ISSN 0798 1015

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Vol. 41 (Nº 11) Ano 2020. Pág. 8

Práxis pedagógica, docentes frente as tecnologias digitais da informação: avanços no processo de ensino e aprendizagem

Pedagogical praxis, teachers facing digital information technologies: advances in the teaching and learning process

SILVA, Vera Lúcia B. 1; MELO, Eliete Braz de M. 2; DUARTE, Maria Fabiana de Aguiar L. 3; CAVALCANTE, Mirian Marta da S. 4; SILVA, Zuleide Gomes da. 5; COUTINHO, Diógenes José G 6

Recebido: 07/10/2019 • Aprovado: 20/03/2020 • Publicado: 02/04/2020


Conteúdo

1. Introdução

2. Embasamento teórico

3. Metodologia

4. Resultados e discussão

5. Conclusões

Referências bibliográficas


RESUMO:

Este artigo analisa a prática e perfil dos docentes frentes as tecnologias digitais da informação, (computador e celular), os desafios e avanços na aprendizagem por meio da pedagogia dos multiletramentos. Para a consolidação dessa pesquisa foi feita uma pesquisa de campo caracterizada como uma abordagem quali-quantitativa. Tendo em vista que a mesma tem como objetivo conhecer os entraves dos professores e avanços na aprendizagem, ao utilizarem as tecnologias digitais da informação de uma escola no Agreste Setentrional de PE.
Palavras chiave: Capacitação; Práticas contemporâneas; Tecnologias digitais; Caminho.

ABSTRACT:

This article analyzes the practice and profile of teachers regarding digital information technologies (computer and mobile), the challenges and advances in learning through the pedagogy of multi-tools. To consolidate this research, a field research characterized as a qualitative and quantitative approach was made. Given that it aims to know the barriers of teachers and advances in learning, using the digital information technologies of a school in the Northeast of PE.
Keywords: Capacitação; Práticas contemporâneas; Tecnologias digitais; Caminho.

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1. Introdução

O presente artigo desponta a mostrar alguns desafios que os docentes enfrentam no exercício de sua função pedagógica diante do crescente e rápido avanço tecnológico que tem invadido a vida do homem, em todos os setores e áreas da sociedade como um processo social, desde o interior da sua casa, rua, bairro, cidade onde mora e principalmente salas de aula, esse tal impacto tecnológico vem atingindo todos os lugares e instituições.

Com embasamento, refletido em Dorigoni e Silva (2013), essas redes eletrônicas estão determinando novas formas de comunicação interativa, principalmente entre conjuntos de pensamentos que não consideram distâncias temporais nem físicas.

É importante ressaltar que hoje os imediatismos causados por esses impactos tecnológicos que não medem distância tampouco tempo, evidente que ajudam, porém na fase fundamental da vida, como é o caso da adolescência, os pais precisam estar atentos, porque em algumas situações essa tecnologia móvel (celular), deixa os adolescentes néscios, principalmente os que já estão na idade de ajudar nas tarefas diárias, e encontram- se estáticos, para eles o celular é tudo, e tudo na vida que é demais sem limites, vem à tona a ansiedade, que é a causa da preocupação que muitos docentes têm que geram mais obstáculos na era contemporânea.

Assim, percebe-se que a geração Z, como é chamada a geração dos nativos usuários de celular desde a infância, para essa geração parece faltar-lhe discernimento e limites, como observa-se na Escola Pública analisada no Agreste Setentrional, percebe-se que alguns alunos fazem uso excessivo desse recurso tecnológico, que termina refletindo na sala de aula, às vezes em forma de isolamento, sonolência, exaustão e carência afetiva, e o professor encontra dificuldades para lidar com essas situações.

Sendo assim, o professor necessita ativar estratégias eficazes de como acolher as novas tecnologias da informação digitais a seu favor, agindo assim, certamente ele poderá amenizar algumas dificuldades e tornar sua aula mais atrativa e menos cansativa para o educando, não há como negar a importância das novas tecnologias no contexto atual que vivemos, com tantas informações que rompem barreiras no tempo e espaço, conectando pessoas, ultrapassando muros, conhecimentos, fatos de uma forma global e instantânea. E a sociedade anseia que a escola seja esse elo transformador do cidadão por meio de profissionais da educação inovados, que atue colaborativamente em prol de uma educação de qualidade, é o que visa contribuir esta pesquisa.

Como afirma Costa apud Silva (2016, p.110), “é função da escola formar cidadão para a sociedade em transformação, portanto fazer uso de novas habilidades é competência da escola para caminhar junto com a sociedade”.

Sabe-se que na prática fazer uso de novas habilidades, principalmente as tecnológicas, hoje ainda existem alguns obstáculos como: formação docente insuficiente na área de tecnologia, por não ter visto na graduação nenhuma disciplina na área e tampouco, formação continuada, também ausência de infraestrutura adequada nas escolas, internet lenta, quando tem, e o número de equipamentos insuficientes.

Como se não bastasse, ainda há alguns docentes que frentes a entraves como estes, e também já acomodados com muitas atividades impressas, apenas, justificam todas as barreiras encontradas como “perda de tempo” e deixam de oportunizar condições necessárias às formas de ensinar inovadas aos educandos,  justificando falta de interesse dos estudantes nos estudos e rebeldias, e há professores afirmando também que os alunos usam o celular na sala de aula para fins indevidos como acessar as  redes sociais e jogos como forma de afronta ao professor.

Vale salientar que inovar é preciso, porém diante de tanto dilema alguns professores adotam a postura de não se reciclarem porque é trabalhoso e exige dedicação e tempo, coisa que muitos educadores não dispõem por causa de deslocamentos de uma escola para outra, ainda nesse contexto há docentes que lecionam com estratégias sem tecnologias digitais e os estudantes conseguem aprender, segundo eles, porque em algumas escolas há tecnologias digitais da informação e  não são usadas adequadamente, apenas como acessórios e suporte que não é garantia de aprendizagem.

Como afirma Costa (2015), a utilização de novas tecnologias por parte da escola não é garantia de aprendizagem, pois na prática, o número dessas tecnologias ou é insuficiente ou a internet é ruim e o pior nem internet tem, e o professor se depara com obstáculos dessa natureza no seu dia a dia, contudo, com competência e habilidade ministra sua aula e os alunos conseguem aprender.

Observa-se que, o aluno quando quer aprender ele busca conhecer e consegue aprender, entretanto, a importância desta pesquisa é sensibilizar o docente a oportunizar nas suas aulas com suportes das tecnologias digitais, como motivações para estudantes, que através delas produzam filmes a partir de conteúdos com imagens, criarem grupos de WhatsApp, para troca de recado e conteúdo, plataformas de aprendizagem baseadas em jogos e os docentes também criarem questionários de múltiplas escolhas para os alunos participarem online, perguntando e respondendo, tornando então aulas motivadoras.

Incontestavelmente na profissão de docente surgem oportunidades de aprimoramentos que não deixam de ser grandes desafios, principalmente, para aqueles que já se acomodaram com um jeito prático de ensinar e de aprender, porém o docente necessita buscar aprimoramentos em cursos práticos tecnológicos, especialmente neste século com  as novas tecnologias digitais, como por exemplo: o aparelho celular na sala de aula, que pode ser o caminho  para  pesquisas, jogos interativos e educativos, robótica entre outros, a fim de conquistar a confiança do alunado e o professor encontrará o prazer como sua identidade profissional.

Segundo Pimenta (2002, p. 07) “a identidade profissional do professor se constrói a partir da significação social [...] de situar-se no mundo, sua história de vida, seus saberes, suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida: o ser professor.”

Para obter melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem o docente necessita de uma identidade profissional que se constitui de experiências pessoais e profissionais a fim de fazer sempre o melhor pelo outro, na instituição que leciona, na comunidade, no município, no estado, enfim no país onde ele encontra-se, ver as transformações comportamentais e instrucionais e ao mesmo tempo somar esforços com dedicação para multiplicar saberes independentes de contexto social e cultural.

A identidade profissional do professor é um processo em construção da história que foi se aprimorando ao longo das diferentes fases da vida do docente, no local onde ele atua, faz negociações entre tempos diversos e ambientes onde o mesmo está inserido.

Percebe-se que identidade profissional é posterior a identidade pessoal, como afirma Vianna (1999), e na busca por essa tal identidade profissional fica evidente que o docente precisa ultrapassar situações novas e problemáticas, que levam a ações de postura flexível com justiça, estratégia e amor.

Os professores nos dias atuais podem contar com as tecnologias digitais que despontam com relevância e grande impacto positivo em prol da educação, para atingir um futuro com base sólida, com técnicas que sustente não só com teorías, mas também com a prática do fazer acontecer o aprendizado de forma atraente, surpreendendo toda clientela escolar com novas estratégias que possam ser aplicadas na sociedade, aflorando novos saberes baseado na tríplice virtude do professor que é amor, dedicação e empatia, tudo isso voltado para o aluno.

Esta pesquisa visa um modo de pensar-fazer-acontecer, que todos imbuídos pela educação significativa de qualidade que tanto almejamos venha acontecer através de uma reflexão em primeira instância, um querer que mobilize e contagie toda comunidade escolar unida em projetos hoje que ultrapassem os muros da escola, que venham a servir de forma técnica e científica, uma sociedade futura criativa e empreendedora.

Dessa forma, o gostar das tecnologias digitais já é o primeiro passo para o jovem na atualidade se sentir útil, principalmente aquele que cria aplicativo capaz de ajudar com praticidade, em serviços sociais, que geram fonte de renda para sobrevivência na atualidade, unindo desafio e prazer no trabalho, como é o caso de plataformas digitais que estão mudando e transformando gerações oriundas destas tecnologias. (CRUZ E BIZELLI, 2015, p. 82).  

Sendo assim, o professor na atualidade necessita de estratégias inovadoras com multiletramentos, e compartilhar esses saberes com outros colegas, como afirma Rojo (2012), e principalmente utilizar em prol da causa educacional do hoje, para atingir o futuro com base sólida, com estratégias que sustente, e não com teorias apenas, colocando em prática aquilo que foi apreendido através de práticas pedagógicas para atrair os discentes as suas aulas.

Analisar alguns entraves que os docentes encontram frente ao uso das tecnologias digitais da informação, como computador, celular, exigidos nos dias atuais e contribuir com métodos inovadores, sensibilizando-os a utilizarem com multiletramentos a fim de motivar os estudantes a gostarem dos desafios e de serem agentes multiplicadores do aprender.

Identificar professor/aluno que não conhecem plataformas de aprendizagem como Google Classroom, Kahoot e outros aplicativos a partir de computador ou celular que são dispositivos interativos/colaborativos, e, que todos devem inseri-los em sala de aula, em prol de uma educação significativa de qualidade.

2. Embasamento teórico

A profissão que dá origem a todas as outras profissões, sublime missão que só os que amam de verdade são capazes de sujeitar-se a tantas avaliações, obstáculos e julgamentos diariamente. Professor és capaz de ler o olhar, a expressão no rosto de cada aluno, livro vivo que nele contém capítulos que serão desvendados a cada dia de acordo com as diversas emoções ativadas e reverenciadas.

Sabe-se que cada aluno traz consigo uma história sustentada em referências de costumes regionais, familiares, gírias midiáticas, entre outras e só o professor durante a aula, intermediando conhecimentos explícito e implícito do educando, por meio de explanação ou dedução.

A partir das referências dos discentes e perspectivas, o docente vai construindo também sua identidade profissional pautada na interação com alunos, outros professores nas escolas, nos sindicatos e em outros grupos sociais, ele agrega conhecimento e alicerça significado social e profissional, e atrelado a esse conhecimento vem impactos midiáticos e a evolução tecnológica.

Na perspectiva fundamental de ensino o professor necessita acolher as tecnologias da informação digitais e ser parceiro na aprendizagem, ter sabedoria ao disciplinar o alunado para não incitar a ira, propor sempre acordos didáticos estabelecendo sempre um elo de confiança entre professor/aluno, em que o docente necessita fazer escolta do aluno, expondo exemplo de bom caráter, pesquisador, justiça e empatia entre as partes, valores que jamais podem ser descuidados, principalmente no que concerne à fase adolescente.

Sabe-se que o processo ensino-aprendizagem na escola acontece por meio da interação aluno/professor, aluno/aluno,  e também com os recursos tecnológicos da informação digitais utilizados, portanto a inserção desses novos recursos tecnológicos na escola propiciará ao educando um aprendizado efetivo de forma significativa no aprender e no ensinar, principalmente, se essas estratégias forem motivadoras e contextualizadas, como  a pedagogia dos multiletramentos que são conhecimentos compartilhados entre professores, professores/alunos, alunos/alunos, numa integração de saberes de forma respeitosa e afetiva, e esses conhecimentos repassados como um bem social (ROJO, 2012, p.23).

A pedagogia dos multiletramentos é um movimento que começou com um manifesto em 1996, nos Estados Unidos, através de pesquisadores e professores americanos unidos a favor desta pedagogia que é voltada para atender as necessidades da sociedade atual com os imediatismos e anseios da juventude pelo novo, pela diversidade de linguagens e culturas inseridas, através da prática  e as mídias tvs, rádios, computadores, e hoje a ferramenta celular, proporciona este ato de cidadania mesclada, misturada de saberes, seja em filmes com imagens em movimento, plataformas, aplicativos entre outros. (ROJO, 2012, p.25).

As tecnologias no contexto escolar, ainda é contestada por muitos professores e /ou instituições de ensino, devido ao fluxo de informações indevidas disponíveis na internet e uma juventude que se acha autossuficiente, porém, sem discernimento se torna vítima, por esta razão, os profissionais da educação, proibem o uso porque talvez seja mais fácil.

Agindo dessa forma, família e escola migram na contramão do desenvolvimento sem educar, é primordial que a escola ofereça continuamente vivências positivas e significativas que integre informações e artefatos que instiguem a buscar o acesso cada vez mais aos recursos tecnológicos disponíveis, como é a ferramenta celular, é preciso questionar, assim, a capacidade de explicar os fenômenos da natureza social e política dessa ferramenta celular ou computador, como afirma Moran (2017), as tecnologias digitais na atualidade são acessíveis e instantâneas e na escola estão fazendo a diferença, porque professores e alunos conseguem comunicar-se de forma afetiva e os aplicativos e plataformas os auxiliam nas atividades deixando-as mais interessantes.

Sendo assim, dentre as tecnologias, há um destaque maior para o celular que se enquadra muito bem no contexto escolar, através de trabalhos de pesquisa, vídeos, dramatizações, gameshow, entre outros, sempre com intuito de aprender e para isso todo professor/aluno, devem estar abertos para essa inovação.

Dentre os programas que poderão ser levados às salas de aula, como forma de inovação e atração para as aulas, a fim de uma boa  aprendizagem  temos: o Tello,  que é um drone, com câmera HD na captura de vídeo e faz gravações, as plataformas Google Classroom que é uma plataforma de serviço gratuito para professores e alunos, ele utiliza o serviço de armazenamento em nuvem, e o  Kahoot é uma plataforma também de aprendizado baseada em jogos (gameshow), que pode tornar as aulas mais divertidas e motivadoras.

Não obstante o referencial aqui exposto com relação as dicas de como inovar as aulas na atualidade, é de grande valia no quesito aprimorar para educar com dedicação e superação.  Constatou-se com esta pesquisa sobre a problemática, que na realidade os docentes usam as tecnologias digitais da informação, porém ainda de forma resumida, óbvia, com pouca exploração para a capacidade que essa ferramenta tecnológica nos proporciona, “o mundo ao alcance das mãos”, é necessário capacitar-se para expandir os conhecimentos práticos às formas sustentáveis e solucionáveis.

3. Metodologia

O supramencionado estudo é uma pesquisa de campo que retrata alguns desafios enfrentados pelos professores nos dias atuais, devido a crescente evolução tecnológica ocorrida na educação, principalmente no que se refere as tecnologias da informação digitais, mais precisamente o celular, adentrando nas escolas, e em sala de aula, condicionando os educadores a serem sensíveis, flexíveis, acolhedores e abertos a inovações que consequentemente fazem a diferença e poderão servir de atividade sustentável no que concerne à geração futura.

Pensar em fazer diferente, foi realizada uma pesquisa de campo, caracterizada como uma abordagem quali-quantitativa, que teve  característica exploratória e descritiva, e participaram desta pesquisa 15 professores de uma escola pública do Agreste Setentrional, e eles responderam a questões objetivas e subjetivas, através de um questionário criado pelas autoras do artigo, que trata do perfil do professor frente aos avanços tecnológicos digitais atuais e alguns entraves encontrados pelos mesmos através de gráficos que serão analisados, e as perguntas foram respondidas por docentes com diferentes áreas de atuação e tempo de experiência.

Para realizar este trabalho, foi feito uma visita prévia à escola para apresentação do questionário, e para obter autorização do gestor da mesma, a fim de coletar dados sobre o perfil dos docentes daquela Unidade de Ensino, frente aos desafios das novas tecnologias da informação digitais celular e assim obter as referidas respostas.

Busca-se com este trabalho conhecer a opinião dos docentes sobre a real situação deles quanto ao  uso das tecnologias da informação digitais, não só notebook, data show, computadores, mas também o celular em sala de aula, conforme informações obtidas, a maioria dos professores trabalham há mais de dez anos, e a escola tem um quantitativo de 409 alunos, formando dezessete turmas do Ensino Fundamental (Anos Finais), nesta escola a quantidade de equipamentos tecnológicos digitais é considerado insuficiente, porém os professores utilizam com frequência, pois a gestão faz um rodízio, por meio de um cronograma semanal, que supre toda necessidade.

Convém destacar que as respostas de cada professor foram contabilizadas e mostradas através de gráficos que retratam a real situação deles, diante do uso das tecnologias da informação digitais, percebe-se que são poucos os professores que não fazem uso destas tecnologias, mesmo assim, mostram-se dispostos a aprender ou participar de capacitações a fim de se especializar e dá sua contribuição conforme exigência da era contemporânea.

O contexto educacional e social pede uma reflexão sobre as práxis voltadas para essas possibilidades de liberdades dos sujeitos, tanto estudantes quanto docentes por meio de acesso ao universo em que estão inseridos no meio tecnológico de forma bastante intensa e impactante e não resta dúvida de que a presença dessas ferramentas (computador/celular), a partir desse estudo afloram mais horizontes para tais professores pesquisados que se dizem inseridos nesse meio, porém, nunca ouviram falar de plataformas como Kahoot, Google Classroom, o Prezi e o Tello e outros aplicativos que facilitam a aprendizagem prendendo atenção e tornando o ensino mais atrativo.

Sendo assim, a partir desse objeto de estudo, todos juntos, professores e alunos dessa escola passarão a pesquisar sobre tais programas, plataformas e aplicativos passando a incorporá-los na rotina em sala de aula. Graças a inquietude da juventude que nos leva a pesquisar os porquês e como diz Carraro e Dayrell, 2013, a juventude é um símbolo nesse processo que conduz a própria existência onde há múltiplas possibilidades de orientação, influência, vida e uso das tecnologias marcada por uma geração nascida nessa era da internet.

4. Resultados e discussão

Esta pesquisa de campo foi realizada numa escola pública do Agreste Setentrional de PE., e o resultado foi adquirido por meio de questionário com questões objetivas e subjetivas, representado através de gráficos sobre o perfil do professor frente as tecnologias digitais da informação, visto que é uma preocupação na atualidade, o como privilegiar uma educação de qualidade por meio de ferramentas que venham somar conhecimentos para formar cidadãos críticos/reflexivos e com uma visão sistematizada. 

Gráfico 1
Experiência profissional

Fonte: dados da pesquisa de campo

No gráfico 1, o resultado obtido em relação ao perfil do professor e mostra que mais de cinquenta por cento dos professores da referida escola exercem a função de docente, com o período entre dez e vinte anos de experiência, e os mesmos fazem uso das tecnologias digitais da informação, normalmente, graças ao cronograma proposto pela gestão da escola, por causa da insuficiência de equipamentos tecnológicos.

Ressalta-se que os anos de experiência no exercício da profissão, o professor adquire saberes e com eles faz história.

Segundo Pimenta (2002, p.20) “os saberes da experiência são aqueles advindos da história de vida, das relações que os docentes, ou estão em formação para exercer este ofício, obtiveram ao longo de suas vidas no contato com a escola”.

Sendo assim, os anos de experiência profissional dos docentes são de suma importância para a pesquisa a fim de se obter um perfil de acordo com o grau de maturidade profissional deles.

O século XXI, desponta propício a mudanças e progressos científicos e consequentemente, as tecnologias digitais da informação estão em evidência como sustentáculo, com informações positivas ou não, para isso, é necessário selecioná-las e filtrá-las, para usar o que for de melhor a favor da cidadania.

Em razão disso, a frequência de uso das tecnologias feita pelos professores nos revela o seguinte:

Gráfico 2
Frequência de uso
das tecnologias

Fonte: dados da pesquisa de campo

Conforme mostra o gráfico 2, mais de cinquenta por cento dos professores, dos quinze entrevistados, usam as tecnologias da informação digitais às vezes.

Tendo em vista que as tecnologias digitais da informação estão inseridas nas salas de aula pelos estudantes cada vez mais, como aparelho móvel digital de última geração e multifunções e a prática do professor necessita estar à frente, com o acesso a estratégias metodológicas ativas que trabalhe conteúdos e incentive o uso de forma depurada e crítica.

Nesse sentido, Cruz e Bizelli (2015), diz que, com a sociedade em constante transformação, as plataformas digitais estão mudando o tempo e o espaço de trabalho das pessoas e que todos devem apreender para inovar-se.

O ser humano é dotado de competências, e para enfrentar as dificuldades da vida, ele cria estratégias que se transformam em habilidades com múltiplas funções e hoje mesmo encontrando dificuldades para utilizar as tecnologias da informação, o docente precisa capacitar-se para saber, a fim de não andar na contramão do desenvolvimento educacional.

Gráfico 3
Nível de dificuldade

Fonte: dados da pesquisa de campo

Com base no gráfico 3, de acordo com a pesquisa, dos professores estudados, quase setenta por cento deles não encontram dificuldades para ministrar suas aulas com as referidas tecnologias, porém, observa-se que os mesmos usam de forma básica, óbvia, sem muita atração para os estudantes, para os docentes acessar a plataforma do You tube, a fim de rever o conteúdo explanado na visão de outros professores é suficiente, e quanto ao alunado que anseia por algo novo, que instigue e estimule a aprender, conforme Bizelli (2015), este acesso e uso dessas tecnologias devem ir além da expectativa deles e não o básico que ele já sabe, e deve proporcionar ao cidadão da educação básica, pelos meios digitais  um conjunto de inovações.

Percebe-se também, de acordo com o gráfico, que quase quarenta por cento dos professores encontram dificuldades em utilizar essas tecnologias, não tem paciência, nem capacitação para usá-las.

Outrossim, sabe-se que os docentes usam as TICs (tecnologia da informação e comunicação) nas salas de aula, porém, os mesmos na atualidade precisam ser mais ousados, criativos e inovados, e para isso deve incorporar mais, na sala de aula o aparelho móvel celular.

A presença da tecnologia digital móvel celular em sala de aula, ninguém tem como contestar na atualidade que ele representa um excelente artefato pedagógico e que deve ser usado pelo professor de forma contextualizada, a fim de tornar a aula interessante para os estudantes, porém há professores que infelizmente não despertaram para os impactos positivos que esta ferramenta pode trazer à educação, principalmente para quem trabalha com a geração de nativos digitais, como ver-se a seguir:

Gráfico 4
Uso de celular
na sala de aula

Fonte: dados da pesquisa de campo

No gráfico 4, com relação ao uso da ferramenta móvel celular, como instrumento pedagógico na sala de aula, mais de cinquenta por cento dos professores pesquisados não utilizam o aparelho celular, limitando assim o conhecimento do alunado e deixando a aula desinteressante, por outro lado, quarenta por cento dos entrevistados responderam que fazem uso   dessa ferramenta com habitualidade.       

Nesse contexto, é bem claro que os progressos tecnológicos são bem visíveis por toda parte onde você esteja, e a escola não pode se furtar de oferecer meios de diferentes aspectos por meio das tecnologias, pois por meio delas há profundas transformações ideológicas, sociais, culturais e consequentemente profissionais.

Para conseguir inovações e progressos, o professor precisa vencer o desafio de aprender a aprender, baseando-se no desenvolvimento de competências e habilidades que supram as necessidades pessoais e profissionais dele e que seja capaz de expandir também a competência e habilidade criativa do estudante.

Assim, para conseguir desenvolver estas competências, Freire (1996 p.47) diz “é preciso que o formando, desde o princípio da sua experiência formadora, se assuma como sujeito da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. E o celular propicia esta integração professor/aluno, juntos, construindo e somando conhecimentos.

O professor necessita romper barreiras para atingir o público alvo que é o alunado, e o uso adequado em sala de aula do celular trará benefícios para todos. Em razão disso, a formação continuada e as informações compartilhadas pelos alunos e colegas poderão contribuir para um melhor aproveitamento pedagógico com essa ferramenta.

Gráfico 5
O uso do celular

Fonte: dados da pesquisa de campo

A quinta pergunta versou sobre como os professores utilizam o celular em sala de aula, a maioria deles responderam que utilizaram para enviar recados, e-mails e realizar pesquisas. Como pode ser visto no gráfico, nenhuma das formas explícitas acima traz uma metodologia que chame a atenção dos estudantes.

Sendo assim, os professores demonstram que utilizam esta ferramenta móvel de forma habitual, sem chamar a atenção dos estudantes para algo novo que desperte a sua atenção, com isto, percebe-se que os docentes não têm o conhecimento aprofundado do uso do celular em sala de aula como instrumento adequado pedagogicamente.

O professor passa por mudanças significativas no decorrer do tempo e com isso, o mesmo precisa redefinir conceitos e na contemporaneidade constata-se que utilizar o celular como ferramenta pedagógica contribuirá para uma melhor aprendizagem.

Gráfico 6
A contribuição do celular
na sala de aula

Fonte: dados da pesquisa de campo

No gráfico 6, segundo respostas dos docentes, mais de oitenta por cento dos pesquisados acham que usar o celular na sala de aula, na atualidade, contribui para uma melhor aprendizagem.

Para Roxane Rojo e Eduardo Moura (2012, p.23):

Diferentemente das mídias anteriores (impressas e analógicas como a fotografia...), a mídia digital, por sua própria natureza “tradutora” de outras linguagens para a linguagem dos dígitos binários e por sua concepção fundante em rede (Web), permite que o usuário (ou o leitor/produtor de textos humano) interaja em vários níveis e com vários interlocutores, (interface, ferramentas outros usuários, textos/discursos etc.).

Os professores como demonstrado no gráfico, têm a convicção de que na contemporaneidade o celular faz a diferença, e é imprescindível para todos, como forma interativa, instrucional, funcional e recreativa principalmente no que se refere à plataforma e aplicativo, como Kahoot, Google Classroom, Prezi, Tello, entre outros, na concepção de produção colaborativa.

5. Conclusões

Esta pesquisa analisou alguns entraves que os docentes encontram frente ao uso das tecnologias digitais da informação, buscou saber como o computador e o celular é utilizado em sala de aula, além de contribuir para que esses obstáculos diminuam ou erradique de vez, visto que todos necessitam destes conhecimentos para sobreviver na contemporaneidade.

Neste sentido, foi feita uma pesquisa de alguns métodos innovadores, como a implementação da pedagogia dos multiletramentos na escola, a fim de acolher os diversos saberes e culturas existentes na referida escola respeitando-os, valorizando-os e compartilhando entre docentes e discentes, sensibilizando-os e os motivando a pôr em prática todo aprendizado em prol de uma aprendizagem que realmente seja significativa e menos tediosa para o alunado.

Sob este enfoque, foi observado que os professores usam as tecnologias digitais da informação, porém, de forma básica sem inovações, devido à falta de formação na área, capacitação e infraestrutura precária, outrossim, foi identificado também que os docentes não conheciam aplicativos e plataformas como Google Classroom, Kahoot entre outras, que inseridas na sala de aula irão fazer a diferença na relação professor/aluno, e todos enfrentarão os desafios e conhecerão a magia encantadora que é saber para conviver e quem sabe empreender.

Percebe-se que o uso do celular na sala de aula de forma contextualizada, disciplinada e orientada contribui para uma aprendizagem efetiva/interativa dinâmica que aproxima gerações e todos felizes conectados numa linguagem digital depurada.

Diante do exposto, a nossa grande satisfação foi ver que nesta escola, que antes o uso do celular era proibido, com uma campanha antecedente a pesquisa por meio de projeto, hoje observa-se uma sensibilização e flexibilização por parte de todos e de acordo com o resultado dos gráficos são poucos os professores que não utilizam a ferramenta móvel celular em sala de aula.

Por este viés, foi preparado um questionário sobre o perfil dos docentes frentes as tecnologias digitais da informação e foi analisado que a maioria dos professores exercem a profissão a mais de dez e menos de vinte anos, além de utilizam computado/celular às vezes, e declaram que não sentem dificuldade, utilizam o celular para vários fins como: enviar recados, fazer pesquisas entre outros e todos concordam que o celular é uma ferramenta que contribui sim para uma melhor aprendizagem, porém os mesmos não conseguem despertar o interesse do alunado por não ofertar estratégias inovadoras, atrativas e prazerosa para todos.

Referências bibliográficas

CARRARO, P., DAYRELL, J. (2013). O jovem como sujeito do ensino. Curitiba: UFPR.

COSTA, S. M. (2014) A influência dos recursos tecnológicos no processo de ensino aprendizagem. Recuperado de http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/6619/1/PDF%20-%20S%c3%addney%20Moreira%20da%20Costa.pdf.

CRUZ, José Anderson Santos, BIZELLI, José Luís. (2015). Docência para o ensino superior: inovação, informação e construção do conhecimento na era digital. Cadernos de educação, tecnologia e sociedade (CETS), Inhumas, 8 (1), 79-90.

DORIGONI, G.M.G, DA SILVA, J.C. Mídia e Educação: o uso das novas tecnologias no espaço escolar. Recuperado de http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1170-2.pdf.

FREIRE, Paulo. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. (35a ed.). São Paulo: Paz e Terra.

MORAN, J. Tecnologias digitais para uma aprendizagem inovadora. Recuperado de http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2017/11/tecnologias_moran.pdf.

PIMENTA, Selma Garrido. (2002). Formação de professores: identidade e saberes da docencia. In. Saberes Pedagógicos e Atividade Docente. São Paulo: Cortez.

ROJO, Roxane, MOURA, Eduardo. (2012). Multiletramento na escola, São Paulo: Parábola.

VIANNA, C. (1999). Os nós do “nós”: crise e perspectiva da ação coletiva docente em São Paulo. São Paulo: Xamã.


1. Mestranda em Ciências da educação pela Atenas College University. E-mail: vluciabsantos@gmail.com

2. Mestranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: eliete_braz10@hotmail.com

3. Mestranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: m.fabianaduarte@hotmail.com

4. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: junior.mirian@hotmail.com

5. Mestranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: zgsilva@bol.com.br

6. Graduado em Biologia pela UFPE. Doutor em Biologia pela UFPE. E-mail: gusmao.diogenes@gmail.com


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