Espacios. Vol. 36 (Nº 15) Año 2015. Pág. 09

Economia Criativa como alternativa para o desenvolvimento em São José do Barreiro – SP

Creative Economy as an alternative to the development in São José do Barreiro – SP

Felipe Rezende SANTOS 1; Ademir Pereira dos SANTOS 2; George Rembrandt GUTLICH 3; Edson Trajano VIEIRA 4

Recibido: 09/04/15 • Aprobado: 23/05/2015


Contenido

1. Introdução

2. Economia Criativa

3. Resultados e discussões

4. Considerações Finais

5. Referencias Bibliográficas


RESUMO:

A economia criativa nasce como proposta de atividade rentável através da inovação e das ideias criativas. O presente artigo tem como objetivo principal apontar a contribuição da Economia Criativa para o desenvolvimento no município de São José do Barreiro estado de São Paulo. A pesquisa caracteriza-se como exploratória, de abordagem qualitativa, com delineamento bibliográfico e documental. As conclusões permitem afirmar que essa ausência de informações dificulta identificar as oportunidades de desenvolvimento dos empreendimentos criativos. Destaca-se ainda, a necessidade de articulação e estímulo a esses empreendimentos que são de baixo custo e capaz de contribuir para processo de desenvolvimento em município como o de São José do Barreiro.
Palavras-chave: Economia criativa; Desenvolvimento Regional; São José do Barreiro.

ABSTRACT:

The creative economy is born as a profitable activity proposed by the innovation and the creative ideas. This article aims to point the Creative Economy contribution to the development in the municipality of São José do Barreiro, São Paulo State. The research is characterized as exploratory, qualitative approach, bibliographical and documentary design. The findings have revealed that this lack of information makes it difficult to identify the opportunities for the development of creative endeavors. It still stands out the need to articulate and the encouragement to those enterprises which are low cost and able to contribute to the development process in the municipality as in São José do Barreiro.
Keywords: Creative Economy; Regional Development; São José do Barreiro.

1. Introdução

O desenvolvimento econômico vem sendo cada vez mais discutido no sentido de solidificar sua diferença com o conceito de crescimento econômico. A diferença básica estaria no produto social atingido, ou seja, a relação de distribuição das riquezas geradas. Nas últimas décadas, a historiografia assistiu a um claro crescimento da rejeição à idéia de que a vida social e cultural seja direta e linearmente determinada pelas dimensões da economia e da vida material.

A escolha do município de São José do Barreiro por ser este o que apresenta pior indicador de desenvolvimento do estado de São Paulo, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, mesmo estando localizado em uma das regiões mais ricas do Brasil, o Vale Paraíba paulista.

O presente artigo tem como objetivo principal apontar a contribuição da Economia Criativa para o desenvolvimento no município de São José do Barreiro estado de São Paulo. A economia criativa nasce como proposta de atividade rentável através da inovação e das ideias criativas, em um mundo de acesso virtual a informação, e formas de produção de uma comunidade dedicada na criação de produtos e serviços personalizados impactando diversas cadeias produtivas.

A metodologia utilizada foi uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, com delineamento bibliográfico e documental.

A criatividade pode ter sido o primeiro indutor de desenvolvimento, seja ele humano ou local uma vez que o homem estabelece uma relação espacial imediata a sua existência, geradora de hábitos e costumes ao que podemos chamar de cultura. O município apresenta grande potencial de desenvolvimento nas áreas de turismo histórico e cultural e na produção de artesanato e trabalhado manuais, já ofertados na região de forma ainda embrionária. A busca por alternativas com ações de economia criativa podem dinamizar essas atividades econômicas e contribuir para o desenvolvimento local?

2. Economia Criativa

Entende-se como economia criativa, o cenário contemporâneo derivado da convergência entre as áreas da cultura da tecnologia e da economia, em diversos segmentos onde a criatividade funciona como matéria prima na criação de produtos e serviços de alto valor agregado, relacionados com aspectos simbólicos, atuando na geração de emprego e renda.

O conceito tem origem no fim dos anos 90 com uma política de planejamento lançada pelo governo da Austrália onde a preocupação era potencializar as economias sustentáveis no país com base em sua cultura e seu meio ambiente. O programa intitulado Nação Criativa visava principalmente movimentar o segmento do turismo. (BENDASSOLI, 2009).

Em seguida o governo britânico toma a iniciativa de encomendar um estudo dessas economias disposto a estimular vantagens competitivas no campo econômico em âmbito regional e internacional. O estudo classifica os seguintes campos como setores criativos: publicidade, arquitetura, mercado de artes e antiguidades, artesanato, design, design de moda, cinema, software, softwares interativos para lazer música, artes performáticas, indústria editorial, rádio, TV, museus, galerias e as atividades relacionadas às tradições culturais (DCMS, 2005).

Howkins (2001) inclui ao método britânico uma visão empresarial baseada nos conceitos de propriedade intelectual, na qual marcas, patentes e direitos autorais forneciam os princípios para transformação da criatividade em produto. É importante observar a preocupação do estudo com uma visão sobre toda a cadeia produtiva da indústria criativa. A UNCTAD considera que: "a cadeia produtiva é composta pelos ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam criatividade e capital intelectual como insumos primários" (UNESCO, 2007).

Nesse sentido, a cadeia da indústria criativa é formada por três grandes áreas. Núcleo Criativo: centro de toda a Cadeia Produtiva da Indústria Criativa, é formado por atividades econômicas que têm ideias, como insumo principal para geração de valor. Atividades Relacionadas: provêm diretamente bens e serviços ao núcleo, são representadas em grande parte por indústrias e empresas de serviços fornecedoras de materiais e elementos fundamentais para o funcionamento do núcleo. Apoio: ofertantes de bens e serviços de forma indireta ao núcleo. Pode-se ter a dimensão econômica dessas atividades representando XX% no PIB Nacional.

Florida (2011) nos EUA adiciona a ideia de classe criativa, trabalhadores com características sociais especificas segundo ele e que em grande parte contribuem com suas atividades para o desenvolvimento econômico além dos alcances mercadológicos.

As concepções estéticas e artísticas têm forte influência sobre as escolhas e o direcionamento de recursos. Tal passagem se dá pela mudança de uma economia fundamentada no uso intensivo de capital e trabalho, e orientada para a produção em massa, para uma economia na qual o capital tem base intelectual, fundamentando-se no indivíduo, em seus recursos intelectuais, na capacidade de formação de redes sociais e na troca de conhecimentos O uso intensivo de novas tecnologias é a terceira característica da forma de produção das indústrias criativas. Tal condição permite a descentralização das atividades. (BENDASSOLI, 2009).

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, 2008) publicou o primeiro estudo de abrangência internacional sobre o tema. Com enfoque nas trocas comerciais, o trabalho mostrou que as exportações das indústrias criativas no mundo superavam U$ 500 bilhões. (FIRJAN, 2012).

No Brasil, visando o potencial de desenvolvimento dessas industrias o Sistema FIRJAN lançou, em 2008, um estudo intitulado: "A Cadeia da Indústria Criativa no Brasil", que utilizou o mesmo conceito e atividades do DCMS como base no entanto o Creative Economy Report adiantado pela UNCTAD de 2008 sugeriu uma definição mais inclusiva.

Na revisão do estudo foram incorporados mais 2 segmentos aos 12 iniciais,  Pesquisa & Desenvolvimento e Biotecnologia. A inserção desses dois novos segmentos está alinhada aos estudos internacionais sobre o tema. A inclusão do segmento de Pesquisa & Desenvolvimento é uma proposta de Howkins, enquanto a do segmento de Biotecnologia está alinhada com a ênfase da UNCTAD sobre o papel da economia criativa no desenvolvimento socioeconômico sustentável.

A pesquisa da Firjan (2012) dividiu em 14 segmentos as atividades criativas: arquitetura e engenharia; artes em geral; artes cênicas; biotecnologia; design; expressões culturais; filme e vídeo; mercado editorial; moda; música; pesquisa e desenvolvimento; publicidade; software, computação e Telecom; e, televisão e rádio. usando como base de dados 2012, esses segmentos os que mais empregam, de forma direta, nas cadeias produtivas de economia criativa são: arquitetura e engenharia (230 mil), publicidade (116 mil); design (103 mil), Software, Computação & Telecom (97 mil), mercado editorial (49 mil) e moda (44 mil). A remuneração dos profissionais da Economia Criativa no Brasil, em 2011, foi de R$4.693,00, quase três vezes superior ao salário médio nacional das demais atividades econômicas, que é de R$ 1733,00. Entre os profissionais com maior remuneração destacam-se os da área de pesquisa e desenvolvimento, com remuneração média mensal de R$ 8.884,56, seguida pelo segmento de arquitetura e engenharia, com média salarial de R$ 7.523,00.

Nas áreas mais ligadas às atividades culturais, como artes e músicas, a pesquisa da Firjan aponta dados mais modestos em relação àqueles das áreas de produção ligados às engenharias, arquitetura. A ineficiência das políticas culturais no país pode ser uma das razões desse fato. Observe-se que a pesquisa foi feita a partir dos dados de emprego formal, e não foram contabilizadas as pequenas empresas em que os donos são os prestadores de serviços e as atividades informais, assim as atividades culturais podem ter sido subdimensionadas, pois tem menor formalidade.

Diante da redução do emprego industrial tradicional, que atinge mais diretamente as cidades valeparaibanas, o incentivo às cadeias produtivas criativas é uma alternativa econômica principalmente porque poderá reduzir a dependência da região em relação à indústria automobilística. São novas possibilidades de geração de empregos e renda, e também de inclusão social e valorização da cultura local.

3. Resultados e discussões

O Vale do Paraíba Paulista destaca-se pela existência de empresas que agregam tecnologia. Mas, desde a época de Monteiro Lobato (final do século 19 a meados do século 20), os municípios do Vale Histórico, entre eles São José do Barreiro apresentam grandes dificuldades econômicas. São aqueles que o escritor denominou 'cidades mortas'.

A denominação desta microrregião como "Vale Histórico", como um excerto do Vale do Paraíba paulista, à despeito da imprecisão desta nomenclatura,  se deve às características peculiares despertadas  enquanto mantenedor de tradições e testemunhos de paisagem urbana e rural advindas do século XIX, buscou contemplar certos aspectos ligados à esta herança cultural. Esta herança cultural e os caminhos do desenvolvimento econômico na região definiram este aspecto de "história congelada",

Se por um aspecto esta microrregião foi alijada das alterações nos meios deslocamentos, e de produção pelo remanejamento das vias e benesses que privilegiaram grande parte do Vale do Paraíba e acabaram por isolar a região, com a construção da Rodovia Presidente Dutra na década de 1950, este mesmo mecanismo de estagnação propiciou a sobrevivência de um numero significativo de testemunhos do gosto do "século de ouro" da cultura cafeeira valeparaibana.

As estratégias de aproximação e produção de conhecimento intermediado pelo patrimônio deve se dar inicialmente pelo levantamento sistemático do potencial econômico (para a Indústria e Cidade Criativa) representado pelo patrimônio cultural, envolvendo o patrimônio natural, material e imaterial. Este levantamento deverá considerar inclusive os principais atrativos localizados nas cidades vizinhas, pois, devido à proximidade e a interdependência histórica na sua própria constituição, a possível integração microrregional, torna-se um aspecto positivo e deve ser explorado. Os produtos deste levantamento sistemático proporcionarão a concepção de iniciativas que vinculem a Economia Criativa ao Patrimônio Cultural da cidade, como cursos profissionalizantes, produção e publicação de instrumentos institucionais denominados "Cartilhas Patrimoniais", que é uma estratégia estimulada pelo IPHAN para elucidar e sensibilizar em relação o patrimônio, tanto material quanto imaterial de uma população específica. Tais cartilhas seriam instrumentos de fomentação do interesse pelo patrimônio, tanto material quanto imaterial.

Oficialmente, os bens tombados pelo IPHAN na cidade de São José do Barreiro se resumem a apenas dois: o cemitério dos escravos, uma demarcação da identidade negra na região e a sede da fazenda Pau D'Alho, exemplar portentoso da arquitetura cafeeira. De modo singular os patrimônios se situam distantes tanto fisicamente quanto do imaginário urbano da cidade, fato este que inviabilizou o vínculo de identidade imediato no local.

Quando das justificativas do exemplar trabalho de restauro e reabilitação do mais importante bem oficialmente tombado na cidade, o arquiteto Luis Saia, autor do projeto de restauro afirma: 

"(...) de fato, é possível e até conveniente repovoar os espaços restaurados com peças que rememorem a sua função primitiva — caso da casa de morada — ou aproveitá-los para apresentar uma amostragem condigna de equipamento de trabalho — como da casa de tropa— ou ainda ocupá-los com objetos que dizem respeito às antigas fazendas de café — caso de outras partes do conjunto edificado — como a Casa dos Carros, por exemplo, ou da Tenda de Ferreiro. Paralelamente a esta intenção, que é legítima, mas não exaure a idéia do Museu, casa das Musas, lugar de estudo, será necessário prover lugar e meios de conhecimento. (...)" (SAIA, 1975, p 627).

A proposta de Saia (1975) apresenta-se pertinente e generosa quanto a ideia de uso posterior do edifício, porem um condicionante importante para a ineficiência de projeto de revitalização do espaço se evidenciara ao longo do tempo, a própria distancia física do cotidiano urbano e a ausência de uma política pública específica para o assunto impôs ao monumento uma vida independente da comunidade, o que faz raras as oportunidades de visitação à fazenda. Comum é a prática de viajantes interessados em patrimônio histórico de desconectar a Fazenda Pau D'alho da imagem do município de São José do Barreiro.

Neste contexto de valoração dos aspectos afetivos das cidades vale enfatizar a distinção estabelecida pelo geógrafo Milton Santos acerca das diferenças de acepção entre local e localidade, onde o "(...). O lugar pode ser o mesmo, as localizações mudam. E lugar é o conjunto de objetos. A localização é um feixe de forças sociais se exercendo num lugar" (SANTOS, 1988, p.2). Exatamente sobre este "feixe de forças sociais" é que se pauta a produção destas cartilhas, sobre a relação entre o home, os acontecimentos e o espaço que testemunha sua existência.

Boa parte do território do município de São José do barreiro é Área de Preservação Ambiental, na serra da Bocaina. Da preservação da serra depende o reservatório de água que alimenta parte do Vale do Paraíba e da região fluminense. Por outro lado, o município tem um grande potencial turístico por ter preservado parte da história do Brasil em suas fazendas e prédios públicos. Há iniciativas locais apoiadas pela prefeitura local para a atração de um turismo histórico, de um turismo ecológico e da agregação de valor a essas iniciativas com a venda do artesanato local.

No entanto, apesar de suas potencialidades, o índice de desenvolvimento de São José do Barreiro é o mais baixo da microrregião de Bananal, A face de estagnação econômica dos pequenos municípios do Vale Histórico e evidenciada pela dificuldade de inserção dos jovens no mercado de trabalho. Enquanto nos municípios de São José dos Campos e Taubaté cerca de 40% dos trabalhadores formais tem menos de 30 anos, no município de São Jose do Barreiro esse percentual não chega a 20%. Ou seja, a falta de emprego para os jovens nessas localidades tende a levá-los para os grandes municípios à procura de trabalho. Com isso, aumenta proporcionalmente o número de idosos e crianças, o que em termos de custos municipais, crescem os gastos com saúde e educação enquanto se reduzem a renda do trabalho e os recursos oriundos dos empreendimentos econômicos (SEADE, 2014). A Tabela 1 aponta São Jose do Barreiro com o pior indicador de desenvolvimento do estado de São Paulo, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, em 2010. O destaque negativo é a falta de emprego e renda, pior indicar da composição do índice.

Tabela 1 – Ranking estadual* Firjan de desenvolvimento nos municípios da Microrregião de Bananal, em 2010

Municípios

Saúde

Educação

Trabalho

Geral

Arapeí

207º

586º

604º

632º

Areias

620º

622º

487º

625º

Bananal

376º

638º

355º

545º

São Jose do Barreiro

580º

609º

643º

644º

Silveiras

641º

409º

540º

624º

Fonte: Firjan, 2014.  *Total de 644 municípios.

O município de São José do Barreiro tem uma renda per capita mensal baixa (R$ 680,32) de acordo com os dados do SEADE (2013). Em termos de miséria absoluta, 22,07% tem uma renda média domiciliar mensal de até 1/4 de salário mínimo (R$ 217,00 em 2010) e 45,01% de até 1/2 salário mínimo (DATASUS, 2013). Tal situação atinge as crianças: 68,20% da população com menos de 15 anos vive em domicílios de baixa renda (até 1/2 salário mínimo) e a taxa de trabalho infantil de 10,23% (DATASUS, 2013). O problema da falta de renda e a saída dos jovens afeta as famílias, e repõe junto às crianças um futuro de baixa qualificação, falta de oportunidade no mercado de trabalho e, consequentemente, a saída do município, quando se tornam jovens, refazendo o círculo vicioso da estagnação econômica das 'cidades mortas'.

Há pouco interesse em investimento de capital dado o baixo retorno dos recursos aplicados. Cabe então buscar soluções locais ou regionais para resolver o problema da estagnação econômica (VIEIRA, 2009). Por outro lado a atualidade nos traz conceitos como economia da cultura, economia criativa que dizem respeito a alternativas quando o assunto é geração de renda e emprego sem pensar na opção da indústria tradicional, que por sua vez apresenta alto impacto sobre os meios explorados.  As indústrias criativas trabalhando com aspectos simbólicos, endógenos de cada localidade, culturas, folclore, ou especifico de cada agente criativo, criações musicais, artes visuais entre outras formas de expressão podendo envolver uma ligação com a criatividade, cultura e tecnologias de informação.

Na área de artesanato e trabalhos manuais a criatividade consiste na geração de ideias, as quais em determinadas situações colaboram para o enfrentamento de problemas para a inserção de produtos e serviços no mercado, por meio da inovação, que é processo pelo qual as idéias são transformadas em bens e serviços. A associação de que a inovação demanda altos investimentos pode ser suplantada pela criatividade para galgar o mercado de trabalho, desvinculando-se da competição predatória e, associando à esta a qualidade.

A Economia criativa amplia seu espaço como forma de geração de trabalho e renda, com apoio e fomento aos profissionais liberais e aos empreendimentos de micro e pequeno porte de cunho criativo, com o intuito de tornar um eixo estratégico para as políticas públicas de desenvolvimento. Tal política se tornara importante, que em 1º de junho de 2012, fora criada pelo Decreto 7743, a Secretaria da Economia Criativa (SEC), com o objetivo de conduzir a formulação, a implementação e o monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional.

4. Considerações Finais

Se não há interesse do capital externo, a solução para o desenvolvimento econômico nesses municípios passa por outros caminhos, como os empreendimentos que valorizem o potencial local na articulação de forças, aproveitando programas de políticas públicas nacionais e estaduais. Há necessidade de unir esforços para a realização de parcerias entre entidades públicas e privadas, para as ações em prol do desenvolvimento com empreendimentos que contribuam a geração de emprego e renda associada à valorização da cultura local (VIEIRA, 2009).

A principal fonte de recursos para os pequenos municípios são as transferências feitas pelo governo federal. Se os municípios oferecerem bons projetos, poderão receber recursos extras, além dos garantidos pela Constituição, com outras possibilidades de aporte de recursos para outros segmentos que tem potencial econômico nos municípios do Vale Histórico: o turismo e a produção de artesanato.

Este trabalhão teve como objetivo, portanto, contribuir para a busca alternativa para o desenvolvimento de São José do Barreiro, onde há pouco interesse de investimento por parte das grandes empresas. Considera-se importante a união de esforços para a realização de parcerias com entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais para ações em prol do desenvolvimento em um cenário de potencialidade: na preservação do patrimônio histórico e cultural a partir de ações de economia criativa.

O foco do projeto será a busca do desenvolvimento local, considerando a necessidade de fortalecimento da identidade local frente à globalização econômica e política. Para tanto, utilizar-se-á do aporte de várias abordagens teóricas sobre o tema do desenvolvimento de modo transversal a partir da analise filosóficas, econômicas, históricas, sociológicas e políticas. A partir delas possibilitará a implantação de ações de economia criativas que contribuam para o desenvolvimento na busca do bem-estar social, econômico e de forma socialmente sustentável.

Portanto, promover a valorização, bem como a qualificação do artesanato no município de São José do Barreiro, a qual se destaca pela produção do pássaro de madeira, difunde um referencial para a economia criativa regional às Casas do Artesão nos municípios integrantes da referida região. Aprimorar a qualificação dos produtos difundirá a promoção e a comercialização do artesanato regional, e também da cultura típica com a realização das festas regionais e de sua comida típica com a realização de feiras regionais a de arte e cultura. Destarte, desenvolver tecnologias sociais para a produção impactará positivamente na constituição de uma rede de fornecedores de matérias primas utilizadas no artesanato, promovendo a sustentabilidade social, ambiental e econômica, com a manutenção à fidelidade das técnicas típicas adotadas nos produtos artesanais.

5. Referencias Bibliográficas

BENDASSOLI, Pedro F., Indústrias criativas: definição, limites e possibilidades. ERA, v.49, n.1, São Paulo, 2009.

DATASUS. Informações Demográficas e Econômicas. <http://www2.datasus.gov.br/> acessado em dezembro de 2013.  

DCMS - DEPARTMENT FOR CULTURE, MEDIA AND SPORT – DCMS. Creative Industries Division (United Kingdom). Developing entrepreneurship for the creative industries. London, 2005.

FIRJAN. Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal. Disponível em: http://www.firjan.org.br/IFDM/ Acesso em: 06 mar. 2014.

FIRJAN. Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil em 2012. http://www.firjan.org.br/economiacriativa/download/Analise_completa.pdf.

FLORIDA, Richard. A Ascensão da Classe Criativa. São Paulo, Ed. L&PM, 2011

HOWKINS, John. The Creative Economy. How people make money from ideas London. Penguin Press, 2001.

SAIA, Luis. Notas preliminares sobre a fazenda Pau D'Alho (história, restauração e projeto de aproveitamento). Revista de História da USP, No 102, p. 581-630. 2º trimestre de 1975.

SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1988.

SEADE - Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Informações dos Municípios Paulistas <http://www.seade.gov.br> acessado em janeiro de 2014.  

UNCTAD; Creative Economy Report – Creative Economy: A Feasible Development Option. UN, 2008.

UNESCO. World Cultural Report - culture, creativity and markets. Paris, 2007.

VIEIRA, Edson Trajano. Industrialização e Políticas de Desenvolvimento Regional: o Vale do Paraíba paulista na segunda metade do século XX. Tese de Doutorado em Historia Econômica. USP, 2009.


1.Arquitetura e Urbanismo e Pós em Linguagens Artísticas e mestrando Planejamento e Desenvolvimento Regional da Universidade de Taubaté – email: ifiarq@hotmail.com

2. Arquitetura e Urbanismo com doutorado na mesma área e professor do programa de Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Regional da Universidade de Taubaté – email: dmi@hotmail.com

3. Bacharelado em Pintura e doutor em Artes e professor do programa de Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Regional da Universidade de Taubaté. Faculdade de Arquitetura e CIAUD. Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade de Lisboa.– email: george.gutlich@terra.com.br

4. Economista, Doutor em História Econômica e professor do programa de Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Regional da Universidade de Taubaté – email: edson.trajano@pq.cnpq.br

* Agradecimento ao CNPq, por ter possibilitado e financiado dessa pesquisa.


Vol. 36 (Nº 15) Año 2015

[Índice]

[En caso de encontrar algún error en este website favor enviar email a webmaster]