Espacios. Vol. 36 (Nº 14) Año 2015. Pág. 8

Análise da Cultura Inovadora em uma Indústria de Colchões

Analysis of Innovative Culture in a Mattress Industry

Ivan RECH 1; Joemir RUDNIK 2; Cristian Marcel PEREIRA 3; Marcia Adriana Tomaz DUARTE 4; André SCHLEMMER 5

Recibido: 01/04/15 • Aprobado: 18/05/2015


Contenido

1. Introdução

2 Fundamentação Teórica

3 Metodologia Da Pesquisa

4 Apresentação Dos Resultados

5 Considerações Finais

Referências Bibliográficas


RESUMO:

O estudo descrito neste artigo buscou verificar os fatores que contribuem para a cultura inovadora em uma empresa do ramo de colchões da região do planalto norte do estado de Santa Catarina - Brasil. A premissa fundamental é que os fatores internos da empresa, são determinantes para definir o nível do Quociente de Inovação (QI). Com o intuito de validar a premissa e analisar se a empresa apresenta uma cultura inovadora, foi aplicado um questionário formado por 6 blocos constituintes, subdivididos em 3 fatores cada, que por sua vez, são divididos em 3 elementos, totalizando 54 questões. Foram selecionados como respondentes 23 colaboradores da empresa de colchões, que tem ligação com a área de desenvolvimento de processos e produtos. Os resultados mostraram que a empresa estudada possui uma cultura inovadora moderada com QI de 2,78. Mesmo que a maioria dos fatores não tenham superado a média para serem classificados como inovadores, existem pontos bem desenvolvidos que foram registrados próximos da média e mostram potencial para gerar efeitos positivos no desenvolvimento da organização. Por fim, o estudo contribuiu na identificação dos fatores que possuem menor grau de inovação dentro da empresa de colchões, tornando possível a elaboração de estratégias para desenvolvimento e evolução da cultura inovadora.
Palavras chave: Cultura Inovadora, Quociente de Inovação, Inovação Empresarial.

ABSTRACT:

The study described in this paper aims to identify factors that contribute to innovative culture in a mattress branch company of the northern plateau region of the state of Santa Catarina - Brazil. The fundamental premise is that the internal factors of the company, are essential to set the level of Innovation Quotient (IQ). In order to validate the premise and analyze if the company presents an innovative culture, it was a questionnaire consisting of six building blocks, each divided into 3 factors, which in turn are divided into three elements, totaling 54 questions. They were selected as respondents 23 employees mattress company, which has ties to the area development processes and products. The results showed that the study has a moderate innovative company culture IQ 2.78. Even though most of the factors have not surpassed the average to be classified as innovative, there are well-developed points that were recorded close to the average and show potential to generate positive effects on the development of the organization. Finally, the study contributed to the identification of factors that have a lower degree of innovation within the mattress company, making possible the development of strategies for development and evolution of innovative culture.
Keywords: Innovative Culture Quotient Innovation, Business Innovation.

1. Introdução

As mudanças no ambiente organizacional são constantes, pois o mercado muda a cada momento. A busca por novos processos, novos produtos se tornam essenciais para a sustentabilidade dos negócios. Na busca pelo sucesso e para não ser amortizada pela concorrência, a inovação passou a ser uma fator de extrema importância. Conforme Johnston e Bate (2003), é possível observar um número crescente de organizações que elegeram a capacidade de inovação como sendo uma competência central que deve ser perseguida de forma pragmática e sistemática, não sendo raro os casos onde a necessidade está descrita na própria missão da organização.

Para as organizações, inovação não é apenas a oportunidade de crescer e sobreviver, mas também de influenciar decisivamente os rumos da indústria em que se insere. Algumas das empresas mais inovadoras perceberam que introduzir mudanças em componentes importantes dos produtos pode redirecionar a competitividade. Porém, a capacidade de inovação de uma indústria, não é uma garantia de sucesso, para o inovador é apenas uma oportunidade. Se pensarmos a longo prazo, a única forma de garantir o futuro de qualquer empresa é a sua capacidade de inovar melhor e de forma mais contínua em comparação com seus concorrentes. Nesse sentido que Davila, Epstein e Shelton (2007) reforçam que a inovação de qualidade oferece para a empresa oportunidade de crescer na forma mais rápida e eficaz do que os concorrentes.

O tema proposto para o desenvolvimento deste estudo apresentará contribuições a partir dos resultados obtidos, para que a empresa corrija as deficiências identificadas, e consequentemente, crie procedimentos e/ou utilize novas ferramentas para o desenvolvimento da inovação. Coral, Ogliari e Abreu (2011), afirmam que a inovação precisa se desenvolver em todos os setores da organização, principalmente focado na realização de um diagnóstico da organização, com o intuito de avaliar a sua situação atual e as necessidades reais de inovação.

Por tanto, o objetivo do estudo é verificar os fatores que contribuem para o processo de inovação em uma indústria de colchões de São Bento do Sul – SC, Brasil. Para isso, foi necessário levantar informações sobre a inovação, através da revisão de literatura que aborda o tema. A segunda etapa foi identificar quais fatores contribuem para a inovação, pois em uma empresa pode haver diversos fatores, que segundo Zuin e Queiroz (2006), são esses fatores que motivam a inovação, por exemplo, objetivo de mercado, qualidade, redução de custos, etc. Por fim, a última etapa foi a comparação dos fatores para a inovação, Panne, Beers e Kleinknecht (2003) afirmam que os principais fatores para a inovação são projetos de desenvolvimento, pontos relacionados com a empresa, as características dos produtos e os aspectos relacionados ao mercado.

O artigo está estruturado em cinco seções, incluído Introdução, Fundamentação Teórica, que trata dos tópicos: inovação; conceitos, tipos de inovação, a importância da inovação nas organizações. A terceira seção abrange os aspectos Metodológicos da Pesquisa, a quarta seção contém a apresentação dos Resultados, e na quinta seção são apresentados as Considerações Finais seguidas das Referências Bibliográficas. Cabe ressaltar que o artigo foi gerado de um Trabalho de Conclusão de Curso de Administração da Universidade do Contestado Campus Rio Negrinho – SC, Brasil.

2. Fundamentação Teórica

A fundamentação teórica consiste em embasar a pesquisa com ideias e conceitos de outros autores. Também deve servir como uma espécie de base para a análise e interpretação dos dados coletados.

2.1 Inovação: Conceito

Desde os primórdios o homem procurou e inventou ferramentas que pudessem facilitar suas rotinas, buscando uma melhor forma de viver. Sua curiosidade proporcionou várias descobertas, que foram evoluindo com o tempo (FREITAS FILHO, 2013). Desta evolução, a sociedade como um todo, encontra-se diante de dificuldades, e na busca pelo conhecimento e desenvolvimento, a inovação foi um fator importante para a melhoria do cotidiano social. Assim, as pessoas mudam seus comportamentos, culturas, valores e hábitos, adotam novos processos e produtos com o objetivo de facilitar suas vidas e prolongar sua existência (ZUIN, 2006).

Outra característica fundamental é a intensidade com que as mudanças no mundo empresarial ocorrem, a inovação em um âmbito geral, desenvolvida de maneira planejada, torna-se fator decisivo para o desenvolvimento sustentável dos negócios. Vários trabalhos têm sido desenvolvidos para entender a dinâmica do processo de inovação numa organização empresarial, os fatores e variáveis que podem influenciar a mesma, e logo após, apresentam recomendações para que as organizações tornem-se mais inovadoras. Mesmo com diversas pesquisas desenvolvidas no assunto inovação, o fenômeno ainda não é totalmente compreendido (NEELY; HII, 1998).

Em outras palavras, ainda existem poucas organizações consideradas inovadoras, isso ocorre porque a inovação traz consigo a necessidade de tolerar erros. Nos dias atuais onde as empresas buscam a qualidade total, padronizações, erro zero, essa tolerância a erros está cada vez mais distante. Procura-se processos repetitivos e controláveis, desta forma não sobra espaço para a inovação e a criatividade, pois para tê-las é preciso tentar, buscar, errar, refazer e persistir (DOROW et. al, 2013).

Conforme Carlomagno e Scherer (2009), existem diversos conceitos sobre a inovação, havendo desde definições extensas até as mais compactas. No pensamento de Freitas Filho (2013), o conceito de inovação pode ser entendido como mudanças naturais no estado das coisas, como alterações e implementações significativas que tenham adquirido sucesso nos produtos, serviços ou processos.

A inovação é um tema que abrange todos os produtos, processos e serviços no cenário atual e, sem ela, não se pode renovar e nem reciclar, e como consequência, não consegue-se manter no mercado competitivo dos dias atuais (SEBRAE, 2013).

No conceito de Carlomagno e Scherer (2009), inovação é algo simples, novo, que conceda a empresa resultados e traga retorno. Diante destas conceituações, entendemos que a inovação não deve ser observada apenas como algo momentâneo, mas sim permanente, e gerenciá-la de forma correta, medindo e comparando o investimento com o grau de risco.

2.2 Tipos De Inovação

Quando o termo inovação está no escopo, geralmente se pensa em produtos, e talvez isso seja o mais comum e perceptível para os consumidores. Mas na atualidade, as empresas inovadoras, mostram que as estratégias não estão focadas somente nos produtos, mas sim em uma variedade de possibilidades. Lindegaard (2011) apresenta uma lista com relação de doze tipos de inovação podendo ser: modelo comercial, redes e alianças, habilitar processos, processos centrais, desempenho do produto, sistema do produto, serviço, canal, marca e por fim, experiência do cliente.

Carlomagno e Scherer (2013), afirmam nos seus estudos que existem inovações radicais capazes de transformar mercados, criar novas categorias e mudar a forma de competitividade. Ainda comentam que existem inovações que podem incrementar com menor intensidade os impactos nos resultados. Além disso, enfatizam que a capacidade de agregar valor nas inovações está diretamente ligada na dificuldade de imitação do produto ou serviço. Quando a empresa possui uma sequência de inovações, em vários tipos e intensidades a mesma garante uma maior vantagem competitiva. A seguir, no quadro 1, apresentamos a listagem dos doze tipos de inovação, com uma definição clara de cada tipo e exemplos que os ilustram:

Quadro 1 – Tipologia da Inovação

TIPO

DEFINIÇÃO

EXEMPLOS INNOSCIENCE

Oferta

Desenvolvimento de novos produtos ou serviços.

Plástico Verde, Braskem, Viagra

Plataforma

Utilizar a mesma plataforma tecnológica ou componentes para criar novos produtos utiliza a modularidade como estratégia.

Tela multitoque, Apple, App

Soluções

Através da combinação de produtos, serviços e informação, criam-se soluções integradas para atender às necessidades do público.

XP Investimentos,

Nespresso Nestlé

Clientes

Verificar público ou segmentos não atendidos.

Condomínios verdes,

Comidas para crianças,

Cartão pré-pagos

Experiência

do Consumidor

Repensar a interação da empresa com os públicos. Criar novas experiências e sensações ao público.

HSM, Abercrombie and fitch, Tok&Stok

Captura de valor

Redefinir como a empresa é remunerada por seus produtos e serviços.

Skype, Peixe Urbano

Processos

Redesenho dos processos para aumentar eficiência.

Dell Computers, Hospital Sírio Libanês

Organização

Mudanças na estrutura de funcionamento da empresa. Pode envolver a alteração do escopo da atuação ou da forma como la está organizada.

Banco Sicredi, Google

Cadeia de fornecimento

Pensar diferente sobre fornecimento, movimentação e entrega dos produtos ou serviços.

Embraer, Ferramentas Gerais

Presença

Criar novos canais de distribuição ou locais em que os produtos ou serviços podem ser oferecidos.

Nike Town, Avon,

XP Investimentos

Relacionamentos

Criar uma nova ligação entre a empresa e seus clientes de forma a criar maiores benefícios ou aumentar a eficiência no atendimento.

Bancos Premium, Tecnisa Web

Marca

Utilizar a marca como alavanca para novas oportunidades em outros setores.

Coca-Cola, Armani

Fonte: Adaptado de Carlomagno e Scherer (2009)

2.3 A Importância Da Inovação Nas Organizações

O mercado vive em constante mudança, seja pelo aumento da exigência do consumidor ou pela crescente competitividade em relação a produtos e serviços, forçando as organizações a procurarem soluções, estratégias e instrumentos não só para se manterem no mercado, mas também para obter um lugar de destaque. Com isso, as empresas passaram a reconhecer a importância de criar um ambiente inovador, tanto internamente como externamente, através dos benefícios que esse instrumento os proporciona.

Segundo o Sebrae (2013), a inovação de certa forma, orienta organizações e economias, mas para isso é preciso alinhar pessoas, processos e recursos em função da mesma estratégia tecnológica e inovativa, adaptando-se ao mercado e buscando atender as necessidades dos clientes. A inovação não está ligada apenas na abertura de novos mercados, pode ser realizada para atender mercados que já tenham certa maturidade, principalmente aqueles mercados que buscam constantemente atrair novos consumidores.

Para Dorow et. al. (2013), a inovação contribuiu de inúmeras formas para o posicionamento das organizações no mercado, confirmado por pesquisas que mostraram a relação entre o desempenho mercadológico com a inserção de produtos novos, o que permite obter novas fatias no mercado tão acirrado, e trazendo o retorno esperado pela organização. Quando trata-se de produtos já estabelecidos no mercado, não será somente com a diferenciação dos preços que se obtêm a atenção dos consumidores, a outros fatores que influenciam na decisão e precisam ser analisados, por exemplo, modelo, customização, embalagem, qualidade, etc.

Ressaltamos que a competividade força as empresas a buscar a inovação em todos os setores, acelerando cada vez mais o ritmo. Essas mudanças oferecem também ao cliente, as diferenciações em termos de qualidade, acessibilidade, disponibilidade, eficiência e preços (KOULOPOULOS, 2011). As empresas que possuírem grau de inovação elevado estarão sempre um passo à frente em relação a concorrência.

Não se pode deixar de lembrar também que os benefícios advindos por meio da inovação, ajudam no desempenho da organização, e nos ganhos obtidos pelas vantagens competitivas. Segundo Carvalho, Reis e Cavalcante (2011), o aumento da demanda dos produtos e serviços; a melhor defesa da posição competitiva; a redução de custos; a ampliação de margens; o aumento da competência para inovar, são alguns dos benefícios adquiridos através da inovação.

Sendo assim, podemos dizer que essas transformações aplicadas na organização empresarial, são capazes de modificar atitudes e comportamentos para melhoria do desempenho como um todo, nesse sentido que se insere a cultura inovadora nas empresas.

3. Metodologia Da Pesquisa

Segundo De Oliveira (1998), a ciência trata estudo como uma relação de causa e efeito, onde se procura demonstrar fatos e aplicações de um fenômeno qualquer, para isso, são utilizados indicadores metodológicos.

Para verificar se fatores contribuem para o processo de inovação em uma indústria, optou-se por uma organização pertencente ao ramo de fabricação de colchões de São Bento do Sul – SC, Brasil, pelo motivo de tal ramo estar em constante expansão e inovação nesta região. Seus produtos necessitam cada vez mais de diferenciação para destacar-se da concorrência e também para poder agradar novos valores aos clientes, por exemplo, estética, conforto, ergonomia ou design, com o objetivo de garantir o retorno desejado.

A amostra selecionada para esta pesquisa foi intencional, onde foram selecionados certos indivíduos dentro da organização, pelo julgamento dos mesmos serem os mais representativos. Conforme De Oliveira (1998), quando se deseja coletar informações específicas sobre uma certa população, e a mesma é formada por um grande número de indivíduos, se torna necessário classificar apenas uma parte deste universo. Corroborando Martinez e Ferreira (2007), a próxima questão seria escolher uma amostra representativa, permitindo obter os resultados com a maior confiabilidade possível.

Existem duas categorias de amostragem, sendo uma probabilística e uma não-probabilística. O presente trabalho possui as características de uma amostragem não-probabilísticas. Segundo Martinez e Ferreira (2007), a não-probabilística permite extrair elementos de uma forma totalmente aleatória e não específica do universo, porém, conforme De Oliveira (1998), a amostragem não-probabilística por julgamento é quando o pesquisador considera um extrato melhor da amostra para o estudo e desenvolvimento da pesquisa.

Além disso, "pode-se definir método como caminho para chegar a um determinado fim. E método científico com o conjunto de procedimentos intelectuais ou técnicos adotados para se atingir o conhecimento" (GIL, 1999, p. 26). Assim, cada pesquisa tem suas próprias especificidades para chegar aos resultados.

3.1 Caracterização Da Pesquisa

Em cada pesquisa é o propósito que define a sua natureza. Segundo Silva e Menezes (2005), a pesquisa aplicada tem como objetivo gerar conhecimentos para que a aplicação seja prática e focada na solução dos problemas especificados. Ainda pode-se caracterizá-la como sendo quantitativa, considerando-se que se pode quantificar tudo em sua volta, isso significa ser possível traduzir em números os dados e informações, as quais podem ser analisadas e classificadas, utilizando técnicas estatísticas como recurso (SILVA; MENEZES, 2005).

Para a realização da pesquisa foi utilizado dados obtidos através de uma pesquisa descritiva, que visa estabelecer relação entre variáveis e descrever características de uma determinada população (GIL, 1991). Ainda conforme o autor, trata-se de uma pesquisa explicativa, pelo motivo de identificar fatores que são determinantes ou que contribuem para o acontecimento de fenômenos, tentando explicar a realidade através do aprofundamento do conhecimento.

No que se refere aos procedimentos técnicos, a pesquisa é bibliográfica, utilizando-se de material publicado, constituído principalmente de livros e artigos científicos através de um levantamento do quociente de inovação junto aos colaboradores afim de descrever a aplicação do quociente de inovação na empresa definida.

3.2 Coleta, Tratamento E Análise Dos Dados

Como instrumento de coleta de dados para esta pesquisa, foi aplicado um questionário com perguntas fechadas, por não haver a necessidade de descrição ou justificativa sobre a resposta. Foram selecionados como respondentes os colaboradores que interagem diretamente com a inovação dentro da empresa de colchões, totalizando 23 respondentes. O questionário utilizado e aplicado para calcular o quociente de inovação (QI) foi de acordo com o modelo proposto por Jay Rao e Joseph Weintraub do Babson College, publicado pelo MIT Sloan Management Review em 2013. O mesmo modelo também pode ser encontrado na revista HSM Management - informação e conhecimento para gestão empresarial vol. 17, nº 102 de Janeiro/Fevereiro 2014, p. 74 – que propõe uma pesquisa interna para calcular nas organizações o que chamam de "quociente de inovação". O questionário é separado por 6 blocos, 18 fatores totalizando 54 elementos, que podem ser medidos pela intensidade com que existem na organização. As perguntas são realizadas de acordo com cada elemento. A seguir detalhamos os blocos e seus elementos:

O bloco 1 – VALORES possui os seguintes fatores:

  1. Empreendedorismo (fome, ambiguidade, foco na ação);
  2. Criatividade (imaginação, autonomia, descontração);
  3. Aprendizado (curiosidade, experimento, aceitação do erro).

O bloco 2 – COMPORTAMENTOS possui os seguintes fatores:

  1. Estimular (inspiração, desafio, modelo);
  2. Engajar (coaching, iniciativa, apoio);
  3. Capacitar (influência, adaptação, determinação).

O bloco 3 – CLIMA possui os seguintes fatores:

  1. Colaboração (comunidade, diversidade, trabalho em equipe);
  2. Segurança (confiança, integridade, abertura);
  3. Simplicidade (sem burocracia, responsabilidade, tomada de decisão).

O bloco 4 – RECURSOS possui os seguintes fatores:

  1. Pessoas (campeões, especialistas, talento);
  2. Sistemas (seleção, comunicação, ecossistema);
  3. Projetos (tempo, dinheiro, espaço).

O bloco 5 – PROCESSO possui os seguintes fatores:

  1. Ideação (gerar, filtrar, priorizar);
  2. Formatação (protótipo, interação, erros inteligentes);
  3. Conquista (flexibilidade, lançamento, escala).

O bloco 6 – SUCESSO possui os seguintes fatores:

  1. Externo (clientes, concorrentes, financeiro);
  2. Empreendimento (propósito, disciplina, habilidades);
  3. Individual (com os elementos: satisfação, crescimento, recompensa).

A escala para verificar os elementos dos 06 blocos que formam o quociente de inovação são de 1 a 5, sendo 1 – não existe inovação, 2 – existe em pequena medida, 3 – existe em média/moderada medida, 4 – em grande medida e 5 – em medida muito grande. Para a interpretação da escala, Rao e Weintraub (2013) representaram através dos seguintes critérios: se a média for 1 < QI < 2 a empresa será considerada de baixo grau de inovação; para 2 < QI < 4 o grau de inovação será moderado e QI > 4 a empresa possui um alto grau de inovação.

De acordo com o modelo proposto, o mais importante para uma organização não é apenas ter conhecimento teórico acerca do conceito de inovação e das metodologias possíveis para o design de ideias, e sim identificar, reconhecer e aprimorar uma verdadeira "cultura da inovação", traduzida em projetos e ações efetivas nas diversas áreas da atuação profissional. Através da pesquisa feita, os elementos com menores escalas de notas poderão ser aprimorados através de plano de ação. É importante ressaltar que as respostas não são identificadas pessoalmente e que somente os resultados globais da unidade serão considerados para efeitos estatísticos acerca do quoeficiente de inovação da empresa.

Para o tratamento dos dados obtidos através da coleta acima descrita, foi utilizado o software Sphinks. O mesmo foi usado para tabulação dos dados e obtenção das médias, as quais foram analisadas e descritas na apresentação dos resultados por representações gráficas.

4. Apresentação Dos Resultados

Como todos os questionários foram respondidos corretamente, observamos que mais de 80% dos respondentes, trabalham a mais de 5 anos na empresa de colchões. Conforme Martinez e Ferreira (2007), esta característica dos respondentes indica que os mesmos possuem uma boa visão sobre o processo de inovação na empresa.

O questionário abordou seis blocos constituintes, dos quais foram obtidas as médias da extração e análise dos fatores e elementos. Desta forma foi feito a comparação das médias através da interpretação por critérios de Rao e Weintraub (2013), a base da média é 3,40 pelo fato dos autores indicá-la como sendo mínima para que a empresa possa atingir o nível onde se desenvolve a cultura inovadora. Na sequência, apresentamos a representação gráfica com os resultados dos 06 blocos do quociente de inovação (QI), o gráfico possui uma linha azul com o resultado da pesquisa e na linha de cor laranja a média mínima com base em Rao e Weintraub (2013).     

Gráfico 1 – Resultado dos 06 Blocos Constituintes do QI

Capturar grafico blocos todos

Fonte: Os autores.

Conforme o gráfico 1, o bloco que obteve a maior média de desempenho dentre os demais, foi a dos VALORES, que ficou com 3,18. Neste bloco de VALORES, aborda os fatores empreendedorismo, criatividade e aprendizado, porém, acabou ficando abaixo da média 3,40, conforme demostrado no estudo Zattar et al. (2014), a empresa tem praticado iniciativas inovadoras, mas que ainda pode realizar melhorias em sua cultura inovadora. O bloco constituinte que ficou com a menor média foi o de PROCESSOS, que engloba os fatores ideação, formatação e conquista, alcançou apenas a média 2,78. Nenhum dos blocos chegou ao nível em que faz inovação, porém nenhum deles também ficou abaixo da média 2,00, o que indicaria que a empresa ainda tem um longo caminho a percorrer para ser considerada inovadora.

O bloco VALORES inicia as perguntas do questionário e está subdividido no gráfico 2, onde as colunas azuis representam os fatores: empreendedorismo, criatividade e aprendizado, e as amarelas representam os seus elementos. O mesmo mostra que o fator criatividade esteve bem próximo de alcançar o nível inovador, porém o elemento imaginação esteve com a média inferior à proposta. Os elementos denominados autonomia e descontração, atingiram o nível onde se faz inovação, mostrando que a criatividade é uma força da empresa. Ressaltando também o elemento fome, que por pouco não atingiu a média, o que deixa claro o desejo que a empresa tem em explorar oportunidades e gerar novas possibilidades, sendo o mesmo pertencente ao fator empreendedorismo. Este fator ainda possui o elemento foco na ação, que apresentou a menor média deste bloco, podendo ser considerado como um ponto para melhoria.

Gráfico 2 – Bloco Valores

Valores

Fonte: Os autores.

O bloco COMPORTAMENTOS subdivide-se conforme o gráfico 3, nos seguintes fatores: estimular, engajar e capacitar. Através do gráfico percebe-se que a maioria dos fatores não obtiveram a média, com isso acabaram classificadas na escala 2 – onde a inovação existe em pequena medida, consequentemente, seus elementos se encontram na mesma situação. O destaque deste bloco, foi para o elemento desafio do fator estimular, que atesta que os líderes da organização se desafiam a pensar e agir de modo empreendedor, conduzindo ao caminho da inovação. Existe ainda um elemento designado iniciativa, que ficou com a menor média neste bloco, ou seja, a empresa apresenta pouca capacidade de impor e desenvolver novas ideias.

Gráfico 3 – Bloco Comportamento

Comportamento

Fonte: Os autores.

O gráfico 4 demonstra os resultados do bloco CLIMA, seus fatores colaboração, segurança e simplicidade, não atingiram a média da inovação. Mas o mesmo também demonstra que o elemento integridade atingiu o nível inovador, trata das decisões e ações inconscientes que a empresa possui com seus valores, este elemento está inserido no fator segurança. No fator colaboração há o elemento trabalho em equipe, que ficou alguns pontos abaixo da média, mas deixa transparecer que é uma força da empresa de colchões. Ainda no bloco segurança, há um terceiro elemento denominado confiança, atingiu a média 3,30, estando na terceira colocação dentre as maiores médias dos elementos deste bloco, o mesmo questiona se a empresa é consciente e realmente faz o que se diz, demonstrando ser mais um item que se desenvolve para conquistar o status inovador.

Gráfico 4 – Bloco Clima

Clima

Fonte: Os autores

Os fatores, pessoas, sistemas e projetos, e nem seus respectivos elementos, englobados pelo bloco RECURSOS, visualizados pelo gráfico 5, alcançaram a média de inovação proposta. Tendo apenas dois elementos chegando próximos a média, um deles sendo o talento, fazendo parte do fator pessoas, ressalva que a empresa tem uma boa quantidade de talento interno para obter sucesso em seus projetos de inovação. O fator sistemas com o elemento ecossistema se igualou com a média 3,30 do talento, que indaga sua ascendente força em alavancar os relacionamentos com fornecedores e vendedores para proporcionar inovação.

Mesmo demonstrando pontos em desenvolvimento, o bloco RECURSOS tem a necessidade da elaboração de planos de melhoria, não que isto indique que a empresa não apresente potencial, mas sim que pode aprimorar estes elementos. Um deles é a seleção que obteve a menor média. O mesmo aponta que os sistemas de recrutamento e contratação da empresa de colchões, devem ser aprimorados, afim de alavancarem com maior ênfase a cultura inovadora da organização.

Gráfico 5 – Bloco Recursos

Recursos

Fonte: Os autores

O bloco PROCESSO, segmentado nos fatores: ideação, formatação e conquista, resumido no gráfico 6, revela que os fatores alcançaram as médias 2,51, 2,96 e 2,88 respectivamente, ficando abaixo da média estabelecida 3,40, classificando-se assim na escala 2 – onde a inovação existe em pequena medida. Deste modo seus elementos tiveram o mesmo desempenho, com distinção apenas do elemento lançamento, pertinente do fator conquista, com pontuação próxima a média determinada.

O elemento lançamento significa que a empresa possui uma boa visão, e desta forma consegue se inserir rapidamente nos mercados que possuem as oportunidades mais promissoras, com grandes probabilidades de conquistar novos clientes e uma maior fatia do mercado.

Enfatizamos que foi no bloco PROCESSO, que registramos o item com a menor média (2,26) dentre todos os elementos de todos os blocos, representado pelo elemento priorizar do fator Ideação, que traduz se há seleção de oportunidades baseadas em um portfólio de riscos na empresa.

Gráfico 6 – Bloco Processo

Processo

Fonte: Os autores

Por fim, o bloco SUCESSO, visualizado no gráfico 7, destaca-se o elemento clientes, com média de 3,61, sendo assim o de maior média auferida dentre todos os elementos pesquisados. Este elemento está dentro do fator externo, que atingiu a média de 3,36, o mesmo solidifica que a empresa de colchões transpõe uma imagem de organização inovadora para seus clientes, e corroborando, o elemento concorrentes do mesmo fator, que avalia se o seu desempenho inovador é melhor do que outras empresas do setor, atingiu a média de 3,39, validando a força deste fator.

Todavia o elemento habilidades, foi o destaque do fator empreendimento, com média de 3,35, o que consagra a ideia que os projetos de inovação ajudaram a empresa no desenvolvimento de capacidades. Quesito este que é de suma importância para qualquer organização que queira ser reconhecida como inovadora.

Gráfico 7 – Bloco Sucesso

Sucesso

Fonte: Os autores

O questionário para medir o quociente de inovação, ajudou a localizar os pontos fortes e fracos relativos a inovação na empresa e classificar fatores e elementos que apoiam a inovação da mesma. A ferramenta é aplicável em qualquer nível de uma organização e com base nas respostas de colaboradores, os gestores determinam o quociente de inovação de sua área. Após analisar os resultados do levantamento, pode-se ter um retrato claro e sólido dos pontos em que a cultura da empresa é forte ou fraca e focar nas áreas as quais as melhorias são necessárias.

Os resultados também fornecem oportunidades para aprendizado. Usar o QI pode ser o primeiro passo para melhorar a cultura inovadora. No desenvolvimento de um plano que utiliza os resultados do levantamento, as empresas devem começar por seus pontos fortes, avançando aos poucos para melhoria dos processos e na busca de uma cultura organizacional mais inovadora. Além disso, Rao e Weintraub (2013) afirmam que dificilmente uma organização alcançaria pontuação classificada na escala 5 – com inovação em medida muito grande, pois existem muitos obstáculos a serem superados para que este nível seja atingido.

5. Considerações Finais

Neste estudo foram verificados os fatores que contribuem para o processo de inovação em uma indústria de colchões de São Bento do Sul – SC, Brasil.

Na verificação dos fatores os resultados foram obtidos através de um questionário baseado no modelo elaborado por Rao e Weintraub (2013), o mesmo foi direcionado para respondentes que estão relacionados com a inovação dentro da organização selecionada, a partir de uma amostra intencional não-probabilística.

O trabalho objetivou identificar fatores na empresa de colchões que possam ser explorados e gerar oportunidades para possíveis melhorias na questão da cultura inovadora. A pesquisa mostrou que a empresa possui um nível moderado (2 < QI < 4) em inovação, de acordo com a interpretação da escala de Rao e Weintraub (2013). Apesar das médias revelarem pontos positivos, a mesma está no nível da escala onde existe em pequena medida a inovação, isso não significa que nada tem sido feito referente a essa questão, pois grande parte das médias atingidas dos elementos abordados chegaram a patamares bem próximos do nível onde os autores afirmam que a organização faz uso da cultura inovadora, com algumas que até ultrapassaram a média mínima estipulada.

Assim, os resultados confirmam o estudo de Zattar et al. (2014), que é possível identificar pontos fracos e fortes relativos a cultura inovadora da empresa com a aplicação desta ferramenta. Com essa análise feita na empresa de colchões concluímos que a premissa é verdadeira, ou seja, os fatores internos da empresa são determinantes para definir o nível do Quociente de Inovação (QI).

Os elementos como autonomia e descontração pertencentes ao fator criatividade, e também os elementos integridade e clientes, atingiram o nível em que a empresa faz uso da inovação, merecendo um lugar de destaque na pesquisa.

Embora a média do restante dos elementos possuírem itens a serem melhorados, a pesquisa mostrou que os colaboradores da mesma tem um perfil adequado para inovação, o que sugere que a empresa está no caminho certo para concretizar a cultura inovadora em todos os blocos.

A inovação tornou-se uma necessidade constante para que as empresas mantenham sua competitividade, numa economia cada vez mais global e acirrada, à capacidade de promover melhorias e criar novos produtos é um fator de extrema importância para encarar os desafios do mercado.

Algumas recomendações podem ser feitas, como a necessidade de criação e definições de estruturas e processos que permita a coleta de ideias, e que possa ser capaz de abranger colaboradores, clientes e fornecedores. Além disso, direcionar os recursos com uma gestão de projetos eficiente e sistemática, desta forma, abrindo possiblidades da empresa recolher o maior número possível de ideias. Outro fator importante é o desenvolvimento da metodologia de execução dos projetos, o envolvimento do corpo executivo da empresa e a colaboração com clientes e fornecedores.

Enfim, aplicando as melhorias e trazendo o envolvimento dos colaboradores nas organizações, acreditamos que surge o avanço da cultura inovadora, e com isso o crescimento promissor nos negócios. 

Referências Bibliográficas

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1.Mestrando do Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, Centro Universitário Tupy – UniSociesc, Joinville, Brasil, e-mail: ivanr@unc.br
2. Bacharel em Administração pela Universidade do Contestado Campus Rio Negrinho – SC, Brasil, e-mail: jo.rudnikg3@gmail.com
3. Bacharel em Administração pela Universidade do Contestado Campus Rio Negrinho – SC, Brasil, e-mail: cristiansbs1@gmail.com
4. Doutora, pesquisadora e professora do Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, Centro Universitário Tupy – UniSociesc, Joinville, Brasil, e-mail: marcia.duarte@sociesc.org.br

5. Mestre, pesquisador e professor da Universidade do Contestado Campus Rio Negrinho – SC, Brasil, e-mail: schlemmer.andre@gmail.com


 

Vol. 36 (Nº 14) Año 2015

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