Espacios. Vol. 37 (Nº 20) Año 2016. Pág. 6

Restruturação de cadeias logísticas e armazéns automatizados: Análise da implementação e funcionamento à luz das dimensões da sustentabilidade

Restructuring of logistics chains and automated warehouses: analysis of implementation and functioning under the view of the dimensions of sustainability

Rodolfo P. DE CAMPOS 1; Flávio TROJAN 2; Antônio Carlos DE FRANCISCO 3; Rosângela de França BAIL 4; Júlio César FERREIRA 5

Recibido: 10/03/16 • Aprobado: 12/04/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Referencial Teórico

3. Estudo de caso – Dez anos de funcionamento no Paraná

4. Conclusões

Bibliografia de referência


RESUMO:

O objetivo deste artigo é fazer uma reflexão e realizar um comparativo em um ciclo de 10 anos de existência de uma organização com as estratégias de logísticas que impactaram diretamente nos resultados e na eficiência de sustentabilidade dessa organização. Este artigo traz um estudo de caso para ilustrar a importância da sustentabilidade como um processo permanente nos processos de decisões quanto a implementação, inovação e busca de alternativas para a manutenção e crescimento do negocio. Este artigo analisou a implantação e funcionamento de armazéns automatizados sob a ótica da sustentabilidade e eficiência energética. Foi realizado um levantamento dos últimos 10 anos quanto as alterações diante da tecnologia e as novas adequações o que resultou para a organização diante dos reflexos positivos gerenciais e principalmente da eficiência energética que é um fator preponderante para o sucesso nas empresas. Esta pesquisa se caracteriza como descritiva e qualitativa utilizando os dados dos últimos 10 anos do armazém automatizado com foco na sustentabilidade.
Palavras chave: Sustentabilidade; Eco-eficiência; Estratégia

ABSTRACT:

The purpose of this article is to reflect and make a comparison in a 10-year cycle of existence of an organization with logistics strategies that impacted directly on results and sustainability of the organization efficiency. This article presents a case study to illustrate the importance of sustainability as an ongoing process in the processes of decisions on implementation, innovation and search for alternatives for maintenance and business growth. This paper analyzed the implementation and operation of automated warehouses from the perspective of sustainability and energy efficiency. A survey of the last 10 years as the changes in the face of technology and new adaptations which resulted to the organization before the managerial positive effects and especially energy efficiency is a key factor for success in business was conducted. This research is characterized as descriptive and qualitative using data from the last 10 years of the automated warehouse with a focus on sustainability.
Keywords: Sustainability; Eco-efficiency; Strategy

1. Introdução

Um dos maiores desafios das organizações no segmento industrial é dimensionar adequadamente os espaços físicos destinados para armazenagem de materiais, áreas de espera entre processos ou mesmo para produtos acabados aguardando distribuição. Para Correia (2015) um armazém ideal é aquele traduzido em um setor crítico do processo logístico, no qual despesas com pessoal, equipamentos e energia devem ser minimizadas.

No passado, as empresas usavam somente armazém convencional, que tem como característica alto valor agregado e utilização de mão de obra em grande escala, máquinas do tipo empilhadeiras, transpaleteiras e um grande espaço físico. Com o avanço da tecnologia e crescimento na distribuição, foram criados os armazéns automatizados, que utilizam menos mão- de-obra, melhor acondicionam produtos e, ainda, ocupam espaço físico menor do que o convencional.

O presente projeto de pesquisa tem como objetivo analisar a implantação e funcionamento de armazéns automatizados sob a ótica da sustentabilidade e eficiência energética através de um estudo de caso em uma empresa localizada no estado do Paraná. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, 2014), países participantes da iniciativa de fomentar melhorias energéticas apresentaram 60% a menos de consumo total de energia e evitaram que 1700 milhões de toneladas equivalentes de petróleo fossem utilizadas.

A metodologia adotada procura auferir o consumo de energia em equipamentos e veículos destinados armazéns tradicionais e automatizados e, através de indicadores, quantificar possíveis diferenças com o intuito de nortear a discussão de implementação sob o ponto de vista sustentável. Segundo Monteiro (2013), a utilização de indicadores voltados para avaliação da eficiência energética dos processos pode servir como diretriz para políticas ambientais a fim de reduzir emissões gasosas, podendo, também, proporcionar robustez na sustentabilidade e rentabilidade das operações.

A proposta pesquisa se limitará a analisar restruturações de cadeias logísticas através da utilização de armazéns automatizados sob o ponto de vista da bioprodução e eficiência energética. Pretende-se contribuir com uma exploração que responda a hipótese de que cadeias logísticas que contenham armazéns automatizados representam ganhos sustentáveis, os quais também são viáveis econômica e socialmente.

Empresários apresentam dificuldades de enxergar as oportunidades de gerar valor por meio de iniciativas sustentáveis; pensam que objetivos são pouco factíveis e resultam em prejuízos financeiros e adotam práticas de sustentabilidade apenas por pressão social (Revista Exame, 2015). Nas palavras de Lee (2013, p.3) "o mundo atualmente enfrenta um problema sistemático de emissões de CO2 cada vez maiores, conteúdos de carbono no solo cada vez menores e mudanças climáticas. A fim de resolver o sólido problema global em relação a energia e sustentabilidade ambiental é possível que seja necessário um portfólio abrangente dos esforços de Pesquisa e Desenvolvimento para com tecnologias de múltiplas energias.

Este trabalho vai ao encontro destes esforços de Pesquisa e Desenvolvimento; das ações de mapeamento e mensurações, criatividade e inovação e compromissos e convicções descritos pelo IBGC e da lacuna existente na ciência da carência de meios para equilibrar as quatro dimensões da sustentabilidade (ambiental, ecológica, social e econômica). Justifica-se por promover um modelo exequível, relevante e proveitoso para as necessidades, atuais e futuras, de autossustento logístico.

Toda pesquisa que apresente formas de incentivar a sustentabilidade e eficiência energética nas organizações se justifica ao se analisar o atual paradigma do empresariado mundial: direcionado ao lucro, muitas vezes ao imediatismo, mas ainda inerente ao seu ambiente de existência.

2. Referencial Teórico

A sustentabilidade vem se tornando nos últimos anos uma alternativa obrigatória para todas as organizações sendo pequenas, médias e grandes empresas. E em um horizonte cada vez mais exigente poderíamos afirmar que sem a sustentabilidade as empresas não possuem um horizonte de vida a médio prazo.

É possível obter melhorias nas condições de saúde e segurança do trabalhador e no meio ambiente pela implantação de programa de modificação de processos que vise substancialmente melhorias das operações dentro de uma cadeia de suprimentos, por meio da eliminação ou minimização desses desperdícios (Oda, 2009, p.3).

A palavra sustentabilidade ganhou mais robustez na última década e vem sendo empregada nos mais diversos meios, os quais, apesar de numerosos, descrevem sustentabilidade como o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro (WWF, 2015). O conceito abrange termos como produção mais limpa, prevenção e controle de poluição, eco-design, minimização de utilização de recursos, entre outros (GLAVIC, 2006). O autor também afirma que conceitos de sustentabilidade são tratados em princípios, dimensões que envolvem os macros ambientais, ecológicos, econômicos e sociais (Figura 1).

Figura 1 – Dimensões da sustentabilidade. Fonte: GLAVIC (2006, p.1877)

Para o Instituto Brasileiro de Governança Coorporativa – IBGC (2009, p.14), sustentabilidade "significa viver da "renda" proporcionada pela natureza e não do seu "capital", o chamado capital natural. Toda atividade econômica depende desse capital." Em  função  de  sua  postura  diante  dos  estímulos  externos  (legislação e regulamentação vigente) e internos (integração à estratégia ou aos princípios e propósito da empresa), as empresas podem ser classificadas em estágios, no que diz respeito ao tratamento da sustentabilidade:

Estágio 1: Pré-cumprimento legal
Causa: Pressão regulatória.

Estágio 2: Cumprimento legal
Causa: Ecoeficiência, ameaça regulatória e crise de Relações Públicas

Estágio 3: Além do cumprimento legal
Causa: Oportunidades de negócios e gerenciamento de riscos

Estágio 4: Estratégia Integrada
Causa: Oportunidades de negócios e gerenciamento de riscos

Estágio 5: Propósito e Paixão
Causa: Fundados/Chairman/CEO apaixonado

2.2 Âmbito logístico: visões, práticas e futuro

Para que as empresas sejam viáveis e longevas, elas dependem do bom funcionamento dos sistemas sociais e ambientais dos quais fazem parte (IBGC, 2009).

Sustentabilidade no ambiente de negócios é, em muitos casos, vista como obstáculos, uma vez que sua aplicação embute custos e inconveniências. Por outro lado, a avaliação dos consumidores está indo ao encontro dos interesses sociais. 86% dos consumidores globais acreditam que estes são tão importantes quanto os interesses de negócios e, gradativamente, compram-se mais produtos ecológicos e socialmente responsáveis (Grabara, 2014). 

"A experiência de muitas empresas mostra que a tarefa de inserir os temas da sustentabilidade na estratégia e no dia a dia da gestão não é óbvia, nem simples e traz à tona diversos desafios e dilemas que são enfrentados por sócios, conselheiros, executivos e outros atores envolvidos neste processo" (IBGC,2009, p.13), observados, principalmente pelas divergências em retornos de curto e longo prazo, resistências dos indivíduos e organizações, bem como o contexto dos negócios e o ambiente regulatório para ser sustentável.

Segundo Oda et al (2009, p.8) "a preocupação sobre impactos ambientais dentro da logística aparece de forma mais evidente com a introdução do conceito de logística reversa", mas isso tem mudado. Estudos recentes descrevem inferências científicas nos campos da saúde de operadores logísticos (e.g. motoristas de caminhão), bem como de cadeias de suprimentos integradas. Estudos de métodos para desenvolvimento de inovações sustentáveis se mostram incipientes no ambiente científico; apresentam lacunas quanto ao setor de serviços, uma vez que a maioria dos métodos já propostos originam-se do contexto da manufatura (Medeiros, 2014).

O termo Green Logistics (Logística Verde) vem sendo empregado na ciência para designar investidas que tangem as operações que tem como missão criar ações sustentáveis neste ambiente. Elas podem acontecer por qualquer agente relacionado diretamente a sua cadeia de suprimentos, ou mesmo por um agente externo que visualiza uma oportunidade. Ter a liderança de uma empresa para a condução do projeto é fator importante, seu engajamento, compromisso e disposição para envolver outras empresas também é primordial para o sucesso (Vivaldini, 2015). Segundo o autor, no cenário logístico existe a inevitável análise dos trade-offs entre competitividade e a sustentabilidade. Para tanto, o relacionamento entre empresas pode ser favorável quanto à contribuição em desempenho sustentável de uma cadeia de suprimentos.

Em suma, ser sustentável é um passo, e bastante desafiador, em direção ao futuro. Contudo, como prevê o IBGC (2007) o "caminho das pedras" pode ser seguido através de mudanças culturais; governança corporativa; alinhamento, diálogo e comunicação; mapeamentos e mensurações; criatividade e inovação, compromissos e convicções.

3. Estudo de caso – Dez anos de funcionamento no Paraná

Um estudo de caso foi realizado em uma empresa localizada no estado do Paraná, comparando as variações em consumo energético pré e pós-implementação e funcionamento, bem como levantando dados a respeito da viabilidade econômica e resultados sociais. O estudo de caso abaixo ilustrado (figuras 2 e 3) foi realizado em uma empresa localizada no estado do Paraná.

Figura 2 – Malha logística antecedente à implementação de um armazém automatizado. Fonte: Empresa de Estudo de Caso.

Figura 3 – Malha logística posterior à implementação de um armazém automatizado. Fonte: Empresa de Estudo de Caso.

Observa-se a restruturação da malha logística após a construção de um Centro de Distribuição (CD) na cidade de Ponta Grossa. O consumo de energia elétrica nos armazéns convencionais (figura 2) foi registrado como 120 mil quilowatts por hora (kWh), ao passo que, após a instalação do CD (figura 3), este consumo foi reduzido em 66%, 40 mil kWh.

Analisando estes dados, procedimentos metodológicos serão estudados, adaptados e incorporados a esta pesquisa, com a finalidade de responder se a inovação existente na restruturação de armazéns condiz com as dimensões definidas como de sustentabilidade.

O documento tem classificação aplicada quanto sua natureza, exploratória no que concernem seus objetivos e predominantemente qualitativa em seus resultados.

3.1 Evolução 2006 - 2016

Implantação armazém automatizado 2006

Dados atualizados em 10 anos – 2016

No início não tinha armazém próprio para Exportação (Oriente Médio – inúmeras exigências dos clientes). Três armazéns locados;

Atualmente o armazém automatizado comporta todos os produtos sem necessidade de terceirizações;

A malha rodoviária era descentralizada, sendo que para atender as fábricas e os clientes, o consumo de combustível e desgaste era enorme;

Com a centralização de produtos no armazém automatizado. Hou8ve uma redução da malha viária, favorecendo a diminuição da queima de combustível, riscos e desgastes dos veículos;

Fábricas superlotadas, sem atender a demanda dos principais clientes. Aumento do trabalho quanto ao inventário de produto e distribuição na estocagem

Estoque e armazenagem enxuto, com oferta e demandas atreladas a realidade dos clientes. Agilidade nos processos produtivos, embalagens, armazenamento e distribuição em tempo real;

No início da implantação do armazém automatizado, havia 130 funcionários diretos no sistema logístico.

Hoje existem 100 funcionários, sendo que os demais foram remanejados de funções e locais de trabalho. Não havendo demissões durante esse percurso.

A dez anos atrás, o transporte de cargas eram feitos de acordo com a demanda solicitada. Mesmo que com isso contabilizasse maiores gastos e perdas;

Hoje as operações são centralizadas no armazém de Ponta Grossa, sendo otimizada as rotas (demais fábricas – CD Ponta Grossa/ CD – Principais Portos)

O Layout da empresa era desatualizado, com pontos de gargalos onde a fluidez dos processos logísticos eram barrados pela burocracia;

O Layout atual minimiza gastos, pois foram focados uma linha de produtos. Sendo que os demais produtos fabricados pela rede, são regionalizados de acordo com a produção animal local. Proporcionando que no CD Ponta Grossa haja uma gama de produtos armazenados, para atentar as demandas de todos os clientes;

No início os abates eram realizados na unidade, onde haviam várias reclamações dos moradores locais. Pela decantação de dejetos e mal cheiro;

Hoje não há mais abates nessa unidade, e todos os efluentes são tratados. Pois foi construído um centro de tratamento, onde toda água é potabilizada e própria para o consumo;

Em termos sustentáveis e sociais, no começo não haviam projetos pontuais para a comunidade local;

Atualmente existem projetos que abrangem a comunidade, são eles:

  • Revitalização de praças e áreas de lazer, onde a empresa investe maciçamente;
  • Visitações em creches, onde a empresa busca as principais necessidades locais, buscando supri-las da melhor forma possível 9alimentos, equipamentos eletrônicos, etc;

Em 2006 a empresa era muito tímida em termos sustentáveis, visando os próprios descartes, dos materiais e embalagens inadequadas ao uso;

Hoje a empresa conta com processos enxutos de reciclagem de todos os materiais e embalagens utilizadas durante todos os processos. Onde se é valorizado o menos índice possível de descartes e dejetos;

Anteriormente não havia empresa contratada para receber e destinar os demais dejetos (óleos, lâmpadas, etc.);

Em 2016 foi contratada a "Cetrix". Empresa que faz a coleta semanal de óleo de motor, lâmpadas, estopas sujas e demais dejetos. Destinando corretamente todos esses;

No início todas as instalações da empresa contavam com lâmpadas de gás. Onde não poderia controlar os gastos energéticos;

Foram trocadas em 2015 todas as lâmpadas de gás por lâmpadas de Led. Somando e muito a economia dos gastos com energias

A produção inicialmente e durante todos os anos eram ininterruptas, durante 7 dias por semana. Sendo em termos de economia, ficava muito difícil de obter sucesso;

Em 2016 a partir do final de janeiro, será implantado um sistema inovador, onde todos os processos operacionais serão interrompidos durante 1 hora (entre meio dia e uma hora da tarde, todos os dias). A economia estimada é de 30% dos gastos.

As rotas percorridas pelos caminhões, segundo a terceirizada. Inicialmente era morosa e longa, onde dificultava muitas vezes a entrega ao cliente final, por ter que realizar várias coletas de produtos em unidades de diferentes Estados;

Com a construção do armazém automatizado houve uma otimização de rotas, sendo possível um maior controle de tráfico, maior operacionalidade de localização de cargas, controle de temperaturas dentro da câmara frigorífica das carretas;

Os gastos com combustíveis e derivados, necessários para a rodagem dos caminhões, eram muito grandes, muitas vezes dificultando e tornando morosas as renovações das frotas;

Com a construção do novo CD - Centro de Distribuição -  houve uma economia de cerca de 40% dos gastos, onde houve uma renovação de todas as frotas da terceirizada.

3.2 Comparação entre o Armazém Convencional versus Armazém Automatizado – Uberlândia (cidade que possui ambos os tipos em uma mesma empresa)

Armazém Convencional

Armazém Automatizado

Atualmente ele é centralizado para o "picking" e separação de produtos. Nos processos de distribuição torna-se viável e eficaz;

O armazém automatizado conta com a agilidade e também com um inventário atualizado e descrito em tempo real. Mas ainda não possui um setor de "Pincking". Todo o processo de operação nele é fechado;

Os profissionais que trabalham aqui possuem treinamentos períodos que envolvem todas as áreas. Mesmo assim o trabalho rotineiro e muitas vezes braçal;

Houve a necessidade de oferecer maiores condições de cursos e treinamentos, pois os profissionais que fazem parte devem ter um conhecimento especializado nas áreas afins. Mão de obra extremamente qualificada;

 

Os processos produtivos envolvem manutenções específicas, muitas vezes terceirizadas;

A gerência oportunizou para que os processos de manutenção fossem estabelecidos, através de colaboradores que foram treinados (inclusive no exterior), para que sejam realizados pela própria unidade.

4. Conclusões

O pensamento sustentável, que parte do setor público, cabendo aos países promoverem o desenvolvimento sustentável, chega às organizações e os clientes passam a serem mais exigentes, demandando uma posição mais responsável por parte das empresas de todos os segmentos de atuação. Com isso emerge o conceito de sustentabilidade empresarial. A sustentabilidade empresarial é composta de ações que as organizações realizam, tais ações procuram visar à redução de impactos ambientais; a promoção de programas sociais e se mantém economicamente viável no mercado. Como se percebe o conceito está intimamente ligado às três dimensões ambiental, econômica e social. Diante deste contexto as empresas brasileiras têm investido em sustentabilidade empresarial e com bases nestas ações definem-se os principais indicadores sustentáveis como na Dimensão Ambiental a Redução das Emissões de gases nocivos, de efluentes líquidos e de resíduos sólidos; Consumo consciente dos recursos água e energia; Conformidade com as normas ambientais; Exigência de um posicionamento socioambiental dos fornecedores; Uso racional dos materiais utilizados na produção; Investimentos na biodiversidade; Programa de reciclagem e Preservação do meio ambiente.

Na Dimensão Econômica podemos ter como exemplo o Aumento ou estabilidade do faturamento; Tributos pagos ao governo; Folha de pagamento; Maior lucratividade; Receita organizacional; Investimentos; Aumento das exportações (relacionamento com o mercado externo). Principalmente retorno sobre a imagem que a organização tem no mercado onde atua. Para finalizar com a dimensão Social são muitos os exemplos como o desenvolvimento da comunidade/sociedade no seu entorno; Segurança do trabalho e saúde ocupacional; Responsabilidade social; Treinamento; Cumprimento das práticas trabalhistas; Seguridade dos direitos humanos; Diversidade cultural. É importante ressaltar que se uma empresa investe em ações ambientais tão somente ela possui uma boa gestão ambiental, se uma empresa está voltada para o social, gestão social, se mescla ações voltadas para o meio ambiente e para o social, gestão sócio-ambiental. Para ser considerado sustentabilidade empresarial é necessário apresentar ações voltadas para as três dimensões básicas.

Fica evidente com os exemplos citados e com dados do resultado desta pesquisa que esta empresa possui um grande um grande engajamento com a responsabilidade sócio-ambiental que decorre como resultado uma boa gestão econômica e principalmente um comprometimento com a sustentabilidade. Embora estejamos falando de uma empresa de armazenagem e logística são muitos os indicadores que demonstram o compromisso sustentável ao longo desses 10 anos da passagem do convencional centro de distribuição para o centro automatizado.

Bibliografia de referência

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1. UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campus Ponta Grossa – PR. Email: rodolfo.decampos@live.com
2. UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Camus Ponta Grossa – PR. Email:  rodolfo.decampos@live.com
3. UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campus Ponta Grossa – PR. Email: rodolfo.decampos@live.com

4. UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campus Ponta Grossa – PR. Email: rosangelabail@hotmail.com

5. UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa – PR. Email: julioponta@ig.com.br


Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 20) Año 2016

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