ISSN 0798 1015

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Vol. 39 (Nº 52) Ano 2018. Pág. 19

Levantamento das concepções sobre esteroides anabolizantes androgênicos, suplementos alimentares e bebidas energéticas realizado em aulas de química

Survey of conceptions on androgenic anabolic steroids, food supplements and energy drinks carried out in chemistry classes

Amanda Torres Vieira da COSTA 1; Jorge Cardoso MESSEDER 2

Recebido: 0407/2018 • Aprovado: 19/09/2018 • Publicado 28/12/2018


Conteúdo

1. Introdução

2. Metodologia

3. Resultados

4. Conclusões

Referências bibliográficas


RESUMO:

O objetivo desse artigo é discutir as concepções de estudantes do ensino médio sobre os temas: bebidas energéticas, suplementos alimentares e esteroides anabolizantes androgênicos. Trata-se de uma pesquisa do tipo survey, com dados obtidos por meio de um questionário, e analisados pela escala Likert. Os resultados sugerem que a maioria dos estudantes não possui conhecimentos científicos sobre essas substâncias e suas consequências para a saúde. Abordagens didáticas de temas químicos sociais, presentes no cotidiano dos adolescentes, possibilitam aulas mais atraentes.
Palavras chiave: Esteroides Anabolizantes, Suplementos Alimentares, Bebidas Energéticas.

ABSTRACT:

The objective of this article is to discuss the conceptions of high school students on the subjects: energy drinks, dietary supplements and anabolic androgenic steroids. It is a survey-type survey, with data obtained through a questionnaire, and analyzed by the Likert scale. The results suggest that most students lack scientific knowledge about these substances and their health consequences. Didactic approaches of social chemical themes, present in the daily life of adolescents, allow for more attractive classes.
Keywords: Anabolic Steroids, Food Supplements, Energy Drinks

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1. Introdução

Nos dias atuais existe uma forte preocupação em torno do acesso aos conhecimentos científicos para a população em geral, onde a escola torna-se um espaço importante para essa alfabetização científica. A escola passou a ter um papel central na formação do sujeito da sociedade ocidental, com a tarefa, praticamente sozinha, de promover uma aprendizagem completa e complexa dos conteúdos considerados centrais para a inserção na sociedade contemporânea.  Muitos são os aspectos que dificultam as atividades na escola, dentre elas podemos destacar, desmotivação dos atores envolvidos no processo ensino/aprendizagem, extenso currículo e grande valorização nas avaliações internas e externas (Krasilchik, 2000).

O processo de ensino vai muito além da mera transmissão de conhecimentos, abrangendo a criação de possibilidades para produzir o saber.  O educador deve reforçar a capacidade crítica do aluno, fazendo com que ele seja capaz de investigar, questionar, tornar-se curioso.  É necessário que o aluno seja conduzido a pensar, raciocinar para resolver questões, e não somente assimilar a informação recebida tendo-a como verdade absoluta.  O professor deve incentivar que o aluno tenha um espírito questionador, possibilitando em suas aulas correlações com a realidade do aluno (Freire, 1996). Para Paulo Freire, a transformação deve ser o foco principal da prática educativa, de modo que todos os aspectos que cercam os indivíduos possam estar em constante interação, tais como: aspectos sociais, históricos, políticos e econômicos, dentre outros. Dessa forma, não se prima por um ensino e aprendizagem mnemônicos, mas por ações problematizadas, pautadas em dialogicidade, conscientização em torno de realidades vivenciadas pelos estudantes.

Para  que  a  distância  entre  um  ensino  real  e  um  idealizado  seja  superada  é necessário   que   se   ultrapasse   o   modelo   tradicional   de   educação   baseado   na transmissão de informações e conteúdo de forma segmentada. Muito além de aprender ou  “decorar” conceitos  que  serão  avaliados em  testes,  é  necessário  que  o  educador seja  um  mediador  no  processo  de  ensino/aprendizagem  e  procure  formar  cidadãos capazes  de  criticar  a  realidade  ao  seu  redor,  uma  vez  que  estão  inseridos  numa sociedade permeada pelo discurso científico (Lemke, 1990).

A ideia de que a função da educação é a formação do indivíduo, é defendida pela legislação do ensino. Ocorre uma maior importância da abordagem do ensino de ciências, com  ênfase  no  processo  de  construção  do  cidadão  e  na  solidificação  de conhecimento, o que possibilita uma maior participação desses indivíduos no meio em que estão inseridos na sociedade (Altarugio y otros, 2010).

Nesse sentido, o professor necessita desenvolver cada vez mais habilidades no aluno, durante o processo do desenvolvimento técnico- científico. Para isso, muitas vezes, é requerido que ocorra um trabalho amplo e contextualizado (Nunes y Ardoni, 2010). No ensino de química muitas vezes ocorre uma dificuldade na aprendizagem do aluno, e isso geralmente é causado pelo fato dos alunos não relacionarem o conteúdo abordado em sala de aula com situações do cotidiano, o que torna o momento de aprendizado desinteressante. Este fato indica que o ensino de química vem ocorrendo de maneira descontextualizada, (Nunes y Adorni, 2010).

Apesar de aulas descontextualizadas interferirem negativamente no interesse dos alunos, muitos professores não estão preparados para atuar de maneira interdisciplinar, estabelecendo relação entre o conteúdo abordado e o cotidiano do aluno. Mesmo sendo o livro didático um instrumento utilizado pelos professores como instrumentos de auxílio, os educadores devem evitar que este seja o único recurso utilizado em suas aulas (Lobato, 2007).

Os adolescentes estão em processo de formação, onde ainda não alcançaram a maturidade e buscam uma maneira de autoafirmação, sendo extremamente influenciados por padrões estéticos impostos pela mídia. Diante disso inferiu-se realizar um levantamento das concepções sobre esteroides anabolizantes androgênicos, suplementos alimentares e bebidas energéticas, uma vez que são substâncias que fazem parte do cotidiano juvenil. Igualmente, são temas que devem ser trazidos para as aulas de química, pois propicia que conteúdos químicos, possam ser dinamizados num enfoque de um ensino com ênfase em Ciência, Tecnologia, Sociedade (CTS), na procura pelo letramento ou alfabetização científica (Cachapuz y otros, 2005).

1.1. Esteroides anabolizantes androgênicos

Esteroides anabólicos androgênicos (EAA) são hormônios produzidos pelas gônadas (testículo e ovário) e pelo córtex da suprarrenal, incluindo a testosterona e seus derivados.  Para alguns autores, são considerados EAA apenas os derivados sintéticos da testosterona que possuem atividade anabólica superior à  atividade androgênica (Silva y otros, 2002).

A testosterona é o principal hormônio produzido pelos testículos, sendo que há também a produção de outros andrógenos, hormônios sexuais masculinos que são produzidos  nos  testículos  e  também  nas  adrenais.  Em  decorrência  do  aumento  da massa muscular há a crença de que os EAA aumentam o desempenho atlético, além de  aumentarem  também  a  motivação  do  indivíduo  assim  como  a  estimularem  a agressividade (Brandi y otros, 2010).

A produção dos EAA se deu inicialmente  com o  objetivo  de  serem  utilizados unicamente  para  tratamento  e  controle  de  doenças  específicas.  Seu uso terapêutico atual foi estendido para  o  tratamento  de  doenças  como  cirrose  hepática,  anemia  e outras  (Abrahin y  Souza,  2013).  Homens jovens de variadas camadas sociais e padrões econômicos   tem   realizado   uso   não   clínico   de   EAA   almejando   obter rapidamente a musculosidade e a melhora do desempenho físico. No entanto, vários estudos apontam os danos causados por essas substâncias (Bispo y otros, 2009).

A influência midiática e insatisfação com a imagem corporal são descritas como causas do abuso de EAA, exercendo considerável influência na motivação de homens jovens, que  buscam  um  ideal  de  corpo  musculoso  (Melnik,  Jansen y Grabbe, 2007).

1.2. Suplementos alimentares

A orientação nutricional tem a função de propiciar um equilíbrio alimentar de modo que haja uma distribuição adequada dos nutrientes da dieta (Serwah y Marino, 2006). Tanto para esportistas como para atletas, uma alimentação adequada é necessária para suprir a demanda energética requerida pelo exercício, pois a mesma fornece uma ingestão ideal de nutrientes importantes para o rendimento físico (Sbme, 2009). Sendo assim, para suprir essa necessidade alimentar e para conferir maior praticidade a quem busca essa alimentação balanceada, o mercado de alimentos e suplementos oferece ao mundo do esporte vários recursos que prometem prolongar a resistência, melhorar a recuperação, reduzir a gordura corporal, aumentar a massa muscular, minimizar os riscos de doenças ou promover alguma outra característica que melhore o desempenho esportivo (Maughan y Burke, 2004).

Suplementos alimentares são definidos como substâncias utilizadas por via oral com o objetivo de complementar uma determinada deficiência dietética. Muitas vezes eles são  comercializados  como  substâncias  ergogênicas  capazes  de  melhorar  ou aumentar   a   performance   física.   Proteínas   e   aminoácidos,   creatina,   carnitina, vitaminas,  microelementos,  cafeína,  betahidroximetilbutirato  e  bicarbonato  são  os suplementos  alimentares  mais  utilizados.  Alguns  dos  principais  motivos  citados  por adolescentes  para  usarem  suplementos  alimentares  são  ganhar  massa  muscular, melhorar   o   desempenho   competitivo,   melhorar   a   performance   física,   retardar o surgimento da fadiga, prevenir doenças (Alves y Lima, 2009).

Segundo Pereira e colaboradores (2003), o consumo de suplementos alimentares é maior em homens, que ingerem aminoácidos e outros concentrados proteicos diariamente. A insatisfação com  a  imagem  corporal  nos  adolescentes  e  a  falta  de  tempo  para treinamento adequado nos jovens adultos, aliada a urgência em atingir os resultados esperados  e  ao  desejo  de  aparentar  o  seu  melhor,  tornam  os  jovens  propensos  a consumir qualquer coisa que se apresente como atalho para atingir o padrão de beleza imposto, já que a estética é um dos principais motivos da prática esportiva nessa faixa etária (Stephens y Olsen, 2001).

A maior parte dos usuários de suplementos possui entre 15 a 19 anos, o que sugere  que  os  adolescentes  são  mais  vulneráveis  à  influência  dos  apelos  desses produtos, uma vez que nessa idade o desejo por resultados rápidos é maior. Embora os adolescentes busquem independência, eles são suscetíveis às influências externas no uso de suplementos alimentares e essas influências podem ocorrer através dos pais, amigos, treinadores e professores (Hirschbruch y otros, 2008). Outro fator de influência é que nesta idade os jovens começam a frequentar ambientes como academias com o objetivo de obtenção de uma melhor estética corporal. A academia de ginástica é um local para a prática de exercícios físicos, sendo esse ambiente favorável à disseminação de padrões estéticos esteriotipados, como o corpo com baixa quantidade de gordura e com elevado volume muscular (Hirschbruch, Fisberg y Mochizuki, 2008). É possível que neste ambiente, os jovens se interessem pelo consumo de suplementos alimentares.

Esse consumo de suplementos alimentares pode em alguns casos estar relacionado com a pressão que a sociedade e a mídia exercem em relação ao corpo perfeito. Em busca de alcançar esse padrão corporal pré-estabelecido e socialmente corroborado como sendo ideal, os adolescentes acabam por recorrer ao uso dessas substâncias (Stricker, 2002). Alguns autores relatam que a maioria dos jovens acredita na efetividade do uso dessas substâncias para obtenção do resultado almejado (Stephens y Olsen, 2001).

Alguns dos principais benefícios decorrentes do uso de suplementos alimentares citados por adolescentes são estímulo do metabolismo de gordura, diminuição da fadiga, aumento da força muscular aumento da massa magra.. A suplementação nutricional é recomendada apenas em situações específicas (Alves y Lima, 2009).

O uso de suplementos alimentares de maneira indiscriminada também está associado a malefícios uma vez que além de não existir nenhum benefício em ingerir proteínas em excesso, esse procedimento pode gerar sobrecarga no fígado e nos rins, podendo levar à  cetose,  gota,  desidratação,  excreção  urinária  de  cálcio  e  perda  de massa óssea (Webb y Whitney, 2003).

No Brasil, de acordo com a Portaria nº 18 de 27 de outubro de 2010 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os suplementos alimentares para atletas são denominados alimentos para praticantes de atividades físicas ou ergogênicos nutricionais, e constituem-se em produtos destinados a complementar as dietas normais tanto em calorias como também em proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras, juntas ou separadas, dependendo das necessidades de cada pessoa.

Nos dias atuais, observa-se uma crescente participação dos jovens no cenário esportivo, o que acarreta que esses jovens possam se tornar potenciais usuários de suplementos alimentares. Sendo assim, é fundamental que os profissionais da saúde estejam atentos às práticas alimentares adotadas pelos jovens, que se não bem orientadas, podem trazer consequências deletérias à saúde, tais como desidratação, práticas de controle de peso inadequadas, distúrbios alimentares e uso indiscriminado de substâncias encaradas como ergogênica (Juzwiakl, Paschoal y Lopez, 2000).

1.3. Bebidas energéticas

O surgimento das bebidas energéticas (BE) se deu no mercado, com a promessa, segundo seus produtores, de serem atuantes em aumentar a resistência física, a concentração e estado de alerta e diminuição do sono. São produtos livremente comercializados aos quais os jovens têm livre acesso nos locais onde se reúnem para dançar, em clubes, bares, academias, centros esportivos, e concertos musicais (Ferreira, Mello y Oliveira, 2004) onde estas são vendidas separadamente ou junto com bebidas alcoólicas.

As BE apresentam um aumento do desempenho físico de atletas e não atletas, sendo que o efeito em não atletas é ainda mais acentuado. Isso se dá em decorrência da otimização de utilização de energia durante a contração muscular.   Em decorrência desse efeito as BE são consideradas substâncias ergogênicas que possuem em sua composição principalmente cafeína e taurina (Higgins, Tuttle y Higgins, 2010).

As BE começaram a ser comercializadas como recursos ergogênicos e logo alcançaram crescimento exponencial em suas vendas.  De acordo com os dados de vendas apresentados em 2002, o mercado de BE evoluiu de US$ 1,2 bilhão para US$6,6 bilhões no ano de 2007 (Lockwood y otros, 2010). 

Diante desse significativo crescimento, que caracteriza importante aumento no consumo desse tipo de bebida, se torna necessário o entendimento sobre os benefícios e riscos da sua administração.

O uso de BE pode acarretar alguns danos a saúde, visto que  algumas situações   podem   acarretar   elevação   da   pressão   arterial   e   frequência   cardíaca, possivelmente, em conjunto com a libertação de catecolaminas a partir das glândulas suprarrenais  (Borini  y otros, 2013).  A ingestão de uma lata de algumas das BE disponíveis no mercado resulta em uma carga de trabalho aumentada para o coração, como evidenciado pela elevação da pressão arterial, da frequência cardíaca e do débito cardíaco, uma hora após o consumo dessa bebida (Silva y otros, 2010).

BE são bebidas que apresentam entre seus agentes taurina, cafeína, guaraná, ginseng, glucuronolactona e vitaminas. Algumas possuem minerais, inositol e carnitina, entre outras substâncias. A cafeína parece ser o principal ativo deste tipo de bebida, sendo esta classificada como uma substância psicoativa, que são substâncias que atuam temporariamente no sistema nervoso central (Ballisteri y Corrad-Webster, 2008).

Outro fator de risco é a associação de BE e álcool, uma vez que essa combinação pode acarretar ainda mais severidade aos efeitos decorrentes das BE. Entre os riscos decorrentes dessa combinação estão o aumento da probabilidade de envolvimento com acidentes automobilísticos, cardiovascular e acidente vascular cerebral (AVC). Há ainda os riscos de alguns jovens possuírem problemas cardíacos assintomáticos e não saberem da existência da doença, sendo a mesma agravada a partir da ingestão da mistura entre bebidas energéticas e alcoólicas (Ducan y Hankey, 2013).

A preocupação com uso de BE tem crescido tão significativamente que a Secretaria de Programação para a Prevenção da Dependência de Drogas e da Luta Contra o Narcotráfico na Argentina (Sedronar) está empenhada para difundir um alerta sobre deste consumo. Essa preocupação se dá também, pois o aumento de consumo de BE está acarretando o aumento de consumo de bebidas alcóolicas, visto que existe uma melhora no sabor das bebidas destiladas quando combinadas com BE, o que acarretaria esse aumento de consumo (Ferreira, Mello y Oliveira, 2004).

É extremamente preocupante a maneira como essas bebidas se apresentam no mercado, uma vez que para os jovens essa apresentação pode se mostrar atrativa e desafiadora, não fazendo jus ao que essas bebidas representam quando ingeridas sem cautela.

Muitas BE se apresentam com seus nomes comerciais relacionados a Slogans “te dá asas”, ou com nomes como “cachorro louco” e “atômico”. Além disso, inicialmente essas bebidas eram comercializadas em doses pequenas e atualmente são facilmente encontradas em recipientes de 2 litros (Reissig, Strain y Griffiths, 2009).

Muitos estudos corroboram com a proximidade entre crianças e adolescentes e essas substâncias, prova disto são que dados recentes sugerem que o consumo de bebidas energéticas tem vindo a aumentar, mais do que o dobro em crianças dos 2 aos 11 anos (de 3% em 2000 para 7% em 2008). Nesse mesmo estudo, o consumo de bebidas energéticas e desportivas pelos adolescentes triplicou (de 4% para 12%) (Han y Powell, 2013).

Um estudo mostrou que entre as crianças, o consumo era de 6% na Hungria e 40% na República Checa, com um consumo médio mensal de 2,1 litros nos adolescentes e semanal de 0,49 litros nas crianças. Nesse mesmo estudo, as bebidas energéticas contribuíam para uma exposição à cafeína em 43% das crianças, 13% dos adolescentes e 8% dos adultos. Relativamente aos hábitos de consumo associados ao álcool, a prevalência foi similar entre os adolescentes (53%) e adultos (56%) e durante o exercício físico a prevalência foi de 41% nos adolescentes e de 52% nos adultos. (Zuconi y otros, 2013). O consumo destas e de outras bebidas cafeinadas, como o café, como substituto do sono é uma prática comum entre os adolescentes e jovens adultos, principalmente em contexto escolar e desportivo, em que a atividade física serve como propósito para 41% dos adolescentes (Zuconi y otros, 2013). A grande preocupação que decorre desta prática é a superdosagem de cafeína decorrente da combinação dessas bebidas e o que essa superdosagem pode acarretar no organismo.

Apesar do crescimento do consumo dessas bebidas não há no Brasil uma obrigatoriedade de informação quanto aos efeitos decorrentes da ingestão, entretanto já existem algumas medidas sendo tomadas em direção a uma maior regulamentação no tocante a comercialização dessas substâncias (Ballisteri y Corrad-Webster, 2008).

2. Metodologia

A pesquisa desenvolvida neste trabalho é de caráter predominantemente qualitativo, pois, de acordo com Bogdan e Biklen (1994), trata-se de um trabalho onde o comportamento das pessoas é influenciado pelo contexto no qual estão inseridos. O trabalho foi realizado em turmas do ensino médio de uma escola estadual do município de Mesquita, localizada na Baixada Fluminense no estado do Rio de Janeiro. Contabilizaram: 2  turmas  do  1°  ano,  2  turmas  do  2°    ano  e  2  turmas  do  3°  ano. Participaram deste estudo uma amostra 212 estudantes, sendo 72 do 1° ano do ensino médio, 73 do 2° ano do ensino médio e 67 do 3° ano do ensino médio. Dos estudantes 58 % eram do sexo feminino e 42 % do sexo masculino, com idade mínima de 14 anos e máxima de 18 anos, com média de 16 anos. A professora pesquisadora, autora deste artigo, leciona a disciplina de Química para todas as turmas envolvidas.

Para obter os dados, foi aplicado um formulário com 22 questões afirmativas em todas as turmas, onde os respondentes manifestaram seu grau de concordância com cada afirmação através da escolha de 1  entre  5  opções  de  respostas,  baseadas  na  escala  Likert. A escala Likert é uma escala de mensuração muito utilizada em pesquisas de opinião.   Foram utilizados 5   pontos   [(   )  concordo   totalmente   ( ) concordo parcialmente  ( ) não tenho opinião  ( ) discordo parcialmente  ( ) discordo totalmente], uma vez que a escala com cinco itens tem se mostrado mais confiável do que a escala de 3 pontos, e apesar de apresentar a mesma precisão do que a escala de 7 pontos, se mostra mais prática e veloz para o respondente (Dalmoro y Vieira, 2013). O questionário utilizado encontra-se no anexo 1.

O formulário apresentava também questões como idade, ano de série e sexo, além de questões sobre química e o cotidiano, química e saúde, esteroides anabolizantes androgênicos, suplementos alimentares e bebidas energéticas.

Antes da aplicação do questionário, a professora pesquisadora orientou os alunos quanto à maneira de proceder na marcação da resposta que melhor refletisse seu grau de concordância com cada afirmação.  Os alunos se mostraram bastante interessados e comprometidos com a atividade proposta, pelo fato da professora pesquisadora ser também atleta culturista, com um corpo de acentuada muscularidade. Os temas usados na pesquisa são comumente motivos de questionamentos por parte dos alunos, que, por conta da forma física da professora, se sentem confortáveis em demonstrar o interesse por tais substâncias.

Após a aplicação dos formulários, os dados foram analisados e tratados estatisticamente.

3. Resultados

Em sala de aula, foi feita a leitura  de  todas  as  questões  para  assegurar  o completo entendimento das mesmas.  Foram respondidos 212 questionários, sendo 72 respondentes do 1º ano do ensino médio (34 %), 73 respondentes do 2º ano do ensino médio  (34,4%)  e  67  respondentes  do  3º  do  ensino  médio  (31,6  %).  As  questões presentes  no  questionário  foram  relativas  ao  nível  de  associação  entre  química, cotidiano    e    saúde,    aos    esteroides    anabolizantes    androgênicos,    suplementos alimentares e bebidas energéticas, além de questões como idade, ano de série e sexo.

Para  que  a  discussão  a  respeito  das  concepções  dos  alunos  pudesse  ser realizada de forma clara, as informações presentes no questionário ilustrado no Quadro 1 foram agrupadas em três categorias distribuídas nas Figuras 1,2 e 3.

Figura 1
Índice de respostas em escala Likert de cinco pontos para as
afirmativas 1, 2 e 3 do questionário de levantamento de concepções.

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Figura 2
Índice de respostas em escala Likert de cinco pontos para as
afirmativas 4, 5 e 6 do questionário de levantamento de concepções

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Figura 3
Índice de respostas em escala Likert de cinco pontos para as afirmativas
9, 10,11, 15, 16 e 17 do questionário de levantamento de concepções.

Apresentamos na Figura 1 (anexo 2), as respostas dadas para as afirmações 1, 2 e 3 que se relacionam à opinião dos alunos a respeito da relação existente entre química e o cotidiano  e  química  e  saúde.    Nas  afirmações  1  e  2,  os  alunos  opinaram  sobre  a relação química e cotidiano, indicando seu pensamento sobre o fato da química estar relacionada com a vida fora dos muros da escola. Na afirmativa 3, os alunos opinaram sobre a relação existente entre química e saúde, onde expuseram sua opinião sobre a química ser uma facilitadora no cuidado com a saúde.

Os  resultados  demonstraram  que  a  maioria  dos  alunos  não  percebe  que  há relação entre química e o cotidiano, e entre química e saúde, onde opinaram não achar que  a  química  auxilie  a  vida  fora  dos  muros  da  escola  e  nem  nos  cuidados  com  a saúde.  No  tocante  a afirmativa  1  57,7% foi o  somatório  das  respostas  DP  e  DT.  Na afirmativa  2  o  somatório  das  respostas  DP  (discordo  parcialmente)  e  DT  (discordo totalmente)  foi  de  53,8%  e  na  afirmativa  3  o  somatório  das  questões  DP  e  DT  foi

51,5%.

Quando comparamos as respostas entre o 1º ano do ensino médio e o terceiro ano do ensino  médio,  percebemos  que  apesar  da  maioria  dos  alunos  de  ambas  as séries  discordarem  das  3  afirmações,  esse  grau  de  discordância  é  mais  acentuado entre  alunos  do  1º  ano  do  ensino  médio,  isso  pode  ser  atribuído  ao  fato  de  que  os alunos do 3º ano do ensino médio já tiveram, durante os anos letivos precedentes, um contato   maior   com   os   conteúdos   disciplinares   de   química,   sendo   capazes   de estabelecer  algum  nível  de  relação  entre  química  e  cotidiano  e  química  e  saúde, através  das  experiências  vividas  no  ambiente  escolar.  Entre  os  alunos  do  1º  ano  do ensino médio o somatório das respostas DP e DT foi de 61,3% enquanto que entre os alunos pertencentes ao 3º ano do ensino médio, o somatório das respostas DP e DT foi de 45,3%.

Na Figura 2, estão representados os resultados apontados pelos alunos para as afirmações 4, 5 e 6, onde os alunos opinaram sobre as afirmativas referentes à clareza que os mesmos possuem sobre  esteroides anabolizantes androgênicos, suplementos alimentares  e  bebidas  energéticas.  A  maioria  dos  alunos  opinou  não  ter  clareza completa sobre o que são essas substancias. Na afirmativa 4 o somatório das questões DP e DT foi 76%. Na afirmativa 5 o somatório das opções DP e DT foi 43% e para a afirmativa 6 o valor obtido pelo somatório das opções DP e DT foi 74%. Esses valores demonstram  que  os  estudantes  não  possuem  clareza  sobre  o  que  são  e  para  que servem essas substancias, sobre tudo os esteroides anabolizantes androgênicos.

Na figura 3 estão apresentados os resultados referentes às afirmativas 9, 10 e11,  15,16  e  17  onde  são  relacionados  os  esteroides  anabolizantes  androgênicos,  os suplementos alimentares e as bebidas energéticas com a saúde, e se há necessidade de  receita  médica  para  obtenção  dos  mesmos. 

Os resultados obtidos na questão  9, demonstram  que  a  maioria  dos  estudantes  acham  que  os  suplementos  alimentares fazem  bem  a  saúde,  onde  o  somatório  das  opções  CP  e  CT  foi  de  61%.  Nas afirmativas  10  e  11,  o  somatório  das  opções  CP  e  CT  foi  de  38,5%  e  32,5%, respectivamente.  Isso   demostra   que   quando   se   trata  de  bebidas  energéticas  e principalmente esteroides anabolizantes os estudantes não relacionam com benefícios à  saúde. 

Quanto as afirmativas das  questões  15,  16  e  17  que  afirmam  que  para  a aquisição de suplementos alimentares e bebidas energéticas são necessárias receitas médicas e que esteroides anabolizantes androgênicos são remédios, o somatório das opções CP e CT foi 50%, 36% e 2,8% respectivamente. A partir desses dados percebe- se que muitos alunos não concordam que seja necessário receita médica para adquirir suplementos  alimentares  e  bebidas  energéticas  e  que  quase  100%  dos  alunos  não acham  que  esteroides  anabolizantes  androgênicos  são  remédios.  Calfe  e  Fadale (2006) declaram que esses produtos são vendidos em qualquer farmácia ou academia de ginástica sem necessidade de prescrição médica e sem orientação de nutricionistas.

As  afirmativas  18,  19  e  20  são  relacionadas  a  opinião  que  os  respondentes possuem  sobre  a  facilidade  de  aquisição  e  sobre  a  ocorrência  de  consumo  dessas substancias por jovens e os resultados estão representados na figura  4. O somatório das opções CP e CT foi 71,7% para a afirmativa 18, o que demonstra que significativa parte dos respondentes considera fácil adquirir esteroides anabolizantes androgênicos. O  somatório  das  opções  CP  e  CT  para  as  opções  19  e  20  foi  75,2%  e  74,5%, respectivamente  demonstrando  que  a  maioria  dos  estudantes  concorda  parcial  ou totalmente  com  a  ocorrência  do  consumo  de  suplementos  alimentares  e  bebidas energéticas  entre  os  jovens.  Esses  dados  corroboram  com  os  achados  de  Calfe  e Fadale (2006) que dizem que o consumo de suplementos alimentares está cada vez maior entre os adolescentes.

Figura 4
Índice de respostas em escala Likert de cinco pontos para as afirmativas
18, 19 e 20 do questionário de levantamento de concepções

Na figura 5, estão representados os resultados referentes as  afirmativas 21 e 22,  onde  os  respondentes  opinaram  sobre  o  desejo  de  estudarem  temas  como esteroides    anabolizantes    androgênicos,    suplementos    alimentares    e    bebidas energéticas em aulas de química e sobre o fato da abordagem de temas como esses deixarem as aulas mais motivadoras. O somatório das opções CP e CT foi 100% em ambas   as   afirmativas,   o   que   demonstra   claramente   que   todos   os   estudantes participantes  da  pesquisa  gostariam  de  ver  esses  temas  abordados  em  aulas  de química, tornando-as mais motivadoras. Wartha e Alário (2005) corroboram com essa posição,   quando   declaram   a  necessidade   do   professor  buscar   o   significado   do conhecimento  a  partir  de  contextos  do  mundo  ou  da  sociedade  em  geral,  levando  o aluno  a  compreender  a  relevância  do  conhecimento  e  aplicando-o  para  entender  os fatos  e  fenômenos  que  o  cercam.  Os  professores  ao  selecionarem  os  conteúdos  a serem trabalhados em aula devem levar em conta alguns pontos importantes, como por exemplo, fazer o aluno associar o conteúdo com algo vivenciado por ele, ou algo que ele  já  saiba,  numa  aprendizagem  significativa  (Santos y Schnetzler,  2010).  Na concepção freireana, é  preciso  partir  da  situação  existencial  concreta  dos  sujeitos,  a qual  depende  da  investigação  e  reflexão  da  realidade  em  que  estão  inseridos, favorecendo  a  compreensão  da vida  cotidiana  nos  seus  diversos aspectos  (Freire,1996, p 100).

Figura 5
Índice de respostas em escala Likert de cinco pontos para as
afirmativas 21 e 22 do questionário de levantamento de concepções.

EAA é um tema que deve ser trazido para as aulas de química, pois propicia que conteúdos químicos, possam ser dinamizados num enfoque de um ensino com ênfase em Ciência, Tecnologia, Sociedade (CTS), na procura pelo letramento ou alfabetização científica (Cachapuz y otros,  2005).

Na figura 6, estão representados os resultados obtidos nas afirmativas 7 e 8, onde os respondentes expressaram sua opinião sobre a relação existente entre EAA, suplementos e estética corporal. Nessa afirmativa ficou claro que a grande maioria dos respondentes faz uma relação positiva entre o uso dessas substâncias e a obtenção de um corpo mais bonito.

Figura 6
Índice de respostas em escala Likert de cinco pontos para as
afirmativas 7 e 8 do questionário de levantamento de concepções

O somatório das opções CP e CT foi 81,3% para a afirmativa 7 e de 82,5% para a questão 8, o que demonstra claramente que os estudantes associam a utilização de anabolizantes e suplementos com a possibilidade de melhorar o físico esteticamente. Esse fato sugere que estudantes que apresentem algum nível de insatisfação corporal, ou que sejam motivados por algum fator externo a se enquadrar em um padrão de beleza pré-estabelecido e corroborado socialmente, podem se tornar potenciais usuários de esteroides anabolizantes androgênicos ou suplementos alimentares.

Estima-se que, no Brasil, a faixa etária de maior consumo está compreendida entre 18 e 34 anos (Iriart, 2002). Essa idade corresponde em parte a idade escolar e corrobora com a importância do esclarecimento a cerca dessas substâncias na escola.

Na figura 7, estão representados os resultados obtidos nas afirmativas 12, 13 e 14, onde os respondentes expressaram sua opinião sobre a relação existente entre EAA, suplementos alimentares (SA) e BE. Essas questões estabeleceram relação entre as substâncias pesquisadas, ou seja, sobre o quanto uma substância está relacionada à outra. As respostas obtidas para essas afirmativas indicam que significativa parcela dos respondentes não sabe a diferença entre BE, EAA e SA, não possuindo clareza de suas indicações e usos.

Figura 7
Índice de respostas em escala Likert de cinco pontos para as afirmativas
12, 13 e 14 do questionário de levantamento de concepções

O somatório das opções CP e CT foi de 79% para a afirmativa 12, 76% para a afirmativa 13 e 84% para a afirmativa 14. Esses resultados sugerem que não há clareza quanto à finalidade de cada substância por parte dos estudantes e que há possibilidade de que muitos confundam a maneira adequada de utilização dessas substâncias, justamente pela falta de clareza em suas conceituações.

A partir do conhecimento das concepções que os alunos possuem sobre essas substâncias e considerando o quanto os alunos se interessam por temas relacionados ao cotidiano, estratégias podem ser traçadas para que esses temas sejam abordados em aulas de química.

4. Conclusões

A partir do levantamento das concepções que os alunos do ensino médio possuem sobre esteroides anabolizantes androgênicos, suplementos alimentares e bebidas energéticas, ficou claro que existe a necessidade de que esses conceitos sejam abordados e esclarecidos à luz da ciência.  A escola é um espaço de grande importância para a formação do pensamento crítico e, sendo o professor um formador de opinião, é fundamental que este busque maneiras de abordar os temas supracitados com os alunos, alertando sobre os riscos que o uso indiscriminado e desassistido dessas substâncias representa.

Uma proposta pedagógica baseada em discussões de temas químicos sociais tende a desenvolver competências pessoais e sociais que favoreçam aos alunos uma postura mais crítica e, portanto, mais cidadã perante os problemas sociais relativos à Ciência, Tecnologia e Sociedade.  Dessa forma, com este estudo inicial foi possível repensar a concepção acerca do ensino de Química para além da simples transmissão de conceitos a serem decorados pelos estudantes.   Os resultados indicaram que outros temas que relacionam Educação em Saúde com o Ensino de Química devam ser trazidos para discussões. Destarte, a abordagem de temas sociais na sala de aula favorece a alfabetização científica dos alunos por meio de suas vivências sociais que atribuem significado aos conteúdos científicos para além da simples conceitualização.

O presente estudo sugere que a abordagem didática de temas relacionados ao cotidiano do aluno, além de serem de extrema importância social, são medidas que tornam as aulas de química mais motivadoras e estimulantes, colaborando com o processo de aprendizagem, visto que, priorizar o processo de ensino-aprendizagem de forma contextualizada, onde o ensino é relacionado ao cotidiano dos alunos, permite que o educando perceba a importância da química dentro da sociedade.

Uma vez que a  escola  é  lugar  de  transmissão  de  saberes  acadêmicos,  mas também o lugar onde se busca desenvolver no aluno noções de cidadania, afim de que este se torne capaz de avaliar questões que permeiam seu cotidiano e tomar decisões quanto a essas questões, o professor de química deve buscar estratégias para abordar temas  relativos  ao  cotidiano  do  aluno  que,  quando  não  esclarecidos,  podem  trazer danos permanentes a saúde. Segundo Freire (1996) "o Educador precisa estar à altura de seu tempo".  Sendo assim, é de extrema importância que o professor se atualize, procurando temas que façam realmente parte da realidade de seus alunos. Segundo Santos e Maldaner (2010), a escola é um lugar de formar cidadãos participantes ativos da sociedade, onde o ensino de ciências deve ser baseado não apenas em aspectos científicos, mas também sociais.                                                                

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Anexos

Anexo 1 – Questionário Escala Likert

Idade:                       Ano de série:                         Sexo: (   ) Feminino       (    )Masculino

(     ) concordo plenamente (     ) concordo parcialmente (   ) não tenho opinião (    ) discordo parcialmente (    ) discordo totalmente  

(     ) concordo plenamente (     ) concordo parcialmente (   ) não tenho opinião (    ) discordo parcialmente (    ) discordo totalmente  

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1. Professora da Rede Estadual do Rio de Janeiro. Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências (PROPEC) do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) - Brasil. Email: amandcosta@ig.com.br

2. Doutor em Ciências. Professor do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências (PROPEC) do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) - Brasil. Email: jorge.messeder@irfj.edu.br


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 39 (Nº 52) Ano 2018

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