Espacios. Vol. 37 (Nº 11) Año 2016. Pág. E-3

Práticas de m-learning no ensino superior privado em São Paulo: estudo de percepção no curso de Ciência da Computação

M-learning practices in private higher education in São Paulo: study of perception in computer science course

Fabio Henrique PEREIRA 1, Renato Alves FERREIRA 2

Recibido: 19/12/15 • Aprobado: 30/01/2016


Contenido

1. Introdução

2. A disseminação dos dispositivos móveis e o M-Learning

3. Críticas e elogios ao M-Learning

4. Método

5. Resultados e discussão

6. Conclusões

Referências


RESUMO:

A utilização de dispositivos móveis na educação vem ganhando força nos últimos anos, provocando mudanças no ensino com a utilização de um novo modelo de aprendizado apoiada na mobilidade (m-learning). Diversos estudos têm se ocupado desse tema que ainda gera muitas dúvidas e discussões. Portanto, o presente trabalho visa avaliar a percepção de alunos de uma Instituição de Ensino Superior sobre o emprego das tecnologias móveis em sala de aula, como forma de apoio à mediação pedagógica. Também são abordadas questões relacionadas aos hábitos de consumo das tecnologias, avaliando uso desses dispositivos e seus reflexos na postura participativa do aluno.
Palavras-chave: novas tecnologias, dispositivos móveis, ensino superior, m-learning.

ABSTRACT:

The use of mobile devices in education has been gaining momentum in recent years, causing a change in teaching through the creation of a new mode of learning supported by mobility (m-learning). Several studies have been focused this subject that raises many questions and discussions. Therefore, the present study aims to evaluate the perception of students of a private institution on the use of mobile technologies in the classroom as a way to support pedagogical mediation. Issues related to the consumption habits of technologies are also addressed, evaluating the use of these devices and their impact on student participatory stance.
Keywords: new technologies, mobile devices, higher education, m-learning

1. Introdução

A evolução das aplicações das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no processo de ensino-aprendizagem tem possibilitado ampliar o conceito de objetos de aprendizagem para muito além do computador pessoal. Nesse contexto, vem ganhando força a ideia do uso de dispositivos móveis na educação sob a alegação de obter um maior alcance nas aplicações aproveitando os benefícios de mobilidade, interatividade e ubiquidade que essa tecnologia oferece. Diante de uma disponibilidade cada vez maior a introdução dessas tecnologias parece ser inevitável, mas as vantagens dessa inclusão ainda estão longe de ser uma unanimidade.

Indubitavelmente, o potencial educacional das novas tecnologias móveis pode favorecer o atual processo de ampliação do acesso ao ensino superior, permitindo o atendimento de um número maior de alunos e um tratamento mais interativo e interessante de temas áridos quando abordados com métodos tradicionais. Por outro lado, porém, há dúvidas sobre o quanto, e como, a tecnologia pode facilitar o aprendizado e promover uma participação mais ativa dos alunos no processo de ensino.

O certo é que existe a necessidade de conhecer a opinião dos alunos sobre esse tema, buscando compreender a relação desses alunos com essas tecnologias. Apenas por meio desse conhecimento será possível integrar efetivamente o uso da tecnologia móvel em sala de aula, pois como afirma Severino (2007), o sucesso do processo de ensino aprendizagem depende em grande medida da adesão espontânea do aluno.

Muitos trabalhos têm buscado estudar esse fenômeno. Cita-se, por exemplo, as pesquisas de Abrantes e Gouveia (2009), Abrantes e Gouveia (2011), Kay e Lauricella (2011), os quais avaliam os hábitos e a percepção dos alunos sobre o uso dessas tecnologias em sala de aula. No entanto, como muito bem argumentam Santos, Duram e Burnham (2012a), a maior parte da literatura disponível sobre o tema não aborda a realidade brasileira, principalmente quando se considera as Instituições de Ensino Superior (IES) privadas.

Portanto, o presente trabalho visa avaliar a percepção de alunos de uma IES privada da cidade de São Paulo sobre a utilização de dispositivos móveis em sala de aula, como forma de apoio à mediação pedagógica. Também são abordadas na pesquisa questões sobre os hábitos de consumo de tecnologias móveis em sala de aula com vistas a avaliar se há prevalência do uso não acadêmico e seus reflexos na postura participativa do aluno.

A partir da problematização apresentada, buscou-se comprovar a hipótese de que os alunos acreditam que o uso da tecnologia e dos dispositivos móveis pode facilitar o aprendizado, mas que a instituição deve integrar eficientemente essa tecnologia em aula.

2. A disseminação dos dispositivos móveis e o M-Learning

De acordo com definição proposta por Santos, Duram e Burnham (2012a), o termo "dispositivo móvel" se refere, em geral, aos dispositivos info-comunicacionais móveis – notebooks, netbooks, tablets, smartphones, etc – que possibilitam o acesso imediato e em movimento, permitindo o fluxo de informação e conteúdo digital de qualquer natureza por meio da comunicação, com ou sem fios, com outros dispositivos. Os benefícios de mobilidade, interatividade e ubiquidade que essa tecnologia oferece têm atraído um número cada vez maior de novos usuários. Sinais desse crescimento podem ser vistos por todos os lados, seja em relatórios de empresas especializadas, blogs de tecnologia ou mesmo nas mesas de bares e restaurantes pela cidade.

Este movimento afetará diversos setores da sociedade em todo o mundo, em especial o da educação. Tarouco et. al. (2004) aponta que a disponibilidade cada vez maior desses dispositivos e das redes informatizadas de comunicação, tem provocado uma mudança no ensino com criação de uma nova modalidade de aprendizado apoiada na mobilidade, chamada m-learning.

De fato, a introdução dessas tecnologias parece ser inevitável, uma vez que a disseminação dos dispositivos móveis é cada vez maior e o seu uso em sala de aula tem crescido por iniciativa dos próprios alunos. Como exemplo, um recente estudo de Dahlstrom et al. (2011) mostra que no ano de 2010, 87% dos alunos de graduação nos Estados Unidos possuíam notebooks, 55% possuíam smartphone, 11% netbook, 8% tablet. O trabalho mostra também que os estudantes consideram o notebook e o acesso à rede sem fio como os dois itens de maior valor para suas atividades acadêmicas.

O crescimento da utilização de dispositivos móveis, seja para atividades pessoais ou acadêmicas, também tem crescido no Brasil. Entretanto, trabalhos que investiguem a percepção dos alunos brasileiros a respeito dessa tecnologia ainda são muito escassos, especialmente, quando se considera a realidade das instituições privadas de ensino superior. Quando se leva em conta outras realidades, as pesquisas em geral divergem sobre o benefício educacional da mobilidade, como abordado na próxima seção.

3. Críticas e elogios ao M-Learning

O rápido crescimento da popularidade das tecnologias móveis é incontestável de forma que já não pode mais ser ignorado pelas instituições de ensino. Nesse contexto, o entendimento de como os alunos estão utilizando um número cada vez maior de dispositivos, e se relacionando com eles, pode ter um papel fundamental no aperfeiçoamento das estratégias educacionais.

Diversos autores têm buscado compreender esse fenômeno no âmbito da escola. Entretanto, o tema da aprendizagem móvel ainda gera muitas dúvidas e discussões. A crítica mais comum contra o uso da tecnologia móvel em sala de aula diz respeito à prevalência do seu uso não acadêmico durante a aula. Em geral, argumenta-se que a disponibilidade de dispositivos móveis em aula poderia distrair o aluno, tirando seu foco do tema da aula.

Argumentos em defesa dessa posição são apresentados por Fried (2008) e Hembrooke e Gay (2003), os quais procuram mostrar que a integração entre tecnologia e sala de aula nem sempre produz bons resultados podendo até mesmo ter um impacto negativo na aprendizagem. Os autores Wurst, Smarkola e Gaffney (2008) ainda citam a ausência de uma orientação pedagógica adequada para a utilização desses dispositivos.

Por outro lado, há também estudos que apontam a possibilidade de melhorias no aprendizado em cursos baseados nesses recursos. Segundo Saunders e Klemming (2003), uma melhora no aprendizado pode ser obtida em um contexto no qual os estudantes são responsáveis pelo seu próprio aprendizado e pela construção de significados partir do conhecimento atual.

O presente trabalho foi desenvolvido como pesquisa quantitativa com base no esquema conhecido como Vê epistemológico de Gowin (apud Moreira, 1988). Esse esquema, apresentado na Figura 1, relaciona os elementos conceituais e metodológicos envolvidos no processo da pesquisa. No que tange ao domínio metodológico, o estudo do fenômeno de interesse iniciou-se com uma coleta de dados a partir de um questionário sobre as experiências e atitudes dos alunos em relação à tecnologia e às experiências acadêmicas.

O estudo foi focado em alunos de último ano do curso de Ciência da Computação e 35 alunos foram questionados no mês de abril de 2013. O instrumento de coleta utilizado foi desenvolvido com base no trabalho de pesquisa apresentado por Dahlstrom et al. (2011), com adaptações para a realidade brasileira e das instituições privadas.

O questionário é dividido em quatro seções. A seção 1 de dados pessoais, com duas questões. As seções 2 e 3 que abordam questões de Propriedade e uso da tecnologia e dispositivos móveis (notebooks, netbooks , smartphones e tablets), com quatorze questões. Por fim, uma seção 4 com questões sobre as percepções dos alunos sobre a tecnologia quando se trata da experiência acadêmica, totalizando 20 questões.

Os dados coletados foram analisados estatisticamente a fim de fornecer interpretações, explicações, generalizações e conclusões para a questão-foco levantada, como definido no lado direito do Vê na Figura 1.

Figura 1. Vê epistemológico de Gowin. Fonte: Moreira (1988)

Por outro lado, com vista a criar uma possibilidade de generalização dos resultados e conclusões, o processo de pesquisa foi baseado nas abordagens pedagógicas cognitivista e sócio cultural, conforme apresentado por Mizukami (1986).

O domínio conceitual dessas abordagens conduz a princípios e paradigmas voltados para o desenvolvimento de uma consciência crítica que forneça a visão do papel do homem na sociedade, como sujeito transformador. A abordagem se justifica, pois somente através da conscientização do seu papel na própria existência da humanidade é que o homem poderá compreender o significado temático dos objetos de estudo, sem o que o processo ensino/aprendizagem não se efetiva.

Buscou-se, portanto, levantar dados que permitissem avaliar os efeitos da tecnologia na postura participativa dos alunos.

5. Resultados e discussão

O questionário utilizado neste estudo permitiu avaliar a propriedade e os hábitos de uso, explorar a percepção dos alunos sobre a efetividade na utilização da tecnologia pelos professores e pela instituição, além de abordar as atitudes, percepções e preferências desses alunos em relação à própria tecnologia. A seguir são apresentados e discutidos alguns dos resultados obtidos, com destaque aos aspectos referentes aos dispositivos móveis.

O primeiro aspecto a ser destacado é o acesso à tecnologia, conforme apresentado na Figura 2. Os resultados mostram que mais de 90% dos alunos possuem acesso à internet, e um número muito próximo possui acesso a rede sem fio. Trata-se de um resultado muito significativo, especialmente ao considerar que mais de 70% possuem smartphones e notebooks, dispositivos que demandam acesso a uma rede sem fio para potencializar sua utilidade. Além disso, a disponibilidade de tablets já e três vezes maior que a de netbooks.

Figura 2. Proporção de alunos proprietários das tecnologias

Entretanto, apesar da grande disponibilidade de tecnologia, em especial as móveis, os alunos ainda utilizam muito pouco esse potencial quando se tratam de assuntos acadêmicos. Pouco mais de 60% usaram a internet e o notebook no contexto acadêmico no último semestre, como mostra a Figura 3. Por outro lado, é possível observar que o uso do smartphone é praticamente igual ao do computador pessoal.

De acordo com a pesquisa, a utilização da tecnologia é ainda menor quando se consideram os professores, como mostra a Figura 4. Em geral, o uso da tecnologia pelos professores se resume ao dueto notebook/projetor.

Figura 3. Itens de tecnologia usados em disciplina ou atividade acadêmica no último semestre

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Figura 4. Tecnologias usadas no último semestre por ao menos um dos professores, para ensinar, orientar, ou se comunicar.

Esse resultado indica uma enorme possibilidade de exploração desses recursos, visto que os alunos compreendem a importância da tecnologia para seu sucesso na Universidade, como indicam os resultados apresentados nas Figuras 5 e 6. Além disso, os alunos em geral percebem que tanto seus professores quanto a instituição poderiam fazer uso de forma mais rotineira e efetiva da tecnologia em sala de aula (Figura 7).

É preciso destacar também a forma de utilização dos dispositivos móveis nesse contexto. Além do pouco uso para fins acadêmicos como mostrado anteriormente, é fundamental buscar formas mais efetivas para aplicação desses dispositivos em sala de aula. Em geral, o que se observa ao considerar o trabalho acadêmico é o uso principal para acesso à internet e envio de mensagens de texto (Figura 8).


Figura 5. Valor atribuído aos itens quando se trata do sucesso acadêmico.

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Figura 6. Concordância com as afirmações sobre tecnologia quando se trata da experiência acadêmica

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Figura 7. Concordância com as afirmações sobre tecnologia no que se refere à experiência na faculdade

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Figura 8. Utilização de smartphone e tablets para o trabalho acadêmico

O movimento para um maior aproveitamento do potencial que essas tecnologias podem oferecer, em prol da facilitação do processo de ensino e aprendizagem, deve partir dos professores e da instituição por meio de ações que estabeleçam critérios e limites para sua utilização no âmbito da Universidade. Nesse contexto, os dispositivos móveis podem ser usados para reproduzir em sala de aula os ambientes de aprendizagem que favoreçam a motivação, a participação e, consequentemente, o aprendizado. Segundo a pesquisa esses ambientes devem conter aulas teóricas curtas e aulas práticas em laboratório, como apresentado nas Figuras 9 e 10.

 

Figura 9. Ambiente de aprendizagem preferido pelos alunos

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Figura 10. Ambiente que o aluno acredita aprender mais

6. Conclusões

A análise dos resultados obtidos permite confirmar a hipótese levantada. Ou seja, os alunos acreditam nos benefícios do uso da tecnologia e dos dispositivos móveis no seu aprendizado, e desejam que tanto professores quanto a instituição explorem mais esses recursos em sala de aula. Por outro lado, porém, a familiaridade dos alunos com esses dispositivos deve ser direcionada para o tema foco das aulas, e não às atividades secundárias como parece ser o mais usual. Nesse sentido, faz-se necessário buscar maneiras de integrar efetivamente essa tecnologia em sala de aula estabelecendo fronteiras apropriadas para sua aplicação. Trata-se de um enorme desafio, mas também uma grande oportunidade.

Considerando as possibilidades oferecidas pelas tecnologias móveis é possível transformar a sala de aula em um ambiente de aprendizagem mais próximo ao de um laboratório de informática, proporcionando aulas mais práticas que, segundo o estudo, favorecem o aprendizado. Por representar a preferência dos alunos, esses ambientes podem ainda fortalecer o interesse e a participação dos alunos nas aulas, promover o aumento das capacidades tecnológicas e, combinando metodologias tradicionais e modernas, estimular a criação científica e tornar viável o desenvolvimento humano sustentável.

Entretanto, é importante lembrar que o uso das tecnologias não pode ser visto como a panaceia para os problemas educacionais, e sim mais uma ferramenta a ser utilizada em prol da facilitação, da democratização e da inclusão no ensino superior.

Referências

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ABRANTES, S. L.; GOUVEIA, L. B. "Estudo de percepção do uso de dispositivos móveis no Ensino Superior", Centro de Estudos e Recursos Multimediáticos (CEREM), Universidade Fernando Pessoa (UFP), Relatório interno, 2009.

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MOREIRA, M. A. "O professor-pesquisador como instrumento de melhoria do ensino de ciências". In: Em Aberto, v. 7(40), pp. 43-54, 1988.

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1. Programa de pós-graduação em Informática e Gestão do Conhecimento – Universidade Nove de Julho, São Paulo, Brasil. Email: fabiohp@uninove.br
2. Programa de pós-graduação em Informática e Gestão do Conhecimento – Universidade Nove de Julho, São Paulo, Brasil. Email: prof.renatoaf@uninove.br


 

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