HOME | ÍNDICE POR TÍTULO | NORMAS PUBLICACIÓN

Espacios. Vol. 37 (Nº 22) Año 2016. Pág. E-2

O uso de ferramentas de interação e comunicação na orientação de trabalhos de conclusão de cursos a distância

The use of tools of interaction and communication on guidance for completion of distance education

Isis Maria Monteles BASTOS 1; João Batista BOTTENTUIT Junior 2; Lívia Mariana COSTA 3; Walline Alves OLIVEIRA 4

Recibido: 04/04/16 • Aprobado: 02/05/2016

Conteúdo

1. Introdução

2. A Orientação de TCC em Cursos a Distância

3. Metodologia

4. Análise dos Resultados Obtidos

5. Considerações Finais

Referências Bibliográficas

1. Introdução

Entre todas as atividades curriculares hoje desenvolvidas no âmbito dos cursos superiores nos diversos níveis e modalidades, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sem dúvidas, representa um importante componente curricular dos cursos de graduação, sendo comumente estruturado como requisito obrigatório, e dependendo da instituição pode ter características diferentes, tais como artigos científicos, exposições fotográficas, projetos de intervenção, relatórios de observação, roteiros, entre outros. Esta variação ocorre em função dos objetivos de cada curso de graduação.

Embora possua características comuns, em cursos na modalidade a distância sua estrutura e planejamento deve considerar a possibilidade de interação e comunicação entre os participantes de um curso, e para tal deve apoiar-se no uso de diferentes tecnologias, sejam aquelas já incorporadas com a Internet ou novas ferramentas de comunicação que permitam a interação (WhatsApp, Viber, Celular, Ambiente Virtual de Aprendizagem, etc.). Segundo Mendonça et al (2010, p.2 ) "a educação a distância está assumindo espaços e formatos como uma nova modalidade educacional e promovendo novas configurações em todas as esferas sociais".

Assim como quase todos os cursos de graduação ao final dos módulos ou disciplinas curriculares é necessário que o aluno realize uma produção científica e apresente este trabalho perante uma banca. Este trabalho de conclusão de curso também chamado de TCC, poderá apresentar múltiplos formatos e na educação a distancia as praticas são idênticas o que muda é apenas o contato entre professores e alunos.

Todo TCC deve ter como objetivo a articulação da prática com a teoria estudada ao longo do curso. Além disso, institucionalmente, deve ser um reflexo dos três pilares da educação superior, que é o ensino, a pesquisa e a extensão, apoiados aos conhecimentos já produzidos por autores e por meio da investigação científica.

O aluno nesse processo deve ser visto como peça fundamental, devendo ser percebido como intelectual, mas que também merece direcionamento e condução para que os resultados planejados por este sejam alcançados. Percebendo que esta etapa pode não ser tão tranquila, se faz relevante a análise de como ocorre na prática o processo de orientação de TCC em curso de graduação, para que assim se possa apontar ferramentas e estratégias que possam auxiliar nessa etapa fundamental de formação. Assim, a proposta deste estudo buscou perceber como se configura atualmente no âmbito das instituições de ensino superior, em especial as que ofertam cursos a distância o processo de construção do TCC, e como tecnologias de informação e comunicação (TIC), em especial as de comunicação e colaboração podem inferir positivamente na mediação e cooperação mutua entre professor-orientador e orientandos. 

2. A Orientação de TCC em Cursos a Distância

Os avanços tecnológicos, científicos e sociais têm exigido das instituições educacionais a formação de cidadãos mais críticos, reflexivos, autônomos e que saibam trabalhar em equipe. Para atender a essas necessidades, a educação não pode mais desenvolver-se baseada na transmissão de conteúdos, onde o aluno tem o papel de mero receptor e o professor de detentor dos saberes.

A aprendizagem precisa ser pensada a partir da realidade do aluno, utilizando-se estratégias de definição, solução e reflexão de problemas. Assim, a escola deve ser um local onde o indivíduo desenvolve-se por meio de relações sociais que atentem para as suas dimensões afetiva e cognitiva, suas habilidades, competências e valores, despertando para a consciência social e política. Masetto (2000) expressa que é fundamental um processo de aprendizagem onde o aluno assuma um papel de aprendiz ativo, participante e autônomo. Que seja capaz de aprender através de ações que realiza sozinho, bem como a partir da interação com o professor e demais alunos.

Dessa forma, há uma mudança de mentalidade e atitude por parte do aluno e também do professor, onde o primeiro não deverá apresentar uma postura passiva e de mera repetição e o segundo não irá "transmitir" conteúdos, mas sim dinamizar a aprendizagem através da mediação pedagógica, bem como proporcionar meios e mecanismos para a construção dos conhecimentos. Perez e Castillo (1999) explicam que a mediação pedagógica permite que o aluno desenvolva novas possibilidades de interação com os materiais, com os conteúdos, com os demais alunos, com o professor, ou seja, com todos os atores envolvidos nesse processo.

Entre as características da mediação pedagógica Masetto (2000) destaca o diálogo, a troca de experiências, os debates, orientação por parte do professor, proposição de situações-problema, incentivo a reflexões, cooperação para que o aluno utilize as novas tecnologias e o estímulo ao pensamento crítico, como as principais.      Sendo assim, a mediação pedagógica evidencia o papel do aluno como sujeito do processo de aprendizagem, enfatizando também a relevância dos materiais utilizados e do professor como motivador e orientador de todo o processo.     Diante do exposto, precisa-se destacar que a tecnologia sozinha não pode ser vista como meio de promoção da aprendizagem, uma vez que é fundamental que ocorra um planejamento de todas as ações, onde várias técnicas poderão ser utilizadas consolidando o processo de aprendizagem na educação a distância.

Entre as técnicas que podem ser utilizadas como meios de motivação pedagógica na educação a distância são: teleconferência, listas de discussão, correio eletrônico, Internet, CD-ROM, fórum, gamificação, metodologias ativas, WebQuest, Caça ao tesouro, uso de dispositivos móveis, avatares, power point etc. Masetto (2000) enuncia que todas essas técnicas favorecem a auto-aprendizagem e a interaprendizagem tanto na educação a distância quanto na presencial, uma vez que devem ser vistas numa perspectiva construcionista, motivando a participação e o envolvimento do aluno que passa a trocar experiências e informações com os demais alunos e com o professor; participa de debates de cunho crítico – reflexivo; entre outras ações que contribuem decisivamente para o seu processo de aprendizagem através de uma mediação efetiva.

Um aspecto primordial que segundo o autor deve ser levado em consideração é a avaliação da aprendizagem como um processo motivador, analisando a mesma como um processo de retroalimentação onde o aprendiz será capaz de progredir nos objetivos propostos através da identificação de suas falhas e erros.       Para tanto, é necessário modificar a cultura de avaliações tradicionais que priorizam apenas o alcance de notas para a aprovação e não o sucesso do processo de aprendizagem. Encarar a avaliação como a soma de todos os processos desenvolvidos ao longo da disciplina e não apenas em momentos pontuais.

Todavia, para que todas essas técnicas sejam realmente eficazes é necessário que o professor incorpore verdadeiramente a função de mediador pedagógico, promovendo assim, um vínculo de corresponsabilidade com o aluno que é o centro do processo, uma postura aberta ao diálogo e criativa, domínio profundo de sua área de conhecimento e comunicação e expressão em função da aprendizagem.

A temática acerca da orientação de trabalhos na modalidade a distância já começa a despontar no cenário das publicações, entre estes exemplos podemos destacar o estudo de Favero, Nunes e Nobre (2011) que discutem sobre as possibilidades de orientação de trabalhos no ambito de uma pós-graduação em informática na educação na modalidade a distancia. No referido trabalho, as autoras apontam que além do domínio das tecnologias e ferramentas para interação com os alunos é importante "manter uma equipe de orientadores o mais envolvida possível com o curso traz um retorno importante" (Favero, Nunes e Nobre, 2011, p.10).

Em outro estudo Mendonça et al (2010) apresenta um estudo sobre os desafios da orientação de monografias de pós-graduação em Metodologia do Ensino Fundamental junto a Universidade Federal de Goiás, nesta publicação as autoras apontam que no processo de orientação é importante ter em conta os aspectos Afetivo, Profissional, Teórico-metodológico para que o bom andamento dos trabalhos nesta modalidade possam atingir seus objetivos.

Primo e Silva (2007) apresentam um estudo realizado em dois cursos de especialização lato sensu, uma em Educação Ambiental na modalidade a distância em que o processo de orientação de monografias na modalidade a distância. As autoras chamam atenção para a necessidade de humanizar as relações entre professor-tutor e aluno nos ambientes virtuais de aprendizagem, pois nesta modalidade por conta da distância alguns alunos terminam por atrasar a finalização dos seus trabalhos, ou mesmo desistir, por conta da falta de contato humano.

A partir da década de 1990, as tecnologias digitais começaram a ser aperfeiçoadas e a comunicação mediada por um computador se tornou viável para além dos usos militares. Um software para navegação em rede desenvolvido por estudantes da faculdade de Illinois, nos Estados Unidos da América, fez com que a Internet comercial se tornasse uma realidade para todos os setores da sociedade (OLLLIVIER, 2012). A World Wide Web (www) surgiu como um fenômeno de possibilidades a serem desvendadas.

Pessoas físicas, empresas e associações passaram a produzir seus sites, feitos de colagens diversas de textos, imagens e sons, além de comunicarem-se através de ferramentas diversas tais como correio eletrônico, salas de discussões online (chats), listas e fóruns. (SÁ, 2002, p.149)

Com a Internet, um universo virtual de interações, interconexões, hiperligações e transformações na forma de lidar com o outro e com o mundo se tornou uma realidade para a sociedade contemporânea. As mudanças ocorridas em virtude do surgimento desse espaço virtual – que pode estar na tela de um notebook e ao mesmo tempo estar em lugar algum – puderam ser vistas com muita ênfase no âmbito educacional. Os avanços tecnológicos aliados a esse novo meio de comunicação (a Internet) tornaram-se uma forte estratégia para a formação de novas estruturas de ensino-aprendizagem. Corroborando com Silva (2008), "um novo mundo educacional" passou a surgir, bem como "práticas, atividades, comportamentos e novas formas de estar e de ser no mundo" (p.197).

Incorporada à 5ª geração da Educação a Distância, a Internet – e todas as ferramentas inerentes a ela – passou também a ser fundamental para o processo de orientação de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) na modalidade a distância. Tão logo, um conjunto de meios de interação entre aluno e professor, aplicado no processo de orientação começou a ser utilizado. Carvalho (2010) citou nove recursos dos quais três foram mencionados pelos nossos pesquisados como as ferramentas de colaboração e comunicação mais utilizadas neste processo (veremos mais adiante quais foram os apontados em nossa pesquisa): Correio Eletrônico (e-mails), mensagens instantâneas (que consideramos aqui como mensagens do aplicativo "WhatsApp"), salas de bate- papo (chats), grupos e comunidades virtuais, fóruns de discussão, reuniões e videoconferências, redes de relacionamento, blogs e TV pela Internet. Pode-se citar também outras ferramentas utilizadas nesse "novo mundo educacional", não especificamente o direcionado à educação a distância: Youtube, Podcast, WhatsApp, e utilização de softwares como Audacity, Ferramentas Google: Google Sites, Docs e Calendar e Mapas Conceptuais Online.

3. Metodologia

O ponto de partida para este estudo foi um curso de Licenciatura em Pedagogia na modalidade a distância, com carga horária total de 3.235 horas e duração prevista para quatro anos. O curso pesquisado tem como objetivo formar profissionais da educação, habilitados para o exercício da docência em diferentes contextos, respeitando-se as especificidades dos sujeitos participantes dos espaços escolares e não escolares nos quais vai atuar, com as competências necessárias para o exercício do trabalho educativo aliando sólida formação teórica e metodológica indispensáveis para a promoção de trabalho interdisciplinar e contextualizado, contribuindo para a transformação social de forma ética, crítica e criativa (Projeto Pedagógico do Curso, 2010).

Entre seus objetivos específicos consta a intenção de consolidar o desenvolvimento profissional do docente, com a assimilação e unificação de teoria e prática, mediante a valorização da experiência profissional, além de dar-lhes condições para que o professor em formação tenha domínio dos conteúdos específicos das diversas áreas do conhecimento, para isso tem como foco a formação de profissionais capazes de articular o fazer e o pensar pedagógico para intervir nos mais diversos contextos socioculturais e organizacionais que requeiram sua competência.

Afim de analisar se a proposta do curso e seus objetivos está relacionada com a efetividade de atividades prática como é o caso do Trabalho de Conclusão de Curso, pensou-se em fazer o levantamento de dados junto aos sujeitos que atuam diretamente na orientação de TCC nos trinta municípios onde são ofertados o curso, totalizando 34 (trinta e quatro) turmas e 18 (dezoito) professores-pesquisadores que exercem a função de orientadores de trabalho de conclusão de curso.

Para o curso de Pedagogia a distância, o TCC é uma atividade integralizadora a ser realizada ao longo do curso, a partir da articulação dos componentes: Práticas Curriculares, Estágio Curricular Supervisionado e Atividades Acadêmico-Científico-Culturais. O TCC é o principal produto que confirmará a habilitação do estudante para que este possa receber o grau de licenciado, e como tal deverá ser de boa qualidade técnica e científica, devendo ser realizado individualmente, a proposta pedagógica é que este seja resultante de um projeto de pesquisa e, como tal, deve apresentar as normas e regras da instituição para elaboração de um trabalho desta natureza.

O primeiro passo é a escolha do tema, onde cabe ao aluno, com a devida orientação de seu tutor e professor-pesquisador, defini-lo e para que assim possa prosseguir com a elaboração do projeto, que será analisado, e posteriormente aprovado pela Coordenação do Curso. A segunda etapa corresponde à realização da pesquisa de campo, onde serão feitos o levantamento e análise de dados, com vistas à elaboração do diagnóstico da realidade escolar. A pesquisa versará sobre o cotidiano da prática educativa em uma escola, credenciada de Educação Básica, pública ou privada, no município de residência do estudante ou em localidades do entorno.

As etapas que se seguiram correspondem à elaboração do TCC, onde o aluno juntamente com seu orientador levantou o referencial teórico através de vasta leitura e estudo bibliográfico. Cabe ao professor-pesquisador ou orientador acompanhar o aluno em todo o processo de construção.

Pesquisa exploratória com o uso de procedimentos quantitativos realizada junto a 18 (dezoito) professores-pesquisadores e orientadores de Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Pedagogia a Distância de uma universidade pública do estado do Maranhão. A população da pesquisa foi composta por estes professores-pesquisadores que desenvolvem a função de orientadores, com quem realizou-se o levantamento dos dados referentes ao processo de orientação nas turmas disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem que é base primeira de trabalho do curso, e consequentemente da orientação do trabalho de conclusão do curso.

O instrumento aplicado foi um questionário com questões estruturadas do tipo fechadas e abertas, que teve como objetivo principal coletar informações sobre o processo de orientação de TCC, bem como as ferramentas de interação e comunicação utilizadas para este fim. Buscou-se ainda perceber o grau de satisfação e domínio dos professores pesquisados no uso destes instrumentos.

4. Análise dos Resultados Obtidos

Dos professores-pesquisadores participantes dessa pesquisa 14 (catorze) eram do sexo feminino e somente 4 (quatro) do sexo masculino. Percebe-se que há um balanceamento entre as faixas etárias desses professores de maneira que a maior concentração está na faixa entre 31 e 51 anos, contudo um dado se apresenta como relevante, que é o fato que seis desses professores apontaram que possuem acima de 51 anos.

Quanto à formação, a maior parte dos professores possui pós-graduação latu sensu (72%), e os demais possuem mestrado (28%), não havendo professores apenas com a graduação ou professores doutores. Destes professores, 12 (doze) já atuam no ensino superior a mais de 5 (cinco) anos, totalizando 66% dos professores pesquisados, mesmo número para os  que já participaram de projeto de pesquisa e que possuem trabalhos ou artigos publicados. Embora os dados iniciais demonstrem a necessidade de uma melhoria na formação destes professores para atingir a titulação mínima de mestrado, exigência obrigatória para a função de pesquisador, conforme exigido pela Resolução Nº 26 de 2009. Quanto ao quesito pesquisa percebe-se, um melhor indicador, visto que a maioria dos pesquisados afirma participar ou ter participado de projetos de pesquisa e possuir pesquisas ou artigos publicados.

4.1  Quanto ao processo orientação de TCC com uso de ferramentas de colaboração e  comunicação

Inicialmente buscou-se perceber afinidade desses professores com relação ao processo de orientação de TCC, inicialmente buscando perceber como ocorre o processo de orientação no curso a distância pesquisado, entre os resultados obtidos percebeu-se que 77% deste professores já possui experiência com orientação de TCC em cursos a distância, mesmo percentual para os que consideram que a orientação nesta modalidade deve adotar com frequência o uso de tecnologias de informação, comunicação e colaboração diversas, em contrapartida aos 33% que afirmam que o fundamental para um processo eficaz de orientação se relaciona ao maior número possível de encontros presenciais.

Contudo, ao questionar sobre as diferenças entre orientação de TCC nas modalidades presencial e a distância, a maioria dos pesquisados afirmaram que parcialmente há diferença, porém, 3 (três) professores afirmam que presencialmente é mais fácil pela facilidade de encontrar com os alunos o que estabelece um  processo de orientação contínuo, e dos 10 (dez) professores que afirmaram que parcialmente está diretamente relacionado ao fato de que o uso de tecnologias de informação e comunicação permitem  um acompanhamento regular dos alunos em cursos a distância. Ainda com relação a este questionamento 4 (quatro) professores, afirmaram que tanto na modalidade presencial ou a distância, o mais importante é a atuação do professor.

Quanto às estratégias adotadas na orientação em cursos a distância, as questões vergaram-se aos meios usados, e assim obteve-se os seguintes resultados, no que se refere ao uso do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)  como instrumento de acompanhamento e orientação, 66% destacam que o AVA como único instrumento de acompanhamento, não atende as necessidades de orientação e acompanhamento, aliado aos 28% que apontaram  que ele atende parcialmente, somente 6% dos professores acreditam que o trabalho somente com o AVA permite um processo de orientação eficaz.

No entanto ao ser solicitado recomendações para o aprimoramento do processo de orientação de TCC em cursos a distância, a maioria dos pesquisados (83%) apontam como estratégia o uso de ferramentas de comunicação e colaboração diversas a fim de auxiliar os alunos no processo de aquisição de informações e conhecimento, além de auxiliar no processo de comunicação, somado aos outros (6%) que afirmam ser importante a utilização de ferramentas e tecnologias diversas para atingir o máximo dos objetivos propostos no processo de orientação.

A intenção deste estudo também foi de demonstrar como ocorre o uso de ferramentas tecnológicas por estes professores e como estas podem inferir diretamente no processo de orientação de TCC. Inicialmente se questionou sobre o domínio de tecnologias de comunicação e colaboração, o resultado foi (ver gráfico 1):

Gráfico 1: Dominio das Tecnologias de Informação, Comunicação e Colaboração

Percebe-se assim, que mesmo que não em totalidade, a maioria dos professores mesmo que não dominem o uso, conhecem relativamente essas ferramentas e, principalmente possuem interesse em expandir seus conhecimentos acerca de quais e como utilizá-las.

Quanto as ferramentas de colaboração e comunicação mais utilizadas neste processo, apontou-se quatro ferramentas comumente utilizadas, que foram o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) utilizado pelo curso, email, WhatsApp e Ferramentas do Google como Drive e G-Talk.Os dados obtidos foram:

Gráfico 2 - Ferramentas de colaboração e comunicação utilizadas

Neste item, os professores podiam marcam quantas ferramentas utilizassem. O resultado se mostra interessante, pois o mesmo percentual (30%) foi apresentado em AVA e Email, sendo que o AVA é uma ferramenta e meio de orientação obrigatório para cursos a distância, enquanto o email pode ser ou não adotado como ferramenta pelo professor, do mesmo modo que as demais ferramentas apontadas. O número de 28% de professores que usam o WhatsApp como ferramenta pedagógica também é relevante considerando que esta é uma ferramenta com funcionalidade pedagógica recente, diferente das ferramentas do Google, que possuem um número bem maior de funcionalidades, a saber o Google Drive permite compartilhamento de informações, escrita colaborativa de textos, nuvem para arquivamento de informações, formulários para elaboração de instrumentos de coletas de dados, slides para apresentação entre outras funcionalidades. Já o G-talk além de facilitar a comunicação (mesmo em locais com baixa resolução de internet) através de bate-papo, possui o recurso sem custo de chamadas, vídeo-chamadas, chamadas coletivas e webconferences.

Quando questionados como essas ferramentas podem auxiliar na orientação e aprendizado dos alunos, se tem opiniões que se complementam, uma vez que 50% dos entrevistados acreditam que estas ferramentas são usadas para explorar os conteúdos de forma interdisciplinar e interativa, enquanto que 33% acreditam no uso desta, como modo de compartilhar reflexões e realizar intercâmbios de conhecimentos, e 22% como ferramentas de interação entre aluno-professor e aluno-aluno. É importante destacar que num processo de orientação de TCC, no que se refere o papel do orientador, o fundamental é a mediação e a interação, ou seja, até mais que a exploração do conteúdo.

Ao serem questionados se a adoção e uso de ferramentas diversas permitiu o alcance dos objetivos de aprendizagem e orientação dos alunos 66% dos professores afirma que completamente, somados aos 33% dos que acham que parcialmente. O que leva a um otimismo no sentido que em nenhumas das questões relacionadas a esta adoção houve percentual negativo quanto ao uso destas ferramentas.

5. Considerações Finais

Ao afirmar que o papel do professor é de extrema relevância para o desenvolvimento do aluno, este papel se torna ainda mais relevante quanto se refere a função de professor orientador, pois além de conduzir o processo de construção, este deve atuar diretamente para a satisfação deste através de um atendimento diferenciado e caracterizado pela afetividade. A este professor cabe estimular, incentivar e promover a curiosidade dos alunos, além de traçar um percurso a ser percorrido para construção do TCC e estratégias para que o aluno não desista.

O planejamento de como e que instrumentos utilizar nesse processo se faz fundamental, pois cabe a este professor ser o suporte e norte para o processo. Sendo assim, o uso de ferramentas diversas assume função primordial, e é nesse contexto que se faz relevante utilizar ferramentas tecnológicas com vistas à interação e comunicação para auxiliar neste processo de mediação. O uso dessas ferramentas, à medida que auxilia na referência acadêmica, serve também a aprendizagem e resolução de dúvidas e questionamentos existentes.

Esta pesquisa aponta para a importância de estimular a formação de professores que atuam na orientação de TCC, para uso de ferramentas tecnológicas fundamentais a comunicação, mediação e interação, o que se percebeu é que mesmo que esses professores conheçam algumas das ferramentas apontadas, muitos não as utilizam com fim didático. Outro dado evidente é que o processo de orientação de TCC promoveu o desenvolvimento de estratégias diversas, o que faz com que esse processo se configure como inovador.

Referências Bibliográficas

BRASIL. (2010). MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Resolução Nº 8, de 30 de Abril de 2010.

CARVALHO, A. A. A. (2008) Manual de Ferramentas Web 2.0 para professores. Lisboa: Ministério da Educação.

CARVALHO, F. C. A. (2010). Tecnologias que educam: ensinar e aprender com tecnologias da informação e comunicação. São Paulo: Pearson Prentice Hall.

FAVERO, R. P.; NUNES, V. B.; NOBRE, I. A. M. (2011). Metodologia de Gestão das Orientações de TCC em Cursos a distância. In: CIAED - 17º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, Manaus.

MASETTO, M. T. (2000). Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, J. M.; MASETTO M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, p. 133-173.

MENDONÇA, M. P. C.; PIGNATA, M. I. B.; BUENO, M. A. F.; MENDONÇA, C. T. P. C. (2010). Orientação de Monografias na Educação a Distância. In: 3º Seminário de Educação em Rede, Anais - 3º Seminário de Educação em Rede.

OLLIVIER, B. (2012) As ciências da comunicação: teorias e aquisições. Tradução: Gian Bruno Grosso. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 384p.

PEREZ, F. G.; CASTILLO, D. P.(1994). La mediación pedagógica. Buenos Aires: Ciccus.

PRIMO, L.; SILVA C. R. O. (2007). A Prática de Orientação a Distância na Elaboração de TCCs.. Disponível em: <www.abed.org.br/congresso2007/tc/424200725707PM.pdf>. Acesso em: 29/03/2016.

SÁ, S.P. (2002). Netnografia nas redes digitais. In: PRADO, José Luiz Aidar (Org.). Crítica das práticas midiáticas: da sociedade de massa às ciberculturas. São Paulo: Hacker Editores, p. 147-164.

SILVA, B. D. (2008). A tecnologia é uma estratégia. In: SALGADO, Maria Umbelina Caiafa (Org). Tecnologias da educação: ensinando e aprendendo as TIC: guia do cursista. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação à Distância.

1. Pedagoga, Mestranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - São Luís - MA – Brasil. isismonteles@gmail.com
2. Mestre e Doutor em Educação, Professor Permanente do Mestrado em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - São Luís - MA – Brasil. jbbj@terra.com.br
3. Pedagoga, Mestranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - São Luís - MA – Brasil. liviamarianacosta@gmail.com

4. Jornalista, Mestranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - São Luís - MA – Brasil. walline_alves@hotmail.com