ISSN 0798 1015

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Vol. 38 (Nº 04) Año 2017. Pág. 10

Dimensões do Capital Social: uma revisão integrativa

Social Capital dimensions: a integrative review

Everton Ricardo do NASCIMENTO 1; Paulo Mauricio SELIG 2; Roberto Carlos dos Santos PACHECO 3

Recibido:10/08/16 • Aprobado:02/09/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Metodologia

3. Análise dos estudos

4. Resultados e discussões

5. Considerações finais

Referências


RESUMO:

O capital social notadamente é foco de estudos nas mais diferentes áreas de atuação do ser humano. Entender como este pode gerar vantagem competitiva e ser um fator agregador de valor tanto aos indivíduos quanto aos grupos que estes pertencem e às redes que são constituídas entre esses grupos faz do estudo do capital social uma área relevantemente abrangente de aplicação. Para entender o alcance do capital social, dimensões são propostas para balizar a atuação do capital social junto aos grupos, comunidades e organizações. Este trabalho objetiva, através do processo de revisão integrativa, apresentar as dimensões que se constituem no processo de geração de capital social, para assim melhorar a compreensão do papel deste capital e de que forma este constitui-se como uma vantagem competitiva.
Palavras-chave: Capital Social, Dimensões do Capital Social, Vantagem Competitiva, Revisão Integrativa.

ABSTRACT:

Social capital notably is the focus of studies in different areas of human activity. Understanding how this can generate competitive advantage and be a factor aggregator of value to both individuals and groups to which they belong and the networks that are formed among these groups is the study of social capital relevantly one comprehensive area of application. To understand the scope of social capital, dimensions are proposed to guide the actions of the social capital close to the groups, communities and organizations. This work aims, through the integrative review process, present the dimensions that are in the process of social capital generation, so as to improve understanding of the role of capital and how this was established as a competitive advantage.
Keywords: Social Capital, Dimensions of Social Capital, Competitive Advantage, Integrative Review.

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1. Introdução

O capital social tem sido amplamente discutido e estudado enquanto vantagem para indivíduos, grupos, organizações e sociedade em geral.

O capital social possui várias definições. Um dos principais autores, Robert D. Putnam (1995, p. 664) afirma que o “capital social engloba características de redes, vida sociais, normas (incluindo reciprocidade) e confiança – que habilitam os participantes a agirem juntos mais efetivamente”.

Lin (origem) (1999, p. 35). Por sua vez, entende o capital social como “recursos incorporados em uma estrutura social que são acessados e/ou mobilizados em ações propositivas”, o capital social é percebido, assim como para Putnam, um bem tanto individual quanto – e principalmente – coletivo.

A coletividade – mais especificamente, redes – é um ambiente propício para a geração de capital social, definido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OECD (2001, p. 41) como “redes conjuntas com normas compartilhadas, valores e entendimentos que facilitam a cooperação dentro ou entre grupos”.

Dadas diversas definições e conceitos acerca do construto capital social, alguns autores ainda buscam um consenso acerca das dimensões que o compõem e como isso pode ser identificado, gerando alguns modelos que conduzem estudos na literatura disponível (Nahapiet & Ghoshal, 1998, Subramaniam & Youndt, 2005, Adler & Kwon, 2002).

Ser um elo de ligação entre indivíduos e organizações, de qualquer esfera também é uma das formas como o capital social é visto (Bhandari & Yasunobu, 2009), existindo dentro de redes interpessoais e intersociais, fazendo a transição, a ligação e a interconexão destes indivíduos com a sociedade.

A sociedade por sua vez, é pautada por regras postas aos indivíduos, de forma que estes possam conviver segundo uma série de questões que permeiam o capital social, como afirmam Jacobi et al. (2004) apud Bernett (2015, p. 88) quando afirmam que o “capital social refere-se à habilidade que os atores desenvolvem em garantir benefícios através de associação em redes, de relações sociais ou outras estruturas sociais, sustentadas por confiança recíproca, normas e costumes”.

Nahapiet & Ghoshal (1998), em seu trabalho sobre o construto, entendem que o capital social se constitui basicamente de três dimensões: cognitiva, estrutural e relacional, uma vez que tais dimensões apontam para os relacionamentos entre os indivíduos (relacional), as estruturas presentes em um determinado ambiente (estrutural) e os interesses comuns desses indivíduos (cognitiva). Entender como estas e outras dimensões apresentadas por demais autores são constituintes do capital social é o fio condutor da questão de pesquisa deste trabalho, que é resumido em “Quais são as dimensões que podem ser estabelecidas no entendimento do capital social? ”

Tendo como objetivo principal “apresentar as dimensões que se constituem no processo de entendimento do capital social” e como objetivos específicos (1) identificar quais são e como se desenvolvem as dimensões mais relevantes para o entendimento do capital social; (2) verificar que relações são compostas dentro destas dimensões, no processo de entendimento do capital social; e (3) compreender como o capital social pode se tornar uma vantagem competitiva, a partir da abrangência de suas dimensões, este trabalho se justifica na afirmação de que todo indivíduo carrega consigo um capital social constituído, dadas as relações que este estabelece ao longo da vida, sejam elas familiares, acadêmicas ou profissionais, bem como relacionadas ao ambiente em que este se encontra, e aos interesses que este possui, assim como as organizações agregam o capital social dos indivíduos nela presente, e acabam por fortalecer suas redes internas e externas.

Neste sentido, conforme tais relações se estabelecem, podem vir a se tornar uma rede de relacionamentos através das quais o indivíduo pode obter diversas vantagens, dado a quantidade de ligações que esta rede venha a possuir.

Da mesma forma, organizações acabam por estabelecer seu capital social da mesma maneira, através das relações que estabelecem interna e externamente, pois, através do capital social pertencente a cada pessoa presente dentro dela, esta pode gerar o seu próprio capital social incorporado, e estabelecer novas redes de relacionamentos, com diversas esferas que as cercam, podendo contribuir e ter contribuição para a ampliação desta rede.

Uma vez estabelecido tal capital social, este pode ser um fator relevante de vantagem competitiva, seja para o indivíduo, para o grupo, organização ou sociedade ao qual ele pertence. Entretanto, é necessário entender como tais relações se constituem, e mais, a quais dimensões estas relações pertencem e que levam ao entendimento do capital social.

Assim, este estudo justifica-se no sentido de ir ao encontro das definições discutidas na literatura, através de uma revisão integrativa, observando o que é apresentado por autores quando da consolidação do construto, bem como em pesquisas mais recentes, procurando apresentar como o capital social é definido, e quais são as dimensões estabelecidas à ele.

2. Metodologia

Como já citado, utilizar-se-á a revisão integrativa. Dada a amplitude do escopo de pesquisa, a revisão integrativa auxilia o pesquisador por permitir “a combinação de dados da literatura teórica e empírica” (Mendes; Silveira & Galvão, 2008, p. 760), desta forma, dando uma gama maior de visão sobre o que se está estudando.

Através de uma sequência de etapas para a construção de uma revisão integrativa, é possível ao pesquisador construir um trabalho que resgate os conceitos de um determinado tema até alcançar o estado da arte deste. De uma forma bastante sucinta, Botelho; Cunha e Macedo (2011, p. 129) descrevem seis etapas para a elaboração de uma revisão integrativa:

1ª etapa: Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa;

2ª etapa: estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão;

3ª etapa: identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados;

4ª etapa: categorização dos estudos selecionados;

5ª etapa: análise e interpretação dos resultados;

6ª etapa: apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

Dada a abrangência que a revisão integrativa permite, e a possibilidade de se apresentar informações pertinentes sobre um determinado tema, revisitando a base de seu conceito, até a explicitação do seu uso (descrevendo teoria e aplicação empírica), este método dá ao pesquisador subsídios na geração de trabalhos relevantes para a literatura.

2.1 Seleção dos recursos informacionais/Critérios utilizados

Na primeira etapa do processo escolheu-se como bases de dados a serem consultadas (Ebsco, Scopus, Web Of Science, Emerald Insight e Scielo), sendo as pesquisas realizadas em dois momentos: em novembro de 2015 e janeiro de 2016, afim de verificar novas publicações que pudessem auxiliar na construção deste trabalho.

As strings de busca que foram utilizadas foram as seguintes:

Em relação aos tipos de trabalho, buscou-se apenas artigos que trouxessem em seu título, palavras-chave ou abstract relação direta com os termos de busca. Desta forma, chegou-se à totalidade de 314 artigos, dos quais 89 tiveram alinhamento aos termos por título, destes 51 foram alinhados pelo seu resumo e por palavras chave, dos quais 25 encontravam-se disponíveis, e foram analisados em sua totalidade. O Quadro 1 apresenta tais artigos, o ano de sua publicação, seus autores, os periódicos em que foram publicados e a quantidade de vezes que os mesmos já foram citados desde sua publicação.

Quadro 1 – Artigos disponíveis

Trabalho

Ano de Publicação

Autores

Periódico

Qtde. de citações

Social capital: a guide to its measurement

1999

Lochner, K.; Kawachi, I; Kennedy, B.P.

Health and Place

837

Community development: a critical review of approaches to evaluation

2000

Billings, J.R.

Journal of Advanced Nursing

51

The network structure of social capital

2000

Burt, R. S.

Research in Organizational Behavior

3421

Poor people, poor places, and poor health: the mediating role of social networks and social capital

2001

Cattell, V.

Social Science and Medicine

918

Does social capital determine innovation? To what extent?

2002

Landry, R. Amara, N.; Lamari, M.

Technological Forecasting and Social Change

566

 

Structural holes and good ideas

2004

Burt, R. S.

American Journal of Sociology

3340

Social capital and mental health: a interdisciplinary review of primary evidence

2004

Almedom; A. M.

Social Science and Medicine

397

The environmental-social interface of sustainable development: capabilities, social capital, institutions

2004

Lehtonen, Markku

Ecological Economics

444

Community-based and Driven-development: a critical review

2004

Mansuri, G. Rao, V.

World Bank Research Observer

1190

Social capital, geography and health: a small area analysis for England

2005

Mohan, J. ; Twigg, L; Barnard, S; Jones, K.

Social Science and Medicine

149

The social dimensions of entrepreneurship

2005

Ulhoi, J.P.

Technovation

128

The relationship between social capital, transaction costs and organizational outcomes

2006

Fussell, H; Harrison-Rexrode, J.; Kennan, W. R; Hazleton, V.

Corporate Communications: An International Journal

60

Measuring capacities for community resilience

2010

Sherrieb, K., Norris, F. H., Galea, S.

Social Indicators Research

165

A social capital assessment of Canadian community's water management strategy

2010

Wolfe, S. E,

Environmental Practice

2

the organizational socialization process: review and development of a social capital model

2011

Fang, R. Duffy, M.K., Shaw, J. D.

Journal of Management

111

 

A Methodological review of research on leadership development and social capital: is there a cause and effect relationship?

2011

Van De Valk, L. J., Constas, M. A.

Adult Education Quarterly

27

Social network and social capital in leadership and management research: a review of causal methods

2013

Li, M.

Leadersgip Quarterly

12

Social capital and walkability as social aspects of sustainability

2013

Rogers, S.H, Gardner, K. H., Carlson, C. H.

Sustainability

15

Measuring Social Capital in the republic of Korea with mixed methods: application of factor analysis and fuzzy-se ideal type approach

2014

Chung, S.; Choi, H.; Lee, S.

Social Indicators Research

2

Human capital, social capital and organization performance

2014

Felicio, J. A, Couto, E., Caiado, J.

Management Decision

16

Toward a social capital based framework for understanding the water health nexus

2014

Bisung, E.; Elliott, S.

Social Science and Medicine

11

Through the lens of social capital: a research agenda for studying IT outsourcing

2014

George, B., Hirschhein, R., Von Stetten, A.

Strategy Outsourcing: An International Journal

5

Opportunism risk in service triads - a social capital perspective

2014

Hartman, E., Herb, S.

International Journal of Physical Distribution & Logistics Management

5

Effects of social capital on online knowledge sharing: positive and negative perspectives

2015

Hsu, C.P.

Online Information Review

5

The moderating effect of social capital and cosmopolitanism on marketing capabilities: a comparison of chinese and korean companies

2015

Jin, C.H.

Chinese Management Studies

n/d

Building disaster-resilient micro enterprises in the developing world

2015

Prasad, S; Su, H.C.; Altay, N.; Tata, J.

Disasters

n/d

Fonte: os autores (2016)

3. Análise dos estudos

Neste tópico, trataremos da análise feita acerca dos trabalhos encontrados nas buscas bibliográficas feitas.

Através de uma revisão baseada em pesquisa teórica, o capital social e seus construtos relacionados no sentido de operacionalizar e mensurar este capital foi o objetivo do trabalho de Lochner ; Kawachi e Kennedy (1999) para que assim pudessem comprovar que, a partir de temas como eficácia coletiva, senso comum de comunidade, coesão na vizinhança e competência da comunidade, o capital social possa ser avaliado e mensurado e desta forma alcançado.

O trabalho de Billings (2000) por sua vez, buscou, através de diversos fatores como o conceito de comunidade, o empoderamento social e também o capital social, como uma comunidade pode se desenvolver, avaliando, entre outros fatores, a questão da saúde da comunidade, através de estudos teóricos-científicos, em que apresenta relações entre os construtos expostos.

Analisando redes sociais e o capital social a partir de suas estruturas, Burt (2000) aponta três fatores intrínsecos em sua pesquisa: que é necessário atentar-se mais às estruturas que desencadeiam a geração do capital social do que apenas basear-se em indicadores empíricos; que ainda que existam muitos fatores que apontem que o capital social é relevantemente maior do que apenas um elo de ligação entre redes, há de se atentar para fatores circunstanciais nessas redes e; que redes sociais podem estar integradas ao capital social, para assim agregar e perceber valor nessas redes.

Assim como Burt, o trabalho de Cattell (2001) buscou entender, através de uma pesquisa qualitativa, como as redes sociais e o capital social podem se constituir numa relação acerca dos processos sociais, mas como objeto de estudo a dinâmica existente entre a proximidade de comunidades – no trabalho entendido como vizinhança – e a sua ligação na relação pobreza/exclusão e saúde. O capital social é um construto que aparece por vezes ligado às questões de saúde, dadas as suas especificidades de coletividade. A autora percebe que no processo geração de capital social, um fator intrínseco à dimensão cognitiva apresentada por Nahapiet & Ghoshal (1998) é a consciência social, uma vez que esta “influencia o capital social, assim como diferentes padrões de redes sociais habilitam o acesso tanto às formas diferentes quanto similares de capital social” (Cattell, 2001, p. 1512).

A influência do capital social na inovação em empresas do setor industrial, e por consequência, sua extensão dentro da cadeia produtiva destas, é tratado no trabalho de Landry; Amara e Lamari (2002), onde, utilizando-se de surveys e análise quantitativa, através da análise de elementos das dimensões identificadas como estruturais e cognitivas do capital social, os autores apontam que este constitui-se como um fator determinante no processo de inovação nas empresas, por configurar-se como um “ativo de redes de pesquisa” dentro das organizações, facilitando as relações de cunho estrutural fortemente e mediando as relações cognitivas.

No segundo trabalho do autor Burt utilizado nesta revisão e publicado em 2004, este buscou analisar como a mediação pode prover capital social. Neste sentido, a mediação se dá entre diferentes grupos na obtenção de boas ideias, para assim, gerar capital social, a partir de lacunas estruturais, e assim, transformar esta mediação em uma vantagem competitiva. Mediante um estudo empírico quantitativo, o autor apresenta questões relacionadas às boas ideias, e como estas podem influenciar o ambiente em que são apresentadas, tendo a mediação como princípio base.

Uma revisão interdisciplinar, com o intuito de buscar um ponto de intersecção entre saúde mental e capital social foi o objetivo do trabalho de Almedom (2004). Em sua pesquisa, o autor apresenta uma definição de capital social baseada em dois tipos: “bonding (capital presente entre indivíduos de um grupo) e bridging (capital presente entre os grupos) ” (Almedon, 2004, p. 943). O trabalho aponta ainda que cada um dos tipos de capital social apresentados possui diferentes componentes cognitivos e estruturais, que podem operar em dois diferentes níveis: micro e macro. (Almedon, 2004).

Através de uma busca em modelos que analisam a interface socioambiental a partir de questões voltadas a sustentabilidade, onde o capital social tem forte presença, Lehtonen (2004) realizou uma pesquisa bibliográfica no sentido de apontar relações entre aspectos sociais e ambientais, na obtenção de modelos de sustentabilidade que venham a auxiliar na construção de políticas públicas. Capital social aqui é visto como uma “poderosa ferramenta na análise das relações socioeconômicas [...] podendo ser usado para analisar os impactos de macro fenômenos como a globalização em sociedades à nível local” (Lehtonen, 2004, p. 205).

Formas de desenvolvimento baseados em comunidade é o pilar central de pesquisa realizada por Mansuri & Rao (2004), onde, através de revisão de literatura, estudos de caso e etnografias, os autores apresentam um estudo sobre desenvolvimento participatório, na condução de desenvolvimento em comunidades, sendo o capital social apontado como um dos fatores que constituem o conceito de comunidade.

O capital social, bem como a influência geográfica das comunidades e resultados de questões voltadas para a saúde são os principais construtos abordados por Mohan et al. (2005). Em um estudo com base em surveys e análises estatísticas, os autores apontam uma relação entre o capital social e questões geográficas, em especial, pequenas áreas britânicas, no sentido de verificar o quanto este construto pode influenciar em questões voltadas à saúde em diferentes comunidades.

O empreendedorismo, em especial as suas dimensões sociais, é estudado no trabalho de Ulhoi (2005), com o objetivo de construir um modelo que identifique essas dimensões. Neste sentido, o capital social é um fator determinante, dadas as relações de confiança que se constituem em sua gênese, e como estas relações podem afetar o empreendedorismo em determinadas áreas. Através de surveys e análises empíricas, o autor embasa sua teoria de que as relações de confiança podem afetar na incorporação de novas redes de empreendedorismo, potencializando desta forma o capital social ali presente.

Identificar as relações entre capital social, custos transacionais e resultados organizacionais é o objetivo do trabalho de Fussel et al. (2006). Usando o trabalho de Keenan & Hazleton, os autores apontam três dimensões de capital social em seu estudo: estrutural, de relacionamentos e de comunicação. Através de um estudo empírico e surveys, os autores apontam que a confiança – fator primordial do capital social – é um incremento tanto aos custos transacionais quanto aos resultados organizacionais.

Mensurar conjuntos de capacidades adaptativas voltados para o desenvolvimento econômico e capital social, ambos baseando-se em modelos de resiliência foi o tema do trabalho de Sherrieb; Norris e Galea (2010). Através de um estudo de caso, os autores utilizaram as dimensões estrutural e cognitiva do capital social para estudar a capacidade de resiliência a partir de desastres em comunidades, tendo como cenário de estudo o estado do Mississipi, nos Estados Unidos.

 Usar conceitos de capital social no sentido de minimizar lacunas na gestão hídrica foi o objetivo do trabalho de Wolfe (2010). Seu trabalho, um estudo de caso empírico, teve como princípios norteadores os elementos estruturais e sociais do capital social, no processo de avaliação de recursos hídricos. Em relação à avaliação estrutural, o autor “busca caracterizar a natureza ou estrutura de um conjunto em desenvolvimento de interações sociais entre participantes de uma rede” (Wolfe, 2010, p. 215), e em relação à avaliação social, o autor aponta que esta “considera as interações interpessoais que dão à estrutura de rede sua essência e objetivos” (Wolfe, 2010, p. 215).

Com foco em socialização em ambientes organizacionais, Fang; Duffy e Shaw (2011) construíram uma revisão de literatura com o intuito de desenvolver um modelo de capital social para o processo de socialização organizacional. As redes de comunicação têm especial atenção dada pelos autores, pois estes buscam compreender a relação entre estas redes e o processo de socialização. Neste sentido, o trabalho descreve dois aspectos do capital social neste estudo: as estruturas de rede e os recursos de rede.

Entender, por meio de revisão na literatura, se a participação em programas de desenvolvimento de liderança podem incrementar o capital social tanto à nível individual quanto grupal é o objetivo do trabalho de Van de Valk & Constas (2011). Os autores afirmam que sem uma base empírica, faltam evidências que apontem para uma relação direta de vantagem no processo de desenvolvimento de liderança para o incremento do capital social.

A liderança também é objeto de estudo no trabalho de Li (2013), onde, por meio de surveys, o autor buscou analisar os métodos relacionados à liderança e gestão em redes sociais e capital social, apontando que o capital social pode se tornar um resultado obtido a partir de um melhor desempenho organizacional, sendo este resultado um aspecto positivo para a liderança e para as organizações.

O desenvolvimento sustentável é apoiado em três pilares: ambiental, econômico e social, onde este último é apontado como o pilar mais fraco, e, por este motivo, Rogers; Gardner e Carlson (2013) desenvolveram um estudo de caso para mensurar a sustentabilidade social a partir do capital social. Este construto é usado para mensurar a interface socioambiental de comunidades, onde, através de pesquisas realizadas em comunidades britânicas, apontaram que o capital social é um construto que pode auxiliar no processo de tomada de decisões em relação à sustentabilidade.

Desenvolver um framework no sentido de vincular o capital social e condições de saúde através da relação água/saúde foi o objetivo do trabalho de Bisung & Elliott (2014). Os autores apontam, através de uma revisão de literatura, que o capital social por si só não pode ser aplicado nem obtido de forma isolada. Estes afirmaram que o capital social depende de diversos fatores que estão implícitos desde sua concepção até sua implementação.

Análise estatística mista, com uso de análise fatorial e conjuntos fuzzy foram utilizados para mensurar o capital social na República da Coreia do Sul no trabalho de Chung; Choi e Lee (2014). As dimensões de capital social apontadas no trabalho são as dimensões cultural e estrutural. Os autores sugerem, a partir dos estudos realizados, que quanto menor o grau de instrução e a renda dos indivíduos, menor é a possibilidade destes terem participação direta na sociedade.

A liderança novamente volta a ser tema de estudo, onde, através da avaliação do capital social e humano de gestores em PMEs portuguesas, Felicio; Couto e Caiado (2014) buscam identificar se estes capitais influenciam no desempenho das PMEs. Através de fatores como status, inter-relações, suporte familiar, cumplicidade, relações pessoais e relações sociais, os autores apontaram que as habilidades cognitivas de gestores têm influência em negócios de sucesso.

Objetivando construir um framework de análise do processo de terceirização em TI, para este se tornar uma vantagem competitiva, baseado nos preceitos do capital social, George; Hirschhein e Stetten (2014) desenvolveram uma revisão de literatura pautada nas dimensões do capital social propostas por Nahapiet & Ghoshal (1998): cognitiva, estrutural e relacional, e, desta forma, identificar potencialidades no processo de terceirização de TI.

Outro trabalho que se baseou fortemente nas dimensões do capital social apontadas por Nahapiet & Ghoshal (1998), mas com vistas à análise da relação da tríade de serviços (empresas parceiras, comprador do serviço e provedor do serviço) foi o desenvolvido por Hartman & Herb (2014). Neste trabalho, os autores afirmaram que o capital social é assumidamente tido como um fator de impacto nas relações dentro das redes estudadas.

O desenvolvimento de um modelo conceitual que avalia como os riscos bem como os benefícios do capital social podem vir a influenciar o compartilhamento online de conhecimento entre membros de comunidades virtuais foi o objetivo que norteou o trabalho de Hsu (2015). Usando as três dimensões apontadas por Nahapiet & Ghoshal (1998), o autor percebeu positiva influência das dimensões estrutural e relacional no contexto estudado, e uma baixa expressividade da dimensão cognitiva neste processo.

O capital social presente na alta gestão em PMEs coreanas e chinesas foi objeto de estudo em Jin (2015). O autor buscou enfatizar componentes do capital social (utilização de vínculos gerenciais, confiança e solidariedade), para assim, analisar como estes podem influenciar positivamente nas capacidades corporativas de mercado. Com vistas ao mercado globalizado, o autor apontou ainda que é necessário um capital social consolidado pela alta gestão empresarial para que este possa fomentar as oportunidades de mercado globais.

Gerar um modelo para cadeias de suprimentos de micro empresas se tornarem resilientes antes de desastres, a partir das três dimensões do capital social (estrutural, relacional e cognitiva) de Nahapiet & Ghoshal (1998), é o objetivo do trabalho de Prasad et al. (2015). Os autores utilizam as dimensões como “guias” no processo de resiliência em desastres, no tocante às microempresas, a partir de estudos de caso que mapeiam como este processo de resiliência em cadeias de suprimentos pode se beneficiar, a partir do capital social constituído.

4. Resultados e discussões.

Os trabalhos analisados apontaram o capital social como se não o principal, um dos principais fomentadores de vantagem competitiva e/ou organizacional, em diferentes áreas e em diferentes aplicações.

Corroborando com o trabalho de Nahapiet & Ghoshal (1998), que aponta como dimensões do capital social as dimensões cognitiva, estrutural e relacional, os trabalhos aqui discutidos visitam ao menos uma destas dimensões, quando não as três conjuntamente. Iremos aqui apresentar os resultados e discutir os trabalhos que utilizaram uma dimensão isoladamente, duas ou mais dimensões conjuntamente e os que apontaram outras dimensões diferentes das apontadas por Nahapiet & Ghoshal.

A dimensão cognitiva foi tratada em Cattell (2001), dado seu fator de consciência social em relação aos processos sociais voltados à saúde; ainda em relação à saúde, Almedom (2004), relaciona componentes cognitivos e estruturais do capital social em nível micro e macro, para tratar da relação saúde mental/capital social, a partir de duas definições de capital social, bonding e brigding capital, que são o capital social de um indivíduo do grupo e do grupo em si, respectivamente.

PMEs também foram cenários para a avaliação do capital social, no tocante à dimensão cognitiva. Fatores como cumplicidade, suporte familiar e inter-relações foram alguns dos componentes cognitivos estudados por Felício; Couto e Caiado (2014), onde os autores afirmam que, se os gestores possuírem um forte capital social incorporado, este pode influenciar positivamente em negócios de forma bem sucedida.

A dimensão relacional, ainda que não citada desta forma, e sim como relações e relacionamentos entre indivíduos e grupos, se faz presente em diversos trabalhos desta revisão. Entendida como um processo de mediação entre diferentes grupos na obtenção de boas ideias em Burt (2004), esta dimensão é aceleradora do processo de geração de capital social em lacunas estruturais, com o intuito de geração de vantagem competitiva.

Lehtonen (2004) usa dos preceitos da dimensão relacional do capital social para gerar políticas públicas voltadas a sustentabilidade. O capital social e as relações estabelecidas são voltadas para a análise de impactos de questões macro socioeconômicas em ambientes de amplitude menor, como mercados locais. Ainda seguindo a linha de estudos com vistas às oportunidades em mercados globalizados, A gestão – agora estudada em seu nível mais alto – foi objeto de estudo de Jin (2015), e o capital social em sua dimensão relacional teve papel relevante neste estudo ao investigar componentes como a utilização de vínculos gerenciais, confiança e solidariedade, podem fomentar a capacidade corporativa de mercado em PMEs coreanas e chinesas.

Desenvolvimento de comunidades através das relações estabelecidas pelo desenvolvimento participatório e as relações que se estabelecem para atingir esse fim são os pontos que Mansuri & Rao (2004) identificam como benefícios advindos do capital social e das relações estabelecidas a partir dele. Neste sentido, as comunidades podem ser constituídas tendo laços fortes presentes nas relações de seus grupos.

Já para o empreendedorismo, a dimensão relacional tem sua presença nas relações de confiança que se estabelecem dentro dos grupos. Este é o ponto que Ulhoi (2005) destaca em seu trabalho, quando estudou a incorporação de novas redes de relações em empreendedorismo. Ainda sobre redes, agora atentando-se para suas estruturas e recursos, Fang; Duffy e Shaw (2011) entenderam que a socialização organizacional se beneficia do capital social que é gerado dentro destas redes, deforma a ser considerado uma vantagem competitiva.

A dimensão relacional como fator determinante em processos de liderança é tratada em dois trabalhos nesta revisão: Van de Valk & Constas (2011) e Li (2013). No primeiro, este concluiu que ainda que por evidências teóricas seja possível relacionar a participação de indivíduos em programas de desenvolvimento de liderança com o incremento das relações e do próprio capital social, é necessária uma investigação empírica para comprovar tal afirmação; e o segundo trabalho foca nas relações estabelecidas à liderança e gestão via capital social e redes sociais, sendo que estas podem gerar vantagem competitiva positiva para as lideranças organizacionais.

No trabalho de Burt (2000), a dimensão estrutural tem especial atenção no processo de obtenção de capital social e dentro de redes sociais, mas que é necessário entender que o capital social por si só não garante agregação de valor às redes, mas todos os fatores à ele vinculados.

Outro trabalho que tratou da dimensão estrutural do capital social foi Mohan et al. (2015). Os autores alegaram que dadas condições geográficas – e as estruturas ali presentes – esta pode sim influenciar na agregação de capital social de uma determinara região. Ainda em se tratando de questões regionalizadas, o trabalho de Rogers; Carlson e Gardner (2013) analisar o desenvolvimento sustentável a partir de questões da dimensão estrutural do capital social, e inferiram que este pode ser uma influência no processo decisório no que diz respeito às políticas de sustentabilidade.

Já em Landry; Amara e Lamari (2002) as dimensões cognitiva e estrutural aparecem como um aspecto positivo do capital social na inovação nas empresas do setor industrial, e na rede constituída em suas cadeias produtivas.

Através da mensuração da natureza da qualidade das normas e atitudes presentes dentro das comunidades, Sherrieb; Norris e Galea (2010) também utilizaram as dimensões cognitiva e estrutural do capital social em comunidades resilientes, apontando para estudos que conduzam de forma mais direta a relação entre confiança, normas, valores e reciprocidade, ainda que os indicadores obtidos apresentem resultados positivos do capital social em ambientes resilientes pós-desastres.

Dos trabalhos analisados nesta revisão, três utilizaram as dimensões cognitiva, estrutural e relacional, apontadas por Nahapiet & Ghosal (1998), que foi inclusive o trabalho condutor dos estudos de George; Hirschhein e Stetten (2014), Hartman & Herb (2014) e Hsu (2015).

O primeiro trabalho, de George; Hirschhein e Stetten (2014) usou dos conceitos de capital social na construção de um framework de análise do processo de terceirização em TI. Os autores consideram o capital social um fator gerador de vantagem competitiva quando bem consolidado e implantado em todas as suas dimensões. Já Hartman & Herb (2014) utilizaram as dimensões do capital social para analisar a relação da tríade de serviços (parceiros, comprador e provedor de serviços), e, afirmam que o capital social é determinante em todas as suas dimensões dentro das redes em que este foi identificado.

Por fim, o compartilhamento do conhecimento em comunidades virtuais foi objeto de estudo de Hsu (2015), onde o autor percebeu, através do uso das dimensões do capital social no sentido de analisar este processo de compartilhamento, que, dentro do contexto estudado, interesses comuns (dimensão cognitiva) não exerciam tanta influência no processo quanto a estrutura (ambiente) de compartilhamento, bem como as relações (dimensão relacional) nele estabelecido.

Retornando ao tema resiliência, micro empresas foram objeto de estudo de Prasad et al. (2015), onde os autores usam as três dimensões do capital social propostas por Nahapiet & Ghoshal (1998), no sentido de guiar empresas e suas cadeias de suprimento a se tornarem resilientes pré situações de desastres, antevendo como o capital social em sua totalidade dimensional pode ser útil nesse processo.

Diferentemente dos trabalhos já analisados, Lochner; Kawachi e Kennedy (1999) não trataram diretamente de dimensões do capital social em seu estudo, e sim de fatores deste que eles consideraram relevantes para entender seu funcionamento. Eficácia coletiva (que poderia se enquadrar na dimensão estrutural), senso comum de comunidade (evidenciando questões cognitivas) e coesão na vizinhança (relevantemente influenciado pela questão relacional).

Da mesma forma, para avaliar o desenvolvimento de comunidades, Billings (2000) analisou o empoderamento social, o próprio conceito de comunidade e o capital social, e assim percebeu que, em questões voltadas à saúde, o capital social exerce um papel relevante no desenvolvimento comunitário.

Citando as dimensões do capital social apontadas pelos autores Keenan & Hazleton (2000) (estrutural, de relacionamentos e de comunicação), Fussel et al. (2006) afirmaram que de todos os fatores estudados, a confiança ainda é o principal fator presente no capital social que infuencia o processo de incremento de custos transacionais, bem como de resultados organizacionais.

Dimensões cognitivas e sociais do capital social foram tratadas no trabalho de Wolfe (2010), no sentido de avaliar recursos hídricos. É possível identificar que a dimensão social tem conceitualmente os mesmos preceitos da dimensão relacional de Nahapiet & Ghoshal (1998), pois pauta-se nas relações que são estabelecidas a partir de interações entre os indivíduos.

Para Chung; Choi e Lee (2014) as dimensões de abrangência do capital social são as estruturais e culturais, o que ampara a afirmação dos autores, a partir de sua análise, de que baixo grau de escolaridade e baixa renda dos indivíduos afastam estes de estarem participando fortemente dos laços relacionais da sociedade.

De todos os trabalhos analisados, o trabalho realizado por Bisung & Elliott (2014) foi o que não apontou nenhuma referência à nenhuma dimensão apresentada aqui, e os autores vão mais além quando afirmaram que o capital social não se constitui por si só, mas por toda uma gama de fatores intrínsecos e muitas vezes desvinculado deste.

Ao final das discussões acerca dos trabalhos analisados, o Quadro 2 foi criado para elencar as principais dimensões encontradas, bem como os autores que as utilizaram.

Quadro 2 – Dimensões do capital social mapeadas e trabalhos de ocorrência

Dimensões do capital social

Trabalhos em que houve ocorrência

Cognitiva: relacionada aos os interesses comuns de indivíduos dentro de grupos

Cattell (2001); Almedon (2004); Felício; Couto; Caiado (2014); Landry; Amara; Lamari (2002); Sherrieb; Norris; Galea (2010); George; Hirschhein; Stetten (2014), Hartman; Herb (2014); Hsu (2015); Wolfe (2010); Prasad et al. (2015)

Estrutural: relacionada às estruturas presentes em um determinado ambiente

Almedon (2004); Burt (2004); Burt (2000); Mohan et al. (2015); Rogers; Carlson; Gardner (2013); Landry; Amara; Lamari (2002); Sherrieb; Norris; Galea (2010); George; Hirschhein; Stetten (2014), Hartman; Herb (2014); Hsu (2015); Lochner; Kawachi; Kennedy (1999); Fussel et al. (2006); Chung; Choi; Lee (2014); Prasad et al. (2015)

Relacional: diz respeito aos relacionamentos entre os indivíduos em determinados grupos

Burt (2004); Lehtonen (2004); Jin (2015); Mansuri; Rao (2004); Ulhoi (2005); Fang; Duffy; Shaw (2011); Van de Valk; Constas (2011) e Li (2013); George; Hirschhein; Stetten (2014), Hartman; Herb (2014);  Hsu (2015); Prasad et al. (2015); Lochner; Kawachi; Kennedy (1999)

Social: pauta-se nas relações estabelecidas entre indivíduos de um mesmo grupo

Wolfe (2010);

Cultural: diz respeito ao contexto ambiental de um determinado grupo

Chung; Choi; Lee (2014);

Comunicação: trata da variedade de atividades de mensagens entre indivíduos

Fussel et al. (2006)

Fonte: o autor (2016)

5. Considerações finais

O capital social é um construto que instiga pesquisadores de todas as áreas do conhecimento, cabendo incontáveis aplicações de seus preceitos e componentes, no intuito de identificar aspectos positivos deste nos mais diferentes níveis de aplicação.

Este trabalho teve como objetivo apresentar as dimensões que se constituem no processo de geração de capital social. Sob essa perspectiva, as dimensões apresentadas por Nahapiet & Ghoshal em seu trabalho de 1998 ainda são aceitas como as mais evidenciadas no processo de constituição do capital social, que são as dimensões cognitivas, estruturais e relacionais.

Vários trabalhos abordaram ao menos uma destas dimensões, quando não mais que uma ou as três de forma conjunta, para mensurar, analisar ou avaliar o capital social presente nos mais diferentes ambientes de aplicação.

Fica evidente que tanto trabalhos de cunho teórico quanto trabalhos mais empíricos entendem que o capital social, quando constituído, torna-se uma vantagem competitiva para aqueles que o possuem, seja a nível individual, como foi visto em Felicio; Couto e Caiado (2014); Jin (2015); Li (2013) e Van de Valk & Constas (2011), seja a nível de grupo ou comunidade (Almedon (2004); Burt (2004); Burt (2000); Mohan et al. (2015); Rogers; Carlson e Gardner (2013); Landry; Amara e Lamari (2002); Sherrieb; Norris; e Galea (2010); George; Hirschhein e Stetten (2014), Hartman & Herb (2014); Hsu (2015); Lochner; Kawachi e Kennedy (1999); Fussel et al. (2006); Chung; Choi e Lee (2014); Prasad Et Al. (2015)).

Desta forma, este trabalho buscou, através de uma revisão integrativa, apresentar as principais dimensões do capital social encontradas na literatura e de que formas estas atuam junto aos indivíduos e aos grupos aos quais estes pertencem, na obtenção de alguma forma positiva de vantagem competitiva.

Várias são as oportunidades de continuidade deste trabalho, levando-se em consideração as inúmeras aplicações para o capital social e suas dimensões, bem como outras formas de apresentação e avaliação dos fatores que compõem tanto o capital social quanto suas dimensões. Espera-se que este seja apenas o ponto de partida para discussões maiores acerca das dimensões do capital social, para que se possa, por exemplo, analisar e avaliar seus indicadores, no sentido de verificar cientifica e empiricamente como se dá as relações entre as dimensões, e como estas acabam por constituir o capital social.

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1. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis – Santa Catarina – Brasil. everton.nascimento@posgrad.ufsc.br

2. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis – Santa Catarina – Brasil. pauloselig@gmail.com

3. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis – Santa Catarina – Brasil. pacheco@egc.ufsc.br


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 38 (Nº 04) Año 2017

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