Espacios. Vol. 37 (Nº 07) Año 2016. Pág. 15

Contribuições do pragmatismo para a estratégia como prática social

Pragmatism contributions for a strategy as social practice

Lilia Paula ANDRADE 1, Mozar José de BRITO 2, Odemir Vieira BAETA 3

Recibido: 29/10/15 • Aprobado: 03/11/15


Contenido

1. Introdução

2. Pragmatismo

3. Estratégia como prática social

4. Contribuições do Pragmatismo para o estudo da estratégia como prática social

5. Considerações Finais

Referências


RESUMO:

Neste trabalho foi apresentada uma reflexão acerca da aplicabilidade do pragmatismo como fundamento orientador da produção do conhecimento em estratégia como prática social. Para tanto, foi resgatada a gênese e os fundamentos ontológicos do pragmatismo. Posteriormente, foi sistematizada uma reflexão teórica sobre a noção de estratégia como prática social. Finalmente, foram apresentadas algumas considerações sobre a possibilidade de aplicação dos fundamentos ontológicos do pragmatismo em pesquisas que tenham como objeto de análise a estratégia como prática social.
Palavras-chave: Estratégia, Estratégia como Prática, Pragmatismo.

ABSTRACT:

The purpose of this research is conducted to forecast world production of paddy rice in tons, through the Box & Jenkins models, based on the production for the years from 1961 to 2012. Data were collected annually, forming a historical series 52 observations. The methodology is the ARIMA modeling, which set an ARIMA model (1,1,0) with one difference. Based on the adjusted model, it was possible to carry out the forecast in sample, which demonstrates this growing trend over the years. Seasonality have not been evidenced in the series, possibly because of data collection be annual.
Key-words: world production of rice; time series; ARIMA model.

1. Introdução

As abordagens sobre estratégia como prática social propõem uma nova visão sobre o conceito racional de estratégia. Essas abordagens se apresentam como uma alternativa às perspectivas que direcionavam a dimensão micro das estratégias para o segundo plano e que não consideravam como centrais as relações entre as pessoas e suas práticas desempenhadas no cotidiano das organizações (TURETA e LIMA, 2011).    

Já o pragmatismo, este não se apresenta como uma teoria e nem mesmo como um sistema filosófico, mas é uma filosofia compatível ao realismo e se desenvolve sob o conceito de experiência, ultrapassando também a esfera da linguagem, podendo atingir formas pré linguísticas ou não linguísticas (RORTY, 1979).

O pragmatismo ganhou destaque na virada do século XX, esta filosofia considera que a maneira como concebemos um objeto pode ter efeitos e consequências práticas para a ação. Os principais pensadores do pragmatismo são: Charles Sanders Peirce, William James e Jonh Dewey. Peirce traz juntamente com o conceito de pragmatismo, também o conceito de crença e sua relação com a ação. Para o autor, a ação é, portanto, resultado de nossas ideias e experiências (SNIDER, 2000). Muitos estudos utilizando como base o conceito de pragmatismo têm sido desenvolvidos e trazidos para o campo da administração, especialmente para o âmbito da administração pública. Como por exemplo: Whetsell e Shields (2011); Evans (2000); Hildebrand (2005) dentre outros.

Parte-se do pressuposto que o pragmatismo poderá contribuir para o avanço do conhecimento na área de administração e de modo particular para os estudos acerca da estratégia como prática social. Assim sendo, assume se que a filosofia do pragmatismo e a perspectiva estratégia como prática social podem se complementar de modo que a conversação entre elas possibilite a relação e análise da estratégia. Dessa maneira, o objetivo deste ensaio é apresentar uma reflexão sobre a aplicabilidade do pragmatismo como fundamento orientador da produção do conhecimento em estratégia como prática social.

Para atingir esse objetivo são apresentados neste ensaio, conceitos advindos do pragmatismo tais como: antifundacionalismo, contextualismo e  consequencionalismo (formam a base do pensamento pragmatista), discute se também o significado que o fator experiência possui no pragmatismo. Todos esses conceitos que ajudam a explicar o pragmatismo, também são úteis para a compreensão da estratégia como prática social. Ademais, não apenas esses conceitos do pragmatismo possuem relação com a estratégia como prática social, mas também outros podem ser perfeitamente encaixados para o entendimento dessa abordagem. Ambos os enfoques teóricos (pragmatismo e estratégia como prática social) propõe objetivos parecidos no que se refere à interpretação da realidade.

Foi possível com pesquisa bibliográfica em estudos nacionais e internacionais verificar que o pragmatismo pode trazer para o campo da estratégia muitas contribuições para a construção do conhecimento, de modo que também é útil e funciona como mecanismo e auxílio na compreensão daquilo que é proposto pela estratégia como prática social. Grande parte dos conceitos trazidos pelo pragmatismo são também propostas de estudos da prática social no campo da estratégia.

O artigo se divide da seguinte forma: após esta introdução, a seção dois se refere à gênese e fundamentos ontológicos do pragmatismo. A seção três apresenta a noção e reflexão teórica de estratégia como prática social. A seção quatro faz considerações sobre a possibilidade de aplicação dos fundamentos ontológicos do pragmatismo em pesquisas que tenham como objeto de análise a estratégia como prática social. Por fim a última seção trata das considerações finais.

2. Pragmatismo

2.1 Contextualização ao pragmatismo

O pragmatismo surge de uma perspectiva filosófica americana, se desenvolveu mais especificadamente na década de 1870, entretanto, passou a ter destaque nas ciências sociais no século XX, especialmente nos Estados Unidos (BAERT, 2005).

De acordo com Pogrebinschi (2006), após as primeiras décadas desse período, o pragmatismo se irradiou dos Estados Unidos para a Europa, tendo como pensadores jovens estudantes de Cambridge. Esses primeiros pensadores do pragmatismo tinham em comum uma mesma característica, até mesmo da época, de questionar a metafísica. Essa característica pode ter servido de incentivo para a construção de uma filosofia alternativa, dando origem assim aos primeiros conceitos do pragmatismo. Esses pensadores faziam parte de um "clube metafísico", autodenominado ironicamente. (COSTA e SILVA, 2011).

Dentre os pensadores do século XX, três obtiveram destaque, sendo considerados os "fundadores" do pragmatismo, sendo eles: Charles Sanders Peirce, William James e John Dewey. Para Snider (2000), Peirce recebeu pouca atenção durante sua vida e inspirou James e Dewey.

O conceito de pragmatismo é filosófico e pode possuir vários sentidos. Como tem crescido sua popularidade, também tem sido usual a criação de variadas interpretações e formas particulares em se enxergar o tema (SNIDER, 2000). Devido a essa pluralidade de significados, Peirce resolveu promover um "divórcio" com o termo pragmatismo, e passou a adotar o pragmaticismo, que segundo ele, era para inibir oportunismos e plágios. Entretanto, quanto ao significado do termo, ambos se referiam ao mesmo pragmatismo. Para Kinouchi (2007) o pragmatismo pode ser entendido como a consideração das questões filosóficas a partir de determinadas regras ou ainda pode assumir o significado de considerar as diversas coisas a partir de um ponto de vista voltado para a prática. Quando recorremos à base de formação da palavra, verificamos que para Ferreira (2001, p.550), pragmatismo é a "Doutrina segundo a qual as ideias são instrumentos de ação que só valem se produzem efeitos práticos."

A primeira forma escrita do pragmatismo foi em uma série de seis ensaios coletivos intitulados de "Ilustrações da lógica da ciência", de Charles Sanders Peirce (KINOUCHI, 2007). Neste trabalho, o autor introduz seu pensamento lógico em se interpretar a ciência, sendo que seu princípio fundamental é de que "todo o conhecimento repousa ou na autoridade ou na razão", ao expor essa ideia, o autor fala também na importância da experiência. Nesse sentido Peirce (2008 p. 2) cita Roger Bacon, um intelectual do século XVIII, que acredita que a experiência sozinha é capaz de ensinar qualquer coisa. Essa visão de Peirce foi então a primeira forma em se desenvolver o pragmatismo, baseado e pautado em uma visão lógica. Peirce, apesar de fazer parte do clube dos metafísicos, não propõe que esta seja abandonada, mas sim reformulada por meio da utilização do método científico. (KINOUCHI, 2007). 

A influência da filosofia pragmática na filosofia das ciências sociais tem sido limitada, entretanto o interesse no pragmatismo não é somente das ciências sociais (BAERT, 2005). Os próprios fundadores do pragmatismo (Peirce, Dewey e James) pertenciam a áreas diferentes. Peirce possuía formação em Física e Matemática, James se dedicava às áreas de Medicina, História e Biologia, enquanto Dewey era mais ligado à estudos de História Natural (KNOUCHI, 2007).

Segundo Zanetti e Carr (2000), Charles Sanders Peirce poderia ser considerado um pragmático conservador. Pierce acreditava no pragmatismo como sendo um método ou um critério de análise sobre os significados pragmáticos, dessa forma o pensador não o enxergava como uma filosofia ou uma corrente filosófica. Em uma concepção mais estrita, de Peirce, por exemplo, o pragmatismo era pensado como um método ou critério de significação (COSTA e SILVA, 2011).

Snider (2000) ressalta que Peirce imaginou o pragmatismo como um método para chegar a um acordo sobre o significado. Shields (2003) destaca que a ideia do significado de Peirce só pode ser entendida a luz dos conceitos de crença e dúvida. Para Peirce (1975) a dúvida é um estado de desconforto e incômodo em que se luta para libertar e atingir um estado de tranquilidade e satisfação, no qual se configura a crença.

Pogrebinschi (2006) ressalta que na perspectiva de Charles Sanders Peirce, o pragmatismo tem por função propiciar o entendimento de ideias obscuras, ou de difícil entendimento. Ainda de acordo com o pensamento Pierciniano, sendo o pragmatismo um método lógico de análise dos conceitos, seu único objetivo é tornar nossas ideias claras, a partir daquilo que estamos em contato a todo tempo, a partir dos significados que afetam a nossa conduta. O pragmatismo enquanto corrente filosófica, tal como é conhecido hoje, só foi concebido a partir de Willian James (COSTA e SILVA, 2011).

James tinha um olhar mais relativizado sobre a ciência, ao contrário da visão realista de Peirce. (KINOUCHI, 2007). Esse pensador trabalhou então o pragmatismo na concepção da verdade, destacando que uma ideia é verdadeira na medida em que acreditar nela é benéfico para o indivíduo. Era então considerado verdade tudo que é bom em relação à crença (POGREBINSCHI, 2006). Baert (2005) ressalta que o pragmatismo de James aparece como uma indicação das formas em que as realidades existentes podem ser alteradas, sendo que para Zannetti e Carr (2000), o pragmatismo de James não era em si uma filosofia, mas uma forma de fazer filosofia.

Em relação ao pragmatismo de John Dewey, Snider (2000) argumenta que ficou

também conhecido como instrumentalismo. Para a autora, Dewey defende que pensamento, funciona nas determinações experimentais de conseqüências futuras. É destacado ainda, na visão de Dewey, que as ideias têm função de mediação na ação e ajuda, portanto, a resolver problemas e determinadas situações. Assim, as ideias são vistas como hipóteses, ao invés de verdades imutáveis ou finais.

Após o auge do pragmatismo nas primeiras décadas do século XX, o pragmatismo original de Peirce, James e Dewey começou a perder espaço nos departamentos de filosofia norte-americanos. Em 1979, Richard Rorty publicou Philosophy and the mirror of nature, obra que foi um marco para o ressurgimento do chamado: neopragmatismo, em que a principal diferença do pragmatismo original, foi que o noepragmatismo de Rorty minimiza a importância do conceito pragmatista de experiência e dá primazia teórica ao conceito de linguagem. Apesar dessa distinção entre as visões filosóficas, houve uma continuidade mesmo no neopragmatismo, de elementos que caracterizavam o pragmatismo original (POGREBINSCHI, 2006).

2.2 Fundamentos ontológicos do pragmatismo

O pragmatismo possui influências da teoria de significação e é compatível ao realismo. Peirce ao introduzir o conceito de pragmatismo, discute também a necessidade em se considerar os efeitos que possuem um objeto. A partir do entendimento desses efeitos e implicações futuras que se é então possível compreender o próprio objeto (POGREBINSCHI, 2006). Em outras palavras para se conhecer um determinado fenômeno é necessário que seja identificado seus efeitos e implicações futuras.

A teoria da significação e a teoria da verdade são os principais fundamentos em que se desenvolve a matriz teórica do pragmatismo, sendo ela composta por: o antifundacionalismo, o contextualismo e o consequencionalismo. Quanto ao primeiro conceito, este se refere à rejeição de entidades metafísicas, negação de fundamentações estáticas e recusa a ideia de certeza, em relação ao contextualismo verifica se que defende a ideia que as investigações filosóficas não devem menosprezar a importância do contexto e que devem considerar influências políticas, religiosas, científicas e, sobretudo a cultura de uma sociedade. Para o pensamento pragmatista, o contexto está sempre incluso em um contexto de prática social.

Assim sendo Zanetti e Carr (2000) acreditam que a verdade existe, mas é sempre relativa a uma determinada pessoa, grupo ou sociedade. Por fim a última base que fundamenta a matriz do pragmatismo, o consequencialismo, é a insistência em se olhar para o futuro e não para o passado. A referência ao passado deve ser feita somente quando for metodologicamente interessante para o futuro. A teoria da verdade e a teoria da significação aplicam constantemente o "teste" consequencialista: "o significado de uma proposição só pode ser conhecido a partir do teste de suas consequências". No pragmatismo, é na visão futura das consequências, que se produz o conhecimento. Portanto, elas devem ser conhecidas e antecipadas de modo que se possa conhecer qual delas é melhor, mais satisfatória, útil e benéfica. (POGREBINSCHI, 2006, p.34).

O pragmatismo de Peirce é de natureza intelectualista e faz referência à prática racional, ele aperfeiçoa seu pensamento orientado pela lógica. Para Peirce, é necessário perceber que a validade de um argumento que permita conclusões verdadeiras a partir de premissas verdadeiras. De nada adianta, se tirar conclusões falsas apesar das premissas serem verdadeiras. Dessa forma o efeito prático de argumento válido é não nos deixar cair em erros.

Peirce acredita que questões de lógica, possuem um aspecto muito prático. William James interpreta o pragmatismo de um modo diferente de Peirce, o que causava constrangimento, tanto que as reflexões posteriores de Peirce era uma "reação" às ideias de James (KNOUCHI, 2007). Para James "o método pragmático, seria como uma indicação das formas em que as realidades existentes podem ser alteradas" (DEWEY, 1930).

Já Dewey, via o mundo como um universo em que há uma incerteza real e de contingência, um mundo que não é tudo e nunca será (DEWEY, 1993). Dewey também acreditava que a experiência deve ser a base para o conhecimento e nunca meramente passiva (EVANS, 1993).

James, Dewey e Peirce, desenvolvem parte de seus pensamentos sobre o pragmatismo, pautados no conceito de experiência (Figura 1), que seria o corpo de crenças presentes na cultura de uma sociedade e as relações que este mantém com as instituições e práticas sociais. Essa crença seria o que leva o homem a agir, não sendo transitório da consciência, mas um hábito mental duradouro e inconsciente. De acordo com o pragmatismo (especialmente para Peirce), a comunicação é o processo pelo qual uma coisa adquire significado, se aproximando da verdade e da realidade. O que permite que as respostas possam ser avaliadas por seus erros ou acertos é a comunicação. Ao conceito de experiência, o autor associa ao conceito de prática, que o pragmatismo quer sobrepor à teoria e que remete diretamente à formulação do conceito pragmatista de ação (POGREBINSCHI, 2006). O pragmatismo é ótimo para realinhar a teoria com a prática (GARRISON, 2000).

O pragmatismo de Peirce, Dewey e James teve por foco consequências da experiência e ação, de modo que rejeitou o fundamentalismo de outros sistemas filosóficos. Para o pragmatismo, o que importa de fato são os efeitos concretos de uma determinada ação (SNIDER, 2000). Segundo West (1989), uma característica da metafísica de Dewey, é que acentua o papel da inteligência crítica na experiência humana, que visa superar obstáculos, resolver problemas.

De acordo com Evans (1993), Dewey destacou que a ciência não é o único meio de se conhecer o mundo, e que esse conhecimento é possível através da experiência. Dewey e James concordam que uma ideia torna se verdadeira se ela é verdadeiramente comprovada pelos acontecimentos (JAMES, 1982). O pragmatismo sustenta que as crenças são hábitos de ação, ao invés de produtos de uma visão de mundo unificada (ZANETTI e CARR, 2000).

Figura 1: Experiência como fator comum entre os principais pensadores do pragmatismo original

O pragmatismo de Peirce, James e Dewey é criticado por Rorty (1979), pois para ele, esse pragmatismo se mostra como uma filosofia compatível ao realismo. Para o pragmatismo clássico a experiência é um conceito que ultrapassa a esfera da linguagem, podendo atingir formas pré linguísticas ou não linguísticas. Dessa forma o autor introduz o conceito de neopragmatismo, que seria diferente do pragmatismo de Peirce, Dewey e James, pois propõe uma visão anti realista (visto que o pragmatismo propõe uma visão realista). Ademais, Rorty (1979) propõe uma substituição da experiência, que ultrapassa a esfera de linguagem, pelo conceito de linguagem, de modo que esta passe a ocupar o lugar que antes era ocupado pela experiência. Apesar das críticas e de propor diferenças, Rorty dá continuidade ao pragmatismo de Peirce, Dewey e James. (POGREBINSCHI, 2006).

Ao analisar as definições, origem e fundamentos pragmatistas, foi realizada uma

síntese, de modo também a analisar as contribuições desse fundamento. Dessa maneira, o conceito de pragmatismo surgiu para questionar a metafísica, já que até então poucos eram os estudos que propunham tal objetivo. O pragmatismo não rejeitou por completo a metafísica, mas buscou propor uma complementaridade entre teoria e prática (visto que na metafísica por si só o conceito de prática em alguns tipos de conhecimento estava em segundo plano). Este conceito propõe considerar diversos pensamentos e teorias, mas desde que estejam voltados para a prática. Dito de outro modo, para o pragmatismo, uma teoria por si só não possui sentido, a menos que esteja relacionada ou produza alguma finalidade prática. 

Por esse motivo, para o pragmatismo tanto a teoria quanto para a prática são importantes. O pragmatismo pode ser utilizado como fundamento orientador na produção de conhecimento em diversas áreas da ciência. É capaz de propor uma interdisciplinariedade para a produção do conhecimento que seja útil para a prática. Qualquer conhecimento ou teoria é válido, desde que tenha consequências práticas.

Para o pragmatismo, a verdade é que o conhecimento está sempre em processo de modificação, não sendo, portanto estático, visto que a realidade e a prática dependem de questões subjetivas como cultura, ambiente, indivíduos e sociedade. O passado para o pragmatismo só deve ser utilizado se produzir resultados práticos para o futuro. Um conhecimento, portanto só possui significado se no futuro, ele for capaz de produzir resultados. A experiência é um fator comum de preocupação dos pensadores do pragmatismo, que seria as formas inconscientes que levam uma sociedade a agir. A comunicação seria uma forma de aproximar a verdade da realidade.

O pragmatismo foi um modo de se repensar a realidade e a produção do conhecimento, foi um fundamento que apesar de importantes questões filosóficas levantadas também foi alvo de críticas. Entretanto, mesmo os críticos dessa fundamentação teórica ainda não foram capazes de criar filosofias diferentes que rompessem por completo com o pragmatismo de Peirce, Dewey e James. Por esse motivo, apesar de ter sido pensado no início do século XX, o pragmatismo ainda traz questões muito importantes a serem discutidas.

3. Estratégia como prática social

A estratégia como prática social possui muitos aspectos importantes que precisam ser tratados didaticamente. Serão apresentados neste tópico, os principais conceitos, origem do pensamento e reflexões que facilitem o entendimento dessa abordagem.

3.1 Estratégia como prática social: Definição e surgimento

Para Valadão e Silva (2012) a discussão sobre estratégia aumentou principalmente em meados do século passado. Entretanto por várias décadas o conceito foi construído por diferentes correntes teóricas e não há ainda hoje uma definição única e objetiva que constitua a estratégia. O campo foi construído por limitações e incertezas diante de ideias divergentes.

Assim como outras áreas da administração, a estratégia na maioria das abordagens é focalizada sob uma perspectiva funcionalista, clássica e racionalista. Em outras palavras, a essa visão clássica e racionalista, cria uma estrutura organizacional em que a alta administração é a principal responsável por decisões estratégicas. Tal estrutura induzia relações de poder marcadas pela centralização e pelo controle divisional em níveis gerenciais. Ou seja, a formulação da estratégia era tarefa exclusiva da alta administração. A visão clássica era, portanto, prescritiva e essencialmente instrumental. Entretanto, ao se analisar o próprio contexto da teoria das organizações, verifica-se a necessidade de avaliar a administração não somente sob essa visão clássica. É necessário se considerar a subjetividade, a construção social, os indivíduos, e mais especificadamente construção e prática da estratégia.

 A estratégia como prática social surgiu através da necessidade de se incluir uma

perspectiva interpretativa do ambiente e que levasse em consideração que a organização e o ambiente são criados conjuntamente, através de processos de interação social dos participantes chave de uma organização (BISELLI e TONELLI, 2006).

Para a estratégia como prática social a estratégia não é algo que a organização possui, mas algo socialmente construído. (WHITTINGTON, 1996). Para Tureta e Lima (2011) essa abordagem se apresenta como uma alternativa às perspectivas macro que relegavam a dimensão micro ao segundo plano e não consideravam como centrais as relações entre as pessoas e suas práticas desempenhadas no cotidiano das organizações. Com esse movimento, o pesquisador procura entender não apenas "o que" os atores fazem, mas como e por que fazem, assumindo a estratégia como consequência de um conjunto de atividades em constante estado de transformação. Essa perspectiva defende que todos os atores organizacionais possuem influência na prática e criação de estratégia e deixa de lado a visão de que a estratégia seja criada e implementada apenas por gestores de cúpula de uma organização.

A estratégia como prática investiga as práticas, praticantes e a profissão de estrategista nas organizações. Seria uma visão social da estratégia, ou seja, se considera a estratégia em um ambiente social em que está inserida nas organizações. Existe forte relação entre a estratégia como prática e a visão baseada na atividade. Verifica-se que os estudos que consideram a estratégia sob uma perspectiva social são "modernos". (MARINETTO, 2009)

É notório o interesse em estudos que verifiquem a prática nas organizações, ou seja, são cada vez mais relevantes estudos que não consideram a organização apenas sob o prisma racionalista, mas sob uma ótica social, em que todos os atores são responsáveis. A prática social pode ser uma abordagem interessante para se tratar as estratégias nas organizações, levando-se em consideração que existem muitos estudos e pontos de vistas sobre o conceito de estratégia. Dentre os trabalhos encontrados sobre estratégia como prática social, pode ser citado Knights e Morgan (1991), em que, o discurso da estratégia possui uma forte relação com as escolas de administração, consultores e usuários da estratégia visto que a partir delas se propagam e se reproduzem. Desse ponto de vista, a estratégia possui um "poder" que é capaz tanto de sustentar as premissas gerenciais como de facilitar e legitimar o exercício do poder dentro das organizações. Uma importante publicação encontrada sobre estratégia como prática social, em âmbito internacional, foi o trabalho de Whittington (1996), o autor apesar de acreditar que existem muitas pesquisas sobre estratégia chama a atenção para a nova abordagem que trata a estratégia como um bem social e prático. Essa perspectiva teórica propõe um foco mais amplo do que a simples análise de orientação estratégica. Para a estratégia como prática, a preocupação está na forma como a estratégia emerge das interações entre os atores e seus contextos (JARZABOWSKI, 2005). A estratégia como prática social não está preocupada apenas com a elaboração de estratégias em si. Por esse motivo, requer esforços e estudos que trabalhem a rotina e estrutura das organizações.

3.2 Estratégia em diferentes perspectivas

Whittington (1996) dividiu de modo temporal, a estratégia em quatro momentos: Na década de 1960 o foco era sobre a abordagem do "planejamento", que busca ferramentas e técnicas para auxílio dos gestores na tomada de decisões. A partir de 1970 os estudos sobre estratégia foram direcionados para a análise da estrutura das organizações. Em 1980 a preocupação passou a ser o "processo" das organizações. Posteriormente a esse período surge abordagem prática de estratégia. Essa abordagem está preocupada com a própria atividade gerencial, em como os gestores e consultores agem e interagem entre si.

No ato de se fazer estratégia para Whittington (1996), existem momentos por ele

chamados de momentos de "inspiração" e de "transpiração" de ideias. Esta se relaciona com as rotinas da organização e aspectos não considerados por um planejamento estratégico. Nesse sentido, Jarzabkowski (2003) também acredita que o estudo da prática deve examinar a forma que os atores interagem com as características físicas e sociais do contexto no cotidiano que constitui a prática. Quando Whittington compara o termo "inspiração", como parte do estudo sobre estratégia, ele se refere ao momento de obtenção de ideias e aproveitamento de oportunidades. Barry e Elmes (1997) agregam um conceito a mais a ser analisado no estudo das práticas, sendo então chamado de: estratégia como prática discursiva. Essa nova visão era anteriormente aplicada a outros campos organizacionais, mas o autor acredita que a pode ser perfeitamente aplicada à área da estratégia. O autor salienta que existem poucos estudos que descrevem a estratégia narrativa utilizando conceitos formais e modelos. É exemplo de narrativa toda apresentação simbólica de uma sequência de eventos ligados por assunto e relacionados pelo tempo. Nesse sentido a estratégia poderia ser analisada sob a abordagem narrativa, visto que se não deixa de ser um evento sequencial, relacionado pelo tempo e apresentado simbolicamente através de reuniões e documentos.   

A narrativa considera as experiências individuais, observando como funcionam como "partes do todo". Trata-se do estudo das ações humanas, nesse mesmo trabalho ainda é destacada uma semelhança entre narrativa e comunicação nas organizações. A nova abordagem defende que não existe uma verdade testável de "estratégia", mas que esta pode assumir diversas formas, que dependem da história e valores de quem a pratica. Em outras palavras, que uma estratégia, pode ter inúmeras interpretações. Existe a preocupação em como a linguagem é utilizada para construção de significados, assim como em explorar maneiras sobre como os stakeholders criam os discursos. Nessa linha, o autor faz uma crítica às estratégias tradicionais, que ignoram o papel da linguagem no processo de decisão estratégica.

Barry e Elmes (1997), expressa de maneira irônica seu pensamento, utiliza-se dos 5 P's de Minztberg para afirmar que a estratégia é algo falso, utilizada para persuadir outras pessoas para certos entendimentos e ações e que por esse motivo é considerada como uma ficção. Assim os estrategistas, são comparados a escritores ficcionistas, que possuem por obrigação envolver os leitores a comprar a ideia e aplica-la.

Assim como Whittington (1996) e Jarzabowski (2005), Barry e Elmes (1997) acreditam que a estratégia está ligada a história da organização. Para que ela alcance o sucesso, a estratégia depende basicamente da "aceitação, aprovação e adoção". Para tanto uma estratégia deve ter o conceito de "credibilidade" e "novidade". "Para serem bem sucedidos os autores devem: i) Convencer os ouvintes e ii) Levar uma forma diferente de ver as coisas, que renove a percepção de mundo. A novidade é tão importante quanto à credibilidade visto que torna se importante, pois a estratégia possui uma vida útil, à medida que se torna cansativa e cai na rotina da organização.

Por fim, ao se referir às teorias clássicas sobre estratégia, o autor, afirma que em meio a tantas teorias (Mintzberg, Porter, Milies e Snow) as pessoas ficaram confusas, em saber qual tipologia poderia ser a certa. O autor sugere que se aumentem os estudos sobre "quem" para então propiciar o desenvolvimento das perspectivas futuras de estratégia. Splitter e Siedl (2011) apresentam que a prática visa preencher a lacuna existente entre o conhecimento científico e a realidade da vida, sendo que esta tem o foco nas atividades diárias dos praticantes e na forma como estes se relacionam com seus resultados estratégicos. Desta forma, destaca-se novamente que a prática está diretamente relacionada com o contexto, ou seja, o campo. A cada necessidade contextual surge uma estratégia para supri-la ou atendê-la, sendo que se deve considerar que as demandas são dinâmicas.

4. Contribuições do Pragmatismo para o estudo da estratégia como prática social

Em áreas da administração pública, por exemplo, o pragmatismo tem alcançado relevância, proporcionando uma nova maneira de se pensar o interesse público. King e Stivers (1998) utilizaram o pragmatismo para o desenvolvimento da "teoria da prática" como solução em administração. Assim sendo, o pragmatismo pode também ter sua importância para os estudos em estratégia.

A proposta traz uma oposição a outras concepções da pesquisa social, que seria de retratar fielmente um mundo exterior. (BAERT, 2005) Isso é visto no campo da estratégia, na medida em que são utilizados estudos que visam aplicar em uma dada realidade, fórmulas prontas não considerando assim o contexto e suas próprias especificidades.

Assim como no pragmatismo, que a verdade é relativa a cada contexto, indivíduo e sociedade (ZANETTI E CARR 2000), também para a estratégia como prática social, a implementação de uma estratégia depende dos atores organizacionais, de sua história e contexto que está inserido. A matriz que sustenta a base teórica do pragmatismo pode ser utilizada para a compreensão da estratégia como prática social, o antifundamentalismo serve como questionamento de teorias de estratégia que oferecem modelos prontos, como se a realidade da estratégia fosse uma só para todas as organizações. O contextualismo pode ser aplicado no entendimento da estratégia como prática social, considerando a importância para esta perspectiva em se compreender o contexto e influências políticas, religiosas, científicas e, sobretudo a cultura de uma sociedade. (POGREBINSCHI; 2006 p.34). Retomando o pensamento de Zanetti e Carr (2000), o contexto está incluso em uma prática social.

Quanto ao consequencialismo, no que se refere a estratégia esse conceito traz importante contribuição no sentido de que as teorias em estratégia em sua maioria são prescritivas e propõem modelos "prontos", mas que muita das vezes não se concretizam no futuro, pois cada organização possui práticas  sociais distintas, dependentes de cada subjetividade. A definição de conhecimento e verdade, para o pragmatismo é algo em constante modificação (SNIDER, 2000), essa conceituação é essencialmente importante quando trazida para o como da estratégia que de acordo com Whittington (1996) deve ser vista como algo socialmente construído.

Para a estratégia como prática social e para o pragmatismo, a ação possui grande relevância (FERREIRA, 2001; MARINETTO, 2009). Trazendo para o campo da estratégia, é possível afirmar que não adianta uma estratégia ser formulada, se essa formulação não produz resultados práticos. Nesse sentido Santaella (2009) propõe: o que pensamos, deve ser interpretado em termos de que estamos preparados para fazer e o que devemos pensar deve ter uma aplicação do que escolhemos fazer, essa forma de pensar é o que o pragmatismo propõe.

No estudo da estratégia como prática social, o fator experiência exerce papel central. Pode se verificar esse papel ao se analisar a importância que Barry e Elmes (1997) dão às experiências individuais para o entendimento da estratégia como prática narrativa. Esta experiência também é focalizada nas fundamentações de Peirce, Dewey e James. Referindo se, portanto ao corpo de crenças presentes em uma sociedade (POGREBINSCHI, 2006).

Snider (2000) reforça esse pensamento dizendo que o que existe em comum entre os interesses da administração e que pode receber influências do pensamento pragmatista é no que se refere à experiência, que seria o saber o que fazer.

Figura 2: Síntese das contribuições do pragmatismo para compreensão da estratégia como prática social

5. Considerações Finais

Neste ensaio teórico buscou-se apresentar uma reflexão acerca da possibilidade de aplicação dos fundamentos do pragmatismo na produção do conhecimento em estratégia

como prática social. Como destacado, o pragmatismo oferece formas de pensamento que questionam formas usuais de se construir o conhecimento e traz contribuições significativas para todas as áreas e especificadamente para a Administração e para o campo da estratégia.

Do ponto vista do que consiste fazer ciência, os parâmetros são reposicionados para aproximar a estratégia da realidade, ou por assim dizer, a estratégia como prática social construída coletivamente pelos membros de uma organização. A estratégia como prática social configura como uma perspectiva que integra pragmaticamente, teoria e prática nas organizações, pois ao contrário da visão funcionalista, a estratégia como prática social, vem propor uma maior atenção ao nível micro, considerando aspectos subjetivos da estratégia, dessa forma apontando para processos micros sociológicos contextualizados do ponto de vista histórico, orientados para um futuro exequível e observável do ponto de vista da ciência e do que se conhece como verdadeiro.

Neste contexto, visando contribuir para as duas áreas do conhecimento verificaram-se importantes contribuições do pensamento do pragmatismo, para o entendimento da estratégia como prática social. Foi possível perceber que o pensamento filosófico desenvolvido do início do século XX traz conceitos que quando trazidos para o campo da estratégia permite um maior entendimento sobre os pressupostos da estratégia como prática social. Dentre esses conceitos pode se destacar: concepção de verdade e conhecimento do pragmatismo, noção de experiência, pensamento baseado na ação, complementaridade entre teoria e prática, ademais, percebeu se que a matriz auxiliou a construção do pragmatismo, também pode auxiliar e ser aplicada nos estudos em estratégia como prática social (Contextualismo, consequencialismo, e antifundamentalismo).

O cerne da análise epistemológica é claro, pois os conceitos desenvolvidos por ambas as tradições não são antagônicos, pelo contrário, mas sim partem de um mesmo fundamento, como já citado, a experiência enquanto possibilidade, tanto de amparar o pragmatismo, quanto de conferir à estratégia como prática a legitimidade científica. Outro aspecto a ser destacado são as interlocuções teóricas que esse ensaio pode promover, do ponto de vista empírico. Pois, nesse momento, preocupou-se apenas em realizar aproximações teóricas e epistemológicas entre as tradições, ressalvas para as limitações de englobar tudo o que já foi produzido em ambas as tradições. Desse ponto de vista, os trabalhos que utilizarem essa orientação como imagem para observar o processo estratégico no seio de determinadas organizações poderão se deparar com descobertas pragmáticas, nas quais teoria e ação são funções de um mesmo fenômeno e não apenas como o que deveria ser e o que de fato é a realidade.

A contribuição do artigo foi esclarecer que o pragmatismo pode ser útil para complementar a estratégia como prática social. O estudo é considerado importante, pois pode funcionar como um incentivo para que outras abordagens busquem no pragmatismo uma forma de desenvolver e construir o conhecimento, não somente no campo da estratégia, mas em diversas áreas da Administração.

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1. Programa de Pós-Graduação em Administração – Universidade Federal de Lavras, Brazil.  E-mail. liliapaulandrade@yahoo.com.br

2. Programa de Pós-Graduação em Administração – Universidade Federal de Lavras, Brazil.  E-mail. mozarjdb@dae.ufla.br

3. Programa de Pós-Graduação em Administração – Universidade Federal de Lavras, Brazil. E-mail.odemirbaeta@posgrad.ufla.br;



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