Espacios. Vol. 37 (Nº 33) Año 2016. Pág. 12

Modelo interativo e aberto: repensando o papel da Universidade na geração do conhecimento e da inovação

Interactive and open model: Rethinking the role of the University in the generation of knowledge and innovation

Luciano Maciel RIBEIRO 1; Silvia Silva da Costa BOTELHO 2; Nelson Lopes DUARTE FILHO 3

Recibido: 17/07/16 • Aprobado: 13/08/2016


Conteúdo

1. Introdução

2 -Referencial teórico

3. Considerações finais

4. Referencias


RESUMO:

A inovação e o conhecimento passaram a ocupar um papel importante no crescimento e desenvolvimento econômico, impactando na competividade das empresas, consequentemente na economia como um todo. Compreender como a inovação acontece e as formas de obter melhores resultados, é imprescindível para o desenvolvimento regional e nacional. Nesse contexto, entender o papel da Universidade nesse processo é fundamental. Os modelos de inovação são conhecidos na literatura, principalmente, a partir da década de 50, um dos primeiros modelos reconhecidos foi o modelo linear, o qual divide em cinco etapas o processo de inovação. Um sistema de inovação interagindo de forma adequada, capaz de atrair incentivos públicos e privados para uma região, podem melhorar os resultados da inovação. Esses resultados estão associados a a qualidade das relações estabelecidas entre os diferentes atores. Este estudo tem por objetivo apresentar uma reflexão teórica sobre o papel da universidade no processo de inovação.
Palavras-chave: Ambientes de Inovação; Modelos de inovação; Universidade.

ABSTRACT:

Innovation and knowledge have come to occupy a significant role in economic growth and development, thus taking responsibility for some changes in the competitiveness of companies, hence the economy as a whole. Understanding how innovation happens and ways to get better results, it is essential for regional and national development. In this context, University understands the role of this process is critical. Innovation models are known in the literature, especially from the 50's, one of the first models was recognized the linear model, which has the five-step process of innovation. An innovation system interacting properly, able to attract public and private incentives for a region can improve the results of innovation. These results are associated with the quality of relations between the different actors. This study aims to present a theoretical reflection on the role of universities in the innovation process.
Keyword: Innovation Model; University; areas of innovatio

1. Introdução

O contexto atual da economia é marcado fortemente pela competividade. Numa perspectiva moderna, a inovação está na pauta dos gestores, integrando a agenda de muitas empresas. Logo melhorar ou criar uma tecnologia inovadora, passa pela integração com diferentes atores no processo de inovação, os quais podem contribuir com a qualidade e ampliação do ciclo de vida de um produto ou serviço, bem como a apropriabilidade das inovações. De forma a assegurar uma relação positiva entre ciência, tecnologia e inovação.

A tecnologia precedeu a ciência por alguns milhares de anos, foi após a segunda metade do século XVIII que a ciência começou a ter um efeito sobre a indústria. Após este período, as pessoas passaram a perceber a tecnologia como um resultado da ciência, onde a aplicação do conhecimento científico pré-existente é fato gerador da tecnologia. A Ciência e a Tecnologia interagem em uma relação complexa entre iguais. Muitas das necessidades da sociedade são satisfeitas com produtos ou serviços, desenvolvidos sem a compreensão científica completa da inovação (VERNARDAKIS, 2016).

O crescimento econômico está associado a superação de gaps tecnológicos, os quais podem ser reduzidos com um ativo papel das universidades, mesmo não havendo consenso sobre o formato da inserção no Sistema Nacional de Inovação. As Universidades, empresas e Institutos de pesquisa, devem incorporar redes de inter-relações, estreitando fortemente os laços, constituindo um suporte para a sociedade do conhecimento (BRISOLLA et al. 1997).

Desenvolver a capacidade de  inovação contribui para a inserção de um país na sociedade do conhecimento, ela se relaciona diretamente com a geração de novos saberes em diversos contextos. A geração de inovação e a criação devem ser significativas, úteis, autônomas, autorreguladas, planejadas e progressivas, de maneira que a relação entre conhecimento e a capacidade inovadora se torne indissociável (RUIZ et al. 2010). O desenvolvimento e a difusão de inovações tecnológicas precisam fortemente de ações de governança, capazes de contribuírem socialmente e de forma sustentável com os ambientes onde estão inseridos (HILMAN et al., 2011).

Segundo Edquist e Johnson (2005) as inovações tecnológicas representam a introdução na economia de novos conhecimentos ou novas combinações de conhecimento existente, as inovações são resultado principalmente dos processos de aprendizagem interativa, envolvendo além do P&D, uma relação com atividades econômicas normais e cotidianas, como compras produção e marketing, reconhecendo a inovação como algo que ocorre dentro das empresa, tanto no nível individual quanto ao institucional, entre empresa e consumidores, entre as diferentes empresas, assumindo nesse contexto um caráter cumulativo decorrente da aprendizagem e da interação.

Nas sociedades do conhecimento, as atividades de pesquisa não se reduzem apenas a geração de novos saberes, também implica na promoção e distribuição, transferência, uso e aplicação por parte dos diferentes setores sociais e isso se justifica mediante diversos mecanismos: por exemplo, o impulso e o desenvolvimento de Parques científicos e Tecnológicos para incrementarem o número de patentes (RUIZ et al. 2010).

O conhecimento nestes ambientes representa uma ordem sócio-científica onde uma visão centrada no conhecimento passa a contribuir diretamente para a sustentabilidade das ações realizadas, permitindo uma visão de mundo centrada no conhecimento (CHOUDHURY e KORVIN, 2001).

Para Etzkowitz (2009), o crescimento da economia atual baseada em conhecimento, está relacionado à interação entre a universidade, indústria e governo, em que este modelo, denominado tríplice hélice, alcança seu objetivo através da utilização dos Ambientes de Inovação.

2. Referencial teórico

Para embasar este estudo, foi realizado a construção de um referencial teórico nesta seção, onde são apresentados conceitos sobre: modelos de inovação, os quais refletem sobre o funcionamento dos processos de inovação e suas implicações, relação entre os Ambientes de Inovação e a participação direta da universidade. A inclusão dos modelos está associada a pesquisa por propostas dessa área, que possuem muita ocorrência nas bases de dados, foi utilizado a Base Scopus na etapa inicial, após este processo de definição dos modelos foi construído este referencial. O objetivo do trabalho é apoiar pesquisas que tenham como foco o papel da universidade neste tipo de processo. Fortalecendo a interação e a apropriabilidade da inovação.

2.1 Modelo linear

Rothwell (1994) classificou em cinco gerações os avanços nos modelos de inovação, reconhecendo que elas avançaram do sentido de Science push para o Market pull, sendo o principal diferencial das novas gerações, a presença de diversos atores em todas as etapas do processo de inovação, mas consolidando um modelo interativo em rede, após a quinta geração.

A reflexão sobre a natureza e as características do processo de inovação foi dominada por uma visão linear, principalmente entre a década de 50 até a década de 80, onde a inovação era vista como resultado da ciência, a qual se transformava em tecnologia, depois em conhecimento disponível em condições de ser aplicado, permitindo desenvolver produtos e depois comercializa-los. Vista assim, como etapas sequenciais e hierárquicas no processo de inovação, a pesquisa científica configurava como um formato de ação exógena ao mercado (MARQUES e ABRUNHOSA, 2005).

A Figura 1 mostra a relação de causalidade partindo da ciência até inserção no mercado, torna-se assim uma forma de compreender o processo como algo linear, homogêneo e bem-comportado (KLINE e ROSENBERG apud TONELLI, 2005).

Figura 1 - Modelo linear da inovação tecnológica

Fonte: Adaptado de Viotti e Macedo (2003, p.46)

Os autores Kline e Rosenberg apud Marques e Abrunhosa (2005) apresentam algumas críticas sistemáticas ao modelo linear, apresentando as distorções por diferentes aspectos:

  1. Eles afirmam que a ideia de que a maioria das inovações surgem do processo de pesquisa básica está equivocada, e que a utilização e recombinação do conhecimento já disponível é que desencadeia o processo de inovação; a inexistência de conhecimento para a resolução de problemas torna-se o principal fator para a necessidade de investigação. Logo, a pesquisa passa a existir quando o estoque de conhecimento não responde às necessidades do mercado.
  2. Outra crítica ao modelo linear, associa-se ao fato do conhecimento tecnológico frequentemente preceder o conhecimento científico, possibilitando a existência e o desenvolvimento de muitas atividades produtivas sem a sustentação direta do conhecimento científico. Este pensamento rompe com a linearidade do proposto no modelo, a partir da evidência que o progresso da tecnologia facilita o desenvolvimento da própria ciência, pois elabora modelos em condições de sistematizar o conhecimento tecnológico existente. E que a aproximação é fundamental para completar o desenvolvimento tecnológico, evidenciando que a tecnologia não é apenas ciência aplicada.
  3. A terceira crítica consiste no reconhecimento do caráter interativo necessário para consolidar uma invenção, a qual o modelo linear ignora, pois todo o avanço científico precisa de experimentação, retorno de informações dos consumidores, sendo uma fonte essencial de informação, a qual possibilita correções contribuindo para as expectativas e o sucesso do desenvolvimento. Logo, a inovação deve ser interativa, não pode ser um processo nem hierárquico e muito menos unívoco, assumindo a interatividade como característica essencial.

Existem outras formas de reflexão sobre o modelo linear, durantes as décadas de 50,60 e 70, a maioria dos pesquisadores de inovação, definiram o modelo linear a partir do “Science-Push”, como o apresentado na Figura 1, onde a Pesquisa Básica é a fonte para a inovação, outro modelo linear é apresentado na Figura 2, onde a fonte altera para as demandas tanto sociais como econômicas como determinantes para o início do processo de inovação, sendo este modelo denominado de “Demand-Pull” (MANLEY 2002).

O modelo linear apresenta uma visão fracionada, por etapas, resumindo o processo de inovação a uma série de passos entre a ciência e o mercado. Reconhecendo a ciência como fonte única para os processos de invenção, e colocando a pesquisa básica como etapa inicial do processo de inovação, sem reconhecer o mercado e suas necessidades. Nessa visão o potencial de criação de invenções, são advindas de conhecimento científico, não sendo reconhecidas as observações e as interações associadas ao conhecimento empírico. Já no modelo “Demand-Pull” existe uma inversão onde existe o reconhecimento das necessidades das sociais e empresarias como fonte para a inovação, mas mantém a linearidade e a fragmentação das etapas.

Figura 2 - Modelos lineares Science-Push e Demand-Pull

Fonte: Adaptado de Manley (2002)

Segundo Cantamessa e Montagna (2016) o investimento no processo de inovação não só é demorado, mas altamente arriscado, especialmente nas fases associadas a Pesquisa Básica. Para os autores o modelo linear é um modelo simplista para a representação do processo de inovação, mas para uma primeira explicação sobre o fenômeno pode funcionar de forma razoável, eles destacam que os autores Kline (1985) e Edgerton (2004) desenvolveram modelos mais complexos, que mostram que o processo de inovação funciona de forma interativa, enfatizando a não linearidade. O autor destaca empresas como: Google, Facebook, Dell, Southwest e Ryanair, as quais são exemplos atuais de inovação que não se enquadram no modelo linear.

Os modelos lineares apresentam uma baixa sinergia entre os atores, devido a fragmentação por etapas do processo de inovação, contribuindo para problemas de escopo, tempo, custo, entre outros.

2.2 Modelo interativo

Para Equist (1997) as inovações representam novas criações de significado econômico em aspectos tecnológicos e organizacionais. O caminho para o desenvolvimento, não é linear, é um processo caracterizado por mecanismos de feedbacks complicados e por relações de interatividade com a ciência, a tecnologia, aprendizagem, entre outros. Segundo o autor, cada vez mais a inovação reside na interface entre a pesquisa e a atividade econômica, negando a prioridade de conhecimento pelo conhecimento, sem parcerias com outros atores no seu desenvolvimento.

O modelo interativo, apresentado na Figura 3, diferente do linear, define o papel da Pesquisa e da interação com o conhecimento científico e tecnológico, de forma ativa, ocorrendo interação em todas as etapas do processo de inovação. A integração em diferentes níveis não delimita o papel dos centros de pesquisa e das Universidades, ampliando a sinergia.

Figura 3 - Inovação Interativa
Fonte: Adaptado de Iacono et al. (2011)

Stokes (2006), a partir do olhar do Quadrante de Pasteur, aponta para diferentes conceitos de pesquisa básica e aplicada, ressaltando as diferentes abordagens, paradigmas e dicotomias entre ambas, ressignificando o papel da inovação tecnológica no contexto da ciência. Segundo o autor, após a consulta do Presidente Roosevelt ao engenheiro Vannevar Bush (diretor do Escritório de Pesquisa Científica e Desenvolvimento) para prever a ciência após a segunda guerra mundial, foi elaborado relatório do papel da ciência, o qual visava garantir que a relação entre Governo e pesquisa acadêmica fosse mantida, após a guerra, propondo uma nova instituição voltada para a Pesquisa Básica, reconhecendo que o papel dessa agência seria imprescindível para o futuro do país. Em 1950 a agência é criada, e esse período marcou, na visão do autor, o fortalecimento do modelo linear de inovação assim como da dicotomia entre as ciências básica e aplicada.

A posição para alguns autores sobre o papel de Bush é secundária, Godin (2006) destaca que o modelo não surgiu de forma espontânea, mas sim fruto de um desenvolvimento ao logo do tempo, que pode ser dividido em três etapas: aproximação da Pesquisa Básica e da Pesquisa Aplicada, o desenvolvimento experimental e a  produção e difusão. Essas etapas correspondem ao desenvolvimento do pensamento em três comunidades científicas e suas inserções nos respectivos campos de estudos, sendo: os Cientistas Naturais, as Escolas de Negócios e os Economistas. O autor ainda associa a construção do modelo linear a três prioridades políticas: apoio público à investigação universitária, relevância estratégica da tecnologia para o setor industrial e impacto da pesquisa na economia e sociedade.

Modelo Linear

Modelo não linear

O conhecimento básico é produzido antes e independentemente de aplicações

O conhecimento é produzido no contexto das aplicações

Organização da pesquisa de forma disciplinar

Transdisciplinaridade

Organizações de pesquisa homogêneas

Heterogeneidade e diversidade organizacional

Compromisso estrito com o conhecimento: os pesquisadores não se sentem responsáveis pelas possíveis implicações práticas de seus trabalhos

"accountability" e reflexividade: os pesquisadores se preocupam e são responsáveis pelas implicações não-científicas de seu trabalho

Tabela 1 -  Modos de produção de conhecimentos científicos
Fonte:  Adaptado de Schwartzman (2002)

Para  Stokes (2006), a concepção de que a fonte da inovação é resultado de etapas do modelo linear não é verdadeira, apresentando diferentes contribuições de inventores associadas fortemente a conhecimentos empíricos sobre os fenômenos, mas reconhece que o modelo americano é adotado por diferentes países e gestores de P&D, influenciando a política científica e tecnológica durante algumas décadas após a sua proposta.

Quanto a criação do conhecimento a forma linear de desenvolver a inovação está dissociada da aplicação no mercado, fortalecendo um formato disciplinar de pesquisa, reduzindo para os pesquisadores a importância das implicações práticas dos seus trabalhos, desta forma o modelo não linear, rompe com esse modelo, apresentando uma proposta transdisciplinar mais próxima da complexidade presente na inovação, eliminando assim, as incertezas na produção da ciência (SCHWARTZMAN, 2008).

2.3 Modelo de Inovação Fechada e Aberta

O termo Inovação aberta (open innovation) é modelo de inovação; proposto em 2003 por Henry Chesbrough, que busca contrapor o modelo vigente denominado pelo autor de Inovação fechada, conforme Figura 4. Configurando-se como um novo paradigma para as empresas e os ambientes de inovação, a alta concentração de pesquisadores de diferentes empresas nos Parques Tecnológicos e Incubadoras, tornam-se ambiente propício para a adoção desta metodologia. A adoção desta estratégia possibilita que muitas tecnologias possam chegar ao mercado, numa velocidade diferente do modelo de inovação fechada, abrindo espaço para alianças e parcerias.

Figura 4 - Inovação Fechada
Fonte: Adaptado de Chesbrough (2012)

A Inovação Fechada configura uma atuação do P&D, dentro dos limites físicos da empresa, onde o escopo de apropriabilidade da inovação é menor, pois ela não consegue ampliar as suas formas de receita nos mercados aplicáveis a inovação (venda/desinvestimento – Spin-off – Licenças), como ilustra a Figura 5.

Figura 5 – Pressões econômica sobre a Inovação
Fonte: Adaptado de Chesbrough (2012)

A redução do ciclo de vida dos produtos no mercado, associado a combinação de custos crescentes de desenvolvimento, comprimem a economia do investimento em inovação. É necessário destacar que esse aumento do custo poderia fortalecer as grandes empresas, mas o ciclo de vida menor garante pouco tempo de sucesso para uma tecnologia sobre a próxima (CHESBROUGH, 2012).

Figura 6 - Inovação Aberta
Fonte: Adaptado de Chesbrough (2012)

A orientação empresarial deve ter tão importante quanto a oferta de serviços e a integração com as Universidade e Instituições de Pesquisa. Dessa forma, fortalecendo a Inovação Aberta proposta por Henry Chesbrough. Segundo Jarvelin e Koskela (2004), os Ambientes de Inovação, de forma mais específica os Parques, possuem um papel de intermediários nas relações da rede, com potencial para agir alinhando os interesses das empresas localizados no ambiente, evitando a busca somente pelos interesses do próprio Parque.

Figura 7 – O novo modelo de negócio da Inovação Aberta
Fonte: Adaptado de Chesbrough (2012)

Segundo Cantamessa e Montagna (2016) o termo Open Innovation pode ser visto como um termo guarda-chuva, que engloba várias abordagens para o acesso e desenvolvimento de competências, olhando fora dos limites da empresa e seus arredores imediatos, o termo popularizado Chesbrough (2003), representa a identificação de práticas emergentes por um número de grandes empresas, entre as quais a Procter & Gamble.

2.4 Modelos de interação Universidade-Empresa-Governo

O objetivo de ampliar a relação universidade-empresa não é uma preocupação recente na gestão universitária, segundo Dagnino e Gomes (2015), diversos autores (Castro & Balán; Cerantola; Quirino; Stal; Weiss; Takayanagui), destacam que as mudanças na estrutura organizacional, para aproximar e intensificar a relação com o setor produtivo, estão acontecendo através da adoção de diversas estratégias como: critérios de contratação e remuneração, avaliação do ensino de graduação e da produtividade docente, entre outras.  Essas medidas visam contribuir com o desafio deste objetivo.

A passagem entre uma sociedade baseada na produção de bens materiais para uma sociedade fundamentada na produção de conhecimento, representa uma reorganização socioeconômica, bem como a restruturação interna da própria produção do conhecimento e as trocas com o ambiente social onde está se desenvolvendo, apoiando-se em modelos e conceitos como Tripla Hélice, Sistemas Locais de Inovação, Sistemas Produtivos Locais, Ambientes de Inovação (MACIEL, 2001)

2.5 Modelo de interação Triangulo de Sábato

Um dos modelos que apresenta uma reflexão da relação Universidade-Empresa-Governo nessa área é o  triangulo de Sábato, o qual é representado em cada vértice pelos atores: universidade (Infraestrutura Científico e Tecnológica), empresa (estrutura produtiva) e governo, conforme Figura 8. Cada vértice tem por objetivo básico  transformar-se em centros de convergência, capazes de gerar, incorporar e converter as demandas em um produto final, em inovação científica e tecnológica. As relações entre os vértices devem ser estruturadas de forma a assegurar esta capacidade, é necessário reconhecer que este processo está associado a diversas ações pertinentes ao  vértice superior (Governo) como, decisões políticas, alocação de recursos e integração da área científica e tecnológica. É difícil reconhecer que este vértice no desenvolvimento de uma economia é eficiente nesta capacidade, principalmente na América Latina (SABATO e BOTANA, 2011).

O papel da Universidade neste modelo, está relacionado a capacidade de responder de forma criativa as demandas geradas nas inter-relações presentes no ambiente, agregando qualidade aos agentes deste vértice. A pesquisa científica é um atributo essencial e está intimamente associada a qualidade dos recursos como laboratórios modernos, mas residindo fortemente na qualidade dos pesquisadores por ser essa ser uma ação resultante da inteligência humana (SABATO e BOTANA, 2011).

Figura 8 – Triangulo de Sábato
Fonte: Adaptado de Sábato e Botana (2011, p. 224)

No que tange ao terceiro vértice (empresas), tem como objetivo fundamental reformar/revolucionar o sistema de produção, introduzir uma melhoria em um produto, ou pela exploração de um mercado novo, ou seja, através de diferentes tipos de inovação, buscando reorganizar e modernizar a indústria (SABATO e BOTANA, 2011).

Existe um fluxo de demandas estabelecido entre os vértices na sua forma vertical, mas a principal perspectiva de ação no triangulo é conduzida pela posição do governo, o qual pode definir as políticas e a alocação dos recursos. Sendo assim cabe ao governo exercer o papel de condução dos demais atores, reconhecendo as potencialidades nas Infraestruturas Científicas e Tecnológicas que possam atender as necessidades regionais, melhorando o sistema produtivo. A utilização e incorporação do conhecimento existente, entre os atores está apoiado na percepção dos vértices, e na proposição das melhores opções de inovação, que respondam as demandas de desenvolvimento da região. Deve ser fortalecido um diálogo de forma horizontal, onde os empresários e cientistas verdadeiramente dialoguem. Outro ponto observado pelos autores é que um dos resultados positivos deste modelo é a permanência dos pesquisadores na região, evitando o êxodo decorrente da baixa interação entres os atores (SABATO e BOTANA, 2011).

Cabe ressaltar que originalmente este trabalho foi realizado em 1968 e reeditado em 2011 na publicação utilizada neste estudo, os argumentos apresentados pelos autores tem grande similaridade com os Ambientes de Inovação, mostrando ainda ser útil na reflexão sobre o papel a ser desempenhado pelos atores (vértices) do modelo.

2.6 Modelo de interação Tríplice Hélice

Para Audy (2006), a adoção do modelo da Tríplice Hélice, conforme a Figura 6, consiste na mudança gradativa do papel da Universidade permitindo uma transformação de toda a instituição, criando uma relação verdadeiramente positiva, em que a relação entre as partes tem por objetivo:

Desenvolver um ambiente propício à inovação, envolvendo empresas surgidas de spin-off acadêmico, iniciativas trilaterais de desenvolvimento econômico e social, alianças estratégicas entre empresas, laboratórios de pesquisa acadêmicos e governamentais atuando em conjunto, etc. (AUDY, 2006, p. 59)

Segundo Audy (2006), a mudança do papel da universidade, passa a assumir uma tripla missão: ensino, pesquisa e desenvolvimento econômico e social. O autor aponta ainda 4 processos importantes decorrentes das interações da Tríplice Hélice: mudanças de nível interno em cada uma das hélices; efeito sinérgico; criação de novas formas de relacionamento; efeito recursivo gerado pela rede ampliando as ações junto à sociedade, conforme apresentado na Figura 9.

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Figura 9 – Representações dos estágios de desenvolvimento da Tripla Hélice
Fonte: Etzkowitz e Leydesdorff (2000, p. 111)

Os modelos de relação universidade-empresas-governo, possibilitam contribuir para a capacitação das empresas, através de instituições voltados para o desenvolvimento do conhecimento, entre elas as universidades e os centros de pesquisa, focando prioritariamente as atividades intensivas em conhecimento, e tornando a universidade um ator indispensável e central no processo de integração com redes e globais (SILVA, 2010).

2.7 Ambientes de Inovação

Segundo Galli e Teubal (2005) as infraestruturas de inovação representam a mudança mais significativa de apoio a Ciência e Tecnologia (C&T), sendo que os centros de inovação e as empresas exercem um papel de interface entre os integrantes do Sistema Nacional de Inovação (SNI).  Nas últimas décadas esses centros têm crescido bastante, alguns fatores podem ser observados como:  maior participação da iniciativa privada; ampliação das ligações internacionais; desenvolvimento de novas capacidades; maior ênfase na difusão de tecnologia e na prestação de serviços tecnológicos, e a reformulação das Instituições acadêmicas As categorias de iniciativa como: Centros Tecnológicos, Centros de Inovação, Parques Tecnológicos, Incubadoras, compõem uma parte relevante da estrutura de inovação de apoio ao C&T.

Para Marshall, Krugman e Porter apud Garcia (2006, p. 319), os benefícios externos associados a aglomeração das empresas, possibilitam “acesso a um conjunto de conhecimentos, habilidades e serviços, redução dos custos para a realização de diversas tarefas e o consequente incremento na capacidade competitiva”. Os Ambientes de Inovação por sua natureza atraem empresas, gerando aglomerações, esses locais tem suas principais ações conduzidas pela proximidade entre Universidades e Centros de pesquisa, diferente da aglomeração presente nos Polos Tecnológicos, a qual não tem a mesma proximidade e  a presença de um ator na sua condução (BAIARDI e BASTO, 2006). 

As empresas com seus espaços internos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) geram inovações, em diferentes velocidades de desenvolvimento tecnológico. Para construir uma postura diferenciada de inovação e obter inovações de ruptura, a fim de alcançar as vantagens desse tipo de inovação é preciso aumentar a capacidade de inovativa (CHRISTENSEN, 2001). Para atuar nesse contexto surgem os Ambientes de Inovação, espaços organizados para o desenvolvimento de produtos e processos de base tecnológica, os quais “atendem à necessidade de minimizar os diversos riscos associados às iniciativas inovadoras e maximizar os resultados desses processos constituindo-se em um elemento importante dos sistemas de inovação” (ZOUAIN apud DAMIÃO, ZOUAIN e PLONSKI, 2014, p.6)

Os Ambientes de Inovação ocupam um papel catalizador de ações inovadoras, surgem como alternativa para a obtenção de inovações de ruptura, por possuírem um ecossistema voltado para a inovação, com um ritmo diferente de uma estrutura interna de uma empresa tradicional.

Ambientes de Inovação, fornecem suporte técnico, assistência de pessoal qualificado, programa de transferência de tecnologias e inter-relações entre agentes, propiciando um ambiente que favoreça às firmas criar formas diferenciadas de aprendizado. Esses locais, contribuem para o estabelecimento de uma rede com pesquisadores externos à empresa, sendo uma forma de reduzir os elevados custos fixos de P&D, aumentando a capacidade de aprendizado e de gerar inovações (GONÇALVES, 2002), contribuindo para a redução da mortalidade das empresas (GONÇALVES, 2002; BARBIERI, 1994).

A Gestão dos Ambientes de Inovação envolve diferentes atividades no processo de tomada de decisão. Nesse sentido, faz-se necessário compreender o Perfil dos gestores, observar a estrutura, identificar um conjunto de ações que podem permitir diagnosticar a forma como as organizações são gerenciadas pelos líderes. O papel dos gestores consiste em trabalhar de forma mais abrangente e mais consistente na tentativa de melhorar o desempenho das organizações e a criação de valor (CAMERON, QUINN, e DEGRAFF, 2006).

As instituições de ensino devem ser consideradas como fontes que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento de Inovação Científica e Tecnológica e a solução de problemas socialmente relevantes (RUIZ et al. 2010).

As atividades de Ciência e Tecnologia contribuem para o desenvolvimento social e econômico de um país, assim como o fortalecimento da sua capacidade para produzir e usar seus conhecimentos. Os índices de investimento público e privado em ciência e tecnologia refletem o interesse de cada país e coloca a investigação como função primordial dos sistemas de educação superior e indicam as dimensões da estrutura orientada para o desenvolvimento de inovações sustentáveis em um pensamento crítico, criativo e especializado em pessoas preparadas em para resolver problemas sociais.

Segundo Florida (2003), existem diferentes explicações sobre os fatores que contribuem para o crescimento regional, na sua visão todos são parciais. O autor destaca a como primeira explicação a localização em rotas de transporte e pela presença de recursos naturais, como incentivo. A segunda explicação está associada as ideias iniciais de Marshall e posteriormente de Porter, sobre a aglomeração de empresas do mesmo segmento, traz vantagens de localização, de relacionamento entre as empresas. E a terceira explicação está associada a ideia básica de que as pessoas são o motor de crescimento, os proponentes se referem como a teoria do "capital humano" do desenvolvimento regional, a qual não reside na redução dos custos de fazer negócios ou induzir o agrupamento de empresas, mas sim na melhoria das condições regionais através de pessoas altamente educadas e produtivas.

O autor destaca os trabalhos de Lucas (1988), Glaeser (1998), Glaeser et al., (2001) e Glendon (1998), os quais evidenciam que o capital humano é mais importante para o desenvolvimento da região do que fatores associados a benefícios de localização ou pela aglomeração das empresas, ou seja, um maior número de pessoas talentosas é responsável pela atração de novos talentos e de empresa, além de contribuir para a criação de um ambiente adequado novas empresas empreendedoras.

Segundo Florida (2005) essa teoria apresenta-se mais completa, a partir de alguns estudos, a inovação e o crescimento devem estar apoiados nos 3 T´s (Tecnologia, Talento e Tolerância). O autor faz uma nova proposta de teoria, após a análise de grupos focais e entrevistas, sugere três razões básicas para este fenômeno em algumas regiões: Mercado de trabalho amplo (além do seu emprego as pessoas querem muitas opções de emprego na região); Diversidade (diferentes nacionalidades, inexistência de barreiras de mobilidade ao capital humano; Qualidade do lugar (em três atributos: Físicos - edifícios, bairros integrados a um projeto; Humanos - as pessoas, a diversidade, a energia humana; Ambiente - ruas, cafés, restaurantes, locais de música, recreação ao ar livre, lugares totalmente abertos a novas ideias).

O autor afirma ainda que existem duas diferenças entre a teoria do Capital Humano e a teoria do Capital Criativo, a primeira é identifica um tipo de capital humano, criativo apoiado em um tipo de pessoas, as quais são percebidas como chave para o crescimento econômico, e a segunda identifica os fatores subjacentes que moldam as decisões de localização dessas pessoas, ao invés de simplesmente acreditar que uma região está abençoada ou possui recursos naturais diferenciados.

2.7.1. Parques Científicos e Tecnológicos

Para ampliar o sucesso das ações de inovação, o fortalecimento dos Ambientes de Inovação é fundamental. Compreende-se por Ambientes de Inovação os:

ambientes diferenciados, que podem ser organizados por instituições públicas ou privadas e se caracterizam por garantir condições favoráveis para desenvolvimento de produtos e processos de base tecnológica (ZOUAIN, DAMIÃO e CATHARINO, 2006).

Entre esses ambientes estão as Incubadoras e os Parques Tecnológicos. Eles ocupam um papel importante por concentrar muitas ações realizadas na área de inovação, um parque oferece como diferencial

a gestão da inovação, atraindo e integrando seus elementos para operacionalização de projetos mobilizadores que possam dinamizar o desenvolvimento de uma região, apoiando a organização dos clusters locais e, consequentemente, gerando maior agregação de valor nas cadeias produtivas ... o Parque Tecnológico oferece um ambiente de interação institucional e empresarial, promotor da inovação empresarial e regional. A Incubadora de Empresas, que pode ou não estar dentro do Parque Tecnológico, oferece um ambiente de consolidação e desenvolvimento de novas tecnologias e produtos inovadores. A principal função de um Parque Tecnológico é a interação dos elementos, enquanto que a função da Incubadora é a geração de novas empresas inovadoras (MCTI, 2008).

Quando a inovação acontece em Ambientes de Inovação, especificamente nos Parques Tecnológicos, eles podem ocupar um papel importante na construção de estratégias mais fortes e alinhadas com a Sustentabilidade. Esses locais, por sua natureza, podem exercer um papel de intermediários em redes, pois promovem diversas ações de relacionamento entre diferentes atores.

Os Parques podem ser vistos como mecanismos que permitem o "estabelecimento de relações profícuas e duradouras entre universidade e instituições de pesquisa com o setor empresarial" (ZOUAIM, 2003, p.1), contribuindo para a competitividade.

No estudo realizado por Vásquez-Urriago et al. (2016) com empresas espanholas residentes e não residentes em Parques de Ciência e Tecnologia, foi destacado pelos autores que a localização em um parque contribui para um elevado efeito positivo no resultado da inovação das empresas, desde que a empresa possua uma capacidade interna de inovação para usufruir destes benefícios. Outra conclusão está associada ao tamanho onde foi verificado que a empresa pequena obtém mais benefícios do que uma empresa grande, exigindo também um nível mínimo de absorção da capacidade de inovar para beneficiar dessa localização.

2.8 Universidade

A criação do conhecimento nas Universidades não é uma garantia para o empreendedorismo, é necessário a circulação desse conhecimento, fora da academia, preferencialmente nas Start-Ups e no crescimento e fortalecimento de empresas existentes. O governo precisa realizar ações para alavancar áreas como biotecnologia, tecnologia da informação e telecomunicações. Para este objetivo o investimento para desenvolver Incubadoras, Parques Científicos, e escritórios de Transferência de Tecnologia são imprescindíveis (HART, 2003).

As atividades orientadas para a inovação poderiam ser distinguidas entre: Organizações de produção do conhecimento (ex. universidades); distribuição do conhecimento (ex. Parques de Ciência) e regulamentação do conhecimento (ex. Escritórios de patentes e comissões responsáveis pela elaboração de normas).  Mas a importância quanto ao papel destas organizações difere substancialmente nos Sistemas de Inovação, nos EUA e na Europa Ocidental as universidades ocupam um papel importante na pesquisa, no Japão a maioria das pesquisas é realizada pelas empresas e institutos privados (EDQUIST e JOHNSON (2005).

Apresenta-se para a Universidade uma complexidade de ações relativas ao seu desenvolvimento, como educação sistêmica, capacidade de adaptação para os desafios atuais e as incertezas futuras. É necessário fortalecer na Universidade processos de aprendizagem compartilhados, onde os atores indivíduos e instituições estão envolvidos, transitando de um modelo linear, hierárquico, o qual é adequado para a fábrica, e assumindo um papel de investigação conjunta que contribua com o desenvolvimento de soluções para os desafios reais. O envolvimento dos alunos, em estágios, consultorias, ações de pesquisa em problemas reais da comunidade, permitem gerar e aplicar o conhecimento (KIBWIKA, 2006).

O papel da Universidade deve ir além dos Registros, dos Depósitos de Patentes, ou seja, da preocupação exagerada com a Propriedade Intelectual e com os resultados financeiros advindo destes produtos. A sustentabilidade, olhada nesta perspectiva, normalmente está associada a uma dimensão ou visão financeira, e pouco portadora de futuro. É necessário incentivar a capacidade das novas gerações para atuarem fortemente na economia criativa, reconhecendo nela a portabilidade para ações sustentáveis, (FLORIDA, 2005).

O desenvolvimento da tecnologia, deve ocorrer nos seus aspectos sociais e físicos, para um equilíbrio social. As empresas algumas vezes, buscam apenas um resultado financeiro positivo, mas que impacta de forma negativa no ambiente e na sociedade, seja por uma embalagem ou por um resíduo, necessitando de outras inovações para resolver os problemas advindos de soluções anteriores (VARSAVSKY, 2013). 

3. Considerações finais

Transferir conhecimento e gerar empresas de base tecnológica é parcialmente um dos objetivos da Universidade no que tange esse novo papel, mas conduzir ativamente o processo de inovação é uma possibilidade real de contribuir com o desenvolvimento regional. Desta forma além do ensino, da pesquisa, recentemente da incorporação da extensão, a inovação deve ser visualizada como uma nova missão.

Percebe-se no modelo de inovação aberta uma oportunidade para o desenvolvimento de diferentes produtos e serviços, como apresenta o modelo. Uma inovação pode iniciar numa empresa e ganhar maturidade e ter a sua inserção no mercado por outra empresa, logo o caminho do desenvolvimento tecnológico é mais consistente, em condições de responder as necessidades de escopo geográfico e competitivo, apresentando soluções para problemas locais e transformando-as em ofertas de serviços e produtos globais.

A incorporação da inovação no centro das ações da universidade é vital para o crescimento e desenvolvimento de forma equilibrada e sustentável em diferentes dimensões. Entre os modelos apresentados, a união do Modelo de Inovação Aberta com o Modelo de Tríplice Hélice são uma alternativa para definir esse novo papel, onde a Universidade com sua excelência em pesquisa, pode aproximar empresas de diferentes setores, estabelecer parcerias com outras empresas, inclusive envolvendo outras instituições de ensino, no âmbito nacional ou internacional.

Logo, atuar nestes modelos contribui para dinâmica da região frente as necessárias mudanças, tornando as organizações mais competitivas, num cenário marcado pela inovação, obtendo assim, a necessária redução de custos e a maximização da apropriabilidade do processo de inovação.

Mais do que pensar em ciência, cabe a Universidade pensar concomitantemente com a tecnologia, visando contribuir para o processo de inovação e a competitividade das empresas, associada ao desenvolvimento econômico e social. Assim a universidade ocupa um papel ativo, dinâmico, persistente, que responda pelas demandas de ensino, pesquisa, extensão e inovação.

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1. Doutorando em Educação em Ciências, Universidade Federal do Rio Grande, RS,  Brasil. Email: professor@lucianoribeiro.com.br
2. Doutora, Universidade Federal do Rio Grande, RS, Brasil. E-mail: silviacb@furg.br
3. Doutor, Universidade Federal do Rio Grande, RS, E-mail: dmtnldf@furg.br


Revista Espacios. ISSN 0798 1015
Vol. 37 (Nº 33) Año 2016

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