nosso estudo, é uma construtora com sede no Rio Grande do Sul que atua como foco em obras de pavimentação. E para tal finalidade possui uma jazida própria para extração de brita, o principal insumo utilizado nas obras que realiza.

De acordo com Toso e Morabito (2004) num escopo de curto a médio prazo, a tomada de decisões no PCP envolve questões como o dimensionamento, sequenciamento e programação de lotes de produção. A definição das melhores quantidades a serem produzidas de um determinado item ou conjunto é uma variável que deve ser apontada com a finalidade de aperfeiçoar a destinação dos recursos disponíveis em uma organização com o intuito de reduzir custos de produção; que por sua vez tende a aumentar a rentabilidade desta.

Tal aumento está diretamente ligado à gestão de estoques, que por sua vez visa elevar o controle de custos e melhorar a qualidade dos produtos guardados na empresa. As teorias sobre o tema normalmente ressaltam ser possível definir uma quantidade ótima de estoque de cada componente e dos produtos da empresa, no entanto sua definição se da a partir da previsão da demanda de consumo do produto (PIMENTEL; MELO; OLIVEIRA, 2005).

Esse estudo visa definir o tamanho do lote de produção econômico (LEP), para avaliar as políticas de estoques de produção da empresa. Foi realizada a análise quantitativa de acordo coma metodologia definida. O artigo esta dividido em introdução, gestão de estoques, tipos de custos de estoques, táticas para redução de estoques, lotes econômicos de produção, logística enxuta, metodologia e desenvolvimento, resultados obtidos e conclusão.

2. Referencial teórico

2.1 Gestão de estoques

De acordo com Albieri (2010) a logística enxuta é uma ramificação do conceito de produção enxuta, palavra que foi originada para caracterizar o sistema de produção elaborado pela Toyota com intuito de combater todas as formas de desperdícios. Desperdício pode ser caracterizado como qualquer coisa que não agrega valor ao produto ou serviço. Os serviços de transporte não agrega valor para os produtos, mas pode gerar desperdícios. Pires (2004) apud Santos (2008) informa que a repercussão econômica mais perceptível da adoção do termo "lean" sempre foi destinada a redução de estoques por intermédio de entregas frequentes e redução dos lotes de compra e fabricação se desperta no ambiente logístico a ideia do ressuprimento enxuto, o termo que começou a ser substituído por logística enxuta.

De acordo com Martins (2004) apud Silva (2005) o estudo sobre a importância dos estoques nas empresas tem quase o mesmo tempo que o estudo da Administração. A alta chefia se preocupa com estoques assim como se preocupa com fluxo de produção, fluxo de vendas, processos comerciais. Segundo Martins (2004) apud Silva (2005) gestão da administração é o meio de conquistar que as funções sejam realizadas de forma eficiente e eficaz, por pessoas. As principais funções da administração são: planejamento, organização, direção e controle. Ainda de acordo com o autor, conceitua estoque como componentes que uma corporação necessita para realização do seu produto final.

Conforme Ching (2011) apud Roberto (2012) define gestão de estoques não somente com intuito de diminuir custos, mas se colocada em prática através de um conceito integrado a gestão de estoques proporcionará uma excelente ferramenta de estratégia, essencial para existência da empresa e este conceito iniciou-se nos processos de compras em que as organizações percebem a importância da integração dos fluxos de materiais com suas funções de suporte, tanto para a corporação quanto para o fornecimento para os clientes.

A gestão de estoque efetuada sem nenhum planejamento ou executada de forma ineficaz em suas etapas através da disponibilidade de equipamentos ou arranjo físico proporciona em resultado desastroso para corporação principalmente nos prazos de entrega ou na concorrência acirrada com os fornecedores, mas se a gestão de estoques for executada de forma eficaz em todas suas etapas pode proporcionar um excelente resultado positivo para a corporação e um aumento na qualidade dos serviços oferecidos pela empresa. Conforme Roberto (2012) na gestão de estoque o nível de serviço está relacionado a todos as decisões efetivadas antes, durante e após as solicitações dos pedidos e com maior relevância ao desempenho proporcionado para realizar as atividades.

De acordo com Pick, Diese, Sellitto (2010) dentre todas as atividades varejistas a gestão de estoques é a principal, pois o estoque é a principal força para o varejo. Conforme Kasper (1991) apud Pick, Diese, Sellitto (2010) administrar estoques é um atividade de fator decisivo para a saúde da corporação. Uma gestão de materiais ineficaz utiliza mal os recursos financeiros e gera nenhum resultado na área fabril e o problema mais grave, no nível de atendimento ao cliente e além de tudo uma administração de materiais ineficiente é um sintoma de uma administração ineficaz de toda a empresa.

Conforme Almeida, Lucena (2006) as corporações devem sempre possuir o produto que necessitam, mas nunca podem ter estoque. O controle de estoque é a principal parte do composto de logística, pois absorvem de 25% a 40% dos custos totais e representam um valor de grande importância no capital da empresa. A armazenagem de produtos exige investimento para empresa. O mais correto seria a sincronização entre a oferta e a demanda tornando a manutenção de estoques totalmente desnecessária. Mas como é impossível prever a demanda e como nem sempre os materiais não estão disponíveis, deve-se ter um estoque de segurança para proporcionar a disponibilidade dos produtos e reduzir os custos de produção e distribuição. Os estoques tem função para diversas finalidades, como:

  1. Aprimorar o nível de serviço;
  2. Estimular economias nos processos produtivos;
  3. Possibilita economias em compras e transporte;
  4. Proporciona proteção caso ocorra aumento dos produtos;
  5. Possibilita proteção a empresa nas incertezas de demanda e tempo de ressuprimento;

2.2 Custos de estoque

Conforme Nogueira (2012) os custos relacionados ao estoque são: (i) Custos de manutenção de estoque: abrange o custo de oportunidade, a opção que deixou de se investir para que o investimento fosse aplicado em estoque. São os custos de manejo, IPTU do local de armazenagem, custo de estoque, custos de seguros e desvalorização do estoque por questões de mercado; (ii) Custos da falta de estoque: a privação da margem de venda pela perda da venda, perdas ocasionadas pelo gargalo produtivo devido à falta de estoque, prejuízos ocasionados por processos judiciais por perdas e danos provocados aos clientes, perda da confiança dos clientes e perda do cliente em definitivo.

De acordo com Oliveira (2012) os custos relacionados em estoque dividem-se em: (i) Custo de Aquisição de Estoque: são os custos para a aquisição de mercadorias, para repor os estoques. Nesta classificação de custos estão incluídos os custos relacionados á processamento, preparação, transmissão, manutenção e aos pedidos de compra. Normalmente este tipo de custo é considerado fixo e não se altera conforme o tamanho do lote de compra; (ii) Custo de Manutenção dos Estoques: estes tipos de custos estão relacionados ao armazenamento ou propriedade de produtos durante um determinado período de tempo. Podem ser classificados em quatro classes: custo de espaço, custo de capital, custo de serviço de estocagem e custo de risco de estoque; (iii) (iii) Custo de Oportunidade: O conceito de custo de oportunidade esta relacionado às escolhas de investimentos abdicadas para aquisição de estoque.

Já para Arozo (2006) a gestão de estoques ocorre através de dois custos básicos: (i) Custo de manutenção de estoques: em relação a este tipo de custo, deve se dar atenção a três quesitos, diferença entre valor e custo do estoque, deficiência para monitoração nos processos contábeis e a necessidade de utilizar mais um indicador para se obter informações de confiáveis; (ii) Custos associados a falta de estoque: estes tipos de custos estão interligados com a quantidade de serviço atingido, sendo sua quantificação somente financeira e são pouco utilizados pelas empresas, mesmo com sua importância.

De acordo com Filho (2004) a principal estratégia para reduzir os estoques é a redução do lead time do processo, incluindo os pedidos no momento mais breve possível de sua necessidade. Abaixo são citadas algumas táticas:

  1. Aperfeiçoar as previsões de demanda, reduzindo as incertezas do mercado;
  2. Reduzir o tempo de espera para os pedidos, diminuindo as oscilações de demanda nos processos;
  3. Minimizar as incertezas da oferta (compartilhamento de metas com os fornecedores, adquirindo mais confiabilidades dos fornecedores);
  4. Dispor de equipamentos e mão de obra extra;
  5. Aquisição de produtos com demandas divergentes;
  6. Providenciar campanhas de marketing de produtos fora de período de alta demanda;
  7. Realizar preços diferenciados para períodos de pouca demanda;
  8. Aprimorar previsões de demanda;
  9. Diminuir os períodos para espera de pedidos;

2.3 Lotes de produção econômicos

A exploração de informações para determinar a quantidade que deverá ser produzida tem o objetivo de proporcionar o menor custo final para cada produto produzido, conforme Wolfgang (2012). Devido ao interesse das corporações em produzir uma quantidade maior do que realmente é necessário, que é fornecido pelas ordens de fabricação com o intuito de reduzir os custos de preparação dos equipamentos, troca de ferramentas, movimentação de materiais e despesas administrativas, as empresas aumentam impreterivelmente seus estoques. Esta ideia de manter estoques elevados pode ser conveniente à produção, mas pode proporcionar um conflito com os objetivos financeiros da empresa. Desta forma torna-se necessário realizar uma analise para determinar a quantidade correta que deverá ser produzida.

De acordo com Castro, Pizzolato (2005) a produção em linha é uma forma caracterizada pela fabricação de produtos em grande quantidade, estocando os produtos. Atualmente devido aos avanços tecnológicos é permitido que os equipamentos produzam um produto por vez, em uma sequência de processos que em algumas situações não é permitido interromper os processos. Desta maneira, os programadores de produção devem levar em conta os custos de setup e de manutenção de inventários, pois a técnica chamada de lote econômico de produção possibilita calcular o tamanho do lote que reduz o custo total por unidade, reduzindo tanto os custos de setups como os de manutenção de inventários, mas este método calcula o lote econômico de maneira independente, sem cogitar os demais produtos que também requerem a utilização da linha de produção.

De acordo com Bastos e Laurea (2006) o lote de produção ou de fabricação é uma determinada quantidade estipulada pela empresa para ser fabricada, só podendo ser iniciada a produção de outros lotes após a conclusão do primeiro. O lote, ao ser dimensionado, permite quantificar tempo e insumos a serem gastos na fabricação. Com base nisso, qualquer variação no montante consumido é uma anomalia que deve ser investigada, o que possibilita melhor controle sobre a produção. As empresas buscam sempre maximizar o lucro e para tanto procuram reduzir seus custos, melhorando assim seu desempenho econômico. O desafio desse trabalho é criar uma política de estoque utilizando-se da ferramenta do Lote Econômico de Produção (LEP). O LEP é obtido através da aplicação da seguinte equação:

Onde:

Cpu: Custo de Preparação Unitário;D: Demanda; Ceu: Custo de Estoque Unitário;P: Quantidade produzida.

3. Metodologia

Para atender ao objetivo proposto para este artigo foi realizada uma pesquisa quantitativa. Conforme Roesch (2009, p. 130) se o objetivo do projeto é mensurar relações entre variáveis ou computar a resposta de algum programa ou projeto aconselha-se fazer uso da pesquisa quantitativa para garantir uma boa análise dos dados. Segundo Hoffmann (2010, p. 6) a pesquisa quantitativa é mensurável, pode ser contabilizada, observável materialmente e utiliza-se de expressões matemáticas e estatísticas. Este método de pesquisa contribuirá de forma significativa para analisar os dados fornecidos pela empresa e propor sugestões de melhorias na quantidade produzida e estocada. Para realização do trabalho proposto, foi efetuado um estudo bibliográfico de artigos com o intuito de buscar definições e o referencial teórico apresentado neste artigo.

O método de pesquisa é exploratório e descritivo. Segundo Hoffmann (2010, p. 3) a pesquisa exploratória tem por objetivo desenvolver, explanar e mudar conceitos e ideias, a elaboração de problemas mais claros ou hipóteses que podem ser estudadas posteriormente. Abrange levantamentos, pesquisas bibliográficas e documental, entrevistas e estudo de caso. E, conforme Hoffmann (2010, p. 2) a pesquisa descritiva tem a finalidade de relatar características de uma população ou fenômeno específico problema ou objeto de estudo, ela se sobressai por fazer uso de técnicas padronizadas de coleta de dados.

Foi realizado um estudo com os dados financeiros, dados de produção e mais alguns outros dados obtidos com a "empresa A" com o objetivo de verificar, analisar e calcular qual é o lote econômico de produção ideal para atender a demanda da empresa e qual o nível de estoque necessário que a empresa devera ter em seus estoques. A empresa A, tem como sua principal atividade o transporte de aterro para obras de pavimentação. Como o passar dos anos, passou a atuar com mais envolvimento em obras de pavimentação sendo responsável, por etapas como: drenagem, e pavimentação. A partir do surgimento dessa demanda e fechamento de contratos com órgãos públicos,  se fez a necessidade da criação de uma usina de asfalto própria bem como a aquisição de uma jazida de brita. Foram disponibilizados pela empresa todos os dados necessários para realização deste estudo e posteriormente serão analisados com a utilização da ferramenta de calculo de lote de produção ideal (LEP) e será desenvolvida uma sugestão de política de estoques.

 

4. Resultados

Uma das formas de redução de custos se dá pelo dimensionamento do lote econômico de produção que deve ser fabricado com a menor despesa. A empresa A, segundo dados apresentados tem uma produção de 4800 m³, dividido nas categorias estabelecidas na tabela a seguir:

Tabela 1: Quantidades produzidas de brita em outubro 2013

Produto

Valores em m ³

em %

Rachão

800

17%

Brita 1/5

1600

33%

Brita ¾

1000

21%

Pó de Brita

600

13%

Brita 3/8

800

17%

Total

4800

100%

No entanto, ela possui uma demanda inferior à quantidade produzida, como pode se averiguar na tabela 2:

Tabela 2: Demanda de brita em outubro de 2013

Produto

Valores em

m ³

Rachão

650

Brita 1/5

1350

Brita ¾

850

Pó de Brita

350

Brita 3/8

700

Total

3900

A empresa A não possui uma política de estoque. Ela produz sempre o total da capacidade produtiva possível, gerando sempre grandes quantidades de estoque, que por sua vez acabam por ocupar um grande espaço, que por sua vez tem um determinado custo. Podemos verificar na tabela 3 os custos totais de todo o processo de britagem para que se extraiam os produtos acima citados.

Tabela 3: Custos da Operação de britagem no mês de Outubro de 2013

TIPO DE OPERAÇÃO

Horas Trabalhadas

Custo/hora

Custo Total

OPERAÇÃO ESCAVADEIRA HIDRAULICA

16

75

R$   1.200,00

TRANSPORTE MATERIAL ORGANICO POR BASCULANTE

7

55

R$           385,00

OPERAÇÃO DECAPEAMENTO 1

30

75

R$        2.250,00

OPERAÇÃO DECAPEAMENTO 2

30

55

R$        1.650,00

PERFURAÇÃO DA BANCADA

60

52

R$        3.120,00

CARREGAMENTO COM EXPLOSIVOS

6

1200

R$        7.200,00

OPERAÇÃO ESCAVADEIRA CARREGAMENTO

56

75

R$        4.200,00

OPERAÇÃO TRANSPORTE PARA BRITADOR

56

55

R$        3.080,00

OPERAÇÃO BRITADOR PRIMARIO

56

60

R$        3.360,00

OPERAÇÃO BRITADOR SECUNDARIO

56

55

R$        3.080,00

OPERAÇÃO BRITADOR TERCIARIO

56

55

R$        3.080,00

CUSTOS FIXO OPERAÇÃO BRITAGEM

56

74

R$        4.144,00

CUSTOS FIXO PESSOAL

R$     45.000,00

CUSTOS ESTOCAGEM/VENDA

R$     12.000,00

TOTAL

R$     93.749,00

Sabendo que os custos de produção podem variar conforme o tamanho do lote de produção, identificamos na Empresa A o custo percentual por itens na seguinte forma, Rachão 16.67%, Brita 1/5 33.33%, brita ¾ 20,83%, pó de brita 12.5% e brita 3/8 16.67% no Quadro 1, conforme segue:

Quadro 1: Associação dos Custos de acordo com o percentual

OPERAÇÃO DE RETIRADA SOLO ORGANICO

Rachão

Brita 1/5

Brita ¾

Pó de Brita

Brita 3/8

Total

OPERAÇÃO ESCAVADEIRA HIDRAULICA

R$          200,04

R$          399,96

R$          249,96

R$          150,00

R$          200,04

R$       1.200,00

TRANSPORTE MATERIAL ORGANICO POR BASCULANTE

R$             64,18

R$          128,32

R$             80,20

R$             48,13

R$             64,18

R$          385,00

OPERAÇÃO DECAPEAMENTO

R$          375,08

R$          749,93

R$          468,68

R$          281,25

R$          375,08

R$       2.250,00

PERFURAÇÃO DA BANCADA

R$          520,10

R$       1.039,90

R$          649,90

R$          390,00

R$          520,10

R$       3.120,00

CARREGAMENTO COM EXPLOSIVOS

R$       1.200,24

R$       2.399,76

R$       1.499,76

R$          900,00

R$       1.200,24

R$       7.200,00

OPERAÇÃO ESCAVADEIRA CARREGAMENTO

R$          700,14

R$       1.399,86

R$          874,86

R$          525,00

R$          700,14

R$       4.200,00

OPERAÇÃO TRANSPORTE PARA BRITADOR

R$          513,44

R$       1.026,56

R$          641,56

R$          385,00

R$          513,44

R$       3.080,00

OPERAÇÃO BRITADOR PRIMARIO

R$          560,11

R$       1.119,89

R$          699,89

R$          420,00

R$          560,11

R$       3.360,00

OPERAÇÃO BRITADOR SECUNDARIO

R$          513,44

R$       1.026,56

R$          641,56

R$          385,00

R$          513,44

R$       3.080,00

OPERAÇÃO BRITADOR TERCIARIO

R$          513,44

R$       1.026,56

R$          641,56

R$          385,00

R$          513,44

R$       3.080,00

CUSTOS FIXO OPERAÇÃO BRITAGEM

R$          690,80

R$       1.381,20

R$          863,20

R$          518,00

R$          690,80

R$       4.144,00

CUSTOS FIXO PESSOAL

R$       7.501,50

R$    14.998,50

R$       9.373,50

R$       5.625,00

R$       7.501,50

R$    45.000,00

TOTAL DE PREPARAÇÃO

R$     13.627,57

R$    27.246,95

R$     17.028,33

R$     10.218,63

R$    13.627,57

R$   81.749,00

CUSTOS ESTOCAGEM/VENDA

R$       2.000,40

R$       3.999,60

R$       2.499,60

R$       1.500,00

R$       2.000,40

R$    12.000,00

SUB TOTAL

R$    15.627,96

R$    31.246,54

R$    19.527,92

R$    11.718,63

R$    15.627,96

R$   93.850,00


Tendo tais valores apurados, podemos definir o LEP dos 5 itens produzidos pela jazida de brita, conforme Tabela 4:

Tabela 4: Lote Econômico de Produção

Produto

LEP (em m³)

Rachão

217

Brita 1/5

343

Brita ¾

278

Pó de Brita

107

Brita 3/8

276

                                              

Após determinar o tamanho do lote de produção, podemos calcular quantos lotes por mês serão necessários para atender a demanda estipulada:

Tabela 5: Quantidade de lotes a serem produzidos por mês

Produto

Número de Lotes/ Mês

Rachão

3

Brita 1/5

4

Brita ¾

3

Pó de Brita

3

Brita 3/8

3

                                              

5. Análise e discussão dos dados

            Com base na análise obtida, verificamos a definição das melhores quantidades a serrem produzidas de cada item. Tais quantidades são as que determinam a melhor utilização dos recursos disponíveis para a produção. No item "Rachão" temos uma definição da quantidade produzida de 217 m³ por lote, para atender a demanda mensal deve ser produzido 3 lotes.

Na "Brita 1/5" o lote ideal é de 343 m³ e devem ser produzidos 4 lotes para satisfazer a demanda. O item "Brita ¾" se faz necessária a produção de 3 lotes, com 278 m³ cada. Nos itens "Pó de Brita" e "Brita 3/8" ambos tem a necessidade de 3 lotes, mas com as quantidades de 107 m² e 276 m³ respectivamente.

            Analisando os dados obtidos, fica evidente que a Empresa A não havia manifestado interesse em criar uma política de Gestão de Estoques. A falta de um olhar mais atencioso sobre esse item acaba por ocasionar problemas comuns que são oriundos dessa lacuna existente na administração, tais como a necessidade de amplos espaços para acomodar a produção e envolver a mão além do necessário, uma vez que esta força de trabalho teria como desempenhar outra função, entre outros problemas. A falta de mais pesquisas visando levantar tal problema ficou evidente nas etapas iniciais da pesquisa, quando fizemos a o levantamento referencial teórico.

6. Conclusão

Esta pesquisa discutiu a importância da gestão de estoque e do controle da quantidade dos lotes a ser produzida na construção civil. Foi definida a quantidade de material que a ser produzida e a quantidade de estoque necessária. Com este trabalho foi possível concluir que o lote econômico de produção pode oferecer diversas vantagens para as empresas da construção civil. Dentre tais vantagens, destacam-se o controle do estoque, redução de custos de transporte, redução do custo de armazenagem de materiais, desperdício de mão de obra (empregados trabalham no que realmente é necessário) e controle do fluxo de caixa.

Os resultados dessa pesquisa serão apresentados para a direção da empresa avaliar a implantação, como estratégia de melhorar a competitividade na atual conjuntura do mercado da construção civil.

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1. Email: osvaldo.pacheco@yahoo.com.br

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4. Email: profdajp@gmail.com. Departamento de Administração de Empresas, Faculdade Cesuca, Brasil


Vol. 35 (Nº 11) Año 2014
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