ISSN 0798 1015

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Vol. 38 (Nº 08) Año 2017. Pág. 5

Como se Caracterizam as Publicações em Gestão do Conhecimento em Pequenas e Médias Empresas? Um Estudo Bibliométrico

How are publications on knowledge management in small and medium-sized enterprises? A Bibliometric Study

Rodrigo Marçal GANDIA 1; Rômulo Marçal GANDIA 2; Cassiano de Andrade FERREIRA 3; Eduardo Gomes CARVALHO 4; Joel Yutaka SUGANO 5

Recibido: 31/08/16 • Aprobado: 13/09/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Referencial teórico

3. Metodologia

4. Resultados e discussões

5. Considerações finais

Referências bibliográficas


RESUMO:

A Gestão do Conhecimento (GC) surge como um conceito, relativamente novo, com um papel fundamental na obtenção de congregar diversas práticas administrativas a fim de se otimizar sua utilização, inclusive para Pequenas e Médias Empresas (PME’s). Considerando o conhecimento como catalisador atual da vantagem competitiva, o objetivo deste trabalho foi identificar, a partir de um estudo bibliométrico, o panorama das publicações acerca do tema GC no âmbito das PME’s, no período entre 2004 e 2014. Os resultados demonstraram que o tema, Gestão do Conhecimento, apesar de ser amplamente abordado, ainda apresenta recorrência bastante limitada no cenário mundial em PME’s.
Palavras-chave: Gestão do conhecimento; Pequenas e médias empresas; Produção científica.

ABSTRACT:

Knowledge Management (KM) emerge as a concept, relatively new, with an essential role in obtaining several administrative practices in way to optimize their use, including Small and Medium Enterprises (SME 's). Considering knowledge as current catalyzer for competitive advantage, the aim of this study was to identify, from a bibliometric study, the panorama of the publications about the KM theme within SME’s, between 2004 and 2014. The results showed that the topic, Knowledge Management, despite being widely discussed, still has very limited recurrence in SME’s on the world.
Keywords: Knowledge management; Small and Medium Enterprises; Scientific production.

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1. Introdução

As constantes transformações do ambiente organizacional desencadearam distintas formas de gestão em busca de vantagem competitiva. A partir de então, o conhecimento tornou-se um dos fatores mais abordados em muitas empresas, deixando o posto de coadjuvante, sendo então considerado como um dos recursos mais valiosos. Thomas Davenport (1998) classifica o conhecimento como um recurso, e afirma que o seu valor econômico não é tão facilmente compreendido, classificado e medido. É um recurso invisível, intangível e difícil de imitar. Uma das características mais fundamentais, porém, é o fato de esse recurso ser altamente reutilizável, ou seja, quanto mais utilizado e difundido maior será o seu valor. O efeito depreciação opera, portanto, de maneira oposta aos recursos tangíveis: a depreciação se acelera, se o conhecimento não é aplicado. 

A necessidade de se aplicar e reaplicar o recurso – conhecimento – se transforma em um grande desafio empresarial. De acordo com estudos desenvolvidos por Lehner e Maier (2000) apenas 30% do conhecimento existente em uma organização é realmente utilizado, enquanto o respctivo conhecimento é de propriedade do portador (transmissor) individual.

Diante desta necessidade, a Gestão do Conhecimento (GC) surge como um conceito, relativamente novo, com um papel fundamental na obtenção de congregar diversas práticas administrativas a fim de se aperfeiçoar sua utilização. 

Para as pequenas e médias empresas (PMEs), que possuem poucos recursos e um capital de giro limitado, a utilização de qualquer fator que possa proporcionar vantagem competitiva pode ser crucial para sua sobrevivência, desde que os esforços sejam corretamente direcionados.

Com o aumento de sua importância, estudos acerca das particularidades e do papel que as PMEs cumprem no ambiente empresarial se tornam cruciais, assim como as ferramentas que possam exprimir a estas, que são fundamentais para promover o desenvolvimento econômico a partir da criação de empregos e geração de renda, promovendo melhorarias nas condições de vida da população.

Como forma de se caracterizar as publicações acerca do tema, GC em PMEs, optou-se pela utilização de um estudo bibliométrico. Segundo Leite Filho (2006) indicadores de performance bibliométrica são importantes para avaliar a pesquisa acadêmica e para nortear rumos e estratégias de futuras pesquisas. Realizar o balanço da produção cientifica sobre determinado tema objetiva não apenas identificar o que as universidades produzem, ou como suas pesquisas vêm sendo realizadas, mas também como tal produção se propaga para fora de seus muros e auxilia no sentido de organizar as ideias, possibilitar avanços e promover orientações seguras para a aplicação prática de novas conexões (Junqueira, Maior & Pinheiro, 2011).

Neste contexto, aonde o conhecimento é considerado catalisador atual da vantagem competitiva, independente do porte ou setor em que as empresas estão inseridas, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo bíbliométrico sobre o tema gestão do conhecimento no âmbito das pequenas e médias empresas. Utilizou-se como base de dados a Web of Science.

2. Referencial teórico

Visando situar o leitor sobre os assuntos abordados será apresentado um breve referencial teórico dos mesmos.

2.1.      Gestão do conhecimento

Apesar do conhecimento ser reconhecido como importante há algum tempo, apenas nos últimos anos tem surgido uma bibliografia a respeito do conceito da Gestão do Conhecimento. Em meio a diversos dissensos, a maioria dos pesquisadores e profissionais concordam que “a Gestão do Conhecimento é um recurso estratégico para uma organização para melhorar sua vantagem competitiva” (Drucker, 1993; Hult et al., 2006 apud Hai, 2010).

A partir da busca e geração desta nova área, as pesquisas em Administração retomaram os conceitos inerentes do conhecimento. Davenport (1998, p.6) conceitua conhecimento como uma mistura fluída de experiência condensada, valores, informação contextual, insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Nas organizações, ele – conhecimento - costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais.

A partir das mudanças da dinâmica do mercado atual, a base do conhecimento para uma empresa está se tornando, rapidamente, sua única vantagem competitiva sustentável. Nonaka e Takeuchi (1997) identificaram o conhecimento Tácito e Explícito. O conhecimento Explícito é formal, sistemático e facilmente comunicado e compartilhado por meio de especificações de produtos, fórmulas ou programas de computador e nos manuais de Normas, Políticas, Procedimentos. O conhecimento Tácito não se expressa com tanta facilidade e é altamente pessoal. É de difícil transferência e está profundamente arraigado na ação e no comprometimento do indivíduo em determinado contexto. 

Lepak e Snell (2002, apud WHELAN; CARCARY, 2011), afirmam que algumas organizações concentram-se em maximizar a sua produtividade, outras focam apenas na importância da colaboração e do trabalho em equipe para partilhar conhecimentos, enquanto outras investem fortemente na formação e desenvolvimento de conhecimento no trabalho, na flexibilidade e na estrutura da mudança. As pesquisas e ações em torno da questão do conhecimento organizacional têm instigado os gestores a desenvolver estudos e ferramentas para lidar com este componente apontado como estratégico, sendo que a gestão do conhecimento é vista como "a capacidade de uma empresa de criar novo conhecimento, difundi-lo na organização como um todo e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas" (NONAKA E TAKEUCHI, 1997, p. 1).

De acordo com Davenport (1998) Gestão do Conhecimento é o processo sistemático de busca, seleção, organização, caracterização e apresentação da informação de uma forma que aumente a compreensão dos funcionários em uma específica área de interesse. 

Assim, o conhecimento parece ter grande importância no ambiente organizacional, podendo, a partir do capital humano presente nas organizações, se tornar um ativo estratégico capaz de otimizar as potencialidades pessoais e organizacionais, principalmente em organizações de pequeno e médio porte, como será abordado na próxima subseção.

2.2. Pequenas e médias empresas E a GC

As pequenas empresas sempre existiram. Muito antes que as grandes empresas. Entretanto, foi a partir dos estudos de Staley (1958) e, em seguida à divulgação das reflexões de Schumacher (1977), que os economistas passaram a se interessar, com mais frequência, por essas unidades empresariais de porte reduzido. As autoridades governamentais começaram a se envolver mais de perto com a proteção e o desenvolvimento das pequenas empresas. Hoje, as pequenas e médias empresas são analisadas sob todos os aspectos, principalmente, quanto aos aspectos econômicos e sociais (LEONE, 1991). 

Apesar do elevado número de PME’s, apenas uma pequena fração alcança com sucesso uma performance excepcional e um crescimento sustentável (SIDIK, 2012), sendo que a GC contribui para o alcance dessa performance e crescimento (SIDIK, 2012; YEŞIL et al., 2013; DARROCH, 2005). De acordo com Stewart (1997) a GC e o capital humano devem ser elementos essenciais na gestão de qualquer negócio. Sendo assim, a GC tornou-se um imperativo de gestão (CHOI; POON; DAVIS, 2008), levando as organizações a fazerem surgir na sua hierarquia novas posições, e cujos títulos incluem o termo “conhecimento” – este é o caso do gestor de conhecimento e do diretor de conhecimento (Ponzi, 2002).

O processo de formação de estratégia em PMEs apresenta algumas características que podem ser consideradas idiossincráticas como a flexibilidade, a informalidade e a ausência de aplicação completa de planejamentos estratégicos formais. Grande parte da literatura sobre GC foca-se nas grandes multinacionais e organizações globais (ALMEIDA AND PHENE, 2004; BIRKINSHAW et al., 2010; de FARIA e SOFKA, 2010; KASPER et al., 2012). As PMEs têm características muito especiais e limitações que fazem com que as práticas e processos de GC que utilizam sejam diferentes das existentes nas grandes organizações (SUPYUENYONG et al., 2009). As grandes organizações conseguem dedicar mais recursos, sejam financeiros ou humanos, à GC, do que as PMEs. Nas PMEs torna-se importante perceber como é que geram o conhecimento devido ao seu menor potencial financeiro (ALBINO e PIMENTEL, 2009). Dado que as características das PMES e das grandes empresas são diferentes, as práticas de GC devem ser distintas (YEW WONG e ASPINWALL, 2004). Nesse contexto emerge o foco de interesse na figura do proprietário-dirigente que é o principal tomador de decisão, o qual pode buscar informações em diversas fontes como em sua própria experiência, redes de relação e aprendizagem formal ou informal para basear suas decisões (LIBERMAN-YOCONI, HOOPER e HUTCHINGS, 2010).

A competitividade das PMEs vai depender em grande medida da qualidade do conhecimento que é aplicado nos seus negócios, e na capacidade que têm para adquirir, partilhar e utilizar conhecimento (YEW WONG e ASPINWALL, 2004). O investimento em sistemas de GC pode ser um passo lucrativo desde que seja corretamente implementado, analisado e identificadas as suas principais falhas, sendo que a utilização de sistemas de apoio à decisão é a melhor resposta para as identificar (POWELL e BAKER, 2011). A implementação de sistemas de GC assume-se como um investimento que necessita de recursos e esforços para avaliar os seus resultados (CHOI et al., 2008).

Esse cenário torna-se mais complexo quando na direção das PMEs há mais de um proprietário-dirigente, tendo-se assim o cenário de uma equipe de direção. Estudos sobre o desenvolvimento e formação de estratégias em equipes de direção em PMEs destacam que elementos como compartilhamento e negociação da visão tem impacto no desenvolvimento da estratégia organizacional (ROBBINS e DUNCAN, 1988). Esse compartilhamento pode ocorrer por meio de diálogos os quais podem ser considerados como conversas estratégicas, constituindo-se na troca de informações que influenciam no desenvolvimento de novas estratégias (LIMA, 2007 e 2009). Muitas organizações apesar de terem implementado sistemas de GC, não tiraram o devido proveito desses sistemas (CHOI et al., 2008). Os principais motivos apontados são a pouca compreensão dos gestores perante o propósito da GC e por outro lado as falhas na medição do valor e da performance dos ativos de conhecimento (DYER e McDONOUGH, 2001).

As estratégias em PME podem ser elaboradas de maneira formal e deliberada reunindo características que remetem às noções de planejamento estratégico, com a ressalva de que em certos casos o planejamento é elaborado de maneira fragmentada e incompleta, e nem sempre é aplicado integralmente (SCHAPER; CAMPO; IMUKUKA, 2005).

Desta forma, podemos compreender que o sucesso das PME’s depende, não apenas dos produtos, colaboradores ou recursos organizacionais, mas também de uma eficaz implementação de ferramentas atreladas a Gestão do Conhecimento.

3. Metodologia

O presente trabalho foi caracterizado como pesquisa exploratória e a abordagem bibliométrica. Gil (1999) afirma que pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato. Portanto, esse tipo de pesquisa e realizado, sobretudo, quando o tema e pouco explorado. De acordo com Vanti (2002) a bibliometria é um conjunto de métodos de pesquisa em constante evolução, desenvolvido pela Biblioteconomia e pelas Ciências da Informação, que utiliza análises quantitativa, estatística e de visualização de dados não só para mapear a estrutura do conhecimento de um campo científico, mas também como uma ferramenta primária para a análise do comportamento dos pesquisadores em suas decisões na construção desse conhecimento.

 Nesse sentido, este trabalho buscou caracterizar as publicações sobre “gestão do conhecimento” em “pequenas e medias empresas”. 

A escolha deste tema se deu ao fato de não serem encontrados trabalhos aonde a abordagem GC e PMEs fossem analisadas em conjunto. Em uma pesquisa a trabalho similares realizada para este estudo, destacam-se 3 estudos com abordagens ao tema Gestão do Conhecimento, a saber:“A Bibliometria a Serviço do Conhecimento: Análise de Citação do Tema de Interesse Gestão do Conhecimento do ENANPAD (2007 a 2010)” de ZANINI, G. B., PINTO, M. D., FILIPPIM, E. S. (2012); “Estado-da-Arte sobre a Produção Científica Brasileira em Gestão do Conhecimento: Um Estudo em Periódicos Nacionais e nos Anais do Enanpad no Período 1997-2006” de ZIMMER, M.V., LEIS, R.P. (2007); e “Gestão do Conhecimento e da Informação: Revisão da Produção Científica do Período 2000-2005” de DURANTE, D.G., MAURER S.A.S. (2007), ambos apresentando processos metodológicos semelhantes ao do estudo atual, evidenciando assim a relevância do trabalho e adequação do tema em questão.

A coleta de dados e apresentações dos resultados foram realizadas com o auxílio do software Microsoft Excel (para a construção de gráficos e tabelas) e do software ATLAS.ti (para identificação de palavras centrais). Optou-se por utilizar a base de dados da ISI Web of Science. A escolha desta justifica-se por ser internacionalmente conhecida como uma das bases mais completas (MARIANO, CRUZ e GAITÁN, 2011). A sistematização da pesquisa apresenta-se na Figura 1.

Figura 1: Fases da pesquisa
Fonte: Elaborada pelos autores.

Conforme ilustrado, após a definição do problema de pesquisa e delimitação da base de dados, foi realizada uma busca com as palavras chave gestão do conhecimento (knowledge management) e por SME (siglas em inglês para Pequenas e Médias Empresas), no campo “tempo estipulado” foi refinado o período compreendido entre 2004 até 2014. Com base nessa busca foram encontrados 117 trabalhos. Após, de modo a refinar ainda mais aos trabalhos encontradas ao tema em estudo, foi ainda aplicado um novo filtro nas “categorias do WebScience” selecionando apenas os campos “management” e “business”, resultando em 74 publicações, utilizadas neste trabalho.

A partir destes dados foi realizado primeiramente um panorama das publicações, de modo a se identificar os tipos de abordagem (qualitativos, quantitativos ou quali/quanti), as metodologias mais aplicadas e, ainda, os métodos de coletas de dados utilizados. Posteriormente, foi feita uma análise, com o objetivo de descrever a produção científica na área, identificando o ano das publicações mais citados na área, tipos de documentos encontrados, autores que mais publicam dentro da temática, países e idiomas. Foi também desenvolvida uma análise voltada para palavras centrais encontradas nos títulos e resumos destes trabalhos e, por fim, foram apresentadas as principais discussões levantadas dentro do tema delineado.

4. Resultados e discussoes

A partir das publicações levantadas, a seguir serão apresentados as análises e principais resultados observados.

4.1. Panorama das publicações

Conforme ilustra a Tabela 01, dentre os trabalhos selecionados, a maioria apresentou uma abordagem qualitativa (70,00%). Os trabalhos quantitativos representaram um total de 27,00%, e apenas 3,00% com uma abordagem conjunta, quali/quanti. Percebe-se que a maioria das publicações fizeram uso de um enfoque mais interpretativista, devido a subjetividade do tema “gestão do conhecimento”, em contrapartida a um enfoque positivista com uso de análise estatísticas.

Tabela 1: Tipos de abordagem das publicações selecionadas

Tipo de abordagem

Número de publicações

Representatividade

Quantitativa

20

27,00%

Qualitativa

52

70,00%

Quali./Quanti.

2

3,00%

Total

74

100,00%

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados da ISI Web of Science.

Observa-se também que os trabalhos qualitativos são em sua grande maioria, distribuídos entre estudos de caso e pesquisa documental, somando um total de 56,00% dos trabalhos analisados. Este fato pode ser explicado pela praticidade da coleta de dados, em estudos no tema. A Tabela 02 corrobora essa observação, pois trata da metodologia de pesquisa utilizada na elaboração dos trabalhos e nota-se uma predominância de métodos de pesquisas com caráter empírico.

Pode ser percebido que a maioria das publicações tiveram os dados obtidos por meio da metodologia Survey a qual, segundo Alencar (2000), é uma metodologia de pesquisa conduzida com uma amostra representativa de uma população em que emprega-se, de modo geral, um questionário estruturado e onde os dados obtidos são estudados utilizando-se de técnicas estatísticas para medir relações entre variáveis.

Tabela 2: Metodologia de pesquisa utilizada nas publicações

Metodologia aplicada

Número de publicações

Representatividade

Survey

22

30,00%

Estudos de caso

21

28,00%

Pesquisa documental

21

28,00%

Pesquisa ação

6

8,00%

Experimento

3

4,00%

Observação

1

1,00%

Total

74

100,00%

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados da ISI Web of Science.

Quanto aos métodos de coleta de dados, o mais utilizado foi o questionário (29 vezes) o que é congruente com os dados da Tabela 02, uma vez que a metodologia predominante foi a Survey. O segundo método mais utilizado foi pesquisa documental, estando presente 24 vezes nos artigos em estudo. A relação dos métodos de coleta utilizados pode ser vista na Tabela 3, aonde deve ser ressaltado, que o somatório do total de métodos (82) foi superior ao total de artigos pesquisados. Isso se justifica pelo fato de alguns estudos utilizarem mais de um método de coleta de dados.

Tabela 3: Métodos de coleta de dados

Questionários

29

Pesquisa documental

24

Roteiros de entrevistas

21

Observação

4

Teste

3

Grupo focados

1

Total

82

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados da ISI Web of Science.

4.2. Ano das publicações

Para enriquecer os resultados desse trabalho, optou-se também por estudar os anos das publicações, buscando evidenciar a evolução do tema em estudo ao longo do tempo.

O corte temporal foi feito no ano de 2004 a 2014, aonde, dos 74 resultados obtidos na busca, os mais antigos dataram de 2005 (2 trabalhos), não apresentando trabalhos no ano de 2004.

Pela Figura 02, verifica-se que o maior número de trabalhos foi publicado nos anos de 2008 (15 trabalhos) e em 2011 (13 trabalhos). Nota-se uma queda, imediatamente após o maior índice (2008), no ano de 2009 (8 trabalhos), este fato pode ser evidenciado por fatores econômicos inerentes a crise de 2008, que afetou todo o cenário mundial.

Ainda, pelos dados da Figura 2, é percebido que o tema parece não ser crescente nos últimos anos, aonde apresentou no ano de 2013 e 2014 apenas uma publicação.

Figura 2: Ano das Publicações
Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados ISI Web of Science.

4.3. Análise do tipo de documento

No que diz respeito ao tipo de documento encontrado, pode-se perceber que 82,43% são proceedings paper enquanto apenas 17,57% intitulados artigos. Os proceedings paper foram incluídos na base de dados WoS em 2008 para se designar documentos apresentados inicialmente em conferências ou workshops, e posteriormente adaptados para publicações em uma revista. Até o ano de 2008, estes documentos foram considerados como artigos de revistas pelo Web of Science. É importante sublinhar que proceedings paper são também uma marca atribuída pela Thomson Reuters para artigos completos registrados em anais de conferências no Conference Proceeding Citation Index, agora disponível em conjunto com os bancos de dados SCIE, SSCI e AHCI na base de dados Web of Knowledge.  Embora Thomson Reuters afirme que, "não estamos de forma alguma comentando sobre o status acadêmico desses documentos (proceedings papers em revistas) fazendo esta designação" (WoS, 2009), nós consideramos que o uso desses dois rótulos diferentes ("artigo" e  "proceedings paper") aplicado a artigos em revistas pode ser enganosa e pode levar a inferir diferenças de sua relevância e / ou qualidade (GONZÁLEZ, 2011).

Como o tema é relativamente recente, pode-se atribuir a quantidade encontrada de proceedings paper a este fato, uma vez que os mesmos são primeiramente citados em conferências para posteriormente, uma possível, publicação em definitivo em revistas.

Vale ressaltar que, de acordo com González (2011), a qualidade do proceedings papersão garantidas pelo fato de passarem por dois tipos diferentes de arbitragem: primeiro o da conferência e posteriormente o da revista.

Tabela 4: Tipos de documentos

Tipo de Documento

Numero de Documentos

Frequência

Proceedings Paper

61

82,43%

Artigos

13

17,57%

Fonte: Elaborada pelos autores com base na ISI Web of Science.

4.4. Autores mais citados – Isi Web of Science

A Figura 3 apresenta o numero de citações por ano. Nota-se que o tema apresenta uma ascensão a partir do ano de 2008 atingindo seu ponto máximo no ano de 2012 (7 citações) aonde se permaneceu estável no ano de 2013 com uma queda acentuada no ano de 2014. É importante relacionar a data da realização desta pesquisa a este fato, de forma que, como restam mais de 6 meses para encerrar o período de 2014, estes dados podem se modificar.

Figura 3: Número de Citações por ano
Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados ISI Web of Science.

4.5. Análise de autoria

No que diz respeito à autoria, pode-se perceber que as publicações em gestão do conhecimento em pequenas e médias empresas foram realizadas maioritariamente em parcerias entre dois ou mais pesquisadores (82% do total dos trabalhos publicados).

Como pode ser observado na Figura 4, a maioria das publicações foi feita por duplas de pesquisadores (41%); em relação aos trabalhos com autoria de três pesquisadores, esses representaram 34 % do total; quanto aos trabalhos individuais, 19% foram encontrados.

Nota-se também que os artigos com três autores ou mais somaram um total de 41%, este fato pode ser explicado pela quantidade de proceedings paper encontrados no recorte, sendo o numero elevado de autores característica deste tipo de trabalho, conforme aponta González (2011) uma característica dos proceedings paper é o elevado numero de autores por documento, talvez relacionado a necessidade dos cientistas em serem autores e co-autores para atender ao congresso, enquanto os artigos apresentam um elevado números de páginas e recebem um maior numero de citações.

Foram encontrados apenas 3 trabalhos com quatro autores. Em relação aos trabalhos com 5 autores, foram evidenciados apenas 2.

Figura 4: Número de autores por publicação
Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados da ISI Web of Science.

De acordo com a Tabela 05, pode-se perceber que 10 autores possuem mais de uma publicação na área, com destaque para Martins, B. contando com 6 publicações (8.11%). Observa-se que 5 dos 10 autores com maior número de publicações apresentam apenas 2 publicações na área. Este fato pode ser explicado pela recente emergência da área.

Tabela 5: Autores que mais publicaram no tema

Autores

Número de publicações

Frequência

Martins, B.

6

8.11%

Moteleb, A.

4

5.41%

Woodman, M.

4

5.41%

Mertins, K.

3

4.05%

Will, M.

3

4.05%

Ahmed, S.

2

2.70%

Bencsik, A.

2

2.70%

Dewhurst, FW

2

2.70%

Eldridge, S.

2

2.70%

Narayanasamy, K.

2

2.70%

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados ISI Web of Science.

4.6. Países que mais publicaram

A partir das análises da Tabela 06 percebe-se uma heteregeonidade de países abordando o tema. A Inglaterra se destaca com 11 trabalhos publicados (14,87%), seguida pela Alemanha, 6 trabalhos (8,11%) e Itália, 5 publicações (6,76%). Um destaque para o fato dos EUA não fazerem parte da lista, podendo ser explicado por um possível desinteresse pelo tema ou a utilização de periódicos não indexados na ISI Web of Science.

Tabela 6: Países com maior numero de publicações no tema

País

Número de publicações

Frequência

Inglaterra

11

14,87%

Alemanha

6

8,11%

Itália

5

6,76%

Malásia

5

6,76%

China

4

5,41%

Romênia

4

5,41%

Espanha

4

5,41%

Hungria

3

4,05%

Irã

3

4,05%

Canadá

2

2,70%

Fonte: Elaborada pelos autores com base na ISI Web of Science.

4.7      Principais idiomas das publicações

A partir da Tabela 7 fica evidente a predominância do idioma inglês nas publicações, representando 98,65% do total analisado. Apenas o trabalho “Essential competences for small and medium family enterprises: A model for business success.” foi publicado em outro idioma, espanhol.

Tabela 7: Principais idioma das publicações

País

Número de publicações

Frequência

Inglês

73

98,65%

Espanhol

1

1,35%

Fonte: Elaborada pelos autores com base no ISI Web of Science.

4.8      Análise das palavras-chave mais recorrente

Para concluir a análise de resultados, fez-se um levantamento das palavras-chave mais recorrentes nas publicações. Foram selecionadas as palavras-chave encontradas com maior frequência e significância nos títulos e resumos de todos os trabalhos selecionados. Utilizou-se o software ATLAS.ti para o auxílio no agrupamento das palavras.

Tabela 8: palavras-chave mais recorrentes

Palavra-Chave

Contagem

Palavra-Chave

Contagem

Palavra-Chave

Contagem

knowledge

399

sector

35

developed

25

smes / sme

282

organizational

35

value

24

management

191

competitive

34

role

24

study / studies

97

analyses

34

practice

24

research

89

strategic

33

intellectual

24

small

83

sized

30

data

24

business

78

new

30

web

23

development

72

organizations

29

economy

23

enterprises

64

learning

29

different

23

information

58

industry

29

context

23

medium

55

capital

29

activities

23

companies

52

processes

28

service

22

approach

52

important

28

order

22

process

44

company

28

market

22

model

43

action

27

literature

22

project

41

performance

26

implementation

22

developing

41

framework

26

innovation

21

case

41

one

26

european

21

technology

38

enviroment

26

employees

21

systems

38

support

25

empirical

21

factors

37

practices

25

 

 

Fonte: Elaborado pelo autor com base no ISI Web of Science

A partir da Tabela 8, as palavras-chave mais recorrentes foram knowledge, sme(s), management, esse resultado era esperado devido aos critérios de busca adotados pelo trabalho. Adiante, a análise das palavras com maior ocorrência, eliminando as abordadas pelo tema, destacam-se developing, technology, competitivee strategic, aonde, de forma geral, percebe-se que os debates acerca do tema, consideram a utilização da gestão do conhecimento em pequenas e médias empresas como sendo responsáveis pelo desenvolvimento e competitividade organizacional, destacando, em muito casos, a utilização da tecnologia para acesso à ferramentas do conhecimento.

Ressalta-se também a baixa incidência da palavra innovation, indicando que a gestão do conhecimento em pequenas e médias empresas nem sempre está ligada a aspectos de inovatividade.

5. Considerações finais

Através das discussões apresentadas no artigo, foi possível delinear um panorama inicial para a produção científica na área de gestão do conhecimento em pequenas e médias empresas. Observa-se que o tema ainda é recente, e propenso a um crescimento, devido a quantidade de proceedings papers encontrados na busca. Conforme apresentado nos resultados este tipo de publicação consolida 82,43% do recorte, e apresenta como característica um período de maturação, aonde aguarda os pareceres dos congressos para publicações definitivas em revistas.

A diversidade das principais áreas temáticas de pesquisa pode ser relacionado ao intenso dinamismo das pequenas e médias empresas e, ainda, ao entendimento da gestão do conhecimento, em diversos setores, como sendo determinante para se conquistar vantagem competitiva.

Ao se analisar os principais países com o maior número de publicações, percebe-se que o tema é recorrente tanto em países desenvolvidos, quanto em países emergentes e de economia escassa, trazendo à tona a importância do debate das pequenas e médias empresas no cenário mundial. O Brasil não faz parte da lista de países e não foi encontrado qualquer trabalho sobre o tema no recorte deste trabalho, demonstrando a necessidade de publicar estudos acerca do tema em periódicos indexados na ISI Web of Knowledge, tendo em vista que Ferreira et al. (2012) afirma que no Brasil, as micro e pequenas empresas representam 99% do total de empresas e 20% do produto interno bruto e ainda são responsáveis por 52% dos postos de trabalho nas empresas.

Podemos destacar os debates que ocorrem em gestão do conhecimento no âmbito das pequenas e médias empresas utiliza-se de uma abordagem escassa sobre o tema inovação, conforme apresentado pela análise de frequência de palavras. Este fato demonstra que o tema, pode ser utilizado, em grande parte dos casos, sem a utilização de processos inovativos, característica específica a gestão do conhecimento.

Por fim, uma ampliação deste estudo, incluindo-se uma discussão mais aprofundada sobre o tema podem trazer contribuições interessantes para área. Sugere-se também uma ampliação do escopo da pesquisa, buscando trabalhos publicados em outras bases de dados.

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1. Doctoral student in Business Administration at Federal University of Lavras, Brazil. Email: romgandia@gmail.com

2. Master student in Agricultural Engineer at Federal University of Lavras, Brazil.

3. Doctoral student in Business Administration at Federal University of Lavras, Brazil.

4. Doctoral student in Business Administration at Federal University of Lavras, Brazil.

5. Professor of the Graduate Program in Business Administration at Federal University of Lavras, Brazil.


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 38 (Nº 08) Año 2017

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