Espacios. Vol. 37 (Nº 02) Año 2016. Pág. E-3

Avaliação da utilização de metodologias ativas no ensino superior: estudo de caso na disciplina de gestão da produção aplicada

Evaluation of using active methodologies in higher education: A case study in applied production management discipline

Mathias HERZER 1; Felipe Morais MENEZES 2; Ariel Peixoto POSSEBON 3; Fabiano de Lima NUNES 4

Recibido: 01/09/2015 • Aprobado: 29/09/2015


Contenido

1. Introdução

2. Gestão da produção aplicada

3. Metodologia de pesquisa

4. Estudo de caso

5. Considerações finais

Referências


RESUMO:

Em um mercado altamente competitivo, as empresas necessitam de gestores de produção cada vez mais qualificados. A formação do ensino superior é fundamental nos dias de hoje, as universidades tem um papel importante ao formar os futuros profissionais,com o propósito de contribuir para o enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. Objetivo geral desse trabalho é avaliara metodologia de ensino utilizada em uma disciplina de gestão da produção aplicada na Universidade Feevale. A partir de uma fundamentação teórica contemplando conceitos de Gestão da Produção e Metodologias Ativas, realizou-se um estudo de caso com um questionário aplicado para os alunos da disciplina. Apresenta-se no estudo de caso o planejamento e condução da disciplina baseada em métodos de ensino com atividades teóricas e práticas resultando a execução de um projeto de fábrica. Como resultado identificou-se que as metodologias ativas contribuem para a aprendizagem, principalmente no que tange a expressão do conhecimento, a curiosidade, a autonomia do aluno e o trabalho em equipe.
Palavras-chave: Gestão Produção Aplicada. Metodologias Ativas. Projeto de Fábrica. Projeto de Produto.

ABSTRACT:

In a highly competitive market, companies need increasingly qualified production managers. The formation of higher education is crucial nowadays; universities have an important role to prepare future professionals with the purpose of contributing to the enrichment of teaching and learning in the classroom. The objective of this study is to evaluate the teaching methodology used in a discipline of production management applied in Feevale University. From a theoretical foundation contemplating Production Management concepts and Active Methodologies, there was a case study with a questionnaire applied to the students of the discipline. It is presented in the case study, the planning and conduct of discipline based on teaching methods with theoretical and practical activities resulting in a factory design fulfillment. As a result, it was found that the active methodologies contribute to learning, especially concerning the expression of knowledge, curiosity, learner autonomy and teamwork.
Keywords: Produção Aplicada Management. Ativas. Projeto methodologies Factory. Product design.

1. Introdução

O mundo está passando por um processo de rápidas e profundas transformações, atribuídas à revolução tecnológica e à globalização.  Tais mudanças desafiam as empresas que, para se manterem competitivas e sobreviverem no mercado, precisam buscar profissionais cada vez mais competentes e qualificados.

A metodologia ativa no ensino superior busca aliar teoria a prática como objetos do ensino, na formação acadêmica, a fim de ser possível uma melhoria na qualidade do ensino ministrado em universidades. Os conhecimentos tradicionalmente adquiridos em sala de aula, como profissionais, em especial os alunos futuros gestores, precisam apresentar habilidades e atitudes exigidas pelo mercado. 

O presente artigo trata-se de um estudo de caso em um processo de aprendizagem em que o acadêmico vivência e coloca em prática conceitos no qual aprendeu ao longo de sua graduação. A pesquisa foi elaborada na disciplina de Gestão da Produção Aplicada do curso superior de Gestão da Produção Industrial na Universidade Feevale.

Dentro deste contexto, este artigo apresenta a seguinte questão-problema de pesquisa: quais são os resultados obtidos pela metodologia utilizada na disciplina de Gestão da Produção Aplicada do curso superior de Gestão da Produção Industrial no processo de ensino - aprendizagem?

Diante disto, este estudo foi elaborado com o objetivo geral de descrever e avaliar a metodologia de ensino utilizada em uma disciplina de Gestão da Produção Aplicada na Universidade Feevale no Rio Grande do Sul - Brasil. Os objetivos específicos são: (a) descrever o método utilizado e; (b) avaliar a percepção dos alunos em relação à disciplina.

Esse trabalho tem como intuito de contribuir na metodologia de ensino das Universidades e demais estudos vinculados na área da Gestão da Produção, fazendo com que os acadêmicos pesquisem e apliquemos conceitos desse estudo no qual aprenderam ao longo de sua graduação.

O presente artigo foi dividido nas seguintes etapas após a introdução: referencial teórico, seguido da metodologia e estudo de caso, este apresenta como a pesquisa foi elaborada. A próxima etapa foi a apresentação dos resultados e por fim das considerações finais da pesquisa.

2. Gestão da produção aplicada

 

Este item apresenta os conceitos básicos dos assuntos tratados na disciplina pesquisada no estudo de caso.

2.1. Projeto do produto

O lançamento de um produto novo no mercado, para a maioria das empresas, não é uma atividade rotineira e sim o resultado de um esforço que pode durar um tempo significativo e envolver quase todos os setores funcionais da empresa, com implicações nas vendas futuras e consequentemente na sobrevivência da empresa. Segundo Neumann e Scalice (2015, p.141), o objetivo do projeto de processos produtivos é assegurar que o desempenho do projeto seja adequado ao que se está tentando alcançar.

O desenvolvimento de produto também envolve as atividades de acompanhamento do produto após o lançamento para, assim, serem realizadas as eventuais mudanças necessárias nessas especificações, no processo de desenvolvimento e nas lições aprendidas ao longo do ciclo de vida do produto.

O objetivo de projetar produtos e serviços é satisfazer os consumidores atendendo a suas necessidades e expectativas atuais ou futuras. De acordo com Neumann e Scalice (2015, p.117), projetar é conceber a aparência, o arranjo e a estrutura de algo antes de construí-lo. O projeto de produtos é em essência uma atividade coletiva, dependente da experiência e do saber da equipe de desenvolvimento de projetos melhorando a competividade da organização onde o projeto de produto e serviço tem seu início com o consumidor e nele termina.

Projeto de produto é um processo que descreve as etapas no projeto de desenvolvimento do produto para sua introdução no mercado e mostra o ciclo de vida do produto, desde o projeto até sua evolução de vendas, além dos recursos gerenciais e técnicos no processo de desenvolvimento de um projeto.Para que os projetos dos produtos sejam efetivos, deve haver uma ligação entre o que a operação está tentando alcançar e os objetivos de desempenho de seus processos (NEUMANN e SCALICE, 2015).

2.2. Plano de produção

A área de administração da produção e operações não é a única envolvida em um lançamento de produto ou serviço, mas dá sua contribuição e também se beneficia.Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009, p.32) Administração da Produção (ou operações) é o termo usado para as atividades, decisões e responsabilidades dos gerentes de produção.

O Plano de Produção define a maneira como o bem será produzido, se de forma unitária ou seriada com altos volumes, se necessitará de processos padronizados ou será produzido por encomenda sob um projeto específico.

O Plano de Produção trabalha com informações agregadas de vendas e produção, normalmente com o agrupamento de produtos em famílias em famílias afins (TUBINO, 2009, p. 41). O plano revela em termos gerais, a quantidade total de produção que o departamento da produção deve produzir em cada período do planejamento.De acordo Lelis (2014), essa área contribui ao preparar condições para criação e fabricação de novos produtos ou serviços.

Dentre os diversos aspectos envolvidos com o planejamento da produção, destaca-se:

  1. Estrutura de Produto:A estrutura do produto pode ser definida como um diagrama que identifica e descreve os componentes de um produto final. Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2008), a forma como as estruturas de produto são definidas, além, obviamente das características inerentes ao produto em questão, determina a quantidade de níveis e de componentes por nível que as estruturas apresentarão.
  2. Roteiro de Produção: determina o melhor método de produção das peças, dos subconjuntos e das montagens dos vários produtos acabados que a fábrica produz. De acordo com Arnold (2012), o controle da atividade de produção necessita dessa informação para estabelecer prioridades adequadas e para responder às questões sobre entregas, reduções e sobre status dos pedidos.
  3. Cronometragem: Todo planejamento é baseado em tempos em conhecimento do tempo necessário para cada tarefa e para cada operação é de grande importância para o controle da produção. Segundo Leme (1974, p. 23), a noção de tempos cronometrados, segundo a designação clássica, está associada a dois conceitos básicos: o método de execução do trabalho e o tempo padrão.

Uma boa estrutura de produto, com um roteiro adequado e dados de tempo precisos são essenciais para programação e carregamento eficiente, do tempo padrão e dos métodos usados na prática de medir esses tempos e tem impacto em todo planejamento financeiro da organização.

2.3. Planejamento financeiro

O planejamento financeiro gerencia os recursos financeiros da empresa. Segundo Gitman (2010, p. 105), processo de planejamento financeiro é o planejamento que se inicia com planos financeiros de longo prazo ou estratégicos, que por sua vez orientam a formulação de planos e orçamentos de curto prazo ou operacionais.

O planejamento financeiro é um aspecto importante das operações das empresas porque fornece um mapa para a orientação, a coordenação e o controle dos passos que a empresa dará para atingir seus objetivos (GITMAN, 2010, p. 105). A função do planejamento financeiro é proporcionar equilíbrio financeiro; isso deve ser percebido pela empresa que deve se posicionar no mercado e definir políticas de investimento.

Um bom planejamento financeiro deve contemplar diversas variáveis, dentre elas, destaca - se:

  1. Custos: é o elemento representado pela somatória de custos que compõem um produto. Segundo Megliorni (2011, p. 10), custos correspondem à parcela dos gastos consumida no ambiente fabril para a fabricação dos produtos na empresa industrial; na aquisição de mercadorias para revenda na empresa comercial; e na realização de serviços nas empresas prestadoras de serviços.
  2. Preço: As expectativas de clientes e consumidores nos dias atuais são cada vez mais refinadas e exigentes, impulsionadas pela informação que os torna aptos a avaliar com maior rigor e critério as opções de compras.

Para que se obtenha um custo adequado do produtos e que permita praticar um preço compatível com a percepção de valor deste no mercado, a prototipagem apresenta-se como uma etapa fundamental para avaliar estas variáveis.

2.4. Prototipagem

Os protótipos desempenham um papel-chave para o compartilhamento de ideias em uma equipe multidisciplinar, especialmente considerando-se o aumento da complexidade e do grau de inovação dos produtos recentemente desenvolvidos.

O protótipo serve para testar o produto sob condições reais de operações, levando em conta o desempenho técnico e o desempenho de mercado, no caso a aceitação do produto pelo consumidor.

Protótipos de produtos podem incluir tudo desde modelos em argila a simulação em computador. Protótipos de serviços podem compreender simulações em computador, mas também a implementação real do serviço em escala-piloto (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2009, p. 134).Os protótipos obtidos são um excelente auxílio, porque contribuem para o aprendizado, comunicação e integração entre os membros da equipe.

2.5. Qualidade de produto

A qualidade se constitui no mais importante atributo de uma entidade, seja esta uma pessoa, uma instituição, um produto ou um serviço. Segundo Paladini (2012, p. 4), Qualidade é a capacidade que um produto ou um serviço tenha de sair conforme seu projeto. Também qualidade passou a ser conceituada como satisfação do cliente quanto à adequação do produto ao uso (CARPINETTI, MIGUEL e GEROLAMO, 2011, p. 6).

Uma definição de qualidade de produto realiza varias funções. De acordo com Gobe (2004, p. 71), a qualidade de produtos é definida em termos da capacidade de um produto para desempenhar suas funções; inclui a durabilidade geral do produto, sua confiabilidade, precisão, facilidade de operação. Já para qualidade de produção Arnold (2012), significa que, no mínimo, toda a produção deve estar dentro dos limites de especificações e, quanto menor a variação em relação ao valor nominal, melhor a qualidade.

2.6. Critérios de segurança

A segurança está ligada à preocupação dos males ou danos que um produto possa causar. Segundo Gobe (2004, p. 73), as organizações devem projetar suas ofertas de forma a proteger os usuários e, nesse aspecto, a embalagem a rotulagem desempenham papéis fundamentais. Também o autor diz que a questão da segurança leva à noção de responsabilidade civil do produto, segundo a qual fabricantes e vencedores são responsáveis por danos pessoais e materiais provocados por suas ofertas.

2.7. Projeto de fábrica

Projeto de Fábrica está associado às decisões estratégicas estruturais e diferem do senso comum, associado a sua arquitetura, dimensões ou instalações de apoio. Segundo Neumann e Scalice (2015, p. 113),nessa metodologia sãofocados a abordagem no conjunto dos cinco núcleos de decisões estruturais para o projeto de uma nova unidade produtiva, considerados os elementos principais para o Projeto de Fábrica.

Assim o projeto de fábrica é responsável por uma abordagem sistêmica, pelo desenvolvimento de novos produtos, processos de produção, planejamento da capacidade instalada, seleção da tecnologia de produção e localização industrial. Neste contexto, destaca-se o arranjo físico adequado e um bom balanceamento das operações:

  1. Arranjo físico: Planejar o arranjo físico de uma certa instalação significa tomar decisões sobre a forma como serão dispostos, nessa instalação, os centros de trabalho que aí devem permanecer. Segundo Corrêa e Corrêa (2006, p. 407), o arranjo físico de uma operação é a maneira segundo a qual se encontram dispostos fisicamente os recursos que ocupam espaço dentro da instalação de uma operação. O arranjo físico de uma operação ou processo é como seus recursos transformadores são posicionados uns em relação aos outros e como as várias tarefas da operação serão alocadas a esses recursos transformadores (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2009, p. 118).O arranjo físico tem uma disposição física orientada para o produto.De acordo com Neumann e Scalice (2015, p. 220), o Layout (arranjo físico) de qualquer empresa, quer seja uma indústria ou prestadora de serviços, é o resultado final de uma análise e proposições de um layout após as decisões relacionadas a produtos, processos e recursos de produção terem sido tomadas.
  2. Balanceamento de operações: A tarefa do balanceamento é a de atribuir as tarefas aos postos de trabalho de forma a atingir uma dada taxa de produção, e de forma que o trabalho seja dividido igualmente entre os postos. Segundo Neumann e Scalice (2015, p. 244), o balanceamento de linhas corresponde à distribuição de atividades sequenciais por postos de trabalho, de modo a permitir uma elevada utilização de trabalho e de equipamentos, e minimizar o tempo ocioso. O balanceamento de linha tradicional se refere ao balanceamento da mão-de-obra em cada estação de trabalho, não importando o tempo de ciclo (BLACK, 2001, p. 194).O balanceamento de linha de fabricação e montagem como método de dimensionamento de capacidade de produção permite obter melhor aproveitamento dos recursos disponíveis (NEUMANN e SCALICE, 2015, p. 243). O autor continua descrevendo que balanceamento também mostra necessário devido à ocorrência de mudanças nos processos, como inclusão ou de novas operações, mudanças no tempo de processamento, alteração de componentes e alteração na taxa de produção.

2.8. Gestão de operações

Gestão de operações é a atividade de gerenciamento dos recursos e processos produtivos que produzem o pacote de serviços entregue ao cliente. Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 26), as operações diferem em termos de volume de seus recursos de saída, da variedade dos resultados que produzem, de variação da demanda com as quais elas precisam lidar e do grau de visibilidade ou de contato que possuem com o cliente.

Estratégia de operações preocupa-se com o processo da função de produção do negócio como um todo, envolvendo principalmente:

  1. Programação da Produção: consiste na definição de momentos que os recursos de produção serão requeridos no tempo para realização de cada operação de todas as ordens de fabricação ou de serviços existentes no sistema de produção. Segundo Tubino (2009, p .63), com base no plano de produção e nos registros de controle de estoques, a programação da produção está encarregada de definir quanto e quando comprar, fabricar ou montar de cada item necessário à composição dos produtos acabados propostos pelo plano.
  2. Planejamento da Necessidade de Materiais: é um método de calculo que converte a previsão de demanda em programação da necessidade de seus componentes. Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2008, p. 131), o objetivo do Planejamento de Necessidades de Materiais é ajudar a produzir e comprar apenas o necessário e apenas no momento necessário, visando eliminar estoques, gerando uma série de "encontros marcados" entre componentes de um mesmo nível, para operações de fabricação ou montagem.

2.9. Metodologias ativas de ensino

Atualmente há uma grande necessidade a busca de um ambiente de aprendizagem ativa e de professores do ensino superior que desenvolvam competências profissionais para preparar os estudantes numa formação adequada para o mercado e trabalho. Novas estratégias de ensino-aprendizagem, como as metodologias ativas, são consideradas um novo desafio para a formação de professores do futuro (ARAÚJO e SASTRE, 2009). Dependendo a forma de aprendizagem é preciso rever as formas tradicionais de ensino por metodologias ativas de aprendizagem. 

Em um ambiente de aprendizagem ativa, o professor atua como orientador, supervisor, facilitador, do processo de aprendizagem, e não apenas como fonte única de informação e conhecimento (BARBOSA e MOURA, 2013). Pode-se entender Metodologias Ativas como formas de desenvolver o processo do aprender que os professores utilizam na busca de conduzir a formação crítica de futuros profissionais nas mais diversas áreas (BERBEL, 1995). Sendo um recurso didático de grande importância, as metodologias ativas, podem favorecer de forma significativa e eficaz, o processo de ensino-aprendizagem.

A aprendizagem ativa ocorre quando o aluno interage com o assunto em estudo – ouvindo, falando, perguntando, discutindo, fazendo e ensinando – sendo estimulado a construir o conhecimento ao invés de recebe-lo de forma passiva do professor (BARBOSA e MOURA, 2013). Essa metodologia deve ter em mente orientar a experiência do educando, a fim de levá-lo a aprender por si e/ou grupo, o que possibilitará o desenvolvimento de todas as experiências de aprendizagem, promovendo a realização de sua personalidade e formação. O processo de ensino-aprendizagem, para ser adequadamente compreendido, precisa ser analisado de tal modo que articule consistentemente as dimensões humanas, técnica e político social (CANDAU, 2001).

Metodologia Ativa é um processo que possui como principal característica inserir o aluno como principal responsável pela sua aprendizagem nas atividades empregadas. Conforme Belbel (1995), as Metodologias Ativas baseiam-se em formasde desenvolver o processo de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prática social, em diferentes contextos. É uma estratégia de ensino muito eficaz, independentemente do assunto, quando comparada com os métodos de ensino tradicionais, como aula expositiva (BARBOSA e MOURA, 2013).

Tais atividades nessa metodologia possibilitam a assimilação de conhecimentos e habilidades e, por meio destes, o desenvolvimento das capacidades como a percepção das coisas, o pensamento, a expressão, o reconhecimento das propriedades e relações entre fatos da aprendizagem. Segundo Freire (2006), as metodologias ativas, para que haja educação de adultos, a superação de desafios, a resolução de problemas e a construção de novos conhecimentos a partir de experiências prévias, são necessárias para impulsionar as aprendizagens.

A metodologia ativa é uma concepção educativa que estimula processos construtivos de ação-reflexão-ação Freire (2006), em que o estudante tem uma postura ativa em relação ao seu aprendizado numa situação prática de experiências, por meio de problemas que lhe sejam desafiantes e lhe permitam pesquisar e descobrir soluções, aplicáveis à realidade.

As metodologias ativas têm o potencial de despertar a curiosidade, a medida que os alunos se inserem na teorização e trazem elementos novos, ainda não considerados nas aulas ou na própria perspectiva do professor (BERBEL, 1995).  Assim os alunos têm a oportunidade de expressar o conhecimento teórico na pratica sem precisar somente da orientação do professor e sim empregar o conhecimento em grupo.

Aprendizagem baseada por problema (ABP), que é uma metodologia ativa de ensino, compõe estratégias de uma proposta pedagógica na qual a aprendizagem é desenvolvida em pequenos grupos tutorados, onde o professor passa a ser apenas um mediador, permitindo que o aluno busque o melhor caminho de solucionar o problema proposto (MAMEDE, 2001). Já Freitas (2012) considera que a ABP exerce um avanço no método de ensino superior devido ao aluno aprender de uma maneira diferente da convencional. Ao colocar o aluno no centro da aprendizagem, ela contribui na aquisição de hábitos de aprendizagem autônoma e, assim, motivando o aluno a desenvolver um senso de responsabilidade e, também, o ajuda a superar a tão criticada separação entre a formação acadêmica teoria e a prática.

A utilização dessa metodologia pode favorecer a autonomia do aluno, despertando a curiosidade, estimulando tomadas de decisões individuais e coletivas. Para que as Metodologias Ativas possam causar efeito na direção da intencionalidade pela qual são definidas ou eleitas, será necessário que os participantes do processo as assimilem no sentido de compreendê-las (BERBEL, 1995). O método é avaliado através de uma avaliação que estimula o estudante a ter responsabilidade pelo aprendizado dos demais participantes do grupo.  

É necessário reafirmar que todo estudo da metodologia ativa é sempre precedido do trabalho do professor: a incentivação para o estudo, a explicação da matéria, a orientação sobre os procedimentos para resolver tarefas e problemas, as exigências quanto à precisão e profundidade do estudo etc. O trabalho docente realizado com base nessa perspectiva torna-se, de fato, um trabalho em permanente construção, feito e desfeito num tempo-espaço específico, pela mediação da teoria e da prática (VEIGA, 2006).

Também de acordo com Veiga (2006), é fundamental que o professor participe do processo de repensar a construção do conhecimento, na qual a mediação e a interação são os pressupostos essenciais para que ocorra aprendizagem. É necessário também que o professor esteja atento para que esse estudo seja fonte de satisfação para o aluno, de modo que sinta que ele está progredindo, animando-se para novas aprendizagens.

 As contribuições das metodologias ativas nos permitem prever que, em vez de alunos saindo da escola com ilusão de terem aprendido algo só porque foram expostos a conteúdos em aulas expositivas, teremos alunos que experimentaram situações de aprendizagem profundamente significativas em suas vidas (BARBOSA e MOURA, 2013). Essa metodologia contribui que os alunos experimentem ações nessas aulas práticas na aprendizagem.

3. Metodologia de pesquisa

A pesquisa científica consiste em um processo ordenado de investigação, recorrendo a procedimentos científicos para encontrar respostas para um problema. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 43), a pesquisa sempre parte de um problema, de má interrogação, uma situação para qual o repertório de conhecimento disponível não gera resposta adequada. Toda a pesquisa vem de um conjunto de ações que visam a descoberta de novos conhecimentos em uma determinada área.

A pesquisa em questão é na classificada quanto à sua natureza em pesquisa aplicada. A pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos, e envolve verdades e interesses locais (GIL, 2011). O objetivo da pesquisa tem caráter exploratório e descritivo.  Segundo Gil (2011, p. 28), na pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Para o caráter descritivo, permite analisar e formular uma solução para o problema, mas sem nenhuma interferência sobre o processo atual, pelo caráter exploratório pelo fato de proporcionar mais conhecimento sobre o assunto abordado.

Quanto à abordagem a pesquisa classifica-se como qualitativa. A abordagem qualitativa é caracterizada pelo pesquisador manter contato direto com o ambiente e o objeto de estudo em questão, sem qualquer manipulação intencional do pesquisador. Sobre pesquisa qualitativa Denzin e Lincoln (2006, p. 22) comentam que pesquisa qualitativa em uma ênfase sobre as qualidades das entidades e sobre os processos e os significados que não são examinados ou medidos experimentalmente em termos de quantidade, volume, intensidade ou frequência.

O procedimento técnico utilizado foi o estudo de caso que é apenas uma das muitas maneiras de fazer pesquisa em ciências sociais.Segundo Yin (2010, p. 32), um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. Para Prodanov e Freitas (2013, pág.60), o estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa.

Em relação à coleta de dados, a pesquisa tem o ambiente como fonte direta dos dados sem que haja uma manipulação propositada do pesquisador. Os procedimentos de coleta de dados adotados foram utilizados a análise documental, observação direta e pesquisa-ação com o questionário para entrevista com os alunos que participaram da disciplina. Sobre a análise documental, Gil (2011) diz que a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Na observação direta também Gil (2011) comenta que se entende em que o pesquisador permanecendo alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem. Com relação ao questionário, Prodanov e Freitas (2013, p. 53), salientam que "uma das características mais significativas das pesquisas descritivas é a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, como o questionário e a observação sistemática". Isso é significativo para a aplicação, pois o objetivo é responder aos resultados obtidos pela metodologia utilizada na disciplina.

4. Estudo de caso

4.1. A instituição e a disciplina

O estudo de caso foi realizado na disciplina de Gestão da Produção Aplicada do curso superior de Gestão da Produção Industrial, vinculado ao Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA da Universidade Feevale que é uma instituição que atua em todos os níveis de formação. Mantida pela Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo (Aspeur), uma entidade sem fins lucrativos e reconhecida como de utilidade pública federal, estadual e municipal. Criada há mais de quatro décadas, a partir de demanda da comunidade, hoje se dedica à formação de cidadãos em diferentes áreas do conhecimento. 

A disciplina faz parte do conjunto de disciplinas dos 7 semestres do curso e tem como objetivo aplicar os conceitos de Gestão de Operações na prática. Através de um programa de aprendizagem de tarefas, as equipes deverão desenvolver os conceitos e práticas a fim de criar uma fábrica. O estudo inicia pela definição da empresa onde os alunos dividem-se em grupos e definem o nome da empresa. O projeto de produto é a segunda tarefa que define a temática de produto com desenho técnico, dimensões e normas; em seguida tem o plano de fabricação que detalha as quantidades de componentes e materiais necessários, especifica recursos e tempos de cada processo.

A quarta tarefa contempla o plano financeiro que pesquisa e define os custos de materiais, preço de venda, estima o volume de produção mensal, analisa a capacidade e simulam cenários; seguindo com os protótipos, critérios de qualidade e segurança que é fabricar o produto com o trabalho em equipe cumprindo as normas de segurança da Oficina Tecnológica e qualidade no processo. Consolidado o produto, é organizado o projeto de fábrica que elabora o macro Layout (Arranjo Físico) e o micro Layout organizando suas áreas de processo, estoque, fluxo de materiais e máquinas, postos de trabalho e outros; em seguida é feito a produção do lote de 12 unidades do produto aprovado no projeto revisado, onde após a produção, o grupo faz a consolidação do projeto de fábrica com o objetivo de captar investimento para a abertura da fábrica. Após finalizada a apresentação, ocorre a entrega do lote produzido. Conforme a figura 1, mostra algumas o fluxo das atividades desenvolvidas:

Figura 1 - Tarefas da disciplina

Essas tarefas são organizadas em um cronograma pelo professor onde alternam-se entre tarefas em sala de aula e na Oficina Tecnológica (setor com laboratórios que disponibilizam máquinas, ferramentas, espaço com bancadas e pintura) para organização e produção do produto fabricado. Também nos laboratórios da oficina tecnológica são apresentadas e cumpridas as normas de segurança utilizadas no uso das máquinas e ferramentas com os EPIs (Equipamento de Proteção Individual) necessários conforme os manuais de procedimentos do setor e agendamento para horários de atendimento. Segundo a figura 2, mostra algumas imagens das atividades desenvolvidas:

Figura 2 – Eventos  realizados na disciplina

O sistema de avaliação da disciplina é a composição de duas notas, a primeira é composta da avaliação das tarefas realizadas e entregues, observando os critérios de avaliação específicos, onde critérios não atendidos deixarão a nota da tarefa em aberto; o não cumprimento dos critérios, entregas ou prazos implicará em penalidades na nota das tarefas. A segunda nota é o fechamento das tarefas somado com a apresentação final do projeto, avaliado por outro professor da turma e com a opinião de membros externos convidados pelo professor titular; estes fazem o papel de investidor. Nessa nota é observado que as equipes

deverão apresentar de forma objetiva e envolvente o projeto desenvolvido ao longo do semestre e considerando critérios da entrega do lote de 12 unidades do produto fabricado, conteúdo, criatividade e o uso do tempo.

Para realizar a análise, a proposta é responder à pergunta principal das entrevistas com alunos que participaram da disciplina de Gestão da Produção Aplicada nos semestres de 2014/01 e 2014/02. A entrevista foi realizada no período de 22 a 27 de maio de 2015, com o auxílio de um questionário (em anexo no Apêndice A) que os alunos receberam por e-mail com o programa Google Docs. O questionário foi enviado para 51 alunos e obteve-se20 respostas. Das 20 respostas obtidas,70% são alunos de 22 a 30 anos de idade e 30% são alunos de 31 a 40 anos de idade.

As perguntas do questionário foram inseridas em planilhas com as respectivas respostas para serem analisadas sob dois aspectos: o conteúdo da disciplina e a metodologia aplicada. O gráfico 1 apresenta a tarefa que gerou maior aprendizagem:

Gráfico 1 - Tarefas da disciplina que gerou maior aprendizagem.

Conforme o gráfico 1, pode-se analisar que 30% dos alunos avaliaram que a tarefa de projeto de produto gerou maior conhecimento, confirmando o queNeumann e Scalice (2015, p.117), dizem que projetar é conceber a aparência, o arranjo e a estrutura de algo antes de construí-lo.Seguido em 20% dos alunos avaliaram que Projeto de Fábrica foi o maior aprendizagem associando às decisões estratégicas a estrutura, a arquitetura, dimensões ou instalações de apoio o que segundo Neumann e Scalice (2015, p. 113), reforçam que nessa metodologia são focados a abordagem no conjunto dos cinco núcleos de decisões estruturais para o projeto de uma nova unidade produtiva, considerados os elementos principais para o Projeto de Fábrica. O gráfico 2 apresenta a tarefa que gerou menor aprendizagem:

Gráfico 2 - Tarefas da disciplina que gerou menor aprendizagem

Na análise do gráfico 2, podesse verificar que com 35% dos alunos avaliaram que o critérios de qualidade e segurança foi a tarefa que gerou menor conhecimento avaliando que segundo Paladini (2012, p. 4), afirma que qualidade é a capacidade que um produto ou um serviço tenha de sair conforme seu projeto. Com relação a segurança Gobe (2004, p. 73), reforça que as organizações devem projetar suas ofertas de forma a proteger os usuários e, nesse aspecto, a embalagem e rotulagem desempenham papéis fundamentais. Avaliando que essa tarefa é importante no projeto de fábrica e produto.

O Quadro 1, mostra os resultados dasquestões relacionadas às atividades da disciplina.

Quadro 1 - Questões relacionadas à disciplina.

 

O Quadro 1 apresenta as questões avaliadas na disciplina, onde 60% dos alunos concordaram plenamente nas questões de temática do produto e contribuição na geração de conhecimento. Também 50% dos alunos concordam que as atividades desenvolvidas exigiram conhecimento teórico, reforçando a importância de atividades que precisam da fundamentação teórica como planejamento do financeiro que Gitmann (2010, p. 105), reforça é um aspecto importante das operações das empresas porque fornece um mapa para a orientação, a coordenação e o controle dos passos que a empresa dará para atingir seus objetivos, avaliando a importância do estudo na busca de informações.

Na questão dos recursos e instalações da universidade,  45% dos alunos concordaram que os recursos foram atendidos prontamente nos seus trabalhos e 15% não concordaram avaliando a importância de ter um layout (arranjo físico) de máquinas e bancadas para as atividades da disciplina como Neumann e Scalice (2015, p. 220), reforçam que o layout (arranjo físico) de qualquer empresa, quer seja uma indústria ou prestadora de serviços, é o resultado final de uma análise e proposições de um layout após as decisões relacionadas a produtos, processos e recursos de produção terem sido tomadas. Resultando na questão da entrega final do trabalho, que 55% dos alunos concordaram plenamente que sistemática utilizada na entrega final colaborou na aprendizagem.

Também a maioria dos alunos avaliaram positivamente a contribuição dos professores no desenvolvimento das atividades na metologia empregada, conforme Belbel (1995), reforça quepodesse entender Metodologias Ativas como formas de desenvolver o processo do aprender que os professores utilizam na busca de conduzir a formação crítica de futuros profissionais nas mais diversas áreas (BERBEL, 1995).  Assim mostrando a importância da metodologia ativa nas estratégias de ensino-aprendizagem que no Quadro 2, mostra os resultadosdas questões relacionadas à essa metodologia aplicada na disciplina

Quadro 2 - Questões relacionadas à metodologia.

Conforme a tabela 2 pode-se avaliar os resultados significativos da metodologia ativa, aplicada na disciplina com relação ao objetivo desse estudo são de 55% dos alunos concordaram plenamente  que facilitou a aprendizagem comparado às aulas expositivas, citado por Barbosa e Moura (2013) que é uma estratégia de ensino muito eficaz, independentemente do assunto, quando comparada com os métodos de ensino tradicionais, como aula expositiva. Igualmente a mesma porcentagem de alunos avaliaram que a metodologia oportunizou espaço para  expressar o conhecimento, o que segundo Freire (2006),as metodologias ativas, para que haja educação de adultos, a superação de desafios, a resolução de problemas e a construção de novos conhecimentos a partir de experiências prévias, são necessárias para impulsionar as aprendizagens.

Com relação a metodologia ativa, 50% dos alunos concordaram plenamente que a metodologia proporcionou algum tipo de aprendizado fora da disciplina e despertando curiosidade para assuntos desconhecidos como relata Barbosa e Moura (2013), que aaprendizagem ativa ocorre quando o aluno interage com o assunto em estudo – ouvindo, falando, perguntando, discutindo, fazendo e ensinando – sendo estimulado a construir o conhecimento ao invés de recebe-lo de forma passiva do professor. Também resultado de 60% dos alunos avaliaram positivamente que a metodologia proporcionou um trabalho em equipe e a autonomia na execução de ações para a realização das atividades propostas, reforçando que Barbosa e Moura (2013), salientam que as contribuições das metodologias ativas nos permitem prever que, em vez de alunos saindo da escola com ilusão de terem aprendido algo só porque foram expostos a conteúdos em aulas expositivas, teremos alunos que experimentaram situações de aprendizagem profundamente significativas em suas vidas. Contribuindo que a metodologia ativa se faz eficaz no meio estudo empregado.

Neste período de análise da disciplina de Gestão da Produção Aplicada, os alunos observaram aspectos positivos em relação da teória e prática, trabalho em equipe e o desenvolvimento do projeto que foram positivos, o que Belbel (1995) reforça que as Metodologias Ativas baseiam-se em formas de desenvolver o processo de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prática social, em diferentes contextos. Depoimentos de alunos confirmam que "Trabalho em equipe, conciliação da teoria com a prática, desafio de botar a mão na massa e fazer acontecer", "Utilização de diversas disciplinas no desenvolvimento no projeto" e "O envolvimento e a mudança de teoria para a pratica é um diferencial".

Quanto aos outros aspectos, 15% dos alunos, resultado na tabela 1, não concordaram que as instalações e recursos da universidade foram atendidos prontamente, comentado na entrevista , "Mais recursos para se trabalhar com pequenas ferramentas de precisão" e "A estrutura da instituição para a realização da produção do projeto poderia ser melhor",  avaliando que é de extrema importância intensificar os recursos de maquinários e ferramentas dentro do arranjo físico que está à disposição pela instituição para a busca de um balanceamento de operações na fabricação do produto, conforme Neumann e Scalice (2015, p. 243), relatam que o balanceamento de linha de fabricação e montagem como método de dimensionamento de capacidade de produção permite obter melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.

Igualmente intensificar a temática do produto com a disposição de mais tipos de materiais que segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2008, p. 131), relatam que o objetivo do Planejamento de Necessidades de Materiais é ajudar a produzir e comprar apenas o necessário e apenas no momento necessário, visando eliminar estoques, gerando uma série de "encontros marcados" entre componentes de um mesmo nível, para operações de fabricação ou montagem. Assim buscando resultados satisfatórios nesse processo, estando aberto à implementação de novas tecnologias a serem empregadas na disciplina com a metodologia ativa.

A opinião a respeito da entrega final do produto, muitos alunos avaliaram que foi uma surpresa saber que o cliente final eram crianças; que foi interessante e emocionante a experiência de retorno delas com alegria ao receber os brinquedos. Outros comentários foram de aplicar a nota individual, inserir o estudo de marketing e pós vendas.

Também com o apoio do monitor na condução da disciplina, foi analisado positivamente que a condução da disciplina fundamentada em atividades para o desenvolvimento e construção de um projeto de fábrica, aplicando a metodologia ativa, contribuiu para o processo de ensino – aprendizagem dos alunos, fazendo com que Eles aplicassem a teoria e prática de cada processo da gestão, com recursos e instalações da universidade, capacitando-os para futuros gestores no mercado de trabalho. Quanto aos recursos e instalações da universidade, como alguns maquinários e ferramentas disponiveis para a disciplina, precisam ser reavaliados e normatizados para uso adequado, pois os mesmos não trouxeram segurança em alguns procedimentos de uso.

5. Considerações finais

A proposta desse trabalho teve como objetivo descrever e avaliar a metodologia ativa de ensino utilizada na disciplina de Gestão da Produção Aplicada na universidade Feevale. Este apresentado foi evidenciado através dos resultados positivos obtidos do estudo de caso.

Os objetivos específicos trataram de conceituar a fundamentação teórica contemplando conceitos de Gestão da Produção e Metodologias Ativas, contribuindo para o conhecimento embasado. Descrevendo o método aplicado, com caráter descritivo, em uma abordagem qualitativa, com o procedimento de coleta de dados adotados como análise documental, observação direta do próprio autor e o questionário para a avaliação a percepção dos alunos em relação à disciplina e a metodologia aplicada, onde atingiu resultados satisfatórios para a análise.

Destaca-se no estudo de caso a metodologia empregada, que foi importante sua contribuição para a aprendizagem, principalmente no que tange a expressão do conhecimento, a curiosidade, a autonomia do aluno e o trabalho em equipe. Também  com o planejamento e condução da disciplina com atividades teóricas e práticas resultando a execução de um projeto de fábrica, trazendo resultados positivos qualificando a aprendizagem dos futuros profissionais na área.

Diante desse estudo, é importante destacar a experiência pessoal do autor adquirida como aluno e profissional da Universidade auxiliando os alunos nas práticas de aula da disciplina.

Em busca de aprimoramento para estudos futuros, sugere-se pesquisas do assunto para a implementação de novas tecnologias a serem empregada na disciplina, com o intuito de aumentar a disponibilidade dos recursos industriais e inserir a metodologia ativa em outras disciplinas do curso. 

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1. Graduado no Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial na Universidade Feevale. E-mail: mathias@feevale.br
2. Professor e Coordenador da Universidade Feevale. Engenheiro de Produção e Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas. E-mail: felipemenezes@feevale.br
3. Professor e Coordenador da Universidade Feevale. Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas. E-mail: arielpossebon@feevale.br
4. Professor da Universidade Feevale. Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas. E-mail: fabianonunes@feevale.br


 

Vol. 37 (Nº 02) Año 2016
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