Espacios. Vol. 37 (Nº 04) Año 2016. Pág. 28

Reflexões sobre o método de Keynes: o realismo crítico e a importância da incerteza

Reflections on the method of Keynes: critical realism and the importance of uncertainty

Paulo Rogério Alves BRENE 1; Luciano de Souza COSTA 2; Ana Maria Machado CARAVIERI 3

Recibido: 02/10/15 • Aprobado: 25/10/2015


Contenido

Introdução

1. O Método em Questão

2. A visão do mundo de Keynes

3. O Método de Keynes

4. Considerações Finais

Referências


RESUMO:

O objetivo deste artigo é discutir o método de Keynes, tendo a incerteza como elemento metodológico que distingue Keynes dos ortodoxos. Para tanto, foi evidenciado a importância do Realismo Crítico de Lawson no ressurgimento do debate sobre o método de Keynes. Como resultado identificou-se que Keynes foi revolucionário não apenas na teoria, mas também no método, discutido somente após a década de 1970, devido à hegemonia do método ortodoxo e do desvirtuamento da teoria keynesiana (síntese neoclássica), sendo a incerteza o elemento central e distinguível do pensamento keynesiano, sendo inconcebível interpretações de cunho estático e circunscrito ao curto prazo (IS-LM).
Palavras-chave: J. M. Keynes; Metodologia; Realismo Crítico; Incerteza.

ABSTRACT:

The aim of this paper is to discuss Keynes' method, considering the uncertainty as methodological element, which distinguishes Keynes from the Orthodox. Therefore, there are evidences of the importance of Lawson's Critical Realism in the reemergence of the debate about Keynes' method. As results, it was identified that Keynes was revolutionary not only in theory, but also as method, discussed only from 1970 on, due to the hegemony of orthodox methods and the distortion of Keynesian theory (neoclassic synthesis), making inconceivable static and short term enclosed interpretations (IS-LM).
Keywords: J. M. Keynes, Methodology, Critical Realism; Uncertainty.

Introdução

A discussão sobre o método é muita antiga, talvez tão antiga quanto à própria filosofia. Contudo, só a partir dos trabalhos de Locke e Kant é que o método tornou-se objeto de uma reflexão mais profunda por parte dos filósofos e demais pensadores. Desde então, o método passou a ser entendido como o caminho que se deve percorrer para alcançar o conhecimento, ou ainda, um conjunto de regras que devem ser seguidas para atingir tal objetivo. Além disso, passou a se entender que para alcançar o verdadeiro conhecimento era necessário um rigor metodológico. Assim, toda teoria digna de referência deveria ser dotada de um rigoroso método científico, caso contrário, esta poderia ser facilmente contestada e até mesmo refutada. (FONSECA, 2003)

Na economia a discussão sobre o método é mais recente e remonta os trabalhos de Senior, Mill, Neville Keynes e Friedman que constituíram um método hegemônico na ciência econômica de 1930 a 1970, denominado de individualismo metodológico de inspiração positivista. Este só vai ser contestado no início da década de 1970 pelo Realismo Critico de Lawson, que resgatou a discussão sobre o método em geral e em especifico sobre o método e a teoria de Keynes. Apesar deste resgate, ainda hoje o método de Keynes é tema de um debate controverso e pouco conclusivo.

Isto se deve em grande medida devido ao desvirtuamento da teoria de Keynes. Para Chick (1993), não se pode entender a teoria de um determinado autor se não conhecer o seu método. Além disso, como Keynes não produziu nenhuma obra metodológica isto dificultou a apreensão do método através da Teoria Geral. Ainda de acordo com Chick (1993, p. 16) , "a coisa mais difícil de captar na Teoria Geral é o seu método analítico". Logo o objetivo deste artigo é tentar captar o método de Keynes na Teoria Geral. Tendo como hipótese que a incerteza é o elemento metodológico que distingue a visão de Keynes da ortodoxa.

Este artigo está dividido em quatro seções além desta introdução. A primeira seção é reservada para uma reflexão sobre o método na economia, ressaltando as razões do porquê não houve o debate sobre metodologia e em especial sobre o método de Keynes entre as décadas de 1930 e 1970, e do porquê da retomada deste debate após esse período, tendo como pano de fundo o Realismo Crítico de Lawson. Na segunda seção será abordada a visão de mundo de Keynes que influenciou de forma decisiva o seu método e na terceira será discutido o método de Keynes e na última seção é destinada às considerações finais.

1. O Método em Questão

As discussões sobre o método em economia são mais recentes do que na filosofia remontando as obras: Introductory Lecture of Political Economy (1827) de Nassau William Senior e System of Deductive Logic (1843) de John Stuart Mill. Todavia, o marco na história da metodologia em economia é a obra Scope and Method of Political Economy (1891) de John Neville Keynes (pai de John Maynard Keynes), pois resumiu o pensamento metodológico de uma geração de economistas. Além destas, foram importantes também as obras The nature and significance of Economic Science (1932), de Lionel Robbins e The Significance and Basic Postulates of Economic Theory (1938), de Terence Hutchison. Estas obras em conjunto ajudaram a construir na economia uma unanimidade em torno de um único método, o hipotético-dedutivo de inspiração positivista. No entanto, a obra The Methodology of Positive Economic (1953) de Milton Friedman é considerada referência na aplicação do método positivista na economia. (BLAUG, 1993, p. 16)

Conforme Monteiro (2003), embora as preocupações metodológicas no campo da economia remontem Senior e Mill, durante o período de predomínio da abordagem hicksiana, a prática dos economistas foi fortemente influenciada pela visão instrumentalista de Friedman. Essa visão apregoa que uma teoria científica deve ser avaliada por sua capacidade preditiva e não pela realidade de suas suposições.  Nas palavras de Friedman, como apresentado por Marques Junior e Pôrto Júnior (2003, p. 102), "toda teoria seria uma construção simplificada e idealizada da realidade e, necessariamente, falsa", assim o importante é a consistência lógica da teoria.

Desde então, na ciência econômica se difundiu e popularizou os princípios e o método positivista, adquiridos conscientemente ou não. Talvez isso explique o porquê dos economistas terem dado pouca atenção às questões metodológicas em geral e, em específico, ao método de Keynes. Ao revisar a literatura após a publicação de Keynes e, principalmente depois da publicação de Hicks, verifica-se que não há uma discussão sobre o método de Keynes até a década de 1970. De acordo com Carabelli (1988), os intérpretes de Keynes, até os anos de 1960, não deram atenção à questão do método porque havia a crença de que apenas um método era possível na prática da ciência como um todo e, em particular, na economia. Essa crença foi reforçada, como já mencionado, pela consolidação do método positivista na economia após os anos de 1930.

O desprezo pelas discussões sobre o método de Keynes pode ser atribuído também ao enquadramento ortodoxo da teoria keynesiana iniciada com a interpretação de Hicks, sintetizadas no Modelo IS-LM.  Para Chick (1993, p. 5), a Teoria Geral é um trabalho muito complexo, todavia muitos autores na tentativa de entendê-lo têm simplificado o método do Keynes a ponto de descaracterizá-lo, extraindo desse trabalho elementos caros ao Keynes, como: a incerteza, a expectativa, a especulação e o papel da moeda, sem mencionar a análise dinâmica. Dessa forma, para a autora, a macroeconomia da síntese neoclássica reformulou a teoria de Keynes a partir de uma visão de economia de troca. Assim, a macroeconomia atual é baseada em uma visão estática e mecânica característica da ortodoxia. Portanto, o predomínio da ortodoxia keynesiana tornou irrelevante a discussão sobre o método de Keynes. Por isso, para Souza (2003, p. 159) "(...) o interesse pelo método de Keynes só pode prosperar quando as interpretações da síntese neoclássica são afastadas". 

Ainda de acordo com Carabelli (1988) existiriam três abordagens tradicionais que não acreditam que Keynes tenha um método próprio: i) a primeira abordagem afirma que Keynes era um praticante casual ou eclético do método econômico. Para eles a principal obra de Keynes, A Teoria Geral, era um exemplo inegável de que Keynes não se preocupava com o método, pois nesta obra existem escassas proposições metodológicas; ii) a segunda abordagem acredita que A Teoria Geral de Keynes era apenas um caso especial da teoria ortodoxa e, que neste sentido, seu o método era o mesmo da ortodoxia e iii) a terceira abordagem acredita que é possível separar a doutrina de Keynes de seu método, desse modo facilitaria a assimilação da primeira a uma posição metodológica hegemônica a época (o positivismo), como se não houvesse uma posição metodológica autônoma subjacente à doutrina keynesiana.

Todavia, o esgotamento do método positivista na ciência dos anos de 1970 provocou o renascimento do interesse sobre método em economia e, também, deu início as discussões sobre o método de Keynes. Segundo Carabelli (1988), a obra de Coddington sobre economia keynesiana, publicada em 1976, trouxe à luz a idéia de que Keynes teria um método próprio. Para Runde (1997) existem três razões pelo presente interesse pelas questões metodológicas em Keynes; i) os recentes trabalhos que tem enfatizado a relação entre o capítulo 12 da Teoria Geral e o Tratado sobre Probabilidade, especialmente o ponto sobre a conduta racional sob incerteza; ii) a Teoria Geral, e especialmente o capitulo 12, cobriria ainda hoje um grande número de itens extremamente relevantes como incerteza, expectativa e especulação; iii) apesar da importância do capítulo 12 em termos metodológicos há ainda muitos autores que insiste que não há nenhuma lição metodológica na obra de Keynes. 

Segundo Monteiro (2003) os últimos anos testemunham um forte interesse pelo estudo da metodologia em economia devido principalmente a crise por que passa a ciência econômica desde o começo da década de 1970, com a quebra do consenso em torno da chamada síntese neoclássica.  Os modelos da tradição IS-LM mostraram-se incapazes de explicar os eventos econômicos daquela época, especialmente, a estagflação que marcou as principais economias capitalistas, assim como oscilações atuais, a exemplo da crise financeira de 2008. Ainda segundo Monteiro, tal deficiência evidenciou o descompasso entre a teoria e a evidência empírica e salientou a necessidade de se discutir o próprio método da economia.

Desse modo, no começo da década de 1970, a concepção positivista dominante na ciência como um todo, e em particular na ciência econômica, passou a sofrer muitas críticas. Estas levaram a uma reavaliação do método cientifico e da própria ciência que, por sua vez, levaram a discussão sobre a ontologia das ciências. Esta discussão sobre a ontologia provocou o questionamento sobre qual realismo a ser adotado, já que de acordo com Lawson (2004) toda teoria é baseada em algum tipo de realismo. Por isso, a ciência deveria se preocupar com a ontologia e não apenas com epistemologia (dedutivo ou indutivo). Neste sentido, esta nova visão sobre a ciência deixa de se preocupar com questões epistemológicas, que são próprias da visão positivista, e passa a se preocupar com a questão ontológica, que se tornará a marca do que é conhecido hoje como realismo cientifico. Em resumo, o realismo científico é uma corrente filosófica que tem como pedra fundamental a existência de uma realidade intransitiva, que precede e é independente do conhecimento que se tem dela (HODGE, 2008). Para o realismo cientifico a realidade é complexa, mas inteligível e, por isso, a ciência é capaz de explicá-la. Assim, o objetivo do realismo cientifico é ser uma oposição ao empirismo realista do positivismo, explicitando a visão de mundo implícita nas teorias. .

Esta corrente filosófica pode ser dividida em duas vertentes que são aplicadas à economia. A primeira vertente, baseada nos trabalhos de Uskali Mäki, que procura investigar a visão de mundo ou premissas ontológicas das teorias, buscando ao invés de preocupar-se com os possíveis esforços de falsificação ou corroboração de hipóteses, explicitar o realismo que está implícito nas premissas das teorias. Já a segunda, baseada nos trabalhos de Tony Lawson, além da preocupação descritiva da ontologia implícita nas premissas das teorias tem a ambição de propor um novo realismo em oposição ao realismo empirista do positivismo, e assim guiar filosoficamente a ciência e, consequentemente, as teorias. Esta vertente se baseia na filosofia do Realismo Transcendente de Roy Bhaskar para analisar a visão de mundo das teorias econômicas e propor uma nova base filosófica para as teorias. (ARIENTI, 2009).

O livro Economics and Reality de Lawson (1997) é considerado uma aplicação do Realismo Transcendente para análise das teorias econômicas. O Realismo de Lawson é conhecido na literatura como Realismo Crítico. Apesar de algumas diferenças sutis, pode-se dizer que a filosofia do Realismo Transcendente de Bhaskar ilumina a teoria da realidade social de Lawson, que é um exercício de ontologia para a economia. O Realismo Transcendente é assim a referência para Lawson (1997) desenvolver mais especificamente sua crítica ao mainstream da teoria econômica. Lawson (1994 e 2004) sob a influência da filosofia de Bhaskar vai empreender um grande ataque o realismo das teorias ortodoxas. Ele pretende assim superar o realismo positivista e instrumentalismo da ortodoxia através da reorientação da epistemologia para ontologia, sem descuidar das preocupações com a metodologia, pelo contrário impõe uma atenção e uma vinculação entre estes aspectos da construção teórica. Ainda de acordo Lawson, a escolha do método depende de sua adequação ao do objeto de estudo. Assim, o melhor método a ser aplicado depende da caracterização da realidade e da inserção do objeto de estudo nesta realidade. Portanto, para ele, a discussão da ontologia precede a discussão e escolha do método, não exclui, mas sim reforça e dá novas bases para a escolha do método adequado.

Para Lawson (1997 e 2004) o método positivista da ortodoxia era inadequado ao objeto de estudo da economia. Ora, segundo este autor, o que caracteriza o mainstream ou ortodoxia econômica é muito mais do que sua herança neoclássica, é a crença entre os ortodoxos de que o vigor da ciência econômica depende do rigor de seu método e sua aproximação às ciências naturais. Para ele, o que dá identidade e unidade ao mainstream da teoria econômica é a adoção de modelos matemáticos baseados no método dedutivo, inspirado no individualismo metodológico. Ainda conforme Lawson, o problema não é adoção de modelos ou do método dedutivo, mas a adoção implícita de um determinado realismo. Logo, o problema não está no irrealismo dos axiomas, pressupostos e hipóteses, mas, pelo contrário, no realismo implícito das teorias do mainstream, que é um realismo empirista de viés positivista.

Conforme Chick (2004), o equivoco da concepção ortodoxa é retratar a realidade como uma série de sistemas fechados que permitem a separação de objetos de estudos, sua investigação em ciências fragmentadas e em modelos formalísticos, a partir da concepção individualismo metodológico. O mainstream da ciência econômica está baseado em uma concepção de sistema fechado, onde os indivíduos isoladamente buscam a maximização de sua satisfação. Sendo assim a contestação do Realismo Crítico a esse modelo está estruturado na análise ontológica com base na proposição de uma teoria da realidade social a partir de sistemas abertos, no qual há uma relação agente-estrutura de determinação complexa.

Em paralelo ou de forma complementar a análise do Realismo Crítico, Carvalho (2003. p. 177-182) discute as diferenças entre o papel do "investigador externo" e do "sistema objeto de estudo" na visão convencional (neoclássica e clássica) e na de Keynes. Para a primeira visão, de acordo com o autor, existiria uma distinção/dissociação clara entre os dois agentes, o investigador ou economista teria onisciência do comportamento dos agentes econômicos que vivem no sistema objeto de estudo. Nas palavras de Carvalho, para essa visão as "incertezas sofridas pelos agentes individuais não alteram nada e são basicamente irrelevantes para a análise do comportamento da economia (...)".

Ao contrário, ao analisar o método de Keynes, o autor destaca um duplo movimento, no qual primeiramente insere o investigador na posição de agente comum dentro do sistema objeto de estudo (com suas angústias e incertezas) e a posteriori na posição de "(...) analista externo para examinar como estas decisões se articulam entre si". Como frisou Carvalho (2003, p. 180), "como os austríacos, Keynes reconhece que o que importa, de partida, não é o mundo em si, mas o mundo que é percebido". Nesse contexto, ao observar a importância da imersão do investigador na realidade e, aliado a análise do Realismo Crítico, para continuar a discussão sobre o método de Keynes, faz-se necessário entender o mundo no qual ele estava imerso.

2. A visão do mundo de Keynes

O mundo em que Keynes viveu será entendido nessa seção a partir de três aspectos: a) dos fatos históricos concretos, b) do debate teórico e c) da sua própria formação e experiência. Em relação ao primeiro, conforme apresentado por José Fernandes Dias, "Keynes foi contemporâneo [e partícipe] de um período marcado por profundas modificações no cenário econômico, político e social do capitalismo (...) (em tempo de paz e de guerra)" (DIAS, 1977, p. 9).

Como apresentado por Johnson (1977, p. 85), ao recapitular os fatos históricos que envolvem a realidade de Keynes, deve-se destacar o desemprego em massa nos países e, em particular, na Inglaterra onde ao longo da década de 1920, pelos dados mostrados por Chick (1993, p. 8), o índice de desemprego no Reino Unido saiu de 3,2% durante o início desta década para 23% durante a Grande Depressão, observada a partir do crash da bolsa em 1929. Para Bresser-Pereira (2010, p. 54), essa crise é o primeiro desafio de um sistema econômico complexo que se desenvolveu, onde a realidade foi marcada pelo deslocamento da produção "(...) das empresas familiares para organizações empresariais grandes e burocráticas, dando origem a uma nova classe de profissionais liberais".        

Já, sobre o debate teórico, este estaria resumido por duas linhas antagônicas e incomunicáveis entre si, o marginalismo e o marxismo. A primeira pautada em uma economia de mercado que tem como padrão a concorrência perfeita, onde os desvios dos preceitos da teoria do equilíbrio eram explicados à medida que seu padrão apresentava "imperfeições", a exemplo das provocadas pelas intervenções do Estado (SINGER, 1978, p. VI). De acordo com Bresser-Pereira (2009), a escola neoclássica ou marginalista tentava construir uma alternativa microeconômica à escola clássica com os conceitos da teoria do valor subjetivo ou da utilidade marginal, assim como, do homo economicus. Para Monteiro (2003, p. 223) o cerne da ideologia marginalista está relacionado com o "individualismo metodológico, atribuindo ao indivíduo racional o papel central na definição dos fenômenos econômicos".

Em oposição à visão marginalista, o marxismo tratado por Marx, a partir das discussões de Smith e Ricardo, é marcado pela continuidade à "(...) idéia de que o trabalho exigido pela produção das mercadorias mede o valor de troca [ou mais especificamente o valor] (...)" das mesmas (GORENDER, 1996, p. 27). Nesse sentido, com base na teoria do valor-trabalho, uma questão fundamental é levantada: como surge a diferença positiva entre o custo de cada mercadoria em termos de trabalho consumido e de trabalho pago, ou seja, o lucro do capital? Assim, "a solução marxiana para a primeira questão crucial irresolvida consubstanciou-se na teoria da mais-valia" (Ibid., p. 28). Como apresentado por Singer (1978, p. VI), essa análise se mostrava inconcebível aos marginalistas, pois inseriria ao sistema econômico o conceito de "exploração" – determinada pelo monopólio dos meios de produção.

De toda sorte, o importante é notar que a progressiva falta de diálogo entre as escolas foi acompanhada também pelo "(...) esgotamento da criatividade teórica, na medida em que a realidade econômica que tinha inspirado tanto uma como a outra doutrina estava se alterando" (SINGER, 1978, p. VII). Pela perspectiva neoclássica/marginalista a alteração do modelo pautado no capitalismo industrial europeu da segunda metade do século XIX para uma economia mais monopolizada, afastada do padrão de concorrência perfeita, seria um dos motivos da perda de "contato" desta linha de pensamento com a realidade. Destaca-se ainda o abandono do laissez-faire durante a Primeira Guerra Mundial e posteriormente na crise de 1929.

Mesmo em "terreno fértil" nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, e mesmo durante esta com autores importantes, seria a ascensão da interpretação leninista em detrimento das demais e "com a consolidação de Stalin no poder, a partir de 1929, a polêmica no próprio seio do marxismo é reprimida (...)" (SINGER, 1978, p. VIII) surgindo em seu lugar um dogmatismo que levaria o marxismo a seu enfraquecimento. Em certo sentido, e guardadas as devidas proporções, assim como o marginalismo, o marxismo se distancia dos acontecimentos à época e não acompanha as alterações na "realidade econômica". Isso pode ser observado a partir de trabalhos da chamada teoria da regulação, a exemplo de Lipietz (1991), nos quais há a tentativa de atualização/adaptação do marxismo às transformações do capitalismo, permitindo através de novos conceitos a passagem de análises "extremamente" abstratas para o entendimento de fenômenos concretos e contemporâneos.

Além da importância do ambiente histórico, social, político e econômico para a formação e estruturação da teoria de Keynes, é relevante também entender fatores particulares de sua vida que foram determinantes em sua teoria e método. Neste sentido, passe-se agora a entender alguns desses fatores, como a influência de sua família, seus amigos e de seu trabalho. Para essa revisão biográfica pode-se citar dois trabalhos, o livro coordenado por Milo Keynes (1977), sobrinho de Keynes (a quem chama de tio Maynard), que juntamente com outros autores discute de forma mais ampla algumas passagens da vida de "Maynard". O segundo, de Adroaldo Moura da Silva (1996), faz parte da apresentação da obra completa da Teoria Geral da editora Nova Cultural. Diferente do primeiro, este aborda a biografia de Keynes de forma sintética.

Mesmo sintético, intencionalmente ou não, o trabalho de Silva (1996) apresenta, para um leitor mais preocupado com método, indicações sobre a influência tanto dos fatos históricos concretos quanto da vivência de Keynes na metodologia da Teoria Geral. Assim, para o autor, no que se refere à influência familiar pode-se destacar a vivência em uma família conservadora/liberal e rica em Cambridge-Inglaterra do período vitoriano, além de ser filho de pais engajados politicamente e intelectualizados. Seu pai, o professor John Neville Keynes, como já mencionado, foi um famoso economista e autor de uma obra sobre metodologia para a economia. E, sua mãe, "Florence, exerceu inúmeros cargos públicos, inclusive o de Prefeito, e na Universidade [de Cambridge]" (SILVA, 1996, p. 6). Ainda de acordo com Silva, mesmo vivendo entre "apego e a crítica à herança cultural", o ambiente o conduz a uma posição conservadora marcada pelo colonialismo e a angústia pela perda da hegemonia inglesa.

Em relação a sua formação acadêmica, destaca-se o "(...) estudo da matemática, filosofia e humanidades (...) e, em particular, a participação em uma sociedade secreta, os 'Apóstolos'" (SILVA, 1996, p. 6), mais tarde com alguns membros desta sociedade fundou o "Bloomsbury Group" em Londres. Possivelmente responsável pelo comportamento inquieto e contestador de Keynes, de acordo com Carabelli (1988, p. 31-32), a participação dele nesse grupo o fez interagir com alguns outros pensadores da época, entre eles Bertrand Russell e G. E. Moore. Este último teria influência na sua visão sobre o sistema econômico como um organismo complexo, para Mini (apud CARDOSO e LIMA, 2008, p. 9), "Keynes utilizou o método de Moore também para elucidar o significado da incerteza". Ainda em relação ao convívio com seus amigos de adolescência, esse serviu de contrapondo ao comportamento conservador isso graças à solidariedade que dedicou a eles que "(...) possibilitou-lhe cultivar e aprender a conviver com o 'novo'" (SILVA, 1996, p. 7).

Como apresentado anteriormente, Keynes possuía "uma das mais sólidas formações acadêmicas [, assim como,] uma das mais brilhantes carreiras na administração pública e na atividade empresarial vivida na City londrina" (DIAS, 1977, p. 11). Como mencionado por Levy (1977, p. 41), parte da carreira pública de Keynes poderia ser caracterizada pela sua coragem como jogador e a generosidade de um "santo". De 1908 a 1915, conforme Silva (1996, p. 7), Keynes dedica-se a academia e ao estudo do saber econômico ortodoxo. Ao contrário, deste Keynes passa a conceber a ciência econômica como uma "ciência moral" (visão normativa), antagônica a visão tradicional, para a qual a ciência era exata. Nesse sentido, Keynes valorizava a intuição em contraste com a razão na escolha dos modelos relevantes, cultivando assim um espírito controverso e umbilicalmente associado à política econômica.

Conforme apresentado por Silva (1996), a partir de 1915, Keynes tem uma nova fase em sua vida. Afasta-se em certa medida das atividades acadêmicas, voltando à vida pública onde ocupou o cargo de Assessor do Tesouro Britânico, participando de fervorosos debates a cerca da guerra na Conferência de Paz de Paris. De acordo Levy (1977, p. 39), após um colapso nervoso em meados de 1919, escreve The economic consequences of de peace, dedicando-se posteriormente a atividade especulativa, onde resolveu "(...) ganhar algum dinheiro com sua habilidade financeira e com os conhecimentos absorvidos (...).", vale lembrar que ele "(...) sempre se interessou pela Bolsa de Valores que, a seus olhos, não passava de um exercício de probabilidade" (RAY, 1977, p. 26).

A partir de 1925, Keynes sofre a influência de Denis Robertson, autor de Banking Policy and Price Level (1926), que será o "germe" analítico que conduzirá Keynes ao Treatise on Money (1930) e depois A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936). A partir destes trabalhos a crítica ao modelo ortodoxo se transforma em rompimento, a exemplo da "Lei de Say", isso com base em uma visão prática e curiosa dos acontecimentos históricos à época – não respondidas pela teoria vigente (SILVA, 1996, p. 9). Finalmente, isso o leva a desenvolver uma teoria e um método alternativo a ortodoxia, nas palavras de Chick (1993, p. 7): "Todos os livros são produtos de sua época e lugar. E a época e lugar que servem de base a Teoria Geral são extraordinários. A época, o início da década de 1930; o lugar Cambridge. Ambos influenciariam na forma e no conteúdo do livro."

3. O Método de Keynes

Como dito anteriormente, após a década de 1970 observou-se um crescente interesse dos economistas em discutir os fundamentos teórico-metodológicos de Keynes. Embora Keynes não tenha dado um tratamento sistemático aos aspectos metodológicos de sua teoria, isto não significa que ele desconsiderasse sua importância ou deixasse de abordá-los. Ao contrário, Keynes os aborda ao longo de sua obra e destaca sua relevância, para fundamentar seu pensamento, especialmente na medida em que procurou romper com a teoria neoclássica. Carabelli (1988) aponta duas hipóteses para refutar a tese de que Keynes não se preocupou com a questão metodológica em sua obra: i) sendo o método o mesmo do Tratado sobre Probabilidade, Keynes não teria achado necessário aprimorá-lo, sobretudo porque era relativamente avançado para época e ii) na medida em que a conexão entre a teoria e prática era um principio condicionante do próprio método, a declaração de posições metodológicas exclusivas seria uma contradição.

De acordo com Chick (2004) a revolução keynesiana não se restringiu a apenas a teoria, o método de Keynes também é revolucionário. Em sua época coexistiam dois métodos ortodoxos; primeiro, o método de equilíbrio parcial de Marshall, a partir do qual este autor analisava isoladamente o equilíbrio de cada mercado; segundo, o método de equilíbrio geral de Walras, a partir do qual este analisava o equilíbrio dos diversos mercados ao mesmo tempo. Ainda de acordo com a autora, apesar de Keynes ter sido formado pelo o método de Marshall, ele o abandonou porque este método não era adequado ao seu propósito; que era analisar os mercados onde as repercussões macroeconômicas não pudessem ser ignoradas. Embora o método de equilíbrio de Walras tratasse a economia de forma agregada e incorporasse a idéia de interação das decisões dos agentes, este também não podia ser adotado, porque para Keynes o seu grande pecado era o "congelamento do tempo" e a exclusão da incerteza o que tornava este incapaz de explicar como uma economia poderia sofrer flutuações, sem recorrer a choques exógenos. 

Ademais, Keynes rejeitou tanto o método de Marshall quanto o método de Walras porque ele percebeu que ambos foram construídos a partir do individualismo metodológico de inspiração positivista. Isto significa que a concepção ontológica da ortodoxia postulava que a realidade econômica era fundada no Homo Economicus, ou seja, que a realidade econômica era composta por indivíduos racionais que buscam a maximização do lucro ou da utilidade. Para Keynes isto era um absurdo, por isso, ele desenvolveu uma ontologia alternativa que compreendia a realidade como um complexo orgânico composta por indivíduos racionais que buscam a maximização de lucros ou utilidade sob incerteza. (CHICK, 2004)

Nas palavras de Keynes (1996, p. 43), "os postulados da teoria clássica são aplicáveis apenas a um caso especial e não ao caso geral, pois a situação que ela supõe acha-se no limite das possíveis situações de equilíbrio. Ademais, as características desse caso especial não são as da sociedade econômica em que realmente vivemos (...)".  Essa divergência ontológica implicou em uma visão oposta sobre a própria ciência econômica. Conforme Vernengo (1994) e Corazza (2009), para Keynes a ciência econômica não poderia se espelhar nas ciências exatas, como para os neoclássicos, pois o movimento da realidade jamais poderá se assemelhar ao movimento dos objetos. Desse modo, a ciência econômica era para Keynes antes de tudo uma ciência moral, na qual os interesses, as paixões e o conhecimento dos agentes têm um papel fundamental na dinâmica do sistema. Além disso, a compreensão da realidade como um complexo orgânico e da ciência econômica como ciência moral, conduz Keynes a prestar atenção nos fenômenos contingentes e não regulares como pregava o positivismo. Finalmente, Keynes compreendeu que não poderia utilizar exclusividade o método indutivo nem mesmo o método dedutivo, daí ele ter desenvolvido um método que combine ambos. Como também compreendeu que não poderia separar a teoria da pratica econômica.

A chave do método de Keynes, que o coloca em uma posição oposta à ortodoxia, é sua compreensão da realidade como uma economia monetária, na qual os agentes econômicos procuram maximizar seus objetivos sob incerteza. Conforme Carvalho (2003), a preocupação com a tomada de decisão sob incerteza é o elemento mais importante do método de Keynes. Para os pós-keynesianos a incerteza é sem dúvida nenhuma o elemento mais importante e central do método e da teoria de Keynes. Nas palavras de Kregel (1976), a metodologia adotada por Keynes para analisar um mundo incerto foi a de fazer hipóteses alternativas sobre os efeitos da incerteza e da frustração de expectativas. Assim, a incerteza e o papel da moeda colocam em xeque a verdade positivista e o paradigma clássico da ciência econômica. A compreensão de que a moeda é um ativo cuja função específica é a de proporcionar algum grau de segurança num ambiente de incerteza, fazendo de alguma forma a ligação entre o presente e o futuro. Em um mundo de incertezas, a moeda desempenha um papel primordial na proteção dos agentes contra os efeitos da irreversibilidade do tempo. É a constatação de um futuro desconhecido que cinde a decisão, sempre incerta, mas inadiável. Todavia, este futuro não é radicalmente incerto devido entre outras coisas as convenções, os contratos, as instituições e outras formas que podem reduzir o grau de incerteza na economia.   

Além disso, para Kregel (1976) a incerteza é o elemento central na definição da Demanda Efetiva, assim como a certeza dos eventos é o elemento central da Lei de Say. Esta interpretação de Kregel (1976) mostra claramente que a revolução keynesiana não se restringe ao aspecto teórico, mas também se estende ao seu método. Portanto, conforme Chick (1993), não se pode entender a teoria de Keynes sem que se entenda o seu método.

4. Considerações Finais

Apesar de ainda hoje muitos autores, principalmente os ortodoxos, afirmarem que Keynes não tinha um método ou que no máximo esse se alinhava ao utilizado pelo manstream ficou claro, pelo o exposto neste trabalho, que ao contrário dessas posições, Keynes tinha um método próprio. Assim como sua teoria, seu método também foi revolucionário, pois à época já se baseava em uma ontologia da realidade alternativa, discutida somente a partir da década de 1970, que atualmente é representada pela corrente denominada Realismo Crítico de Lawson. O principio básico dessa corrente é que toda teoria se baseia essencialmente em uma realidade empírica, por isso a Teoria Geral só pode ser entendida a partir de uma "época e lugar'.

Nesse sentido Keynes, já em 1930, rompeu com a ontologia da realidade da ortodoxia inspirada no individualismo metodológico que compreendia a realidade composta por agentes isolados e maximizadores. Alternativamente Keynes observava a realidade como um sistema orgânico e complexo no qual os agentes eram interdependentes e maximizadores em um ambiente de incerteza. A incerteza é assim o elemento essencial e distinguível da teoria e método de Keynes. Segundo Kregel (1976) a incerteza é elemento definidor da demanda efetiva assim como a simetria de informações e incerteza probabilística implica na teoria clássica de equilíbrio de pleno emprego. Assim, todo trabalho que negligencie a incerteza, conforme definida por Keynes, não pode ser denominado de raiz keynesiano.

Portanto o modelo IS-LM, da síntese neoclássica, ao retirar a incerteza se afastou tanto da teoria quanto do método de Keynes, embora tenha contribuído para popularizar a chamada Revolução Keynesiana este modelo enquadra equivocadamente a teoria e o método de Keynes no modelo ortodoxo de equilíbrio estático de curto prazo. Ao contrário, o modelo de raiz keynesiana, é caracterizado a partir do equilíbrio dinâmico de subemprego que não pode ser circunscrito ao curto prazo, como observado pela análise das expectativas de longo prazo que são determinadas pelo "(...) prognóstico mais provável que podemos formular e pelo estado de confiança (...)" como discutido no Capítulo 12 da Teoria Geral.    

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1.  Doutor em Desenvolvimento Econômico PPGDE/UFPR. Professor do departamento de economia UENP. Endereço eletrônico: paulobrene@uenp.edu.br
2. Doutor em Desenvolvimento Econômico PPGDE/UFPR. Professor do departamento de economia UNIOESTE. Endereço eletrônico: lscosta@unioeste.br

3. Mestre em Economia Regional UEL. Professora do departamento de economia UENP. Endereço eletrônico: anacaravieri@uenp.edu.br


Vol. 37 (Nº 04) Año 2016

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