Espacios. Vol. 36 (Nº 11) Año 2015. Pág. 18

Turismo na terceira idade: reflexões sobre a importância de atividades de lazer para idosos

Tourism in old ages: reflections about the importance of leisure activities for seniors

Ana Paula Perardt FARIAS 1; Khaled Omar Mohamad EL TASSA 2

Recibido: 24/02/15 • Aprobado: 07/05/2015


Contenido

1. Introdução

2. Sobre o método

3. Turismo e lazer na terceira idade

4. O “programa viaja mais melhor idade” enquanto política pública para a terceira idade

5. Qualidade de vida através das viagens de lazer

6. Considerações finais

Referências Bibliográficas


RESUMO:
Os idosos vêm gradativamente ocupando espaço pelo mercado turístico, pois é um segmento que tem apresentado grande potencial para usufruir das viagens de lazer. Esta pesquisa descritiva e bibliográfica tem como objetivo refletir acerca da importância de atividades de lazer na terceira idade, por meio da seguinte questão problema: As viagens e turismo fazem parte dos desejos de consumo na terceira idade? O estudo evidencia que os idosos necessitam de atividades de lazer, sendo as viagens uma alternativa interessante, pelos inúmeros benefícios que proporcionam, resultando em uma melhor qualidade de vida.
Palavras-Chave: Turismo; Terceira idade; Lazer.

ABSTRACT:
The aged people have gradually occupied the tourism market space, being a segment that presents a great potential to enjoy leisure travels. This descriptive and bibliographical research aims to think over the importance of leisure activities for the seniors, answering the flowing question: The travel and tourism activities is part of the wishes in seniors ages? The study shows that the older people needs leisure activities, having in the trips a interesting alternative, by the many benefits that those activities guarantees, resulting in a best life quality.
Key-words: Tourism; Old age; Leisure.

1. Introdução

A população mundial vem envelhecendo gradativamente e progressivamente, isso implica na emergência de novas prioridades e de novas exigências para esse público (FROMER; VIEIRA, 2003). No entanto, quando se pensa em velhice e nos idosos, logo se associa que os tempos mudaram e que hoje as pessoas estão preocupadas com o processo de envelhecimento, desde sua juventude até sua fase adulta, pois, ela quer aproveitar cada momento e cada experiência ao máximo, e claro, com saúde e qualidade de vida.      

Dessa forma, é importante salientar a forma pela qual o idoso é compreendido pelo turismo, sendo que ele é um cidadão e consumidor igual a todos os outros. Por isso, é relevante apontar os novos desafios para os profissionais da área, alertando para a necessidade de investimentos em produtos para a terceira idade, sem tratar esse público como incapaz, mas sim utilizando criatividade e sensibilidade para trabalhar com suas especificidades (FROMER; VIEIRA, 2003).

Sena, Gonzáles e Ávila (2007) relatam que esforços têm sido feitos por meio de ações com esse público nas últimas décadas, superando-se preconceitos. Nos dias atuais, a velhice passou a ser representada como uma fase a ser aproveitada e concebeu-se, assim, a idéia de aposentadoria ativa a partir da imagem de que a vida começa aos sessenta anos.

Inclusive os próprios signos do envelhecimento foram invertidos e assumiram novos significados como: nova juventude, idade do lazer, melhor idade. Da mesma forma, inverteram-se os signos da aposentadoria, que deixou de ser um momento de descanso e recolhimento para tornar-se um período de atividade, lazer, realização pessoal. Não se trata mais apenas de resolver os problemas econômicos dos idosos, mas de proporcionar cuidados culturais e psicológicos, de forma a integrar socialmente esse público, obtendo direito de viajar, de usufruir de espaços públicos e sociais para desfrutarem dessa etapa da vida (SENA; GONZÁLES; ÁVILA, 2007).

Diante do exposto, tem-se como objetivo desta pesquisa descritiva e bibliográfica compreender como o lazer pode ser uma alternativa para a obtenção da qualidade de vida nos idosos. Para tanto, estabeleceu-se a seguinte questão problema: As viagens e turismo fazem parte dos desejos de consumo na terceira idade?

2. Sobre o método

A metodologia da pesquisa compreendeu procedimentos de revisão de literatura, procurando interpretar o processo e construir compreensões teóricas mais elaboradas relacionadas ás temáticas turismo, atividades de lazer e terceira.  O trabalho desenvolveu-se através do estudo e incorporação de bibliografia contemporânea sobre a temática investigada. Estudos que abordem tal temática pertinente de uma maneira geral e de forma específica, a possibilidade de desenvolvimento e divulgação desse segmento emergente para o turismo, o novo consumidor e sua experiências e expectativas com relação ao lazer, mais precisamente as viagens.

O texto divide-se em: introdução, metodologia, turismo e lazer na terceira idade, o "programa viaja mais melhor idade" enquanto política pública para a terceira idade, qualidade de vida através das viagens e lazer, destinos mais procurados pelo público da terceira idade, e, por fim, apresentam-se as considerações finais e referências bibliográficas.

3. Turismo e lazer na terceira idade

Com o aumento da expectativa de vida, faz crescer também o número de pessoas que atingem os 60 anos com saúde e disposição, e se reúnem em grupos de terceira idade, buscando diversas formas de entretenimento e de lazer.

Nos dias atuais o lazer é primordial para todas as faixas etárias, desde as crianças, jovens, até os idosos, principalmente pela busca na melhora da qualidade de vida (SOUZA, 2006).

Para Dumazedier (1973) lazer é:

[...] um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais (DUMAZEDIER, 1973, p. 54)

Contudo, apesar das perdas que sofrem devido à idade avançada, os idosos mantêm as mesmas necessidades psicológicas e sociais que possuíam nas outras fases da vida e, desta forma, também reconhecem e valorizam atividades de lazer. Mesmo com todas as dificuldades diárias, os idosos não abrem mão de vivenciar atividades de lazer, pois se constituem em um tempo privilegiado para obtenção de bem-estar, além de possibilitar a esta população se manterem mais ativos e saudáveis fisicamente, psicologicamente e socialmente (SOUZA, 2006).

No entanto, Davim e colaboradores (2003) retratam que um dos grandes problemas que atingem a qualidade de vida do idoso é a solidão, a qual pode ser ocasionada, como acontece na maioria das vezes, pelo abandono, pela aposentadoria e pelo isolamento. Atividades de lazer que promovam o bem-estar estão diretamente relacionados com a qualidade de vida dessas pessoas, interferindo positivamente na solução desses problemas e no equilíbrio de cada um.

Nesse contexto, o mercado turístico vem se adequando a atender cada vez melhor esse público. Astorino (2008) aponta que os turistas que pertencem a essa faixa etária são clientes que buscam a viagem como ferramenta de conhecimento e enriquecimento cultural, além da aproximação com o meio ambiente natural, e também na busca de fazer novas amizades durante as viagens.

A terceira idade vem sendo amplamente priorizada pelo mercado turístico, pois é um segmento com grande potencial para usufruir das viagens de lazer. Para Fromer e Vieira (2003) o perfil desses "jovens idosos" retrata que consumidores  bem-dispostos, tanto física e mentalmente para vivenciar novas experiências e adquirir novos conhecimentos, valorizam também o bem-estar e a satisfação pessoal, e investem sem medo em produtos que contemplem suas expectativas. Astorino ressalta ainda que:

O Brasil está envelhecendo e o idoso de hoje é mais consciente sobre qualidade de vida, cuidados com a saúde, além de ser mais informado e interessado em diversão e cultura. Assim, não basta criar a viagem, é preciso pensar também nos mecanismos que façam a melhor idade tirar proveito do passeio (ASTORINO, 2008, p. 204).

            Sendo assim, as agências de turismo e a rede hoteleira têm motivos para investir na terceira idade, pois esse viajante tem uma flexibilidade maior com o calendário, gosta de levar souvenirs dos lugares que visita, não mede gastos com conforto e costuma comprar pacotes turísticos completos (hospedagem, alimentação e passeios inclusos) para não precisar se preocupar. Ainda com relação a flexibilidade de horários, os turistas com mais de 50 anos são os responsáveis pelos lucros do mercado turístico no período de sazonalidade, ou seja, de baixa temporada (SCHEIN et al, 2009).

Para Fromer e Viera (2003):

[...] os grupos buscam um lazer heterogêneo, que inclua descanso, visitas a pontos turísticos e programas noturnos com muita música e dança. O idoso não gosta de ser visto como se fosse outro tipo de turista. Ao contrário, ele quer se integrar e se divertir muito (FROMER; VIEIRA, 2003, p. 53).

Pensar no tempo livre para a terceira idade deixa de ter um caráter de isolamento e reclusão para tornar-se o tempo dos relacionamentos e da autonomia. E as atividades de lazer pode se constituir em ação importante para esse público, como um elemento fundamental para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos que ultrapassam os 60 anos (FROMER; VIEIRA, 2003).

Souza (2006) afirma que o turismo ganha cada vez mais adeptos na terceira idade. Tal constatação também é evidenciado no Brasil, por ser um país com inúmeros atrativos naturais, culturais e históricos. É percebido que os idosos gostam de viajar e fazem disso um hábito. Esta prática lhes proporciona uma vida mais prazerosa e significativa. E, entre todas as atividades de lazer, o lazer turístico é o mais significativo para o idoso, pois incentiva sua sociabilidade, sua comunicabilidade e expande o universo por meio das novas experiências que serão adquiridas com as viagens de lazer (SOUZA, 2006).

Sobre o comportamento dos turistas da terceira idade, Garcia (1996 apud FROMER; VIEIRA, 2003, p. 67) indica as seguintes preferências:

  1. Preferem realizar atividades turísticas em grupos;
  2. São mais críticos e seletivos, buscando qualidade;
  3. Visam ao conforto e aos benefícios;
  4. Procuram lugares novos, e se relacionam mais;
  5. São exigentes e reivindicativos, informados, conscientes e sabem seus direitos;
  6. Privilegiam a qualidade de serviços e a relação qualidade/preço;
  7. Não querem ser tratados como incapazes, mas com respeito.

Tais apontamentos sugerem a necessidade de profissionais qualificados para trabalhar com esse público, pois os idosos exigem um serviço qualificado, que lhes proporcionem conforto e benefícios.

A Associação Brasileira dos Clubes de Melhor Idade (2006) divulgou que, em média, seus associados viajam três vezes por ano, uma das quais é para o exterior. Além disso, os programas para a terceira idade têm mobilizado principalmente o público feminino, pois nove em cada dez turistas são mulheres, na maioria viúvas. Esses turistas preferem fazer viagens pautadas pela diversão, além de darem prioridade para conhecerem novos lugares, pessoas e culturas. Dentre as principais motivações que levam esse tipo de turista a realizar viagens estão o turismo religioso, de promoção da saúde e o turismo social.

4. O "programa viaja mais melhor idade" enquanto política pública para a terceira idade

Percebe-se que o mercado turístico e a sociedade acreditam que a atividade turística promove o de bem-estar para idosos, evidência esta que tem sido verificada através do aumento de fomento às viagens e programas especiais para esse público, oferecendo preços promocionais para pessoas com mais de sessenta anos, em companhias aéreas, meios de hospedagem, pacotes turísticos, dentre outros (FROMER; VIEIRA, 2003).

Contudo, há muito a ser feito para que a terceira idade se constitua em faixa etária privilegiada para a vivência do turismo como atividade de lazer (SENA; GONZÁLES; ÁVILA, 2007). Para tanto, é necessário que os próprios idosos se organizem e reivindiquem seus direitos. Para elaboração de políticas e programas de lazer para idosos, fatos e princípios podem ser úteis, como:

  1.  Compreender a transformação da característica dos idosos, hoje e no futuro; e
  2.  Identificar e solucionar as questões referentes à política pública.

O turismo de terceira idade continuará a constituir, tanto interno como internacionalmente, um expressivo fator de desenvolvimento do tráfego turístico e das destinações de viagens. E para tanto, não basta possuir produtos e serviços de alta qualidade apenas, é necessário atrair a fidelização desta clientela (SENA; GONZÁLES; ÁVILA, 2007)

No contexto brasileiro é um segmento emergente, despertando atenção da sociedade. A infraestrutura necessária para responder à demanda social, do envelhecimento no Brasil é relativamente incipiente, com programas sociais e serviços precários.

No entanto, o Brasil, tem tornado evidente a importância a este segmento de mercado. Podem-se mencionar várias iniciativas que consolidam ações que dão visibilidade aos idosos, como a criação do "Estatuto do Idoso", que estabelece o direito do idoso à educação, cultura, esporte e lazer, e estipula o desconto de 50% na compra de ingressos para este tipo de atividades. Também se pode observar a ação governamental nesse sentido, acerca dos diversos programas implementados através do Sistema "S" (SESI, SESC, SENAI, SEBRAE) com o objetivo de facilitar o acesso dos idosos ao turismo (SENA; GONZÁLES; ÁVILA, 2007).

Um exemplo de política pública dedicada a trabalhar com o público da terceira idade no âmbito do turismo é o programa do governo federal, mais precisamente do Ministério do Turismo, chamado "Viaja Mais Melhor Idade".

Segundo o próprio site do programa Viaja mais (2014), ele foi criado com o objetivo de incentivar os brasileiros a viajarem pelo Brasil. O programa Viaja Mais Melhor Idade é uma iniciativa para proporcionar a idosos, aposentados e pensionistas a oportunidade de viajar pelo Brasil, ao mesmo tempo em que fortalece o turismo interno. Este público, que tem como uma de suas características a possibilidade de tirar férias em períodos de baixa temporada, podendo assim, minimizar um grande problema do setor turístico: a sazonalidade. Com isso, confere maior competitividade ao setor.

Os objetivos do programa são:

  1. Promover a inclusão social de pessoas com mais de 60 anos, de aposentados e de pensionistas, proporcionando-lhes oportunidades de viajar e de usufruir os benefícios da atividade turística, como forma de fortalecimento do setor no Brasil;
  2. Fortalecer o mercado interno, dinamizando a cadeia de distribuição do turismo e proporcionando maior estabilidade ao setor de serviços;
  3. Estimular a atividade turística, principalmente em períodos de baixa ocupação, como mecanismo de aumento da competitividade dos destinos nacionais e redução dos efeitos da sazonalidade;
  4. Proporcionar ao público-alvo maior conhecimento do país, de sua natureza, sua cultura e sua gente, incentivando o hábito da viagem;
  5. Fomentar as viagens internas por meio de mecanismos que viabilizem a oferta de produtos de qualidade e acessíveis a idosos, aposentados e pensionistas;
  6. Estimular o desenvolvimento de um mercado turístico segmentado para o público idoso, que permita uma relação real entre a qualidade e o preço dos serviços turísticos nacionais;
  7. Estimular o aprimoramento e a diversificação dos produtos turísticos já comercializados para o público idoso;
  8. Fortalecer o desenvolvimento econômico das pequenas e médias empresas, que compõem a maior parte da atividade turística nacional.

O Programa foi criado em 2007, com dois objetivos. Primeiro, fazer a inclusão social por meio do turismo, viabilizando o acesso do público idoso às viagens de lazer. E segundo, estimular o turismo interno, ao fazer com que aposentados, pensionistas e maiores de 60 anos aproveitem seu tempo livre para viajar pelo Brasil.

Sua primeira fase, encerrada em 2010, foi um sucesso, com a disponibilidade de tempo e recursos que caracterizam o público da melhor idade, promoveu-se o aumento das taxas de ocupação dos prestadores de serviços turísticos e, consequentemente, a redução dos efeitos da sazonalidade. Entre os anos de 2007 e 2010, 599 mil pacotes turísticos foram vendidos no âmbito do Programa Viaja Mais Melhor Idade, gerando mais de R$ 531 milhões (VIAJA MAIS, 2014).Em setembro de 2013, o Ministério do Turismo lançou a 2ª edição do Programa Viaja Mais Melhor Idade, com uma proposta mais abrangente e flexível, de acesso facilitado e com mais descontos e vantagens para o turista. Não há mais restrição de períodos ou de destinos para as viagens: elas podem ocorrer durante todo o ano e para qualquer destino turístico brasileiro.

Esse é um exemplo de programa que deu certo, tendo em vista os relatórios apresentados, beneficiando tanto os idosos quanto o turismo interno brasileiro.

5. Qualidade de vida através das viagens de lazer

Ter uma terceira idade feliz depende de vários fatores, mas principalmente da forma como o idoso se percebe nessa fase da vida e da sua capacidade de se adaptar as mudanças e transformações próprias do envelhecimento. A autonomia e independência na realização das atividades cotidianas, desde as mais básicas como alimentar-se, tomar banho e andar, até as mais complexas como administrar as finanças e realizar atividades de lazer, são fundamentais para uma vida plena (VECCHIA; RUIZ; CORRENTE, 2005).

Vecchia, Ruiz e Corrente (2005) relatam que o idoso precisa estar com suas plenas capacidades físicas, mentais e emocionais, a fim de poder cuidar da própria vida e dar sentido para a própria existência. Contudo, para algumas pessoas há o medo da velhice, da solidão e o senso de sentir-se menos competente para realizar suas atividades cotidianas, ou, sua capacidade de tomar decisões e governar sua vida influência na maneira como cada um enfrenta e vive o envelhecimento. Muitos idosos que não conseguem se adaptar a essas mudanças, acabam se isolando socialmente, diminuindo a interação com outras pessoas, o que pode levar a perda da satisfação com a própria vida, do prazer e da motivação, comprometendo suas capacidades físicas, intelectuais e emocionais.

Para os indivíduos que apresentam alguma doença crônica, como diabetes, colesterol alto, artrite reumatóide, hipertensão, adaptar-se ao processo de envelhecer juntamente com essas doenças pode ser mais trabalhoso, mas não impossível, além de ajudar a diminuir o impacto da doença na qualidade de vida e evitar maiores comprometimentos. 

Para que o idoso esteja bem consigo mesmo, ele precisa estar atento ao que lhe faz bem, ou seja, precisa ter uma boa qualidade de vida para sua velhice continuar progredindo de maneira adequada e saudável. Na Figura 1 estão inseridos seis tópicos relevantes para se obter qualidade de vida na terceira idade.

Figura 1 – Qualidade de vida: fatores de influência

Fonte: Colégio Estadual Antonio Carlos Gomes – Secretaria da Educação, PR

Entretanto, além dos tópicos apresentados na Figura 1, existem algumas dicas podem contribuir para que obtenha qualidade de vida na terceira idade, conforme aborda o endereço eletrônico Atitude Rima com Saúde, 2014:

  1. Alimentação equilibrada que auxilia na prevenção de várias doenças; 
  2. prática regular de atividades físicas que contribui para a conservação da saúde; 
  3. Saber usufruir de todos os momentos de lazer, assim como compartilhar as experiências vividas, possibilita uma boa relação com as pessoas;
  4. Estar de bem com a vida, cuidar da sua autoestima e realizar várias atividades que tragam alegria e bem-estar
    Acreditar em algo e cultivar a espiritualidade também auxilia a manter a saúde emocional.

Sendo assim, através de um modo de vida saudável, praticado por atitudes simples, o idoso poderá manter sua saúde e obter qualidade de vida, estando de bem com você mesmo, com a vida, com as pessoas queridas, enfim, estar em equilíbrio.

As agências buscam meios para promover viagens para destinos alternativos aos que já existem para pessoas idosas, como é o caso de estâncias hidrominerais ou hidrotermais. As viagens para idosos precisam oferecer possibilidades de participação e integração dessas pessoas em uma sociedade que tende a valorizar apenas o novo e o jovem (SILVA; KUSHANO; ÁVILA, 2008).

Silva, Kushano e Ávila (2008) abordam que as principais redes hoteleiras já estão descobrindo o grande negócio que significa atrair os chamados turistas da "melhor idade", oferecendo descontos significativos para turistas dessa faixa etária, que viajam no período de baixa estação. Os novos hotéis já contam com apartamentos adaptados, com tapetes antiderrapantes nos banheiros, barras de apoio, rampas e mão-de-obra especializada, com funcionários treinados para oferecer maior atenção a esse público.

Ao contrário do que se imagina, os idosos não querem lugares quietos. Querem localidades que ofereçam atrações durante o dia e a noite, cheias de agito e animação, são as favoritas. Segundo notícias recentes do endereço eletrônico do Ministério do Turismo (2014) entre os destinos mais procurados pelo público maduro estão os cruzeiros pelo litoral brasileiro e pelo exterior, roteiros aéreos para o Nordeste (em especial para Porto Seguro, Fortaleza), Serra Gaúcha, Caldas Novas, cidades históricas mineiras e Foz do Iguaçu. Para as viagens internacionais, a Europa está no topo da lista de preferências, seguida por América do Sul, Estados Unidos e Caribe.

6. Considerações finais

Ao desenvolver esta pesquisa bibliográfica, descritiva e reflexiva, constatou-se que atividades de lazer são importantes na vida dos idosos, e que estes percebem as coisas de maneiras diferentes. Para essas pessoas, é importante conviver em grupos constituídos de indivíduos da mesma faixa etária, pois desta forma é percebido melhora no desempenho das atividades de lazer, além de desenvolvimento pessoal e coletivo.

A partir dos dados levantados, foi possível verificar que no Brasil, este segmento turístico está crescendo ano a ano, devido ao aumento do público da terceira idade e, principalmente, pela maior conscientização da importância da atividade física e do lazer para se ter uma vida melhor. Cada vez mais, a inatividade e o sedentarismo se constituem em problemas a serem enfrentados pela sociedade, levando o idoso ao isolamento e tristeza. Mas, para aqueles que desejam viver com mais saúde, buscam alternativas, e algumas delas são as atividades de lazer, as viagens os encontros, entre outras. Independente da faixa etária, as pessoas são estimuladas ao movimento, ao contato com a natureza e à valorização de hábitos saudáveis, consequentemente melhorando sua qualidade de vida.

Observou-se que os idosos necessitam participar dessas atividades por sentirem-se muitas vezes, sozinhos, já que as atividades de lazer proporcionam uma fuga da solidão ou mesmo como passatempo. Com isso, os idosos tem a oportunidade de saírem de suas residências para encontrar diversões em locais apropriados e atrativos para assim, se sentirem confortados em meio a grupos e locais diferentes.

Sem ter a pretensão de encerrar discussão do tema, conclui-se este ensaio enfatizando que as atividades de lazer são importantes para terceira idade, dentre elas as viagens, por suas inúmeras vantagens, e contribuindo para melhoria da qualidade de vida dos idosos.

Referências Bibliográficas

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SOUZA, T. R. D. Lazer, turismo e políticas públicas para a terceira idade. Revista Científica Eletrônica Turismo (Peridiocidade semestral) – ano III Edição número 4 – Janeiro de 2006

VECCHIA, R. D.; RUIZ, T.; S. C. M.; CORRENTE, J. E. Qualidade de vida na terceira idade: um conceito subjetivo. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 8, n. 3, 2005

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1. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Comunitário da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. Graduada em Turismo pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná – UNICENTRO. E-mail: ana.perardt@hotmail.com

2. Professor do Curso de Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Comunitário da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. Doutor em Educação Física – UFPR. E-mail: khaledunicentro@hotmail.com


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