Espacios. Vol. 37 (Nº 08) Año 2016. Pág. E-3

Ensino Superior: Perfil predominante dos alunos ingressantes nos anos de 2011 e 2012 em uma Universidade Federal

Higher Education : predominant profile of students entering in the years 2011 and 2012 in a Federal University

Sérgio BEGNINI 1

Recibido: 07/11/15 • Aprobado: 24/11/2015


Contenido

1. Introdução

2 Educação superior

3 Metodologia

4 Apresentação e análise dos resultados

5 Considerações finais

Referências


RESUMO:

O objetivo deste trabalho é identificar o perfil predominante dos alunos ingressantes na Universidade Federal da Fronteira Sul, nos anos de 2011 e 2012. Os dados utilizados foram extraídos junto à própria Universidade. É um questionário que os ingressantes responderam ao integrarem na universidade. Os dados foram tratados por meio da análise de clusters. Conclui-se que o perfil predominante é composto por ingressantes oriundos de escola pública, cujos pais não possuem curso superior, cursaram o ensino médio regular, sem bolsa de estudo. É importante também destacar que tendo sido integrados à universidade, o desafio agora é mantê-los na universidade.
Palavras-chave: Ensino superior. Universidade. Perfil. Cluster.

ABSTRACT:

The aim of this study is to identify the predominant profile of students entering in Universidade Federal da Fronteira Sul, in 2011 and 2012. The data used were extracted by the University itself. Is a quiz that the freshmen responded to integrate at the University. The data had been treated by means of cluster analysis. It is concluded that the predominant profile is composed of freshmen from public school, whose parents do not have College, attended high school, without scholarship. It is also important to point out that having been integrated to the University, the challenge now is to keep them at the University.
Keywords: Higher education; University; Profile; Cluster.

1. Introdução

O debate sobre a educação superior quanto a forma de trabalho, implantação de melhorias e rumos a serem seguidos são constantemente debatidos tanto em nível regional e nacional como em nível mundial. Referente ao Brasil pode-se destacar o avanço que vem sendo conquistado quanto à expansão e aumento no número de vagas. Pode-se apontar, como exemplo, a ampliação ocorrida em junho/2013 com a criação de quatro universidades federais: Universidade Federal do Sul da Bahia (UFESBA); Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB); Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA); Universidade Federal do Cariri (UFCA). Neste quesito ainda é possível citar outros casos, como por exemplo, a criação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), criada no ano de 2009, graças à mobilização da sociedade civil regional, vindo a atender grande região da fronteira sul nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Esta universidade vem atuando de forma direta nos municípios onde os campi estão situados e indiretamente em toda a região. Muitos alunos matriculados são oriundos dos estados onde a universidade possui campus, contudo outros se deslocaram de outros estados para estudar nesta universidade. Essa realidade é comum em todas as universidades públicas, principalmente nas federais.

Diante desses fatos, torna-se interessante estudar e entender um pouco do perfil dos alunos que ingressam no ensino superior das universidades públicas. Sendo assim, o objetivo principal deste estudo é identificar o perfil predominante dos alunos ingressantes na Universidade Federal da Fronteira Sul, nos anos de 2011 e 2012.

O estudo está dividido em quatro seções, além dessa introdução. A seção um resgata alguns pontos da história do ensino superior em nível mundial e nacional (do Brasil) discorrendo também sobre a organização da sociedade e a criação da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS.  A seção dois trata da metodologia utilizada e a seção três desenvolve a apresentação e análise dos resultados. Por fim a seção quatro traz as considerações finais.

2. Educação superior

No ano de 1998, no período de 5 a 9 de outubro, aconteceu em Paris, a Conferência Mundial sobre o Ensino Superior, articulada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O documento final intitulado Declaração Mundial sobre a Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação – 1998 destaca a importância da educação superior no campo do desenvolvimento sociocultural e econômico, bem como na preparação das gerações futuras, desenvolvendo habilidades, conhecimentos e ideais.

A Declaração está estruturada em três sessões com dezessete itens e metas que enfatizam e apontam para onde a educação superior necessita direcionar e manter sua atenção.

Quadro 1 - Destaques da Declaração Mundial sobre a Educação Superior - 1998

Sessão 1 - Missões e Funções da Educação Superior

A missão de educação, formar e realizar pesquisas

Função ética, autonomia, responsabilidade e função preventiva

Sessão 2 - Formando uma Nova Visão da Educação Superior

Igualdade de acesso

Fortalecimento da participação e promoção do acesso das mulheres

Promoção do saber mediante a pesquisa na ciência, na arte e nas ciências humanas e a divulgação de seus resultados

Orientação de longo prazo baseada na relevância da educação superior

Reforçar a cooperação com o mundo do trabalho, analisar e prevenir as necessidades da sociedade

Diversificação como forma de ampliar a igualdade de oportunidades

Aproximações educacionais inovadoras: pensamento crítico e criatividade

10º

Pessoal de educação superior e estudantes como agentes principais

Sessão 3 - Da Visão à Ação

11º

Avaliação da qualidade

12º

O potencial e o desafio da tecnologia

13º

Reforçar a gestão e o financiamento da educação superior

14º

O financiamento da educação superior como serviço público

15º

Compartilhar conhecimentos teóricos e práticos entre países e continentes

16º

Da "perda de quadros" ao "ganho de talentos" científicos

17º

Parcerias e alianças.

Fonte: (UNESCO, 1998)

Onze anos mais tarde, novamente na sede da UNESCO, em Paris, de 5 a 8 de julho, foi realizado outro evento: Conferência sobre Ensino Superior 2009: as novas dinâmicas do ensino superior e pesquisas para mudança e o desenvolvimento social. Essa Conferência ratificou os apontamentos feitos em 1998 e destacou os avanços conquistados, bem como a importância de investir no ensino superior, tendo em vista as gerações futuras.

Segundo a UNESCO (2013) percebe-se que investir na educação superior é viabilizar a construção e o desenvolvimento de uma sociedade mais inclusiva, capaz de proporcionar conhecimento diversificado e avançar em pesquisa, inovação e criatividade. Para tanto, é preciso que os governantes assumam suas responsabilidades viabilizando e dando suporte no que for necessário.  Bentancur (2013) elenca o exemplo do Uruguai que nos últimos anos, fez evoluir o sistema universitário, mas que ainda existe muito a ser melhorado. O autor sinaliza que é necessária a união entre o governo e a universidade para elaborar políticas públicas capazes de superar o que não está bom.

Com olhar voltado para os documentos oriundos das duas conferências é pertinente destacar que muitos desafios foram estabelecidos para a educação, especialmente para a educação superior. Também é importante que os organismos responsáveis e os governantes assumam a responsabilidade, que é deles, de criar políticas educacionais com capacidade de garantir o acesso, a qualidade e o financiamento, oportunizando melhor ensino e melhores pesquisas de modo a atender às necessidades sociais, culminando na inovação e no desenvolvimento.

Os documentos elaborados a partir das conferências destacam também outro importante aspecto que atinge diretamente a educação superior: a globalização enfatizando a cooperação internacional. Comumente a cooperação internacional é mais tratada em níveis econômicos. É preciso tratar com a mesma importância, ou ainda mais, a troca de experiências na educação, por meio de pesquisas, de estudos, de intercâmbios, de parcerias. A educação superior além-fronteiras permite implementar melhorias locais, através de uma educação de qualidade capaz de garantir a formação de atores críticos e portadores de valores voltados à sociedade. Perceber outras realidades possibilita uma espécie de benchmarking da educação em vários aspectos, principalmente na qualidade.

No caminho, rumo a uma educação de qualidade, a troca de experiências e a cooperação entre os educadores/pesquisadores certamente tem peso significativo. A qualidade na educação não se limita a possuir competentes professores e boa infraestrutura (DIAS SOBRINHO, 2012).

Equipamentos modernos, boa gestão, pessoas eficientes, são meios importantes, contudo a qualidade extrapola esses meios. Na educação superior a qualidade deve ser direcionada para as finalidades centrais, isto é, para a formação dos cidadãos e para o desenvolvimento econômico e cultural. Educação de qualidade é, portanto, aquela que contribui para a formação dos indivíduos e da sociedade.

Entendendo que a qualidade da educação superior influenciará diretamente a formação dos estudantes, e consequentemente o desenvolvimento do estado-nação percebe-se que há necessidade de constantes investimentos neste bem público. Embora algumas literaturas afirmem que a educação é um bem semi-público, Dias Sobrinho (2013) destaca que ela é um bem público e por isso deve estar acima dos interesses particulares de algumas pessoas ou grupos. Na luta pela democratização da sociedade ela é um direito social uma vez que tem por fim a formação de sujeitos conscientes e profissionais qualificados.

Em referência ao Brasil, este tem adotado algumas políticas públicas voltadas à elevação dos níveis de estudo da população. Principalmente a partir do ano 2000, ocorreu aumento na oferta de vagas, especialmente em Instituições Públicas Federais de Ensino Superior, decorrente da implantação de novas instituições e expansão das existentes, impactando em oferta de cursos técnico-superiores, graduações, mestrados e doutorados.

O ensino superior vem sendo considerado prioridade nas agendas dos governos, principalmente por ser considerado estratégico na formação e no desenvolvimento do futuro das nações (NEVES, RAIZER e FACHINETTO, 2007). No Brasil, a partir de 2002, podem-se perceber ações que buscaram promove a inclusão de estudantes tradicionalmente fora da educação superior (MARKES, 2013). Com a criação de novas universidades, ampliação das existentes, oferta de novos cursos, contratação de professores e criação de novos campi, houve uma forte mudança na política para educação superior. 

O governo Lula, implantou uma série de políticas pública, por iniciativa e/ou por necessidade de incluir na sua agenda de governo pontos que haviam sido iniciados no governo antecessor. Essas políticas diziam respeito à investimento na educação – promoção da cidadania, inclusão social, e investimentos na infraestrutura – saneamento, habitação, transporte, energia. O conjunto dessas ações ficou conhecido como Programa de Aceleração do Crescimento – PAC (LIMA, 2013).

No âmbito da Educação Superior, o governo de FHC havia iniciado uma série de atividades que visavam atender às metas estabelecidas nas Conferências de 1998 e 2009 da UNESCO. Na continuidade dessas atividades o governo Lula iniciou o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Este orientou-se pela expansão e pela democratização sendo chamado, por Lula, como 'uma revolução na educação brasileira' (LIMA, 2013).

O PDE, como norteador, estabeleceu algumas ações para atingir suas metas. Das ações, duas ganharam destaque: reestruturação e expansão das universidades; e democratização do acesso. O resultado foi uma grande ampliação no número de vagas, sendo que essa expansão do ensino superior foi esperada por longo tempo (ALMEIDA et al., 2012).

Na década de 1990, seguindo metas e recomendações da UNESCO, o governo federal iniciou algumas ações para confrontar o contexto de analfabetismo e o abandono educacional no qual o Brasil esteve mergulhado por longo tempo. Assim começou a implantar políticas objetivando aumentar o número de Instituições de Ensino Superior, bem como de cursos e matrículas (ARAUJO, 2012).

De fato, por muito tempo houve facilidade de acesso à educação superior para a elite e de forma geral, muitas dificuldade para a maior parte da população. Com a implantação de políticas voltadas para essa demanda, houve acréscimo de vagas, possibilitando a democratização do acesso à educação superior. Nesse sentido, destaca-se a criação do Programa Universidade para todos (Prouni) e do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) (LIMA 2013).

O governo, sabendo da existência de uma demanda reprimida que buscava e desejava ingressar no ensino superior, tornou a educação superior pauta na agenda de governo. Com isso iniciou o processo de expansão da educação superior e ampliação do acesso priorizando o atendimento dos grupos sociais que tradicionalmente eram excluídos da oportunidade de cursar a educação superior (ARRUDA, 2010-2011).

Para falar da educação superior é interessante voltar um pouco na história e destacar alguns aspectos relevantes. Stalliveri (2013) destaca quatro fases da educação no Brasil, sendo os períodos compreendidos até 1930; de 1930 até 1964; de 1964 a 1990; 1990 em diante.

No primeiro período a educação era voltada totalmente à elite, onde o ensino teve maior ênfase que à pesquisa. No segundo período foram criadas 20 Universidades Federais, no Brasil marcando forte expansão do sistema público federal de educação superior. No terceiro período destaca-se a busca pela eficiência administrativa e a integração entre Ensino Pesquisa e Extensão. No quarto período houve a criação de Leis que passaram a regular o Ensino Superior e a melhoria nos processo de avaliação tendo como objetivo elevar a qualidade do ensino. Pode-se acrescentar a este quarto período a ampliação no número de vagas.

Governantes podem relutar, políticos podem debater e questionar, mas é certo que só haverá verdadeiros avanços sociais e econômicos quando a educação receber a devida atenção. Prova disso é a relação educação x desenvolvimento x qualidade de vida dos países desenvolvidos. Schultz (1987) já afirmava que grande parte da melhoria na qualidade da população está relacionada a educação.

Com a expansão iniciada pelo governo federal, e com as reivindicações advindas do povo, houve a criação de novas universidades federais. Sendo assim, a população que antes não tinha condições de ingressar em um curso superior, seja por falta de recursos financeiros, seja pela logística necessária ou por outros fatores, conta agora com tal possibilidade. Ingressar no ensino superior é ter a perspectiva de formar-se criticamente, gerando impacto direto no desenvolvimento regional, possibilitando a menorização das diferenças sociais existentes.

2.1 Ingresso na educação superior

O governo federal vem realizando ano a ano, o senso da educação superior, sendo em seguida publicado um relatório contendo as principais informações. Estes são documentos que ajudam a entender um pouco mais obre a educação superior. Quando era Ministro da Educação, Aloizio Mercadante publicou uma apresentação sobre o último senso realizado.

Segundo Mercadante (2013) o número de matrículas no ensino superior que era de três milhões em 2001 subiu para mais de sete milhões em 2012. Destaca-se que nos últimos dez anos, as matrículas no setor privado tiveram um aumento de 3,5% e no setor público esse aumento foi de 7,0%. Percebe-se que o setor público passa por uma nova experiência, com inédita e significativa expansão. Entre 2011 – 2012 as matrículas na rede federal cresceram 5,3%, representando 57,3% do total da rede pública com números em torno de 1,08 milhão de matrículas.

A rede federal teve uma taxa média de crescimento, entre 2002 a 2012, de 8,4%, ocasionando aumento de 124% no número de ingressantes. Os estados de Paraíba, Santa Catarina, Tocantins, Roraima, Pará e Acre são os estados que possuem mais alunos matriculados na rede pública do que na rede privada (MERCADANTE, 2013).  

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) também realiza, de tempos em tempos, um estudo tendo em vista conhecer o perfil dos alunos que estão nas Universidades Federais. O último estudo levou em conta os alunos que estavam no ensino superior no ano de 2010.

Segundo Andifes (2011) no que tange os alunos que estão no ensino superior em Universidades Federais Brasileiras, 41% tem famílias que recebem até três salários mínimos. Regionalmente, no Nordeste e Norte, sobe a 50% e 63% respectivamente. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste cai para 31%, 32% e 33% respectivamente.

Outras informações que o relatório destaca: 53,5% são mulheres; 74,5% estão na faixa etária de até 24 anos de idade; quanto a raça/cor/etnia 54% são brancos, 32,08% são pardos, 8,7% são pretos, 3,06 são amarelos e 0,93 são índios; 86,6% são solteiros; 90,08 não possuem filhos; 56,56% usam transporte público para ir à universidade e 18,63% vão a pé/de carona/de bicicleta; 25,3 residem em casa de amigos, familiares, pensão, hotel, pensionato ou república e 2,5% moram na residência universitária; 37,6% trabalham sendo que na região Sul o percentual chega a 46,3%; 60% possuem pais com pelo menos o ensino médio e 68% possuem mães com pelo menos o ensino médio; 44,8% são oriundos de escola pública; 55% ao se formar quer trabalhar e continuar estudando, mesmo percentual que deseja trabalhar exercendo exclusivamente sua profissão; 70% utilizam a internet como principal fonte de informação; 78,97% tem muita experiência/tem experiência com computador; 81% tem domínio do inglês mas alemão, francês e italiano são quase que desconhecidos; 43% apontaram dificuldades com adaptação à cidade, moradia ou separação da família.

Tais informações, além de serem importantes para o conhecimento do perfil dos alunos, são relevantes tendo em vista a criação e implantação de políticas voltadas a esse público. A seguir será apresentado brevemente o caso da Universidade Federal da Fronteira Sul.

2.2 Implantação da Universidade Federal da Fronteira Sul

Antes da criação oficial, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) começou a existir pela organização e articulação de movimentos sociais, ONGs, igrejas e lideranças locais que constituíram um grupo de trabalho chamado Movimento Pró-Universidade Federal.

Houve uma aproximação entre a reivindicação dos movimentos sociais e as políticas do governo federal referente à ampliação do ensino superior, o que culminou na criação da UFFS, proporcionando acesso à educação superior como direito básico e inalienável (TREVISOL, CORDEIRO e HASS, 2011). Benincá (2011) corrobora com essa ideia destacando que a Universidade Federal da Fronteira Sul tem caráter público e popular, pois foi constituída graças ao esforço e luta da sociedade organizada da mesorregião da fronteira do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). 

No ano de 2006, o Movimento Pró-Universidade, em audiência com o Ministério da Educação, apresentou a proposta para criação da 'Universidade do MERCOSUL'. Foi, então, criada a Comissão de Elaboração do Projeto, por meio da Portaria MEC nº 948/2007, formada por 22 membros sendo 11 membros do Movimento Pró-Universidade Federal e 11 indicados pelo Ministério da Educação.

Assim, em 2009, no dia 15 de setembro, o governo federal aprovou a Universidade Federal da Fronteira Sul, pela Lei 12029, abrangendo 396 municípios na Mesorregião da Grande Fronteira do MERCOSUL e entornos. Foi criada com cinco campi, sendo um em Santa Catarina, no município de Chapecó, onde fica a sede, dois no estado do Paraná, nos municípios de Realeza e Laranjeiras do Sul e dois no estado do Rio Grande do Sul, nos municípios de Cerro Largo e Erechim. O trabalho conjunto de vários atores sociais possibilitou à população da região da fronteira do MERCOSUL e entornos acesso à educação pública, gratuita e de qualidade.

A Universidade Federal da Fronteira Sul possui a missão e o compromisso de assegurar, por meio do acesso e da permanência no ensino superior, a inclusão social e a qualificação profissional da população desta região (BENINCÁ, 2011). Segundo o Reitor, Jaime Giolo, a UFFS está comprometida com o futuro da sociedade. O trabalho voltado ao desenvolvimento sustentável, à atuação direta na valorização da defesa humana e o compromisso com a educação pública são algumas das funções assumidas, pela Universidade, junto à sociedade (GAZETA, 2013).

Dentre os pontos destacados, este estudo quer enfatizar principalmente o acesso ao ensino superior, em especial, aquele proporcionado pela UFFS que buscou priorizar o ingresso de alunos oriundos da escola pública. Desta forma, nos processos seletivos da UFFS, para ingresso em 2011 e 2012, foi utiliza a nota do ENEM do candidato e aplicado o fator escola pública, conforme cada caso. O fator consiste em somar um bônus, à nota daqueles que cursaram o ensino médio em escola pública. Assim, para o candidato que integralizou um ano do ensino médio em escola pública, é somada à sua nota do ENEM 10% de bônus, para o aluno que integralizou dois anos acrescenta-se 20% e para o aluno que integralizou os três anos em escola pública, soma-se 30% na sua nota do ENEM.

A seguir apresenta-se o passo a passo da realização da pesquisa.

3. Metodologia

Sendo que os alunos responderam um questionário sócio econômico ao ingressarem na Universidade, os dados que compõe este estudo foram solicitados junto à Diretoria de Registro Acadêmicos (DRA) da UFFS. A DRA encaminhou dois arquivos contendo os questionários e as respostas dos ingressantes. O arquivo correspondente ao ano 2011 continha 2041 respondentes e 40 questões. O arquivo correspondente ao ano de 2012, continha 2088 respondentes e 69 questões.

Algumas variáveis só haviam sido estabelecidas em um determinado ano, por isso foram excluídas para que somente permanecessem aquelas que foram apresentadas em ambos os anos. Feita esta primeira análise restaram 39 variáveis que haviam sido respondidas tanto em 2011 quanto em 2012. O pesquisador incluiu mais uma variável que diz respeito ao Fator Escola Pública a que os alunos tinham direito, conforme dados fornecidos pela Diretoria de Registro Acadêmico. Estabeleceu-se o número de 40 variáveis.

Como para cada variável o sistema gerou um número de resposta qualquer, foi necessário padronizá-las. A padronização possibilitou que as respostas iniciassem em um chegando a n.

O passo seguinte foi identificar possíveis desajustes, isto ocorreu porque no momento de responder o questionário, alguns ingressantes deixaram questões em branco. Assim, quando este fato ocorreu, todas as respostas deste ingressante foram invalidadas e o mesmo foi excluído. Foram excluídos 25 respondentes do ano de 2011 e nenhum do ano de 2012.

Posteriormente, foi realizada análise das variáveis existentes, tendo como parâmetro os objetivos deste estudo. De acordo com Hair et al. (2009) é o pesquisador quem deve perceber a importância de incluir apenas as variáveis adequadas. Assim, nove das variáveis foram excluídas por não atenderem os objetivos. Então o estudo compreendeu 31 variáveis, com 2016 respondentes em 2011 e 2088 respondentes em 2012.

3.1 Variáveis do estudo

No quadro dois estão expostas as variáveis utilizadas para o estudo.

Quadro 2 - Variáveis utilizadas para compor o estudo

Variável

1

Unidade da federação em que concluiu o ensino médio

2

Tipo de curso de ensino médio que concluiu

3

Tipo de estabelecimento onde cursou o ensino médio

4

Condição em que frequentou o ensino médio

5

Turno em que cursou o ensino médio

6

O que espera obter num curso superior

7

Pessoas que moram com você: (incluindo filhos, irmãos, parentes e amigos)

8

Nível de escolaridade do pai

9

Nível de escolaridade da mãe

10

Renda mensal da família, que residem que moram com o candidato (renda familiar)

11

Renda mensal do aluno

12

Condição da casa onde mora (própria, alugada, cedida)

13

Localização da residência (rural, urbana, indígena, quilombola)

14

Grau de importância na decisão de trabalhar para ajudar os pais nas despesas com a casa

15

Grau de importância na decisão de trabalhar para sustentar sua família

16

Grau de importância na decisão de trabalhar para ser independente

17

Grau de importância na decisão de trabalhar para adquirir experiência:

18

Grau de importância na decisão de trabalhar para custear/ pagar os estudos

19

Horas semanais de trabalho

20

Idade com que começou a trabalhar

21

Frequentou ou frequenta Curso profissionalizante

22

Frequentou ou frequenta Curso preparatório para vestibular

23

Frequentou ou frequenta Curso superior

24

Frequentou ou frequenta Curso de língua estrangeira

25

Frequentou ou frequenta Curso de computação ou informática

26

Possui computador na residência

27

Utiliza computador

28

Meio de transporte que mais utiliza

29

Motivo principal para optar pelo processo seletivo da UFFS

30

Forma de comunicação mais utiliza para manter-se informado

31

Fator Escola Pública utilizado

Fonte: (UFFS, 2013)

3.2 Técnica de agrupamento

Foi utilizada técnica estatística multivariada exploratória, conhecida como análise de conglomerados ou cluster analysis, ou ainda análise de agrupamentos. Na análise de clusters busca-se agrupar elementos de dados baseando-se na similaridade entre eles (FÁVERO et al., 2009). Desta forma a partir de variáveis predeterminadas é possível aglutinar os dados em grupos homogêneos internamente e heterogêneos entre si.

Na análise de clusters, é necessário padronizar as variáveis para evitar distorções causadas por possíveis diferenças de escala. A padronização é a atribuição do mesmo peso para cada variável, evitando que determinada variável com maior dispersão tenha um peso mais elevado no momento de calcular as medidas de distância (FÁVERO et al., 2009). O software Action realiza a padronização das variáveis no momento de organizar os clusters, bastando o pesquisador marcar tal procedimento.

3.3 Medida de similaridade

Os métodos de análise de clusters tem necessidade de uma medida de similaridade entre os elementos a serem agrupados. Segundo Hair et al. (2009) a similaridade pode ser medida por vários métodos, mas três deles se destacam na análise de agrupamentos: medidas correlacionais, de associação e de distância. Neste estudo utilizou-se a medida de similaridade de distância. Hair et al. (2009) indica que é por meio da similaridade que se conhece o grau de correspondência entre os objetos a partir de todas as características usadas na análise. Das medidas de distância existentes, após vários testes realizados, entendeu-se que a mais adequada é a chamada distância Manhattan ou ainda city-block.

A medida de similaridade manhattan minimiza o efeito de uma grande diferença entre uma dimensão e um elemento. De acordo com Fávero El al. (2009) a distância Manhattan representa a soma das diferenças absolutas entre os valores das variáveis. Isto é, ao invés de usar a hipotenusa, usam-se os dois lados de um triângulo retângulo (HAIR et al., 2009)

Os dados foram importados para o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), entretanto por haver muitos dados o sistema não gerou algumas informações, o que dificultaria a análise. Sendo assim, para realizar os agrupamentos foi utilizado o Microsoft Office Excel e o software de estatística Action.

O Action é um sistema aberto, utilizado sob os termos da Licença Pública Geral (GNU), de fácil utilização, confiável e de grande abrangência estatística. Foi desenvolvido na plataforma R e trabalha integrado ao Excel, possuindo uma grande quantidade de funcionalidades estatísticas (ACTION, 2013).

3.4 Métodos e procedimentos de agrupamento

Segundo Hair et al. (2009) não é possível afirmar que um método ou procedimento é certo e o outro é errado, pois sempre haverá vantagens e desvantagem na escolha de uma ou de outra abordagem. Entretanto Seidel et al. (2008) explicam que é necessário optar por um método específico. Assim, optou-se por testar vários modelos, até chegar àqueles que melhor responderam ao problema e aos objetivos da pesquisa.

No que se refere ao método, algumas literaturas indicam que é possível trabalhar com dois – hierárquico e não-hierárquico, mas não é obrigatório. Assim, neste estudo optou-se por trabalhar com o método hierárquico. Seidel et al. (2008) discorrem que o método hierárquico possui como característica uma estrutura em forma de árvore, onde por meio de associações, os objetos são interligados, formando uma composição gráfica chamada de dendrograma. Para Hair et al. (2009) o dendrograma possibilita visualizar melhor os agrupamentos, pois fornece uma foto do processo de agrupamento, retratando cada estágio do processo.

Para compor os clusters foi necessário ainda definir o método de agrupamento. Segundo Sipos et al. (2012) existem vários métodos que podem ser utilizados. Optou-se por utilizar a técnica hierárquica Ward´s method , ou simplesmente método de Ward. De acordo com Hair et al. (2009) o método de Ward consiste em uma expressão de agrupamento hierárquico onde a medida de similaridade é calculada como a soma dos quadrados. Isto é, a escolha de qual par de agrupamentos deve-se combinar, tem base na combinação de agregados, que minimiza a soma interna de quadrados no conjunto completo de agrupamentos separados ou disjuntos.  

As escolhas descritas até aqui impactaram diretamente no número de clusters formados. Como expresso anteriormente, as escolhas foram sendo construídas a partir de vários testes realizados. O número de clusters também seguiu esse padrão. Segundo Fávero et al. (2009) quando se trabalha com conglomerados, nenhum procedimento é altamente objetivo para estabelecer o número ideal de grupos, e quando se utiliza o método hierárquico é atribuído ao pesquisador julgar o número de clusters mais adequado.

Com isso, tendo em vista a grande quantidade de dados existentes, as várias tentativas realizadas, os métodos norteadores, o problema e os objetivos da pesquisa, estabeleceu-se o número de oito clusters para cada ano. Após a formação dos grupos, os dados referentes a cada um, foram agrupados em arquivos distintos para análise.

Tendo em vista que o estudo quer entender o perfil predominante dos ingressantes, a análise, sobre os resultados obtidos, se concentrou no cluster com maior número de componentes, isto é o predominante, em cada ano.

4. Apresentação e análise dos resultados

A figura 1 apresenta o dendrograma referente aos ingressantes do ano de 2011 e a figura 2 dos ingressantes do ano de 2012. Conforme a altura há formação de determinado número de clusters. Na figura 1, na altura 800 há a formação de dois clusters e em torno da altura 80 há a formação de 8 grupos. Já na figura 2, em torno da altura 530 há a formação de dois clusters e na altura 90 formam-se os 8 grupos.

Após vários testes optou-se por analisar partir da formação de oito conglomerados. Referente ao ano de 2011, os ingressantes foram agrupados na seguinte porcentagem: cluster 6 - 42,41%; cluster 2 – 18,90%; cluster 1 – 9,42%; cluster 4 – 8,33%; cluster 5 – 7,64%; cluster 3 – 6,45%; cluster 8 – 4,41%; cluster 7 – 2,44%.

O cluster 6 possui o maior número de elementos e indica o perfil que predomina. As características dos ingressantes que fazem parte deste aglomerado são: 100% cursaram o ensino médio sem bolsa; 99,76% cursaram todo o ensino médio em escola pública; 99,40% utilizaram 1,3 como fator escola pública; 94,15% residem na zona urbana; 94,15% não frequentam/frequentaram curso de língua estrangeira; 93,91% não frequentam/frequentaram curso preparatório para vestibular; 82,69% têm, na sua decisão de trabalhar o objetivo de adquirir experiência; 81,52% têm, na sua decisão de trabalhar o objetivo de ser independente (ganhar seu próprio dinheiro); 76,02% têm, na sua decisão de trabalhar o objetivo de custear seus estudos; 75,20% concluíram o ensino médio regular.

Outras características deste aglomerado: 68% não frequentam/frequentaram o ensino superior; 63% possuem renda familiar mensal de um a três salários mínimos; 52% buscam no curso superior formação profissional voltada para o futuro emprego; 49% tem jornada de trabalho semanal com mais de quarenta horas; 38%, 37% e 22% são oriundos respectivamente do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.   

 

 

Figura 1- Dendrograma dos ingressantes em 2011
Fonte: os autores

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Figura 2 - Dendrograma dos ingressantes em 2012
Fonte: os autores

Da mesma forma, analisando a partir da formação de oito conglomerados, referente ao ano de 2012, os ingressantes foram agrupados na seguinte porcentagem: cluster 6 – 44,97%; cluster 3 – 16,81%; cluster 4 – 11,25%; cluster 1 – 8,33%; cluster 5 – 7,47%; cluster 2 – 5,22%; cluster 8 – 4,42%; cluster 7 – 1,53%.

O agrupamento número 6, contém o maior número de alunos ingressantes que possuem como características: 100% dos componentes cursaram todo o ensino médio em escola pública; 100% cursaram o ensino médio sem bolsa de estudo; 99,5% utilizaram 1,3 como fator escola pública; 90,5% concluíram o ensino médio regular; 83,4% não frequentam/frequentaram curso preparatório para vestibular; 80,1% não frequentam/frequentaram curso de língua estrangeira; 79,4% residem na zona urbana; 79,1% possui computador na residência, com acesso à internet; 76,7% têm, na sua decisão de trabalhar o objetivo de ser independente (ganhar seu próprio dinheiro); 75,2% frequentam/frequentaram curso de computação.

Outras características deste agrupamento: 72% não frequentam/frequentaram o ensino superior; 63% possuem renda familiar de um a três salários mínimos; 58% buscam formação profissional, no curso superior, voltada para o futuro emprego; 36% tem jornada de trabalho semanal maior de quarenta horas; 36%, 35% e 27% são, respectivamente, oriundos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. 

Mesclando as características desses dois aglomerados, descritos anteriormente, pode-se indicar que o perfil predominante dos alunos da UFFS, ingressantes em 2011 e 2012, por processo seletivo é composto por alunos oriundos da escola pública, que cursaram o ensino médio regular, sem bolsa de estudo e que utilizaram o fator escola pública 1,3 para ingressarem na Universidade. Residem na cidade, não frequentam/frequentaram curso de língua estrangeira, nem curso preparatório para vestibular.

Demonstram importância na decisão de trabalhar para adquirir experiência, serem independentes (ganhar o próprio dinheiro) e custear/pagar seus estudos. Possuem computador, com acesso à internet em suas residências e frequentam/frequentaram curso de informática. Predominam ainda os que não frequentam/frequentaram curso superior, que buscam na universidade, formação profissional voltada para o futuro emprego e que atualmente tem renda familiar de 1 a 3 salários mínimos.

É possível ainda afirmar que no perfil predominante e composto por alunos oriundos dos Estados onde a Universidade Federal da Fronteira Sul está instalada. Os dados mostram que 97,5% dos ingressantes, que formam os dois clusters predominantes, vêm do Sul, sendo 36,5% do RS, 36,5% de SC e 24,5% do PR.

Referente ao grau de instrução dos genitores, o agrupamento predominante, aponta quanto ao pai dos ingressantes: 46% possuem de 1ª a 4ª série; 22,5 possuem de 5ª a 8ª série; 20,5% cursaram o ensino médio; 3,4% formaram-se no ensino superior; 1% possui especialização; 0,25% tem mestrado; 0% possui doutorado; 3,1% não estudaram e 3,25% não foi identificado. Quanto a mãe dos ingressantes: 41% possuem de 1ª a 4ª série; 24% possuem de 5ª a 8ª série; 25,5% cursaram o ensino médio; 6,1% formaram-se no ensino superior; 3,2% possuem especialização; 0,2 tem mestrado; 0,05 possui doutorado; 2,65 não foi identificado;

É perceptível que a maioria dos ingressantes, são filhos de pais e mães que possuem como grau de instrução o ensino fundamental. Um grupo intermediário possui ensino médio. Poucos possuem graduação e/ou pós-graduação.

Os clusters que compõe o perfil predominante são formados por mais de 40% dos ingressantes. É um grande número de pessoas com características semelhantes. Percebe-se que desses 40% quase a totalidade – 99,5% - cursaram todo o ensino médio em escola pública conseguindo fazer uso do fator escola pública 1,3, isto é conseguiram 30% de bônus sobre sua nota do ENEM.

Referente ao grau de instrução dos pais percebe-se que a maioria – 43,5% - possui Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série e poucos conseguiram formar-se no ensino superior – 4,75%. Interessante destacar que as mães, no geral, possuem grau de instrução um pouco mais elevado do que os pais. Tendo como hipótese que todos os ingressantes conseguirão se formar no ensino superior, percebe-se o grande avanço, na questão educação, de uma geração para outra.

Algumas das características que compõe o perfil predominante dos alunos ingressantes na UFFS nos anos de 2011 e 2012 têm semelhança com as características apresentadas pela ANDIFES (2011) e Mercadante (2013). Com isso percebe-se que o perfil dos alunos que ingressaram na UFFS no período citado tem proximidade com o perfil dos alunos que ingressaram nas outras universidades federais do Brasil.

Mas várias outras características são próprias desta região. Isto é, compõe o perfil dos alunos da região onde a Universidade está atuando. Mais uma vez destaca-se a importância de conhecer a região, o local. Com esse conhecimento é possível tomar decisões com base na realidade minimizando as desigualdades regionais que são acentuadas no Brasil.

5. Considerações finais

O ensino superior tem grandes desafios, assim como a educação de modo geral. Há tempos vem-se debatendo sobre formas de trabalho, metodologias a serem implantadas e rumos a serem seguidos. Nesse sentido é importante compreender que decisões devem ser tomadas tendo por base informações reais, que proporcionem segurança.

Algumas linhas gerais podem ser definidas pelas organizações mundiais, a exemplo da UNESCO e que tendem a contribuir apontando um caminho a seguir. Contudo, as decisões que tem impacto local/regional - definição de políticas públicas - precisam levar em conta e priorizar o conhecimento da realidade das regiões e/ou pessoas em questão.

Então, conhecer as características de determinado grupo, auxilia no momento de avaliar e de traçar metas e objetivos. Uma universidade federal, por exemplo, conhecendo as características dos alunos que estão em seus cursos pode fazer uma avaliação para saber se os objetivos traçados estão sendo alcançados. Ao mesmo tempo pode planejar e implantar ações com maior segurança.

Nesta pesquisa foi possível caracterizar o perfil predominante dos alunos ingressantes, por meio de processo seletivo, na UFFS, nos anos de 2011 e 2012. Também foi possível identificar que a maioria dos alunos ingressantes é provém dos estados onde a UFFS está instalada.

Este trabalho foi útil para resgatar algumas das linhas gerais da história do ensino superior e relatar a organização e esforço para criação de uma Universidade pública, gratuita e de qualidade. Evidencia ainda um pouco da diversidade presente na UFFS que está inserindo-se na sociedade e tem grande responsabilidade no desenvolvimento da região onde atua, pois atrai para si pessoas que vislumbram possibilidades de crescimento, conhecimento e formação ao adentrarem em um de seus cursos superiores.

Por fim cabe destacar dois pontos: primeiro que este trabalho fez uma análise sobre o perfil predominante, sendo possível fazer outras análises, como por exemplo, sobre o perfil de todos os ingressantes; segundo, fica a sugestão de outros trabalhos que utilizem métodos diferentes para composição dos clusters.

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1. Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela UNIOESTE. Administrador e Professor Substituto na Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Email: sergiobegnini@gmail.com


Vol. 37 (Nº 08) Año 2016

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