Espacios. Vol. 37 (Nº 24) Año 2016. Pág. E-1

Implantando o laboratório de educação matemática na formação de professores: análise inicial de uma pesquisa-ação

Deploying mathematics education lab in teacher training: initial analysis of an action research

Caroline Subirá PEREIRA 1; Guataçara dos SANTOS Junior 2; Simone LUCCAS 3; Rudolph dos Santos Gomes PEREIRA 4

Recibido: 13/04/16 • Aprobado: 15/05/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Referencial Teórico

3. Metodologia

4. Análise, discussão e considerações

Referências bibliográficas


RESUMO:

Este artigo é resultado de análise inicial da implantação do Projeto Laboratório de Educação Matemática, realizado no ano de 2015 na Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus Cornélio Procópio. O Projeto foi elaborado com intenção de proporcionar aulas de Matemática mais dinâmicas, repensando as atitudes no período de formação inicial dos professores. Seguindo a metodologia Pesquisa-ação, este trabalho investigou-se quais avanços são notáveis a partir da implantação do referido Projeto por meio da análise dos relatos do acadêmicos envolvidos. Os resultados mostram que a implantação do Laboratório de Educação Matemática contribui com a formação do professor de Matemática.
Palavras-chaves: Laboratório de Educação Matemática; Formação de Professores; Educação Matemática.

ABSTRACT:

This article is the result of an analyse of implementation of Mathematics Education Laboratory Project , that was realised in 2015 at the University of Northern Paraná – Campus Cornélio Procópio. The project was elaborated with the intention to provide more dynamic mathematics classes and rethinking the attitudes at the teacher formation initialperiod. The methodology of search and action was followed, and , this study investigated which advances are remarkable since the implantation of that project, through analysis of academic reports involved. The results show that the implementation of the Mathematics Education Laboratory contributes to the training of teachers of mathematics.
Keywords: Mathematics Education Laboratory; Teacher training; Mathematics education

1. Introdução

São muitas as dificuldades para alcançar êxito no ensino e na aprendizagem da Matemática. Essa área, em tempos históricos, foi taxada como inacessível para muitos, o que, segundo alguns pesquisadores, traz consequências negativas até os dias atuais.

É comum ouvir a afirmação de alguns alunos em relação ao desgosto pela Matemática ou que consideram uma das disciplinas mais difíceis e árduas de sua grade curricular. Muitas vezes a Matemática é dita como disciplina rigorosa, cheia de formalidades e expressões incompreensíveis pelos estudantes. Essas percepções a cerca da Matemática acarretam em baixo desempenho dos alunos conforme mostra as avaliações em larga escala como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), entre outras.

Com o objetivo de contribuir para a diminuição dessas situações e possibilitar um ensino e uma aprendizagem da Matemática mais dinâmica, o curso de licenciatura em Matemática da Universidade Estadual do Norte do Paraná, campus Cornélio Procópio, iniciou no ano de 2015 um projeto de Ensino que visava a implantação de um Laboratório de Educação Matemática cujos objetivos eram:

  1. Possibilitar troca de saberes entre acadêmicos, docentes e interessados;
  2. Motivar os acadêmicos a elaborarem inovações metodológicas para a educação matemática;
  3. Criar um ambiente de modo formalizado (sala específica) para experimentos da educação matemática em todos os níveis de ensino;
  4. Contribuir com a formação do futuro professor de matemática;
  5. Permitir reflexões constantes sobre a educação matemática;
  6. Criar um acervo de materiais manipuláveis, informatizados ou outros úteis para aprendizagem em matemática. (LUCCAS, 2015)

O presente artigo é um recorte do estudo sobre implantação do Laboratório de Educação Matemática e tem por objetivo investigar as contribuições para a Educação Matemática a partir das práticas realizadas sob orientação dos professores envolvidas no Projeto. Desse modo, espera-se mapear e analisar os objetivos alcançados no primeiro quadrimestre de desenvolvimento das atividades do Projeto com intuito de divulgar e incentivar outras Instituições a implantarem o referido Laboratório.

As primeiras ações de implantação do Laboratório envolveram os alunos do 2º ano do curso de Matemática durante algumas aulas da disciplina de Didática da Matemática e outros encontros fora da sala de aula. O Projeto implantado em agosto contou com as ações: Leituras e momentos de reflexões sobre a definição do Laboratório de Educação Matemática; Estudos sobre relatos de experiências de outras Universidades e Faculdades que implantaram o Laboratório de Ensino ou de Educação Matemática no curso de licenciatura em Matemática, Confecções de materiais manipuláveis e jogos, e apresentação de Seminários entre os alunos participantes do Projeto envolvendo a temática: Laboratório de Educação Matemática, materiais manipuláveis e jogos.

2. Referencial Teórico

A ideia de implantar um Laboratório de Educação Matemática no curso de formação de professores não é nova, trata-se de uma linha de concepções já existente e para fortalecer e reconhecer a importância da existência do mesmo neste trabalho fundamenta-se principalmente nos autores: Lorenzato (2009), Varizo e Civardi, (2011) e Rodrigues e Gazire (2015).

O nome Laboratório de Educação Matemática, e não Ensino da Matemática, ou simplesmente Matemática justifica-se pelo termo Educação Matemática ser mais abrangente e mais comprometido com o que se pretende alcançar num curso de formação de professores, atingindo não somente o ensino, mas também a aprendizagem, a didática, experimentos e divulgações do conhecimento científico, pois segundo Rodrigues e Gazire (2015):

É no ambiente do Laboratório de Educação Matemática que serão desenvolvidos: estudos, pesquisas sobre o ensino e aprendizagem da Matemática, projetos de extensão, atividades experimentais, metodologias para o ensino da Matemática e difusão do conhecimento (p. 76).

Segundo a definição de Laboratório de Educação Matemática dada por Rodrigues e Gazire (2015), considera-se necessário a existência desse ambiente (Laboratório de Educação Matemática) na formação de professores, onde o acadêmico deve fazer parte de todo o processo de construção do saber, por meio de ações práticas, desenvolvendo principalmente metodologias, pesquisas sobre o ensino e aprendizagem da Matemática e atividades experimentais. Ainda nessa concepção, para Perez, apud Turrioni e Perez (2009):

[...] a formação inicial deve proporcionar aos licenciados um conhecimento gerador de atitude que valorize a necessidade de uma atualização permanente em função das mudanças que se produzem, fazendo-os criadores de estratégias e métodos de intervenção, cooperação, análise, reflexão e construção de um estilo rigoroso e investigativo (p.58 e 59). 

Além de contribuir com as especificações acima, o Laboratório de Educação Matemática trás contribuições para a disciplina de Estágio Supervisionado e também para as demais disciplinas que compõem a grade curricular do curso de licenciatura em Matemática. Isso possibilita que o futuro professor "compreenda a si mesmo, a sociedade, o mundo em que vive e passe a exercer de forma crítica e autônoma a cooperação, a criatividade e a liberdade" (VARIZO, 2011. p.30).

Como o Laboratório de Educação Matemática é visto como um ambiente de produções, estudos e pesquisas voltados para o avanço da Educação Matemática, a criação desse ambiente no curso de formação inicial de professores pode possibilitar discussões abertas acerca do ensino e da aprendizagem, além de incentivar os acadêmicos em atividades de pesquisa científica, pois é um local de crescimento profissional e pessoal com liberdade para novas descobertas.

Turrioni e Perez (2011) defendem a importância da existência do Laboratório de Educação Matemática quando escrevem:

[...] justifica-se a criação do Laboratório de Educação Matemática para garantir a práxis educativa na área da matemática, pois é com a participação do licenciando em um ambiente de pesquisa que se poderá promover alguma mudança significativa nessa área (p.63).

Conforme afirmam os autores, compreende-se que o Laboratório permite a junção das teorias vistas nas disciplinas pedagógicas e dos conteúdos matemáticos específicos, levando ainda, troca de experiências entre os acadêmicos, conquistando uma prática autônoma e crítica para os futuros professores.

Nessas perspectivas, Turrioni e Perez (2011) ainda afirmam que:

Um Laboratório na área de Educação Matemática pretende preparar novos professores com uma formação mais próxima das pesquisas recentes e imbuídos de um sentimento de indagação e procura. Visa também desenvolver no licenciando a atitude de indagação; buscar o conhecimento; aprender a aprender; aprender a cooperar; desenvolver a consciência crítica (p.64).

Partindo da ideia de que o referido Laboratório visa desenvolver temáticas recentes, e reconhecendo a atual dificuldade de aprendizagem dos alunos em todos os níveis escolares, principalmente pela mesma ser considerada difícil e inacessível para os alunos e muitas vezes apresentada de modo extremamente informal sem ponte de relação com a linguagem dos estudantes. Ressalta-se que entre os objetivos da implantação do Laboratório de Educação Matemática no curso de formação inicial de professores constam: possibilitar elaboração, criação ou mesmo reprodução de materiais manipuláveis que visem um ensino e uma aprendizagem dinâmicos com a participação ativa do aluno na construção do conhecimento.

Santos e Cury (2011), mesmo sem abordar o Laboratório de Educação Matemática, afirmam em um de seus trabalhos que o material manipulável, um dos focos que estão sendo trabalhado no Projeto implantado na Universidade Estadual do Norte do Paraná, é um aliado para o professor que trabalha no ensino da Matemática, e confirmam que:

Seu uso é justificado pela possibilidade de tornar as aulas de Matemática mais dinâmicas e atrativas para os estudantes, o que contribui para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. No entanto, é necessário que seja feito um planejamento adequado para seu uso, pois o professor assume a função de mediador, desafiando os alunos para a resolução dos problemas por meio dos materiais disponibilizados (SANTOS, CURY, 2011, p. 51).

Com base no que foi apresentado, admite-se a relevância de trabalhar com construções de materiais e recursos gerais para o ensino e a aprendizagem da Matemática durante o processo de formação do docente, visto que ao possibilitar vivências entre os acadêmicos da licenciatura acumula-se uma somatória de experiências diferenciadas para uma futura atuação visando aulas de Matemática mais dinâmicas e atrativas para os alunos.

3. Metodologia

Para atingir o objetivo do Projeto, o público foi os onze acadêmicos do 2º ano de Matemática, matriculados e cursando regularmente a disciplina de Didática da Matemática. Também houve a participação de outros membros do corpo docente do Colegiado de Matemática e alunos do curso.

Essa pesquisa é classificada como parte de uma pesquisa-ação, no qual segundo Koerich et al. (2009):

A pesquisa-ação, em outras palavras, abarca um processo empírico que compreende a identificação do problema dentro de um contexto social e/ou institucional, o levantamento de dados relativos ao problema e, a análise e significação dos dados levantados pelos participantes. Além da identificação da necessidade de mudança e o levantamento de possíveis soluções, a pesquisa-ação intervém na prática no sentido de provocar a transformação. Coloca-se então, como uma importante ferramenta metodológica capaz de aliar teoria e prática por meio de uma ação que visa à transformação de uma determinada realidade (p. 1).

A identificação do problema surgiu da reflexão de alguns componentes do corpo docente do curso de Licenciatura em Matemática, que sentiram a necessidade de mudanças no curso, propiciando novas oportunidades de experiências e acréscimos de conhecimentos e práticas pedagógicas na formação dos acadêmicos.

Quantos aos dados utilizados para a análise desse artigo é importante ressaltar que:

A Pesquisa-ação exige uma estrutura de relação entre os pesquisadores e pessoas envolvidas no estudo da realidade do tipo participativo/ coletivo. A participação dos pesquisadores é explicitada dentro do processo do "conhecer" com os "cuidados" necessários para que haja reciprocidade/complementariedade por parte das pessoas e grupos implicados, que têm algo a "dizer e a fazer". Não se trata de um simples levantamento de dados. (Baldissera, 2001, p. 6).

O processo metodológico da Pesquisa-ação deste trabalho segue as concepções de Engel (2000), no qual, segundo ele, a pesquisa é construída por meio de fases, sendo elas: Identificação do Problema; Pesquisa Preliminar; Levantamento de Hipótese, Desenvolvimento de um Plano de Ação; Implementação do Plano de Ação; Coleta de dados para Verificação dos Efeitos de Implementação; Análise desses dados e Publicação dos Resultados.

Partindo desses pressupostos, o referido Projeto inicia-se com o reconhecimento da problemática atual do ensino e da aprendizagem da Matemática e da constatação de pesquisas sobre as concepções de alunos da Educação Básica a respeito da disciplina de Matemática. Levantou-se a hipótese de que a criação de um Laboratório de Educação Matemática no curso de formação inicial de professores pode contribuir significativamente com a Educação Matemática conforme referencial teórico apresentado.

Seguindo essa linha, um plano de ação foi elaborado por alguns docentes do curso e colocado em prática inicialmente com os alunos do 2º ano de Matemática na disciplina de Didática da Matemática.

Os dados utilizados para a análise do Projeto foi um relato escrito sobre a experiência vivenciada pelos acadêmicos até o momento com o Laboratório de Educação Matemática, relatando as suas experiências com o uso dos materiais manipuláveis confeccionados.

4. Análise, discussão e considerações

Na concepção dos professores pesquisadores a análise dos textos produzidos pelos acadêmicos apresentou resultados satisfatórios, pois mesmo considerando o início de implantação do projeto, este traz resultados relevantes segundo as impressões dos acadêmicos. É salutar mencionar que foi empregada uma análise qualitativa livre nos dados. Essa análise visou fragmentar alguns trechos dos textos dos acadêmicos e analisar relações diretas e/ou indiretas com o referencial teórico levantado neste trabalho.

Na sequência são apresentados trechos extraídos dos textos. Codificou-se cada texto como T1, T2,..., sendo T o símbolo de texto e o número a identificação do acadêmico. A ideia dessa codificação é preservar a identidade dos envolvidos nessa pesquisa. É importante lembrar que todos os acadêmicos deram o consentimento para a utilização de seus dados.

T1 – "No meu ponto de vista a utilização dos materiais manipuláveis juntamente com o Laboratório de Educação Matemática pode proporcionar aos alunos uma experiência diferenciada dentro da sala de aula, pois com esses materiais o aluno consegue visualizar a matemática além de equações, fórmulas e contas, ele consegue ter um entendimento mais amplo desse campo".

Neste trecho, o acadêmico refere-se aos materiais manipuláveis que foram elaborados. Dentre esses materiais destacamos: Cubo-Soma, Jogo da Multiplicação, Geoplano e Geoespaço, Demonstração do Teorema de Pitágoras com areia, entre outros. Com o texto do acadêmico, identifica-se que o mesmo concorda, após sua experiência no Laboratório de Educação Matemática, com as afirmações de Santos e Cury (2011) a respeito do uso do material manipulável como sendo uma ferramenta para melhorar o processo de ensino e aprendizagem da Matemática.

Em um dos trechos do T2, o acadêmico deixa explícito que compreendeu a necessidade de mudanças na prática do professor, no qual registra que o Laboratório:

T2 – "é uma forma diferenciada de o professor trabalhar em suas aulas".

Turrioni e Perez (2011) são dois dos autores que defendem essa abordagem da existência do Laboratório de Educação Matemática na formação do professor, na qual possibilita a busca pelo conhecimento enfatizando o "aprender a aprender".

Quanto à divulgação do Projeto Laboratório de Educação Matemática nota-se essa preocupação na escrita de acadêmico no T3, no qual se lê:

T3 – "E esperamos que futuramente outros alunos da instituição possam usar os jogos em seus estágios e que escolas da cidade possam ir visitar o Laboratório de Educação Matemática, com isto estaríamos colocando cada vez mais o que aprendemos em prática".

Essa preocupação é importante, pois demonstra postura de acadêmico já preocupado com a prática do professor e aproveitamento do que foi desenvolvido. O próprio acadêmico ainda ressalta a questão de seu futuro Estágio Supervisionado, outra disciplina do curso de licenciatura, que conforme citado no referencial teórico desta pesquisa, pode ser beneficiada pela implantação do Projeto Laboratório de Educação Matemática, pois os acadêmicos já enxergam futuras práticas para realizar experimentação.

O acadêmico autor do T6 ressalta muito bem a questão da experiência em sua formação:

T6 – "A aplicação de um Laboratório de Matemática no recinto da universidade foi muito bom, pois estará levando tanto os professores como os alunos a um mundo fora de seus pensamentos. Este laboratório garante a nós graduandos (discentes) a uma formação melhor, que irá contribuir para o nosso futuro, no qual nós futuros professores podemos levar este projeto a nossas futuras escolas, futuras salas de aulas".

Esse relato confirma a percepção construída pelos próprios acadêmicos de que o Laboratório de Educação Matemática contribui com a formação inicial do professor. Além disso, puderam perceber a variedade de recursos existentes para o ensino da Matemática. O trecho do texto T7 confirma essa informação sobre a variedade:

T7 – "Eu achei as atividades realizadas super interessantes, pois fogem um pouco do que estamos acostumados a fazer, principalmente os materiais manipuláveis que tivemos que construir, e também demonstrar como eles deverão ser usados em sala de aula, no início pareceu uma atividade meio complicada, mas depois vimos que há bastante informação a respeito, tanto que cada grupo trouxe um material que se tratava de um conteúdo diferente, nada repetitivo, e todos super acessíveis".

Esse trecho do T7 destaca a questão da valorização do ato de gerar atitude, visto que os acadêmicos partiram de suas indagações e buscaram novidades como possibilidade de solução, e por meio de reflexão e estudo cooperativo, alcançaram o sucesso nas ações.

Outro ponto interessante, identificado em um dos textos, é que os materiais construídos no Laboratório de Educação Matemática já estão sendo levado a alunos da Educação Básica, pois o esse acadêmico já é professor e registrou em seu texto que:

T8 – "Um dos jogos que mais me chamou a atenção foi o da tabuada, no qual confeccionei um e utilizei em minha sala de aula do 4º ano do ensino fundamental, os alunos simplesmente adoraram, pedem todos os dias o jogo".

A frase "simplesmente adoraram, pedem todos os dias" ressalta que o Laboratório de Educação Matemática aplicado na formação dos professores contribuirá satisfatoriamente para o ensino dinâmico e prazeroso dos futuros (ou atuais, neste caso) alunos dos acadêmicos.

O primeiro parágrafo do T9 confirma a satisfação do acadêmico na inovação do ensino, pois afirma que:

T9 – "O laboratório de Matemática criado na Universidade foi uma iniciativa muito importante para o desenvolvimento dos discentes e dos docentes. Pensando em sempre buscar novas maneiras para ensinar e saindo do sistema clássico onde o professor é um mero reprodutor do conhecimento".

Pode-se afirmar ainda que, esse trecho vem de encontro com o que foi apresentado no referencial teórico, no qual foi firmada a possibilidade do Laboratório de Educação Matemática ser um ambiente de pesquisa para o acadêmico, permitindo novas buscas acrescidas de construção de conhecimento didático e específico do conteúdo.

Outras considerações gerais, também consideradas positivas, foram citadas pelos textos ainda não mencionados, como:

T10 – "[...] no Laboratório, com o auxilio de materiais manipuláveis o aluno não irá somente decorar o conteúdo, mas sim aprender [...]"

Nesse trecho o acadêmico destaca a possibilidade da verdadeira compreensão do conteúdo por meio dos recursos pedagógicos apresentados.  No T5 nota-se a presença da questão do despertar a atenção do aluno, ou seja, em outras palavras, a motivação dos alunos:

T5 – "[...] um método que possivelmente despertará a atenção dos alunos". 

Os excertos dos acadêmicos 4 e 11 fecham as análises registrando que o Projeto Laboratório de Educação Matemática

T4 – "[...] auxilia todos nós como futuros professores"

T11 – "[...] oportunizou a manipulação na prática de materiais manipuláveis"

Com isso conclui-se que as discussões, as práticas realizadas, os seminários, as leituras e as pesquisas realizadas com os acadêmicos do 2º ano de Matemática não foram ações para simplesmente cumprir as tarefas planejadas e sim para somar contribuições na formação dos futuros , assim como foi levantado no referencial teórico, além de possibilitar motivação para o corpo docente do curso a continuar com o Projeto na Instituição e ainda motivar outras Instituições a refletirem e a colocarem em prática Projetos como esse.

Por fim, conclui-se que o Projeto Laboratório de Educação Matemática apresenta indícios de estar alcançando os objetivos traçados, porém cabe aos acadêmicos e professores envolvidos dar continuidade ao Projeto de modo a constituir um trabalho integrado às demais ações do curso com constantes reflexões e novas práticas na formação de professores.

Referências bibliográficas

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LORENZATO, S. (organizador) O Laboratório de Ensino de Matemática na Formação de Professores. 2 ed. Campinas: Autores Associados, 2009.

LUCCAS, S. Projeto de Ensino da Universidade Estadual do Norte do Paraná: Laboratório de Educação Matemática. Cornélio Procópio, 2015.

RODRIGUES, F. C., GAZIRE, E. S. Laboratório de Educação Matemática na Formação de Professores. 1 ed. Curitiba: Editora Appris, 2015.

SANTOS, D. C., CURY, H. N. O Uso de Materiais Manipuláveis como Ferramenta na Resolução de Problemas Trigonométricos. Vidya, v. 31, n. 1, p. 49-61, jan./jun., Santa Maria, 2011.

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VARIZO, Z. C. M. Concepção e Implementação de um Laboratório de Educação Matemática no Ensino Superior. In: VARIZO, Z. C. M., CIVARDI, J. A. (organizadoras) Olhares e reflexões acerca de concepções e práticas no Laboratório de Educação Matemática. Curitiba: Editora CRV, 2011.

VARIZO, Z. C. M., CIVARDI, J. A. (organizadoras) Olhares e reflexões acerca de concepções e práticas no Laboratório de Educação Matemática. Curitiba: Editora CRV, 2011.


1. Universidade Tecnológica Federal do Paraná/Universidade Estadual do Norte do Paraná carolinepereira@uenp.edu.br
2. Universidade Tecnológica Federal do Paraná: guata@utfpr.edu.br
3. Universidade Estadual do Norte do Paraná: simoneluccas@uenp.edu.br

4. Universidade Estadual do Norte do Paraná: rudolphsantos@uenp.edu.br


 

Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 24) Año 2016

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