Espacios. Vol. 37 (Nº 11) Año 2016. Pág. E-4

Evolução dos ambientes virtuais de aprendizagem e tecnologias de ensino à distância utilizados na graduação em odontologia

Evolution of virtual learning environments and teaching technologies used in distance learning degree in dentistry

Luiz Teruo KAWAMOTO JUNIOR 1; Douglas Augusto SCHINEIDER FILHO 2; Waltraudi Orchulhak KAWAMOTO 3; Enio Fernandes RODRIGUES 4

Recibido: 23/12/15 • Aprobado: 14/01/2016


Contenido

1. Introdução

2. Método

3. Resultados

4. Discussão dos resultados

5. Conclusão

Referências bibliográficas


RESUMO:

A área da educação vem buscando novas estratégias de ensino, visando adequar-se ao atual estágio de desenvolvimento tecnológico como os Ambientes Virtuais de Aprendizagens, softwares que simulam doenças ou situações clínicas e outras ferramentas envolvendo a internet. Apesar de notórias vantagens propiciadas pelas novas tecnologias, elas também enfrentam desafios para se tornarem efetivas. Este estudo teve como objetivo identificar os ambientes virtuais de aprendizagem e outras tecnologias de ensino à distância utilizadas nos cursos de graduação em odontologia, analisando os conteúdos mais abordados, as tecnologias utilizadas e os resultados da sua aplicação e identificando suas limitações. Foram analisados 18 artigos publicados no Brasil e no exterior e indexados nas bases de dados SCIELO, MedLIne, e PubMed, e observou-se que há um número pequeno de artigos publicados e com validações incompletas, mas suas conclusões demonstraram grande aceitação entre os alunos e professores, porém poucos fizeram validações práticas.
Palavras chave: Informática Médica; Educação à distância; Ambiente Virtual de Aprendizagem.

ABSTRACT:

The educational field has been seeking new teaching strategies, aiming to adapt to the current technological development stage. Despite notorious advantages offered by the new technologies, they also face challenges to become effective. This study aimed to identify the virtual learning environments, analyzing the most broached subject, the technologies used and the results of their application analyzing their historical evolution. 18 articles published in Brazil and abroad were analyzed and indexed in the SCIELO, MedLIne and PubMed databases, and it was observed that there is a small number of articles published and with incomplete validations, but their conclusions demonstrated that there is a great acceptance among the students and teachers, however very few of them have practical validations.
Key words: Medical Informatics; Distance education; Virtual Learning Environment.

1. Introdução

Nos últimos anos, a educação superior vem passando por transformações, em busca por melhores práticas de ensino. Entre essas inovações, tem lugar de destaque o uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagens (AVA) e de outras tecnologias do campo da informática. Essas tecnologias visam proporcionar o aprendizado em qualquer lugar e com uma interação e envolvimento superiores às obtidas em aulas convencionais (COOK ET. AL., 2010; AMARILLA FILHO, 2011; SOARES, VALENTINI E RECH, 2011).

Na odontologia, existe o desafio do uso das tecnologias por ser um curso predominantemente prático.

Porém existem desafios a serem transpostos, para que essas tecnologias sejam eficazes. Entre as características que devem ser atendidas estão aspectos visuais, como cores adequadas, outros relacionados com a facilidade de navegação pelos alunos e professores-tutores, e ainda outros relacionados com a facilidade de gestão por parte da administração (AMARILLA FILHO, 2011; SOARES, VALENTINI E RECH, 2011).

As novas tecnologias de informática têm sido utilizados na formação acadêmica nas diversas áreas do conhecimento, e especificamente nos cursos da área de saúde, o que pressupõe o desenvolvimento de plataformas e recursos capazes de proporcionarem um aprendizado eficaz, apresentando os conteúdos de maneira mais próxima da vida real, sem os riscos inerentes as atividade com pacientes e alunos (COOK ET. AL., 2010; AMARILLA FILHO, 2011).

Um AVA pode atender a um variado espectro de público, como, estudantes de graduação, extensão e pós-graduação, participantes de projetos comunitários, e de projetos de comunicação e de capacitação organizacional. Um adequado AVA deve conter diferentes funcionalidades, agrupadas em Tutorial, Informações, Serviços (agenda, virtualteca, glossário, Frequente Asked Questions – FAQ, formas de contato, histórico quantitativo e qualitativo), Comunicação (mural, fórum, correio, chat), Webfólio coletivo (orientações, avaliação, desafios, casos, problemas, projetos, oficinas, arquivos) e Webfólio individual (apresentação, diário, arquivos) (BARBOSA, 2005). Um AVA deve ainda ser capaz de motivar os usuários a assistirem às aulas e melhorarem a retenção do conteúdo, além de orientar o processo de aprendizagem (KARTIKO, KAVAKLI, CHENG, 2010).

Em um AVA com objetivo de desenvolver o conhecimento e a compreensão neonatal da Fisiologia, Fisiopatologia e Farmacologia, verificou-se que o ambiente virtual é um método alternativo, flexível e acessível de formação do enfermeiro neonatal, seja no desenvolvimento de cuidados, no manejo da dor ou nutrição (FORTUNE, 2007).

Pode haver desvantagens em confiar pesadamente na Internet, pois pode ser difícil de encontrar exatamente a informação necessária devido ao grande volume de artigos que são publicados, e também o nível de detalhe que as empresas fazem em suas páginas na web (SCHONS, 2007).

A Teoria Cognitiva de Aprendizagem Multimídia (CTML) sugere que os materiais visuais complexos podem prejudicar os alunos novatos de assistir à lição corretamente, assim como, prejudicar o desempenho de aprendizagem em algumas circunstâncias (KARTIKO, KAVAKLI, CHENG, 2010).

As tecnologias da informação são capazes de permitir maior flexibilidade no desenvolvimento de novas práticas de aprendizagem, e talvez esteja, nesse ponto um dos desafios de utilização de tecnologia a serviço da inclusão e da cidadania digital, contribuindo de forma substanciosa para a democracia do conhecimento (GOBBI, 2015).

Segundo Carvajal Jr. Et. al. (2015) as tecnologias emergentes estão transformando a sociedade. Se forem bem utilizadas, podem transformar o mundo num lugar melhor.

O objetivo desta pesquisa é identificar, descrever e analisar as tecnologias virtuais de aprendizagem utilizadas nos cursos de graduação em odontologia, visando conhecer a evolução das pesquisas quanto às tecnologias e assuntos abordados.

2. Método

Trata-se de uma revisão bibliográfica sistematizada de artigos publicados no Brasil e no exterior entre os anos de 2004 e 2014, indexadas nas bases de dados Medline, Pubmed, Lilacs e Scielo.

Foram selecionados 18 artigos que tratavam do tema, tendo sido excluídos anais de congressos, pela grande variabilidade de temas abordados.

A partir dos artigos selecionados, foi realizado um estudo descritivo dos ambientes virtuais utilizados na graduação em odontologia, separados pelos anos nos quais o software começou a ser utilizado, com o intuito de identificar a evolução da utilização das novas tecnologias de informática nos cursos de graduação em Odontologia.

Foi feita uma descrição dos ambientes virtuais de aprendizagem utilizados na graduação em odontologia, mostrando a tecnologia utilizada, os temas abordados e seus resultados e limitações.

3. Resultados

O Quadro 1 apresenta a relação dos artigos encontrados, o ano em que a pesquisa foi publicada e sua síntese.

Quadro 1– Artigos localizados.

Título

Autores

Síntese

Ano

The concept of a clinical round as a virtual, interactive web-based, e-learning model for interdisciplinary teaching

Schultze-Mosgau, Thorwarth, Grabenbauer, Amann, Zielinski, Lochner, Zenk

Este projeto teve o objetivo de estabelecer um conceito de aprendizagem de um exame interativo, diagnóstico, e terapia interdisciplinar baseado na web possibilitando para estudantes de medicina e de odontologia o treinamento da tomada de decisão. Relatos de casos anônimos de doenças na região oral e maxilo-facial e o tratamento interdisciplinar aplicado foram digitalizados e preparado em um formato baseado na web.

2004

Simulation of patient encounters using a virtual patient in periodontology instruction of dental students: design, usability, and learning effect in history-taking skills

Schittek Janda, Mattheos, Nattestad, Wagner, Nebel, Färbom, Lê, Attström

Este estudo descreve um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para o diagnóstico e plano de tratamento na área da saúde oral. O AVA é um aplicativo de banco de dados baseado na web, onde o aluno utiliza a comunicação por meio de texto livre na tela para interagir com os dados do paciente. A AVA contém formulários para anamnese, imagens clínicas, dados clínicos e raios-X. Depois de analisar as informações do paciente, o aluno propõe terapia e faz avaliações de prognóstico do caso em texto livre. O teste de usabilidade mostrou que o software respondeu com respostas corretas para a maioria das perguntas de texto livre.

2004

Development, implementation and pilot evaluation of a Web-based Virtual Patient Case Simulation environment--Web-SP

Zary, Johnson, Boberg, Fors

O sistema Web-SP foi desenvolvido para suportar criação, e apresentação de casos de pacientes virtuais. O ambiente de autoria do foi desenvolvido para facilitar o trabalho de criação de casos para os professores sem a ajuda de especialistas em informática. O Web-SP foi implementado com sucesso em várias universidades, tendo em conta os fatores-chave, tais como custo, acesso, segurança, escalabilidade e flexibilidade. Avaliações-piloto de cursos de medicina, odontologia e farmácia mostraram que os estudantes consideraram o Web-SP fácil de usar e envolvente.

2006

Integration of e-learning technologies in an interprofessional health science course

Carbonaro, King, Taylor, Satzinger, Snart, Drummond

Um curso de desenvolvimento de equipes Inter profissionais foi projetado para ensinar os estudantes de Odontologia, comparando um formato 100% presencial para um formato onde 70% da instrução foi entregue usando uma nova tecnologia sala de aula virtual síncrona, em conjunto com a tecnologia assíncrona. A conclusão foi de que há realização mais positiva de objetivos de aprendizagem por alunos da turma de ensino virtual.

2008

Preliminary construction of three-dimensional visual educational system for clinical dentistry based on world wide web webpage

Hu, Xu, Song, Tan, Wang

Com base em computação gráfica e tecnologias webpage tridimensionais, os softwares 3dsmax e WebMax foram adotadas no desenvolvimento do sistema com cinco casos de páginas interativas tridimensionais para clínica odontológica.

2009

A virtual reality simulator for teaching and evaluating dental procedures

Rhienmora, Haddawy, Khanal, Suebnukarn, Dailey

A realidade virtual simula o procedimento de preparação do dente usando um monitor de vídeo e um dispositivo tátil. Avaliou-se o desempenho de usuários que utilizam os modelos ocultos de Markov incorporando vários dados coletados pelo simulador. A precisão da avaliação de desempenho objetivo foi de 100%.

2010

Virtual dental surgery as a new educational tool in dental school

Pohlenz, Gröbe, Petersik, von Sternberg, Pflesser, Pommert, Höhne, Tiede, Springer, Heiland

O ambiente virtual do simulador Voxel-Man que foi originalmente projetado para procedimentos cirúrgicos virtuais do ouvido médio, foi adaptada para os procedimentos intra-orais. Cinquenta e um dos 53 estudantes recomendaram a simulação virtual como uma modalidade adicional na educação odontológica. Os alunos indicaram que a simulação de pressão tátil, a percepção 3D espacial e a resolução de imagem do simulador foram suficientes para treinamento virtual de procedimentos cirúrgicos odontológicos.

2010

The use of haptics to predict preclinic operative dentistry performance and perceptual ability

Urbankova, Engebretson

Resultados de precisão, o tempo e a taxa de sucesso foram medidas usando o software de computador disponível comercialmente. Trinta e nove estudantes de odontologia foram testados com três exercícios táteis - linha reta, círculo, linha e espelho. Os resultados sugerem que os dispositivos táteis têm um potencial papel na previsão do desempenho na educação pré-clínica dental.

2011

O ensino de bioética: avaliação discente por meio de fóruns de discussão na Internet

Rennó, Tavares da Silva, Rennó, Ramos

A disciplina de bioética, ministrada aos alunos do primeiro ano de Graduação dos cursos da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, tem sido complementada com estudos a distância em que se utiliza a plataforma Moodle.

2012

The Simodont in dental education

De Boer, Bakker, Wesselink, Vervoorn

Simodont é um ambiente virtual de aprendizagem para estudantes de odontologia que se destina a ensinar a otimizar a preparação dos pacientes.

2012

The use of video-clips as a teaching aide

Smith, Rafeek, Marchan, Paryag

Vídeo-clips de preparações dentárias gravadas com uma câmara digital substituíram demonstrações ao vivo em um curso de dentística operatória pré-clínica. Um questionário foi aplicado a todos os alunos (n = 26), cuja análise concluiu que o videoclipe foi o método preferido pelos alunos.

2011

Leveraging the power of Web 2.0 tools: a wiki platform as a multimedia teaching and learning environment in dental education

Salajan, Mount

O Sistema de Educação para Procedimento Odontológico é uma nova aplicação web que usa o SharePoint para combinar a criação colaborativa de espaços wiki com filmes instrucionais em vídeo.

2012

An evaluation of remote communication versus face-to-face in clinical dental education

Martin, Lazalde, Stokes, Romano

Neste estudo, foram comparados três modalidades de comunicação entre um aluno e educador: áudio e vídeo usando a voz sobre protocolo de internet (VoIP) áudio e vídeo sozinho (AV); áudio e vídeo VoIP com a adição de um artefato virtual de três dimensões (AV3D) e aula face-a-face (FTF). Foram realizadas discussões de casos clínicos com base em pacientes fictícios entre um 'aluno' e um 'expert' usando as três modalidades de comunicação. Os questionários de avaliação mostraram que os alunos sentiram que poderiam fornecer e obter mais informações, utilizando a modalidade de FTF, seguido do AV e depois do AV3D. Especialistas também classificaram o sistema FTF melhor que o AV e o AV3D para fornecer informações de/para o especialista.

2012

A elaboraçao de um ambiente virtual de aprendizagem em síndromes genéticas

Picolini, Blasca, Richieri-Costa, Maximino

O AVA, conhecido como Cybertutor, possibilita o aprendizado do aluno pela internet de forma interativa, estruturando o conteúdo educacional, gráfico e audiovisual em tópicos, inserir questões de reforço, lista de discussão e verificar o desempenho dos alunos da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

2013

Assessment of the efficacy of second life, a virtual learning environment, in dental education

El Tantawi, El Kashlan, Saeed

Dezesseis alunos de uma faculdade de odontologia em Alexandria, Egito, ofereceram-se participar de palestras e vídeos do YouTube que demonstravam a aplicação de flúor gel. A melhoria do conhecimento foi avaliada antes e depois dos testes; as habilidades práticas foram avaliadas por meio de uma lista de verificação. O conhecimento melhorou significativamente após as experiências presenciais e por You Tube. Não diferenças significativas entre o aprendizado por meio da palestra por You Tube e presencial.

2013

The creation of virtual teeth with and without tooth pathology for a virtual learning environment in dental education

De Boer, Wesselink, Vervoorn

O artigo fornece exemplos de dentes virtuais realistas com e sem patologia que podem ser usados para a educação odontológica. O ColorMapEditor oferece infinitas possibilidades para ajustar e adicionar opções para a otimização dos dentes virtuais. Dentes virtuais têm disponibilidade ilimitada para estudantes de odontologia, o que lhes permite praticar tantas vezes quanto necessário. Dentes virtuais podem ser feitos e ajustados para qualquer forma e para qualquer tipo de patologia.

2013

Exploring design requirements for repurposing dental virtual patients from the web to second life: a focus group study

Antoniou, Athanasopoulou, Dafli, Bamidis

Um grupo de 9 alunos de graduação de odontologia experimentou aulas de periodontia baseadas na Web e também na versão Second Life de um paciente virtual. A comparação revelou vantagens do ambiente virtual Second Life considerando mais envolvente.

2014

Comparing two methods of education (virtual versus traditional) on learning of Iranian dental students: a post-test only design study

Moazami, Bahrampour, Azar, Jahedi, Moattari

Este estudo comparou os efeitos de dois métodos de ensino, virtual contra tradicional, na aprendizagem dos estudantes de odontologia de Shiraz. Uma comparação entre o escore de conhecimento médio de ambos os grupos mostrou que a aprendizagem virtual foi mais eficaz do que a aprendizagem tradicional.

2014

Em 2004 foi desenvolvida pesquisa com um AVA contendo demonstração de relatos de casos de pacientes para ensino de clínica de medicina e odontologia. Como justificativa para o desenvolvimento do AVA, o fato de que pacientes vivos adequados, com problemas particulares, não estão sempre disponíveis no momento em que o ensino está ocorrendo. Assim, o projeto teve o objetivo de estabelecer um conceito de aprendizagem baseado na web para demonstrar relatos de casos independente de tempo e lugar, com a possibilidade de um exame interativo, diagnóstico e terapia interdisciplinar, tornando possível o treinamento para estudantes de medicina e de odontologia da tomada de decisões. Relatos de casos anônimos de doenças na região oral e maxilo-facial e o tratamento interdisciplinar foram digitalizados e preparados em um formato baseado em web. O aspecto técnico foi baseado em módulos de conexão de flash com vídeos e animação, e monitoramento através de HTML e Javascript. Devido à concepção modular e a programação utilizada, o ambiente de aprendizagem era independente da plataforma e aberta. De acordo com um sistema de decisão hierárquica, o usuário foi guiado de forma interativa com o diagnóstico por meio de um processo de exclusão de diagnóstico diferencial. O som foi digitalizado e integrado em mp3 forma comprimida nos modelos 3D para saída de voz síncrona labial. A saída do som foi conectada com um tutor virtual 3D que agiu como consultores para chegar a um diagnóstico e determinar a terapia correta. Foram inseridas outras fontes de informação e literatura com resumos ou arquivos pdf das publicações relacionadas ao próprio indivíduo para garantir que o ensino era o objetivo. Para concluir a rodada clínica virtual, um controle sobre o sucesso da aprendizagem foi realizada sob a forma de um teste de múltipla escolha (SCHULTZE-MOSGAU, ET. AL., 2004).

Também em 2004 foi publicado artigo descrevendo um AVA para o diagnóstico e plano de tratamento na área da saúde oral, sendo um aplicativo de banco de dados baseado na web, onde o aluno utiliza a comunicação de texto livre na tela para interagir com os dados do paciente. A AVA contém formulários para anamnese, imagens clínicas, dados clínicos e raios-X. Depois de analisar as informações do paciente, o aluno propõe terapia e faz avaliações de prognóstico do caso em texto livre. Um teste de usabilidade da aplicação foi realizado com sete estudantes de odontologia, mostrando que o software respondeu com respostas corretas para a maioria das perguntas de texto livre. A aplicação é genérica nas suas funções básicas e pode ser adaptado para outras áreas. Um estudo controlado randomizado foi realizado com 39 alunos. Além disso, 16 dos 39 alunos foram escolhidos aleatoriamente para a prática de anamnese com o paciente virtual antes de seu primeiro encontro com o paciente. O desempenho de cada estudante foi gravado em vídeo durante as sessões de pacientes. O tipo e a ordem das perguntas feitas pelo aluno e do grau de empatia apresentada em relação ao paciente foram analisadas sistematicamente sobre os vídeos. Os dados indicam que os alunos que praticaram no AVA fizeram perguntas mais relevantes e passaram mais tempo em questões com pacientes, além de e realizar uma anamnese mais completa em comparação com os alunos que só tinham ensino padrão. Os alunos que haviam trabalhado com o paciente virtual também pareciam ter mais empatia para os pacientes do que os alunos que não tinham. A prática no AVA aparece para melhorar a capacidade de estudantes de odontologia para fazer anamnese (SCHITTEK JANDA, 2004)).

Em 2006 foi publicado artigo com um AVA (Web-SP) contendo simulação baseada na Web de Pacientes virtuais realistas e interativos. O projeto se esforça para fornecer uma plataforma genérica comum para o design, criação, gestão, avaliação e compartilhamento de pacientes virtuais baseados na web. O objetivo do estudo foi avaliar se era possível desenvolver um ambiente de simulação baseada na Web de casos de pacientes, onde todo o processo de criação de caso pudesse ser tratado por professores da área de saúde e que fosse flexível o suficiente para ser usado em diferentes disciplinas da saúde. O ambiente de autoria dos casos foi desenvolvido para facilitar para os professores a criar casos de pacientes, sem a ajuda de especialistas em informática. O Web-SP foi implementado com sucesso em várias universidades, tendo em conta os fatores-chave, tais como custo, acesso, segurança, escalabilidade e flexibilidade. Avaliações-piloto de cursos de medicina, odontologia e farmácia mostram que os estudantes consideraram o Web-SP fácil de usar, envolvente e de valor educativo. Casos adaptados para todas as três disciplinas foram consideradas de valor educativo significativo pelos líderes do curso. O sistema Web-SP parece cumprir o objetivo de proporcionar uma plataforma genérica comum para a criação, gestão e avaliação de casos de pacientes virtuais baseados na web. As respostas sobre o ambiente de criação indicaram que o sistema pode ser amigável o suficiente para atender a uma maioria do pessoal docente. Em termos de pontos fortes de implementação, Web-SP parece cumprir a maioria das necessidades de diretores de curso e professores de diversas instituições e disciplinas educacionais. O sistema está atualmente em uso ou em fase de implantação em diversas disciplinas de saúde em mais de dez universidades em todo o mundo (ZARY ET. AL., 2006).

Artigo publicado em 2008 mostrou que avanços na tecnologia de informação e comunicação estão influenciando formatos de instrução e modos de entrega para o ensino pós-secundário e aprendizagem. O objetivo da pesquisa foi determinar se a habilidades de trabalho em equipe tradicionalmente ensinados em um pequeno ambiente face-a-face em sala de aula pode ser ensinado em um ambiente de blended learning sem comprometer a abordagem pedagógica e colaborativa utilizado no curso. Um curso de desenvolvimento de equipes Inter profissionais projetado para ensinar os estudantes de ciências da saúde (Medicina, Enfermagem, Farmácia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Odontologia, Higiene Dental, Laboratório de Ciência Médica e Nutrição) habilidades de trabalho em equipe foi redesenhado a partir de 100% presencial para um formato de blended learning, onde 70% da instrução foi feita usando uma nova tecnologia, a sala de aula virtual síncrona em conjunto com a tecnologia assíncrona (WebCT). A conclusão é de que a turma de blended learning obteve melhores resultados de aprendizagem na opinião dos alunos (CARBONARO, 2008).

Em 2009 foi publicado artigo com pesquisa cujo objetivo foi estabelecer um novo sistema educacional visual da realidade virtual para clínica odontológica com base na internet, a fim de fornecer mais recursos multimedia tridimensionais para estudantes de odontologia e um sistema de consultoria tridimensional on-line para os pacientes. Através de computação gráfica e tecnologias webpage tridimensionais, o software de 3dsmax e WebMax foram adotadas no desenvolvimento do sistema. No ambiente Windows, a arquitetura de todo o sistema foi criado passo a passo, incluindo construção tridimensional do modelo, configuração da cena, o transporte da cena tridimensional em webpage, reeditando a cena virtual, realização de interações na página da web, teste inicial e ajuste necessário. Cinco casos de página interativa tridimensional para clínica odontológica foram concluídos, que podem ser acessíveis através do navegador da web no computador pessoal, e os usuários podem interagir com a página da web por meio de rotação, pan e zoom na cena virtual (HU ET. AL., 2009).

Em 2010 foi publicado artigo apresentando um sistema de formação dental com uma interface tátil que permite que estudantes de odontologia pratiquem procedimentos odontológicos em um ambiente virtual. O simulador é capaz de monitorar e classificar o desempenho de um operador em categorias iniciantes ou experientes. O módulo de treinamento inteligente permite ao aluno em simultâneo e de forma proativa seguir os procedimentos odontológicos corretos demonstrados por um tutor inteligente. O sistema simula o procedimento de preparação do dente tanto graficamente como tátil, usando um monitor de vídeo e um dispositivo tátil. Foi implementado um módulo de treinamento inteligente que é capaz de gravar e reproduzir o procedimento que foi realizado por um especialista e permite que os alunos a seguirem os passos corretos e aplicar a força de maneira proativa por si próprios, enquanto reproduzem o procedimento. Dentistas avaliaram o nível de gráficos e fidelidade háptica como aceitável. O sistema pode simular a exploração da superfície do dente de forma realista e de corte. A precisão do sistema de avaliação de desempenho automático usando hidden Markov model - HMMs também é aceitável em conjuntos de dados relativamente pequenos. O treinamento inteligente permite a transferência de habilidades de uma forma proativa, que é uma vantagem sobre o método passivo de um treinamento tradicional (RHIENMORA ET. AL., 2010).

Também em 2010 foi publicado um artigo mostrando um ambiente virtual do simulador Voxel-Man que foi originalmente projetado para procedimentos cirúrgicos virtuais do ouvido médio que foi adaptado para os procedimentos intra-orais. Para avaliar a aplicação do simulador para odontologia, apicectomies virtuais foram escolhidas como o modelo-piloto de teste. Foi feita uma validação com um grupo de 53 estudantes de odontologia coletando as suas impressões após a simulação virtual da apicectomies no simulador Voxel-Man. Cinquenta e um dos 53 estudantes recomendou a simulação virtual como uma modalidade adicional na educação odontológica. Os alunos indicaram que o force feedback (por exemplo, simulação de pressão tátil), a percepção 3D espacial e resolução de imagem do simulador foram suficientes para treinamento virtual de procedimentos cirúrgicos odontológicos (POHLENZ, 2010).

Em 2011 foi publicado artigo com pesquisa cujo objetivo foi testar se o desempenho em uma série de exercícios de destreza em simulador tátil manuais foi associado com as notas no exame pré-clínico de dentística operatória e Teste de Habilidade Perceptual (PAT em inglês). Trinta e nove estudantes do primeiro ano de odontologia foram testados com três exercícios táteis cada - linha reta, círculo, linha e espelho, realizados duas vezes. Resultados de exercício hápticos de precisão, o tempo e a taxa de sucesso foram medidos usando software de computador disponível comercialmente. Os coeficientes de correlação de Spearman e teste t de Student foram utilizados para avaliar os resultados. O desempenho no simulador e as notas no PAT não foram significativamente correlacionados. Foram observadas apenas correlações significativas entre o desempenho no simulador e no PAT no tempo e precisão dos exercícios círculos e espelho. Estes resultados sugerem que os dispositivos táteis têm um potencial papel na previsão do desempenho na educação pré-clínica dental, porém mais estudos são necessários para desenvolver e validar estratégias de teste de diagnóstico para estudantes de odontologia e avaliar a implementação no ambiente de ensino odontológico (URBANKOVA, ENGEBRETSON, 2011).

Em 2012 foi publicado artigo mostrando que estudo da bioética tem se desenvolvido preferencialmente com atividades presenciais em sala de aula, porém sem pretender substituir este modelo presencial clássico, a disciplina de bioética, ministrada aos alunos do primeiro ano dos cursos diurno e noturno da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), tem sido complementada com visitas supervisionadas às clínicas da faculdade, bem como com estudos a distância em que se utiliza a plataforma Moodle. Neste estudo, foram avaliados os registros dos alunos feitos nos fóruns de discussão da plataforma Moodle em 2008, a fim de verificar qual a percepção deles acerca da proposta de visitas supervisionadas às atividades realizadas na clínica para seu processo de aprendizagem. Dos 100 alunos que postaram seus comentários nos fóruns de discussão da plataforma Moodle, 71 concordaram em participar da pesquisa. Trata-se de pesquisa qualitativa, realizada por meio da análise de conteúdo temática. A percepção dos alunos sobre essas atividades clínicas permite aos docentes aprimorá-la como estratégia pedagógica para as turmas futuras e servir de modelo para outras instituições. (RENNÓ, ET. AL., 2011).

Também em 2012, foi publicado artigo apresentado o Simodont que é um ambiente virtual de aprendizagem para estudantes de odontologia que se destina a ampliar e otimizar a preparação dos alunos para os tratamentos na fase pré-clínica. O Simodont torna possível oferecer aos estudantes problemas clínicos mais realistas. Dessa forma, os alunos podem praticar de forma muito mais ampla do que o possível na fase pré-clínica em cabeças manequins. O Simodont também fornece um ambiente seguro de aprendizagem em que os erros ilimitados podem ser feitas sem infelizes consequências para os aluno e pacientes. O simulador é coordenado com material de leitura em um computador, o que torna possível integrar as técnicas e teorias em educação odontológica. Dentes virtuais, com e sem patologia, foram criados para aplicação no Simodont, para permitir simulações ilimitadas (DE BOER, 2012).

Em outra pesquisa publicada em 2012, videoclipes de preparações dentárias gravados com uma câmera digital montada na cabeça, substituíram demonstrações ao vivo em um curso de dentística pré-clínica. DVDs dos videoclipes foram colocados à disposição dos alunos. O objetivo da pesquisa foi determinar se o uso desses videoclipes teve impacto sobre os resultados dos exames dos alunos práticos e analisar opiniões dos alunos desta nova tecnologia e o impacto percebido em sua aprendizagem. Um questionário foi aplicado a todos os alunos (n = 26) que concluíram o curso, pedindo as suas opiniões sobre os videoclipes, e também os resultados dos exames práticos de estudantes antes da introdução da câmera foram comparados com aqueles após os vídeo-clips e também com os resultados dos exames dos alunos do ano anterior (ANOVA, P <0,05). Vinte e um alunos responderam o questionário. Dezesseis estudantes (76%) preferiam os videoclipes para as demonstrações ao vivo, e 12 alunos (57%) fez e reviu em casa os DVDs. Eles expressaram uma preferência para os vídeos a serem disponibilizados online. Doze estudantes (57%) sentiram que a supervisão individual foi mais eficaz no desenvolvimento de sua competência em preparações dentárias, quando comparado com os videoclipes. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os resultados práticos de exame. Neste grupo de estudantes, videoclipes foi o método preferido de demonstração de preparações dentárias no ambiente pré-clínico. No entanto, os alunos preferem uma supervisão individualizada (SMITH, ET. AL., 2011).

Também em 2012 foi publicado um artigo com uma aplicação baseada em wiki para a entrega de conteúdos educativos em odontologia. O Sistema de Educação procedimento odontológico (SAPD em inglês) é uma nova aplicação web que usa o SharePoint para combinar linha característica criação colaborativa de espaços wiki com documentários em vídeo instrucionais. Aproveitando a versatilidade do wiki, o SAPD oferece aos membros do corpo docente enormes possibilidades para desenvolver uma fonte de informações oficiais para estudantes, através SAPD Pro, e ao público em geral, através de SAPD Pública. Princípios da teoria cognitiva de aprendizagem multimídia, teoria construtivista, e escrita colaborativa foram empregados no desenvolvimento do SAPD. Um protocolo de criação, com uma sequência definida de passos, foi estabelecido de forma a manter a produção dos procedimentos consistentes e previsíveis. Inicialmente, relatos de usuários indicam que o SAPD foi recebido entre os estudantes de odontologia e membros do corpo docente (SALAJAN, MOUNT, 2012).

Outro artigo de 2012 mostrou que o ensino a distância e entrega de conteúdos educacionais baseado na Internet estão se tornando muito popular como uma alternativa ao ensino presencial. Discussões clínicas permanecem ainda muito presenciais, apesar do avanço da comunicação remota e tecnologia de compartilhamento de internet. Neste estudo, foram comparados três modalidades de comunicação entre um aluno e educador: áudio e vídeo usando a voz sobre protocolo de internet (VoIP) sozinho [AV]; áudio e vídeo VoIP com a adição de um artefato virtual de três dimensões [AV3D] e presencial face-a-face [FTF]. Foram realizadas discussões de casos clínicos com base em pacientes fictícios entre um aluno e um expert usando as três modalidades de comunicação. O aluno apresentou um quadro clínico com os especialistas, com o auxílio de um suporte, para obter conselhos sobre o caso clínico. Cada modalidade de comunicação foi testada em exercícios cronometrados em uma ordem aleatória entre um dos três peritos (sênior staff clínico restaurador) e um aprendiz (a partir de uma coorte de 15 formandos do curso de graduação clínica) todos da Faculdade de Odontologia Clínica da Universidade de Sheffield. Todos os alunos e especialistas usando cada modalidade de comunicação, por sua vez sem nenhum treinamento prévio. A gravação de vídeo e análise estruturada foram utilizadas para determinar o comportamento do aluno e os níveis de interatividade. Questionários foram preenchidos por especialistas e alunos imediatamente após o experimento para determinar a eficácia da troca de informações e barreiras / facilitadores para a comunicação. As gravações de vídeo mostraram que os alunos estavam mais relaxados com AV e AV3D de FTF (p = 0,01). Os questionários de avaliação mostraram que os alunos sentiram que poderiam fornecer (p = 0,03) e obter (p = 0,003) mais informações, utilizando a modalidade de FTF, seguido de AV e depois AV3D. Especialistas também classificaram FTF melhor do AV e AV3D para fornecer (p = 0,012) e na obtenção de (p = 0) informação de / para o especialista. Aprendizagem presencial face-a-face é uma modalidade de comunicação mais eficaz para discussões de casos baseados em clínicas entre um aluno e um especialista. Discussões baseadas na Internet permitem um ambiente mais descontraído. A eficácia do 3D suportado comunicação baseada na Internet é dependente de uma interface robusta e simples de usar, juntamente com um treinamento prévio (MARTIN, 2012).

Já em 2013 foi publicado um artigo mostrando um AVA conhecido como Cybertutor, que possibilita o aprendizado do aluno pela internet de forma interativa. A metodologia da pesquisa foi composta de duas etapas, a de desenvolvimento e a de disponibilização do AVA. O desenvolvimento do conteúdo educacional, gráfico e audiovisual do Cybertutor contou com o auxílio de um geneticista do HRAC/USP e de informações científicas disponibilizadas em livros, artigos, teses e dissertações nacionais e internacionais. A equipe técnica da DTM/FMUSP, constituída por designers, webdesigners, jornalistas e comunicadores, foi responsável pela inserção do conteúdo educacional, gráfico e audiovisual na web, e o Cybertutor foi disponibilizado na plataforma do Projeto Jovem Doutor (http://www.jovemdoutor.org.br/jdr/). O Cybertutor elaborado possibilitou estruturar o conteúdo educacional, gráfico e audiovisual em tópicos, inserir questões de reforço, lista de discussão e verificar o desempenho dos alunos (PICOLINI, ET. AL., 2013).

Também em 2013 foi publicado artigo que avaliou a eficácia do Second Life (SL) na entrega de palestras e demonstração de procedimentos clínicos. Dezesseis alunos de uma faculdade de odontologia em Alexandria, Egito, ofereceram-se para participar no SL para aprender sobre aplicação de flúor através de palestras e vídeos do YouTube que demonstram a aplicação de flúor gel. Isto foi seguido por aulas face a face (F2F) sessões sobre sulcos e fissuras selante incluindo palestras e F2F demonstração. A melhoria do conhecimento foi avaliada pré e pós-testes; as habilidades práticas foram avaliadas por uma lista de verificação; a satisfação dos alunos com e percepções do SL também foram avaliadas. O conhecimento melhorou significativamente após tanto SL e experiências F2F (p <0,0001 para ambos). Não houve diferenças significativas entre SL e F2F na melhoria do conhecimento ou habilidades pontuações por cento (p = 0,16 e 0,26, respectivamente). Escores de habilidades práticas não estavam correlacionados com qualquer uma dessas variáveis. Satisfação com experiência SL foi alta e encarada de forma positiva (EL TANTAWI, EL KASHAN, SAEED, 2013).

Em outro artigo de 2013 foi descrito o desenvolvimento e as oportunidades para a implementação de dentes virtuais com e sem patologia para uso em um ambiente virtual de aprendizagem no ensino odontológico. A criação de dentes virtual começa a olhar para um dente com um CT de feixe cônico. A varredura resultante consiste de múltiplas imagens em escala de cinza bidimensionais. O ColorMapEditor programa de software especialmente projetado liga estas imagens bidimensionais para criar um dente tridimensional. Com este software, qualquer aspecto do dente pode ser modificado, incluindo a cor, volume, densidade e forma, o que resulta na criação de dentes virtuais de quaisquer tipos. Este artigo fornece exemplos de dentes virtuais realistas com e sem patologia que podem ser utilizados para a educação dental. O ColorMapEditor oferece infinitas possibilidades para ajustar e adicionar opções para a otimização dos dentes virtuais. Dentes virtuais têm disponibilidade ilimitada para estudantes de odontologia, o que lhes permite praticar tantas vezes quanto necessário. Dentes virtuais podem ser feitos e ajustados a qualquer forma com qualquer tipo de patologia. Novos desenvolvimentos em software e tecnologia de hardware são necessários para refinar a capacidade de cor e forma no interior da câmara pulpar e a superfície do dente para permitir não só o tratamento, mas também ao diagnóstico e, assim, criar um maior grau de realismo. A criação e utilização de dentes virtuais na educação dental parece ser viável, mas ainda está em desenvolvimento; que oferece muitas oportunidades para a criação de dentes com diversas patologias, embora uma avaliação da sua utilização na educação dental ainda seja necessária (DE BOER, WESSELINK, VERVOON, 2013).

Em 2014 um artigo publicado cita uma pesquisa que teve como objetivo avaliar a adequação do Second Life MUVE como plataforma na implantação paciente virtual para o ensino na graduação em Odontologia, e explorar os requisitos e as especificações necessárias para redirecionar significativamente pacientes virtuais com base na Web em MUVEs. Através dos recursos de script e ativos de arte disponíveis no Second Life, foi reaproveitado um paciente virtual periodontia baseada na Web existente no Second Life. Através de uma série de interações point-and-click e consultas de múltipla escolha, o usuário registado um caso específico de periodontia e foi solicitado a fornecer as respostas ideais para cada um dos desafios do caso. Um grupo foco de 9 alunos de graduação de odontologia experimentou tanto a versão baseada na Web e a versão Second Life deste paciente virtual. A comparação as vantagens inerentes ao ambiente virtual Second Life com sendo mais experiencial e envolvente baseado na web. No entanto, foram identificados vários desafios para o reaproveitamento de sucesso de pacientes virtuais da Web para o MUVE. Os desafios identificados para reaproveitamento de pacientes virtuais da Web para a plataforma MUVE a partir do estudo de grupo focal foram: aumento da complexidade caso para facilitar a preconcepção de jogo do usuário em um MUVE; necessidade de diminuir a narração textual e fornecer as informações pertinentes em um caminho sensorial mais envolvente; e necessidade de permitir que o usuário acionar as soluções dos problemas em vez de descrevê-los através da narração (ANTONIOU, 2014).

Outro artigo publicado em 2014 mostra a importância do uso de tecnologias como o e-learning em diferentes disciplinas. Os pesquisadores mediram a eficácia do e-learning em um número de áreas, comparando os efeitos de dois métodos de ensino (virtual contra tradicional) na aprendizagem dos alunos. Este teste englobou estudantes do quinto ano de odontologia da Universidade de Shiraz. Deste grupo, 35 alunos concordaram em participar. Estes alunos foram alocados aleatoriamente em dois grupos, experimental (virtual de aprendizagem) e de controle (ensino tradicional). Para garantir a semelhança entre os grupos, em comparação GPAs de todos os participantes do teste de Mann-Whitney U (P> 0,05). O grupo experimental recebeu um pacote de cursos ambiente virtual de aprendizagem projetado especificamente para este estudo, enquanto o grupo controle recebeu o mesmo módulo estruturado na forma de aula tradicional. O ambiente virtual de aprendizagem consistia de materiais on-line e off-line. Dois ​​pós-testes válidos confiáveis e idênticos que consistiam em 40 questões de múltipla escolha (MCQs) e 4 questões dissertativas foram administradas imediatamente (15 min) após a última sessão e dois meses mais tarde para avaliar a retenção do conhecimento. Os dados foram analisados ​​pelo programa SPSS versão 20. Uma comparação entre o escore de conhecimento médio de ambos os grupos mostraram que o ambiente virtual de aprendizagem foi mais eficaz do que a aprendizagem tradicional (tamanho do efeito = 0,69). O pacote de aprendizagem virtual recém-projetado é viável e pode resultar em uma aprendizagem mais eficaz em comparação com treinamento presencial (MOAZAMI, 2014).

4. Discussão dos resultados

Ao colocar os artigos em ordem cronológica percebe-se que o houve uma evolução de sua tecnologia e concepção: os primeiros artigos são pesquisas com AVAs (SHULTZE-MOSGAU, 2004; SCHITTEK JANDA, 2004; ZARY ET. AL.,2006, CARBONARO, 2008), publicados entre 2004 e 2008, que se limitam-se se referem a textos ou animações simples, com informações sobre diagnósticos e apresentação de casos clínicos. Entre os anos de 2008 a 2013 foram publicados artigos com pesquisas sobre AVAs com animações em duas dimensões ou vídeos (CARBONARO, ET. AL., 2008; SMITH, ET AL., 2011; MARTIN, ET. AL., 2012; EL TANTAWI, EL KASHAN, SAEED, 2013) ou em três dimensões (HU ET. AL., 2009; DE BOER, WESSELINK, VERVOON, 2013). Entre os anos de 2010 a 2012 foram publicados artigos mostrando tecnologias de vídeo acoplados a dispositivos sensoriais (POHLENZ, ET. AL., 2010; URBANKOVA, ENGEBRETSON, 2011; DE BOER, ET. AL., 2012) que conferiam maior realismo para os AVA.s. E por fim, entre os anos de 2012 e 2014, foram encontrados artigos citando pesquisas com AVAs que oferecem ambientes colaborativos (SALAJAN, MOUNT, 2012; ANTONIOU, 2014).

 Entre os AVAs listados, alguns possuem validação por opinião de professores e/ou alunos (ZARY ET. AL., 2006; RHIENMORA, ET AL., 2010; CARBONARO, ET. AL., 2008; HU, ET. AL.; 2009; POHLENZ, ET. AL., 2010; SMITH, ET. AL., 2011; SALAJAN, MOUNT, 2012; MARTIN, ET. AL., 2012; ANTONIOU, ET. AL., 2014); outros por comparação de notas entre alunos que tiveram aulas convencionais versus AVAs (SCHULTZE-MOSGAU, ET. AL., 2004; SCHITTEK JANDA, ET. AL., 2004; URBANKOVA, ENGEBRETSON, 2011; RENNÓ, ET. AL., 2012; DE BOER, ET. AL., 2012; EL TANTAWI, EL KASHAN, SAEED, 2013); e outros sem validação (PICOLINI, ET. AL. 2013; DE BOER, WESSELINK, VERVOON, 2013). A validação por opiniões, principalmente se for apenas de alunos, pode ser insuficiente, pois se um AVA é interessante, ele não é necessariamente instrutivo e/ou eficaz. Já a validação por comparação de notas entre alunos com aulas convencionais e AVAs, apesar um pouco mais realista ainda não é totalmente suficiente, pois o AVA pode ter ensinado apenas o suficiente para o aluno responder a prova, ignorando todo o conhecimento vivencial e tácito de uma aula presencial. Apenas um artigo apresentou validação nula, ou seja, seus resultados não foram melhores que o curso presencial (MARTIN, ET. AL., 2012).

Seria necessário fazer uma validação de um AVA medindo o desempenho durante a execução real da atividade proposta.

5. Conclusão

A sequência cronológica dos temas abordados nos artigos mostra a evolução da tecnologia e dos enfoques utilizados, com textos, depois animações e vídeos, em seguida acoplados a dispositivos sensoriais e por fim sistemas colaborativos.

Como sugestão de futuras pesquisas, estudar os motivos do pequeno número de artigos publicados sobre o tema do uso de tecnologias em cursos de graduação em odontologia e efetuar validações reais, ou seja, medir o ganho de conhecimento proporcionado pelos AVAs em situações reais de execução da atividade.

Acredita-se que essas informações colhidas da bibliografia possam contribuir com a compreensão do atual estágio de utilização das tecnologias.

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1. Doutor em Engenharia Biomédica; Mestre em Tecnologia Ambiental; MBA em Tecnologia da Informação Aplicada à Gestão de Negócios; Especialista em Informática na Saúde; Tecnólogo em Informática; e Bacharel em Administração de Empresas. E-mail: luizteruo@hotmail.com
2. Graduado em Odontologia e Especialista em Saúde Pública. Professor Universitário. Técnico da Coordenação Regional de Saúde Sudeste da SMS-SP. E-mail: dschneider@unifesp.br
3. Graduada em Odontologia, Especialista em Informática na Saúde, Mestra e Doutora em Engenharia Biomédica. Professora universitária. E-mail: waltraudikawa@hotmail.com
4. Graduado em Administração de Empresas, Mestrado e Doutorado em Engenharia de Produção. E-mail: eniofr@uol.com.br


 

Vol. 37 (Nº 11) Año 2016

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