Espacios. Vol. 36 (Nº 24) Año 2015. Pág. 17

A Degradação Ambiental Agropecuária de Santa Catarina

The Environmental Degradation Agricultural of Santa Catarina

Nelson Guilherme Machado PINTO 1; Bruno Pereira CONTE 2; Daniel Arruda CORONEL 3

Recibido: 18/08/15 • Aprobado: 13/10/2015


Contenido

1. Introdução

2. Referencial Teórico

3. Metodologia

4. Análise e Discussões dos Resultados

5. Considerações finais

Referências


RESUMO:

O objetivo deste trabalho é o de analisar o padrão de degradação ambiental dos municípios e mesorregiões do estado de Santa Catarina, a partir da criação de um Índice de Degradação (ID). Nesse sentido, foram pesquisadas 26 variáveis de 296 municípios catarinenses para o ano de 2006. Notou-se que o valor médio do ID foi de 47,38%, valor considerado baixo se comparado com outros estados brasileiros. Com relação aos municípios, apenas o de Concórdia apresentou ID de 100%. Já em relação às mesorregiões, nota-se que a região Serrana foi a mais degradada. Em contrapartida, a região do Vale do Itajaí foi de menor degradação. Observou-se que para o Estado de Santa Catarina, existe homogeneidade do padrão de degradação, sendo que o desgaste dos recursos hídricos foi o fator preponderante em todas as mesorregiões. Com respaldo na literatura existente, sugere-se que hajam medidas no sentido preventivo.
Palavras-chave: Degradação Ambiental; Santa Catarina; Índice de Degradação.

ABSTRACT:

The objective of this study is to analyze the pattern of environmental degradation of cities and mesoregions from the state of Santa Catarina, through the creation of a Degradation Index (DI). In this sense, 26 variables of 296 cities of Santa Catarina were analyzed for the year of 2006. It was noted that the average value of the ID was 47.38%, which was considered low compared with other states. Regarding the cities, only Concordia showed an ID of 100%. In relation to the mesoregions, it is noteworthy that mountain region was the most degraded. However, the region of Vale do Itajaí showed the lowest degradation index. It was observed that for the state of Santa Catarina, there is homogeneity in the pattern of degradation, and the wear of water resources was the major factor in all mesoregions. Supported by the literature, it is suggested that preventive measures should be taken.
Keywords: Environmental Degradation; Santa Catarina; Degradation Index.

1. Introdução

O ser humano possui ao seu redor um ambiente com variadas fontes de energia, produtos e outros aspectos que ajudaram a alavancar e ainda proporcionam o desenvolvimento da sociedade. Dessa forma, no decorrer dos anos por meio da interação do ser humano com seu ambiente, há uma modificação do meio no qual está inserido. Porém, essas mudanças vêm tomando destaque na conjuntura da sociedade, principalmente, quando aspectos relacionados à qualidade ambiental são retratados.

A partir desse cenário, passa a haver uma interação mundial com a finalidade de orientar a população sobre a preservação do meio ambiente. Esse processo ocorre por meio da utilização de mecanismos a fim de quantificar questões relacionadas aos impactos ambientais e aspectos de sustentabilidade (LEITE; SILVA; HENRIQUES, 2011; SILVA; SELIG; MORALES, 2012). Neste contexto, a partir da década de 1980, surgem indicadores ambientais a fim de detalhar a interação e os impactos causados pela atividade do ser humano no meio ambiente no qual está inserido (BRAGA et al., 2004; LIRA; CÂNDIDO, 2008).

Dentre esses impactos ambientais, a degradação ambiental mostra-se como um tema de relevância dentro da literatura acadêmica e do contexto sociopolítico da sociedade (PINTO; CORONEL, 2013a). A degradação do meio ambiente pode ser entendida, de acordo com Lemos (2001), como um fenômeno de destruição, deterioração ou desgaste o qual é gerado ao meio ambiente por meio de aspectos econômicos, populacionais e biológicos.

Um das grandes responsáveis pelo agravamento desse fenômeno, dentro do contexto brasileiro, é a atividade agropecuária, que gera impactos ao ambiente, deixando em segundo plano questões ambientais, a partir de técnicas e práticas como cultivo intensivo do solo, uso de fertilizantes e agrotóxicos, processo de irrigação, mecanização agrícola, queimadas, dentre outros (GLIESSMAN, 2005; LEITE; SILVA; HENRIQUES, 2011). A partir desse contexto, surgem pesquisas científicas com o objetivo de quantificar a degradação ambiental e conhecer as suas principais causas dentro do cenário agropecuário brasileiro (LEMOS, 2001; SILVA; RIBEIRO, 2004; FERNANDES; CUNHA; SILVA, 2005; CUNHA et al., 2008; PAIS et al., 2012; PINTO; CORONEL, 2014; PINTO; CORONEL; CONTE, 2014; PINTO; LOPES; CORONEL, 2014). A mensuração desse fenômeno ocorre por meio da construção de um Índice Geral de Degradação (IGD), o qual se delimita como uma proxy para determinar a área de degradação de uma determinada região (SILVA; RIBEIRO, 2004).

É pertinente destacar que o índice utilizado neste trabalho possui um viés para a agropecuária, sendo mensurado, portanto, a degradação ambiental agropecuária. Além disso, verifica-se que as evidências empíricas em degradação ambiental a partir da construção de um índice desse fenômeno fazem-se presentes em todas as regiões do Brasil e em todos os estados da Região Sul do país, com exceção do estado de Santa Catarina.

Seguindo essa temática, o objetivo deste trabalho consiste em analisar a degradação ambiental agropecuária dos municípios e mesorregiões do estado de Santa Catarina a partir da construção de um Índice de Degradação para os municípios catarinenses. O estado catarinense possui destaque no setor agropecuário da economia brasileira, principalmente no que concerne ao mercado de milho e frangos.  Visto que grande parte dos estudos anteriores determinam as questões agropecuárias como uma das principais responsáveis pelo agravamento da degradação ambiental, é pertinente verificar se isso se confirma em uma das regiões do país mais importantes quanto ao agronegócio, isto é, a Região Sul (PINTO; CORONEL, 2013a). Além disso, devido à escassez de trabalhos nesse estado dessa região do país, será permitida a verificação de semelhanças, diferenças e demais aspectos da degradação para Santa Catarina em comparação com as realidades encontradas em outras regiões.

O presente artigo está estruturado, além desta introdução, em quatro seções. Na segunda seção, é apresentado o referencial teórico. Na terceira, apresentam-se os procedimentos metodológicos aplicados e, na seção seguinte, os resultados são discutidos e analisados. Por fim, são apresentadas as principais conclusões do trabalho.

2. Referencial Teórico

2.1. Degradação Ambiental

As origens da degradação ambiental datam de relatos em textos clássicos de povos antigos, nos quais informam sobre o desaparecimento de civilizações em decorrência da exploração continuada e desordenada de seu território (DUARTE, 2004). O ser humano, como agente modificador da paisagem natural, possui responsabilidade pelas mudanças causadas no espaço ambiental. A questão dos impactos originados pela degradação ambiental é complexa e exige conhecimentos multidisciplinares por parte dos agentes no manejo do solo ou de outros elementos naturais bem, como daqueles que atuam nas políticas públicas (BALSAN, 2006).

A degradação ambiental pode ser entendida como destruição, deterioração ou desgaste do meio ambiente. Algumas expressões usadas como sinônimos da degradação ambiental são "devastação ambiental" e "deterioração ambiental" (LEMOS, 2001). Esse fenômeno possui vertentes nas atividades agrícolas, as quais sempre tiveram importância no contexto econômico nacional, relegando ao segundo plano as questões ambientais (FERNANDES; CUNHA; SILVA, 2005). O aspecto mais danoso da degradação ambiental dentro da conjuntura da agropecuária manifesta-se quando a redução da capacidade de produção das terras assume o caráter de irreversibilidade (SAMPAIO; ARAÚJO; SAMPAIO, 2005).

A tendência à degradação ambiental dentro do contexto da agropecuária é a consequência de algumas práticas e atitudes tomada pelos agentes econômicos e sociais dentro da dinâmica ambiental. Assim, esse fenômeno advém de alguns fatores, dentre os quais se podem destacar o uso intensivo da mecanização, de fertilizantes, de agrotóxicos, a irrigação, o desmatamento, as queimadas, o destino do lixo e a manipulação de genomas. Tais práticas, quando aplicadas de forma indevida, impactam a sustentabilidade ecológica, comprometendo, por exemplo, a cobertura do solo e das bacias hidrográficas (CUNHA et al., 2008).

É evidente que grande parte da degradação ambiental origina-se da interação do ser humano com a natureza. Além disso, a atividade agropecuária, por atender a demandas internas da população e de mercados, surge como uma das principais responsáveis por esse processo de degradação. Conforme afirma Araujo et al. (2010), impactos ambientais decorrentes da atividade agropecuária dificilmente não ocorrerão, pois a natureza da atividade em si faz com que as ações ligadas ao agronegócio interajam com o meio ao seu redor, modificando-o. Contudo, de acordo com o mesmo autor, é preciso conscientizar o agropecuarista sobre a preservação ambiental e oferecer a estes meios e métodos eficazes a fim de promover uma agropecuária com desenvolvimento sustentável.

A partir da importância e dos desdobramentos originados pelo conhecimento dos aspectos de degradação ambiental, surge a necessidade de quantificar essa questão. Assim, a importância do Índice de Degradação está no fato de mensurar a proporção de degradação de uma determinada região.

2.2. Índice de Geral Degradação

O Índice de Degradação (ID) é uma medida de proporção de degradação ambiental de uma região objeto de estudo (SILVA; RIBEIRO, 2004). O trabalho de Lemos (2001) foi o pioneiro na construção desse índice, pois foi o primeiro a determinar o ID a partir de uma metodologia quantitativa que foi sendo seguida por autores no decorrer de trabalhos posteriores.

Baseados na metodologia desenvolvida por Lemos (2001) outros estudos foram surgindo a fim de aplicar a metodologia criada pelo autor em diversas outras realidades, originando o Índice Geral de Degradação (IGD) (CUNHA et al., 2008; PAIS et al., 2012). Vale destacar que a maior parte dos estudos que aplicaram tal metodologia investigou a degradação ambiental em municípios ou estados de outras regiões do Brasil ou no país como um todo (LEMOS, 2001; SILVA; RIBEIRO, 2004; FERNANDES; CUNHA; SILVA, 2005; CUNHA et al., 2008, PAIS et al., 2012; PINTO; CORONEL, 2014; PINTO; CORONEL; CONTE, 2014; PINTO; LOPES; CORONEL, 2014).

Região do Estudo

Método Utilizado

Principais Resultados

Referência

Estados da Região Nordeste

Análise fatorial, construção de índices e análise de regressão.

Mais da metade dos municípios possuem mais de 80% de degradação. A Bahia é o estado mais degradado, com ID de 84,36% enquanto Pernambuco apresenta o menor ID da região, 72,54%. Verifica-se o alto grau de degradação da região devido a questões climáticas e sociais.

Lemos (2001)

Municípios do Acre

Análise fatorial, construção de índices, análise de regressão e análise de cluster.

A degradação média dos municípios foi de 30,74%. Alguns municípios possuem valores iguais ou próximos a zero enquanto outros possuem IDs maiores que 60%. O estado do Acre possui um bom estado de conservação ambiental, contrastando com algumas regiões de elevada degradação.

Silva e Ribeiro (2004)

Municípios de Minas Gerais

Análise fatorial, construção de índices, análise de regressão e análise de cluster.

A degradação média dos municípios foi de cerca de 86%. Verifica-se que 40% dos municípios chegaram ao valor máximo de ID, isto é, 1. De maneira contrária, algumas regiões apresentaram valor do índice muito próximo a zero. A forma intensiva como é alavancado o desenvolvimento do estado é apontada como a maior responsável pela elevada degradação ambiental.

Fernandes, Cunha e Silva (2005)

Microrregiões do Cerrado Brasileiro

Análise fatorial e construção de índice.

Os níveis de degradação apresentaram-se desiguais entre as regiões estudadas. Os maiores níveis de degradação foram das regiões Noroeste de Minas Gerais, Sul de Goiás e Sudeste de Mato Grosso. Já os menores valores de índice foram das regiões do Piauí, Maranhão e Tocantins.

Cunha et al. (2008)

Municípios da Bahia

Análise fatorial, construção de índice e análise de cluster.

Os municípios baianos demonstram heterogeneidade quanto ao fenômeno da degradação ambiental. Enquanto a Região Central do estado possui um baixo padrão de degradação de seus municípios, as mesorregiões Centro Sul e Sul, apresentam elevado nível de degradação ambiental.

Pais et al. (2012)

Municípios e Mesorregiões do Rio Grande do Sul

Análise fatorial, construção de índices e análise de regressão.

O valor médio da degradação ambiental dos municípios gaúchos é de 62,95%. Esse valor é de alta representatividade e demonstra que mais da metade do território gaúcho enfrenta problemas relacionados à degradação ambiental. Muitos municípios apresentam 100% com relação ao Índice de Degradação. Estes possuem ligação direta com a atividade agropecuária, confirmando a participação dessa atividade no agravamento do fenômeno. Além disso, as regiões mais degradadas do estado fazem parte das mesorregiões menos desenvolvidas, vindo a confirmar a premissa de que a degradação ambiental tem relação direta com o desenvolvimento socioeconômico.

Pinto e Coronel (2014)

Mesorregiões e Estados do Brasil

Análise fatorial, construção de índices e análise de regressão.

O Índice de Degradação no país foi de aproximadamente 57%, valor que demonstra que mais da metade do território nacional é degradado. As regiões Norte e Centro-Oeste são as mais degradadas do país. Esses resultados corroboram a premissa de que regiões com maiores níveis de pobreza são mais degradadas, caso da Região Norte. Além disso, outra premissa, de que a degradação ambiental sofre influência direta das atividades agropecuárias, também se confirma, caso da região Centro-Oeste.

Pinto, Coronel e Conte (2014)

Municípios e Mesorregiões do Paraná

Análise fatorial e construção de índice.

O valor médio da degradação ambiental dos municípios paranaenses é de 67,76%. Esse valor demonstra que mais da metade do território paranaense enfrenta problemas relacionados à degradação ambiental. No que tange aos municípios, verifica-se que muitos deles apresentam valor máximo para o índice, sendo que a maioria destes apresenta ligação direta com a atividade agropecuária, confirmando a participação dessa atividade no agravamento do fenômeno.

Pinto, Lopes e Coronel (2014)

Figura 1 - Estudos Empíricos de Índices de Degradação Ambiental
Fonte: Elaboração dos autores.

A partir de estudos anteriores na aplicação de índices para mensurar a degradação ambiental, verifica-se que estes seguiram procedimentos metodológicos semelhantes a fim de delinear a problemática da degradação ambiental. Além disso, nota-se a heterogeneidade desse fenômeno nas diferentes regiões estudadas. Isso demonstra que esse fenômeno impacta de maneira divergente as diferentes regiões objetos de estudo (PINTO; CORONEL, 2013a).

Mesmo com todas as questões oriundas da degradação, há a possibilidade de desenvolver-se uma economia sustentável. O processo de exploração do ser humano ao ambiente deve ocorrer, portanto, de forma planejada e devem ser tomadas medidas para aperfeiçoar os impactos positivos e minimizar os negativos ao meio. Através desse processo é que se obterão ganhos efetivos tanto para o espaço ambiental como para a dimensão socioeconômica da sociedade (ARAUJO et al., 2010).

 

3. Metodologia

O presente trabalho fundamenta-se nos estudos anteriores presentes na literatura que utilizaram uma metodologia específica para a criação de um Índice Geral de Degradação (IGD). Esse índice é considerado uma proxy da degradação ambiental de uma região objeto de estudo (SILVA; RIBEIRO, 2004). A pesquisa é classificada como quantitativa e descritiva, visto que serão realizadas observações e análises a fim de registrar e correlacionar fenômenos sem manipulá-los (RAMPAZZO, 2002).

A partir de estudos anteriores relativos ao tema (LEMOS, 2001; SILVA; RIBEIRO, 2004; FERNANDES; CUNHA; SILVA, 2005; CUNHA et al., 2008, PAIS et al., 2012; PINTO; CORONEL, 2014; PINTO; CORONEL; CONTE, 2014; PINTO; LOPES; CORONEL, 2014), nota-se o caráter multidimensional da degradação ambiental, pois a magnitude desse problema requer a consideração de um conjunto de variáveis de características locais. Assim, por envolver variáveis que abordam aspectos diferentes, a utilização da análise multivariada, especificamente da técnica de análise fatorial, torna-se a mais adequada para esse propósito (CUNHA et al., 2008). Portanto, a técnica de análise fatorial, por meio do método de componentes principais, foi aplicada ao conjunto de variáveis do estudo para mensurar a magnitude do processo de degradação. Além disso, os escores fatoriais obtidos por meio dessa técnica possibilitaram a construção do IGD com a finalidade de mensurar esse fenômeno no cenário catarinense.

A técnica de análise fatorial aborda a problemática de verificar as correlações entre um grupo expressivo de variáveis, definindo um conjunto de dimensões latentes comuns, denominadas fatores. Esse método possui como principais objetivos o resumo e a redução dos dados, possibilitando a identificação de variáveis representativas de um grupo de variáveis para sua utilização em análises multivariadas posteriores (HAIR et al., 2009).

Um modelo de análise fatorial, de acordo com Mingoti (2005), é dado, genericamente, em forma matricial, podendo ser expresso da seguinte forma:

Devido ao fato de as variáveis do estudo se apresentarem em escalas diferentes, surge a necessidade de sua padronização. A realização desse procedimento consta nos problemas que os dados em diferentes escalas ou transformados de maneira incorreta podem proporcionar nas pesquisas (GREENE, 2008). Assim, é desejável tornar os objetos de estudo comparáveis, diminuindo os efeitos de escalas diferentes (BASSAB; MIAZAKI; ANDRADE, 1990). O procedimento de padronização das variáveis é dado por:

Por meio da padronização das variáveis aleatórias observáveis , esta pode ser substituída pelo vetor de variáveis padronizada , com a finalidade de resolver a problemática de diferenças de unidade de escala como demonstrado na Equação 2 (MINGOTI, 2005). Assim, a Equação 1 pode ser reescrita conforme a Equação a seguir:

Para a construção do Índice Geral de Degradação (IGD), é preciso estimar os escores associados a cada fator após a rotação ortogonal. No presente trabalho, foi aplicado o recurso da transformação ortogonal dos fatores originais pelo método Varimax, que demonstra uma estrutura mais simples de ser interpretada por maximizar num único fator as correlações de cada variável (HAIR et al., 2009).

A fim de verificar se a análise fatorial utilizada ajusta-se aos dados do modelo, utilizaram-se os testes de Esfericidade de Bartlett e o Critério de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO). O primeiro fornece a probabilidade estatística de que a matriz de correlação tenha correlações significantes entre pelo menos algumas das variáveis, ou seja, compara a matriz de correlação populacional com a matriz identidade. Para que os dados sejam adequados a essa análise, o resultado desse teste deve ser a rejeição da hipótese nula, isto é, de igualdade das matrizes. O teste de KMO verifica a adequação dos dados a partir da criação de um índice que varia de 0 a 1, o qual compara as correlações simples e parciais entre as variáveis, sendo que valores superiores a 0,5 demonstram que os dados são adequados à análise fatorial (MINGOTI, 2005; HAIR et al., 2009). Além disso, com a finalidade de testar a confiabilidade das variáveis que compuseram os fatores, foi estimado o Alfa de Cronbach.

Posteriormente à obtenção, identificação dos fatores e determinação dos respectivos escores fatoriais, há a possibilidade de mensuração da degradação para os municípios de Santa Catarina pela construção de um índice. A construção do índice ocorre conforme metodologia de cálculo utilizada por Cunha etal. (2008), Pais et al. (2012) e Pinto, Lopes e Coronel (2014). A construção do IGD, portanto, surge da agregação dos fatores obtidos, conforme demonstrado na Equação 4:

Convém ressaltar que a metodologia de cálculo do IGD utiliza o procedimento de distribuição simétrica em torno da média zero dos escores fatoriais de cada município. Com a finalidade de evitar que elevados escores fatoriais negativos aumentem a magnitude dos índices associados aos municípios com escores fatoriais negativos, deve-se proceder a uma transformação deste a fim de trazer todos eles para o primeiro quadrante (LEMOS, 2001). Este procedimento deve ser realizado antes da estimação do IGD e é expresso algebricamente por:

Os cálculos foram realizados por meio do software estatístico Statistical Package of Social Science (SPSS) 20.0. As variáveis utilizadas para este estudo fundamentaram-se nas evidências empíricas sobre degradação ambiental, principalmente nos trabalhos de Cunha et al., (2008), Pais et al. (2012) e Pinto, Lopes e Coronel (2014), os quais enfocam a degradação ambiental sobre o cenário da agropecuária. Os dados foram coletados para cada município paranaense e foram utilizadas as seguintes variáveis: áreas degradadas (erodida, desertificada, salinizada) dos estabelecimentos por hectare (x1); áreas com pastagens degradadas dos estabelecimentos por hectare (x2); área total utilizada com culturas permanentes por hectare (x3); área total utilizada com culturas temporárias por hectare (x4); área total utilizada com pastagens naturais por hectare (x5); área total utilizada com pastagens plantadas por hectare (x6); área total de terras inaproveitáveis para agropecuária por hectare (x7); valor das despesas com corretivos em mil reais (x8); valor das despesas com agrotóxico total em mil reais (x9); valor das despesas com medicamentos veterinários em mil reais (x10); valor das despesas com combustível em mil reais (x11); valor das despesas com energia elétrica consumida em mil reais (x12); nº de estabelecimentos com controle de pragas e doenças (x13); nº de estabelecimentos com uso de adubos (x14); nº de estabelecimentos que aplicam corretivos (x15); nº de estabelecimentos que utilizam agrotóxicos (x16); nº de estabelecimentos que deixam as embalagens de agrotóxicos no campo (x17); nº de estabelecimentos que depositam embalagens de agrotóxico no lixo comum (x18); nº de estabelecimentos que queimam ou enterram as embalagens de agrotóxicos (x19); nº de estabelecimentos com rios ou riachos não protegidos por matas (x20); nº de estabelecimentos com lagos naturais ou açudes não protegidos por matas (x21); nº de estabelecimentos que recebem orientação técnica (x22); número de colheitadeiras (x23); nº de tratores (x24); nº de arados (x25); e efetivo bovino em relação às pastagens naturais e plantadas (x26).

A amostra do estudo foi composta por 293 municípios do estado de Santa Catarina. As variáveis do estudo foram coletadas no censo agropecuário de 2006 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006).

4. Análise e Discussões dos Resultados

4.1. Análise fatorial

Com a finalidade de verificar se o conjunto de dados é apropriado para análise fatorial, o teste de esfericidade de Bartlet rejeitou a hipótese nula de igualdade de matrizes, demonstrando, assim, adequação para a análise fatorial (MINGOTI, 2005). Referente ao teste de KMO, o valor encontrado foi de 0,860, ou seja, maior que 0,5, o qual mostra novamente adequação para o emprego da análise fatorial, pois, conforme afirmam Hair et al (2009), valores superiores a 0,5 indicam a adequação dessa técnica. Ademais, os dados apresentaram elevado grau de confiabilidade com Alfa de Cronbach de 0,928.

A análise aplicada ao modelo possibilitou a extração de seis fatores, os quais sintetizam as vinte e seis variáveis pesquisadas. Pela análise fatorial com a utilização do método de componentes principais e pelo método de rotação ortogonal Varimax, percebe-se, de acordo com a Tabela 1, que os seis fatores explicam 72,78% da variância total das variáveis selecionadas.

Tabela 1 – Autovalores da matriz e variância explicada das correlações para os municípios catarinenses

Fator

Autovalor

Variância explicada pelo fator (%)

Variância acumulada (%)

1

6,57

25,26

25,26

2

2,99

11,48

36,74

3

2,67

10,28

47,03

4

2,55

9,81

56,84

5

2,42

9,31

66,15

6

1,72

6,62

72,78

Fonte: Elaboração dos autores.

Após a definição do número de fatores, analisaram-se as cargas fatoriais e as comunalidades, conforme Tabela 2, associadas a cada variável com o objetivo de verificar as características de cada fator de degradação ambiental.

Tabela 2 – Cargas fatoriais após rotação ortogonal e comunalidades

Variáveis

Cargas Fatoriais

Comunalidades

F1

F2

F3

F4

F5

F6

x1

0,04

0,11

0,05

0,14

0,30

0,59

0,47

x2

0,05

0,48

0,49

0,08

0,20

-0,06

0,52

x3

0,04

-0,02

0,11

0,33

0,36

0,68

0,72

x4

0,43

0,53

-0,05

0,53

0,05

-0,03

0,76

x5

0,08

0,16

0,02

0,02

0,88

0,13

0,83

x6

0,15

0,66

0,43

-0,01

0,19

-0,02

0,68

x7

0,11

0,11

-0,01

0,17

0,79

0,11

0,70

x8

-0,10

-0,09

0,14

0,72

0,01

0,17

0,58

x9

0,42

0,15

-0,07

0,76

0,31

0,10

0,88

x10

0,30

0,68

0,14

0,05

0,14

0,12

0,61

x11

0,55

0,26

0,06

0,66

0,13

0,15

0,85

x12

0,17

0,02

0,00

-0,01

-0,12

0,83

0,73

x13

0,58

0,31

0,26

-0,17

-0,07

0,17

0,56

x14

0,86

0,32

0,25

0,16

0,07

0,10

0,94

x15

0,78

0,08

0,19

0,27

0,36

0,04

0,84

x16

0,88

0,29

0,21

0,20

-0,01

0,06

0,94

x17

0,09

0,21

0,80

0,03

-0,04

-0,03

0,70

x18

0,22

0,14

0,60

0,05

-0,15

0,16

0,48

x19

0,41

0,01

0,74

0,08

0,17

0,04

0,74

x20

0,59

-0,09

0,43

-0,12

0,13

0,05

0,57

x21

0,70

0,21

0,38

0,02

0,14

0,04

0,69

x22

0,87

0,31

0,03

0,17

0,08

0,11

0,90

x23

0,50

0,52

-0,06

0,39

-0,09

0,06

0,69

x24

0,77

-0,09

0,02

0,42

0,27

0,09

0,87

x25

0,69

0,47

0,16

-0,09

-0,18

0,01

0,76

x26

0,40

0,66

0,27

-0,01

0,48

0,10

0,92

Fonte: Elaboração dos autores.
Nota: Valores em negrito denotam a maior carga fatorial da variável em um fator.

Foram consideradas apenas as cargas fatoriais com valores próximos ou superiores a 0,50 (em negrito). Os valores encontrados para as comunalidades demonstram que todas as variáveis têm sua variabilidade captada e representada pelos seis fatores. Além disso, cabe ressaltar que todas as variáveis influenciaram de maneira positiva os fatores gerados.

O Fator 1 (F1) é composto pelas variáveis x13, x14, x15, x16, x20, x21, x22, x24 e x25 representando respectivamente: nº de estabelecimentos com controle de pragas e doenças, número de estabelecimentos com uso de adubos, número de estabelecimentos que aplicam corretivos, número de estabelecimentos que utilizam agrotóxicos, número de estabelecimentos com rios e riachos não protegidos por matas, número de estabelecimentos com lagos naturais ou açudes não protegidos por matas, número de estabelecimentos que recebem orientação técnica, número de tratores e número de arados.

Pela característica das variáveis, assim como o encontrado no trabalho de Pinto e Coronel (2014), esse fator está mais ligado aos aspectos de melhoria da produção bem como preservação dos recursos hídricos, podendo ser nominado como Fator Aspecto de Produção e Preservação Hídrica.

O Fator 2 (F2) é composto pelas variáveis x6, x10, x23 e x26 que são representados por: área total utilizada com pastagens plantadas por hectare, valor das despesas com medicamentos veterinários em mil reais, número de colheitadeiras e efetivo bovino em relação às pastagens naturais e plantadas. Considerando as variáveis compostas pelo F2, podemos inferir que este se liga à degradação de áreas agrícolas.

O Fator 3 (F3) é composto pelas variáveis x2, x17, x18 e x19 que são, respectivamente: áreas com pastagens degradadas dos estabelecimentos por hectare, número de estabelecimentos que deixam as embalagens de agrotóxicos no campo, número de estabelecimentos que depositam embalagens de agrotóxico no lixo comum e número de estabelecimentos que queimam ou enterram as embalagens de agrotóxicos. Este fator pode ser descrito como Fator Destino dos Agrotóxicos.

O Fator 4 (F4) é representado pelas variáveis x4, x8, x9 e x11 que são, respectivamente: área total utilizada com culturas temporárias por hectare, valor das despesas com corretivos em mil reais, valor das despesas com agrotóxico total em mil reais e valor das despesas com combustível em mil reais. O F4 pode ser caracterizado como Fator de Investimentos Bioquímicos.

O Fator 5 (F5) é representado pelas variáveis x5 e x7 que são, respectivamente: área total utilizada com pastagens naturais por hectare e área total de terras inaproveitáveis para agropecuária por hectare. Tal fator pauta-se às áreas inapropriadas para a agropecuária e áreas queimadas.

Por fim, o Fator 6 (F6) é composto pelas variáveis x1, x3 e x12 que são, respectivamente: áreas degradadas (erodida, desertificada, salinizada) dos estabelecimentos por hectare, área total utilizada com culturas permanentes por hectare e valor das despesas com energia elétrica consumida em mil reais. Tal fator pode ser dito como de Degradação das Áreas Agrícolas.

4.2. Degradação ambiental nos municípios e mesorregiões catarinenses

Analisando o valor médio da degradação ambiental de Santa Catarina, observa-se que atingiu 47,38%, o que indica um valor pequeno em relação a outros estados brasileiros. No estudo de Lemos (2001), realizado com os estados nordestinos, verifica-se que a média do ID dessa região alcançou os 80,90%, no qual as causas estão relacionadas às condições edafoclimáticas e econômicas da região. No estado de Minas Gerais, o trabalho de Fernandes, Cunha e Silva (2005) apresentou ID médio de 86%. No trabalho de Pinto, Lopes e Coronel (2014), o estado do Paraná alcançou um valor médio de 67,76%. Por fim, no estudo de Pinto e Coronel (2014), o estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, teve um valor médio de 62,95%. Corroborando com a ideia de que Santa Catarina tem ID médio pequeno, conforme Pinto, Coronel e Conte (2014) o estado catarinense foi aquele que ficou em último lugar entre todos os estados brasileiros no nível de degradação, com ID médio de 19,79%.

Observando os municípios com maiores e menores ID, no caso catarinense, os valores são demonstrados na Tabela 3 a seguir:

Tabela 3 – Maiores e menores ID média dos municípios catarinenses e suas respectivas mesorregiões

Maior ID municipal

Mesorregião

ID (%)

Menor ID municipal

Mesorregião

ID (%)

Concórdia

Oeste Catarinense

100,00

Brusque

Vale do Itajaí

34,49

São Joaquim

Serrana

87,94

Gov. Celso Ramos

G. Florianópolis

34,47

Palmitos

Oeste Catarinense

87,70

Itapema

Vale do Itajaí

34,33

Itaiópolis

Norte Catarinense

85,53

Baln. Arroio do Silva

Sul Catarinense

34,24

Canoinhas

Norte Catarinense

82,12

Guabiruba

Vale do Itajaí

34,22

Alfredo Wagner

G. Florianópolis

81,79

Penha

Vale do Itajaí

33,93

Ituporanga

Vale do Itajaí

81,19

Itapoá

Norte Catarinense

33,87

Santa Terezinha

Norte Catarinense

80,60

Baln. Barra do Sul

Norte Catarinense

33,82

Abelardo Luz

Oeste Catarinense

77,09

Baln. Camboriú

Vale do Itajaí

33,49

Mafra

Norte Catarinense

73,65

Bombinhas

Vale do Itajaí

33,42

Fonte: Elaboração dos autores.

Observando a Tabela 3, nota-se que apenas o município de Concórdia apresenta ID com 100% de degradação. Entre as mesorregiões mais degradadas, observa-se que o Norte Catarinense foi aquela que apresentou mais municípios, com 4 regiões. Entre as mesorregiões menos degradadas têm destaque o Vale do Itajaí, com 6 municípios.

Analisando com maior profundidade as mesorregiões, observa-se, conforme a Tabela 4, as mesorregiões com maiores, menores e valores médios de IDs.

Tabela 4 – ID mínimo, máximo e médio por mesorregiões de Santa Catarina

Mesorregião

ID médio (%)

ID máximo (%)

ID mínimo (%)

Grande Florianópolis

34,47

81,79

43,54

Norte Catarinense

33,82

85,53

51,70

Oeste Catarinense

35,86

100,00

48,53

Serrana

36,10

87,94

47,56

Sul Catarinense

34,24

68,69

45,44

Vale do Itajaí

33,42

81,19

45,74

Fonte: Elaboração dos autores.

Observando os dados da Tabela 4, nota-se que o estado de Santa Catarina possui padrão de degradação com bastante homogeneidade, pois os valores de IDs médios estão entre 33,42 no mínimo e 34,47 no máximo. Esse padrão vai de encontro as evidências empíricas que ocorrem na maioria das regiões brasileiras (PINTO; CORONEL, 2013). A partir disso, verifica-se que o padrão de degradação ambiental encontrado em Santa Catarina apresenta aspecto divergente das demais regiões brasileiras pesquisadas por meio das evidências empíricas. Isso porque na maioria dos casos foi encontrada a heterogeneidade da degradação nas realidades estudadas, o que não ocorreu para Santa Catarina.

Observando a mesorregião mais degradada de Santa Catarina, isto é, a mesorregião Serrana, nota-se que os principais fatores para tal fenômeno são degradação da mata ciliar; lançamento de efluentes e resíduos sólidos no leito e nas margens do curso d'água; retificação da seção transversal do curso d'água e corte de meandros e a ocupação urbana na faixa de preservação permanente (COSTA, 2008). Ainda, conforme a mesma autora, deve-se ter medidas preventivas para o controle da degradação nesta mesorregião, pois existem mais áreas não degradadas do que degradadas.

A região do Norte Catarinense, a segunda mais degradada, tem maiores influências da erosão, do desgaste de rochas e solos, fazendo com que exista a desagregação e deslocamento das partículas pelas ações hídricas e/ou eólicas (LOPES, KOBAIYAMA, SANTOS, 2007). A região do Sul Catarinense é uma das mais poluídas do Brasil, pois tem como principal atividade a mineração do carvão que compromete os recursos hídricos e gera degradação dos solos e da vegetação além da poluição do ar (SANTOS, 2008). Observando estas regiões, nota-se que a degradação está mais voltada para os recursos hídricos, o que indica que deve haver políticas públicas para a proteção dos leitos de rios e riachos destas regiões.

Já, a mesorregião menos degradada de Santa Catarina é a do Vale do Itajaí que tem como principal característica o plantio de cereal, cujo método de cultivo é através da utilização de sementes pré-germinadas, semeadas a lanço em solo coberto por uma lâmina de água, além do controle de pragas com a aplicação de pesticidas. As ações de controle da degradação nesta mesorregião são a recomposição de suas características físicas e a recuperação de sua flora e de sua fauna através da adoção de políticas públicas, que promovam o desenvolvimento ambiental e socialmente sustentável, mediante uma ação local que tenha como referência o contexto global (THEIS, FERNANDES, 2002).

5. Considerações finais

O fenômeno da degradação ambiental é uma preocupação de âmbito mundial. Apesar de uma variedade de aspectos estar ligada a essa situação, no cenário catarinense, o fenômeno de degradação dos recursos hídricos é o mais evidente. A partir disso, este trabalho propôs-se a criar um Índice de Degradação (ID) a fim de mensurar esse fenômeno no estado de Santa Catarina.

Na construção do índice, no qual foi possível construir o ID para o estado, este apresentou um valor médio de 47,38%, valor considerado baixo em comparação a outros estados brasileiros relatados em trabalhos empíricos. Com relação aos municípios, apenas Concórdia, no Oeste Catarinense apresentou índice de 100% de degradação.

Com relação às mesorregiões catarinenses, observou-se homogeneidade, pois os valores de IDs médios oscilaram entre 33 e 35. Neste contexto, constatou-se que a Serrana foi a mesorregião mais degradada de Santa Catarina, e a menos degradada foi a mesorregião do Vale do Itajaí. Em todas as mesorregiões, notou-se que o principal fator de degradação foi dos recursos hídricos. Entre os impactos gerados, estão os desmatamentos das matas ciliares, resíduos, mineração do carvão, erosão e cultivo de cereais com aplicação de pesticidas que afetam as bacias hídricas.

Para controlar o efeito de degradação no estado de Santa Catarina, fazem-se necessárias medidas preventivas. Entre estas estão, a recomposição das matas ciliares, controle dos resíduos e a recomposição das características das regiões onde o plantio é exacerbado.

Este estudo ficou limitado a um corte específico de período, não podendo ser analisada uma evolução da dinâmica da degradação ambiental no decorrer do tempo. Além disso, o aspecto da degradação ambiental foi tratado isoladamente, sem evidenciar seu relacionamento com outros aspectos presentes no desenvolvimento de uma região. Assim, para trabalhos futuros, sugere-se estudar a degradação ambiental relativa a um período maior de tempo, além de relacionar este fenômeno com aspectos sociais, econômicos e culturais que também podem ser mensurados a partir de índices.

Referências

ARAUJO, M. L. M. N. de; REINALDO, L. R. L. R.; SOUSA, J. da S.; ALMEIDA, P. G. de; ALVES, L. de S.; WANDERLEY, J. A. C. Impactos Ambientais nas Margens do Rio Piancó Causados pela Agropecuária. Revista Brasileira de Gestão Ambiental, Pombal, v. 4, n. 1, p. 13-33, 2010.

BALSAN, R. Impactos Decorrentes da Modernização da Agricultura Brasileira. CAMPO-TERRITÓRIO: Revista de Geografia Agrária, Francisco Beltrão, v. 1, n. 2, p. 123-151, 2006.

BASSAB, W. de O.; MIAZAKI, E. S.; ANDRADE, D. F. de. Introdução à Análise de Agrupamentos. São Paulo: Associação Brasileira de Estatística (ABE), 1990.

BRAGA, T. M.; FREITAS, A. P. G. de; DUARTE, G. de S.; CAREPA-SOUZA, J. Índices de sustentabilidade municipal: o desafio de mensurar. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 14, n. 3, p. 11-33, 2004.

COSTA, S. D. Estudo da viabilidade de revitalização de curso d'água em área urbana: estudo de caso no rio córrego grande em Florianópolis, Santa Catarina. Dissertação de Mestrado em Engenharia Ambiental. Florianópolis, 2008.

CUNHA, N. R. da S.; LIMA, J. E. de; GOMES, M. F. de M.; BRAGA, M. J. A Intensidade da Exploração Agropecuária como Indicador da Degradação Ambiental na Região dos Cerrados, Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, Piracicaba, SP, v. 46, n. 2, p. 291-323, 2008.

DUARTE, L. C. B. A Política Ambiental Internacional: uma introdução. Revista Cena Internacional, Brasília, v. 6, n. 1, p. 4-12, 2004.

FERNANDES, E. A.; CUNHA, N. R. da S.; SILVA, R. G. da. Degradação ambiental no estado de Minas Gerais. Revista de Economia e Sociologia Rural, Rio de Janeiro, v. 43, n. 1, p. 179-198, 2005.

GLIESSMAN, S. R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. 3ª ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005.

GREENE, W. H. Econometric analysis.6 ed. New Jersey: Prentice Hall, 2008.

HAIR, J. F JR..; BLACK, W. C.; BABIN, B. J.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L.;. Análise Multivariada de Dados. 6ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Agropecuário de 2006.

Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/ca/default.asp?o=2&i=P>. Acesso em: 24 de out., 2013.

LEITE, S. P.; SILVA, C. R. da; HENRIQUES, L. C. Impactos ambientais ocasionados pela agropecuária no Complexo Aluízio Campos. Revista Brasileira de Informações Científicas, Campina Grande, v. 2, n. 2, p. 59-64, 2011.

LEMOS, J.J.S. Níveis de Degradação no Nordeste Brasileiro. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v.32, n. 3, p. 406-429, 2001.

LIRA, W. S.; CÂNDIDO, G. A. Análise dos Modelos de Indicadores no Contexto do Desenvolvimento Sustentável. Perspectivas Contemporâneas, Campo Mourão, v. 3, n. 1, p. 31-45, 2008.

LOPES, N. H. Y., KOBIYAMA, M., SANTOS, I. Relação entre concentração de sedimentos em suspensão e vazão em microbacias experimentais na região norte do estado de Santa Catarina, Brasil. In: XVII Simpósio de Recursos Hídricos, Santa Catarina, 2007.

MINGOTI, S. A. Análise de dados através de métodos de Estatística Multivariada – uma abordagem aplicada. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

PAIS, P. S. M.; SILVA, F. de F.; FERREIRA, D. M. Degradação Ambiental no Estado da Bahia: uma aplicação da análise multivariada. Revista Geonordeste, São Cristóvão, a. XXIII, n.1, p. 1-21, 2012.

PINTO, N. G. M.; CORONEL, D. A. A Degradação Ambiental no Brasil: uma análise das evidências empíricas. Observatorio de La Economía Latinoamericana, Málaga, n. 188, p. 1-8, 2013.

PINTO, N. G. M.; CORONEL, D. A. Degradação ambiental do Rio Grande do Sul: uma análise dos municípios e mesorregiões. Revista Brasileira de Agroecologia, v.9, n.1, p. 3-17, 2014.

PINTO, N. G. M.; CORONEL, D. A.; CONTE, B. P. Mapping of Environmental Degradation in Regions and States of Brazil. WSEAS Transactions on Business and Economics, v. 11, p. 453-464, 2014.

PINTO, N. G. M.; LOPES, M. M.; CORONEL, D. A. Análise da Degradação Ambiental nos Municípios e Mesorregiões do Estado do Paraná. Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, v. 35, n. 126, p. 191-206, 2014.

RAMPAZZO, L. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e pós- graduação. São Paulo: Loyola, 2002.

SANTOS, J. V. Um olhar sócio-ambiental da história: A trajetória do movimento ambientalista e seus conflitos com a atividade carbonífera no sul de Santa Catarina (1980-2008). Dissertação de Mestrado em História. Santa Catarina, 2008.

SAMPAIO, E. V. de S. B.; ARAÚJO, M. S. B.; SAMPAIO, Y. S. B. Impactos ambientais da agricultura no processo de desertificação no Nordeste do Brasil. Revista de Geografia, Recife, v. 22, n. 1, p. 93-113, 2005.

SILVA, A. W. L. da; SELIG, P. M.; MORALES, A. B. T. Indicadores de Sustentabilidade em Processos de Avaliação Ambiental Estratégica. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. XV, n. 3, p. 75-96, 2012.

SILVA, R. G. da; RIBEIRO, C. G. Análise da Degradação Ambiental na Amazônia Ocidental: um Estudo de Caso dos Municípios do Acre. Revista de Economia e Sociologia Rural, Rio de Janeiro, v. 42, n. 1, p. 91-110, 2004.

THEIS, I. M., FERNANDES, C. A. Políticas públicas e degradação ambiental em Itajaí, SC. Geosul, Florianópolis, v.17, n. 33, p. 95-116, 2002.


1. Doutorando em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: nelguimachado@gmail.com;
2. Graduado em Administração da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: brunopconte@yahoo.com.br;

3. Doutor em Economia pela Universidade Federal de Viçosa e Diretor da Editora da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: daniel.coronel@uol.com.br


Vol. 36 (Nº 24) Año 2015

[Índice]

[En caso de encontrar algún error en este website favor enviar email a webmaster]