Espacios. Vol. 36 (Nº 10) Año 2015. Pág. 5

Dinâmica da antropização da paisagem das subbacias do rio Queima Pé, Mato Grosso, Brasil

Dynamics of landscape anthropization in the rio Queima Pé subbasin, Mato Grosso, Brazil

Luciene da Costa RODRIGUES 1; Sandra Mara Alves da Silva NEVES 2; Ronaldo José NEVES 2; Edinéia Aparecida dos Santos GALVANIN 3 e Jesã Pereira KREITLOW 4

Recibido: 26/01/15 • Aprobado: 01/03/2015


Contenido

1. Introdução

2. Material e Métodos

3. Resultados e discussão

4. Considerações finais

Referências bibliográficas


RESUMO:
Objetivou-se analisar a dinâmica da transformação da paisagem das subbacias do rio Queima Pé no município de Tangará da Serra/Mato Grosso. Utilizou-se as geotecnologias e o índice de transformação antrópica na execução da pesquisa. Nas subbacias os principais usos são: cana-de-açúcar, soja e pastagem. A área urbana expandiu sobre a vegetação, que vem sendo reduzida em três das cinco subbacias, prejudicando os corpos d'água, cuja extensão decresceu em quatro subbacias. O Índice de Transformação Antrópica variou de Pouco degradado e Degradado devido aos usos agropecuários e a expansão da área urbana, que são responsáveis pelas modificações nos elementos naturais da paisagem.
Palavras-chave: SIG, Sensoriamento remoto, Geotecnologias, Análise ambiental, indicadores ambientais.

ABSTRACT:
This paper analyzed the dynamics of anthropic transformation intensity of the landscape in the rio Queima Pé subbasin in the municipality of Tangará da Serra/Mato Grosso. Were used geoprocessing techniques and Anthropic Transformation Index. In subbasin there are extensions planted with sugarcane, soybeans and pasture. The class of urban influence expanded on the natural vegetation, which has been reducing in three of the five subbasin analyzed, affecting the water bodies that reduced their area in four subbasin. The Anthropic Transformation Index of the subbasin ranged from Little degraded and Degraded due to the intense use of livestock and the expansion of the urban area, which caused changes in the natural elements of landscape.
Key-words: Geographic information system, remote sensing, Geotechnologies, Environmental analysis, environmental index.

1. Introdução

Em uma ótica global, as transformações do uso da terra e da cobertura vegetal estão ocorrendo a passos acelerados, principalmente na região Tropical do Brasil. Essas mudanças nos ecossistemas terrestres estão fortemente associadas aos processos de desenvolvimento socioeconômico, sobretudo em países subdesenvolvidos, onde não se encontram planejamentos para a ocupação do território, nem projetos e estudos para explorar de maneira sustentável os recursos da terra. Segundo Lambin (1997) o conhecimento e o entendimento destes processos ainda estão fragmentados para se avaliar e estimar o vasto impacto destas mudanças nos sistemas naturais e humanos.

As alterações no ecossistema terrestre, em sua maioria por ações humanas, exercem grande influência nos ciclos biogeoquímicos e climáticos do sistema terrestre. Para Turner et al. (1994) as mudanças globais possuem duas origens, a primeira consiste no aumento do metabolismo industrial, por meio dos processos de fluxo de energia e material resultantes da extração, transformação e usos dos recursos naturais. Por outro lado, a segunda refere-se aos processos de mudança do uso e da cobertura da terra do planeta. Nesse último aspecto, os principais usos, do ponto de vista econômico e de extensão espacial, incluem a agricultura, a pecuária e a urbanização. Como resultado, a esses e outros tipos de uso, vêm alterando a cobertura vegetal natural da terra a uma escala global (Soares Filho, 1998).

Assim, uma grande pressão tem ocorrido nos trópicos, visando à ocupação das áreas de florestas primárias. As consequências desse processo de destruição das matas tropicais são várias, incluindo desde a redução significativa da base de recursos genéticos (biodiversidade) da biosfera (Haines Young et al., 1993) até a alteração do clima global, pela emissão de CO2 (Woodwell, 1984) ou pela mudança terrestre (Verstraete et al., 1990). Dentre outros impactos significativos estão à degradação dos solos, alteração hídrica e aumento do fluxo de sentimentos (Turner et al., 1994; Turner et al., 2001).

Neste contexto, destaca-se o Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, que ocupa 21% do território nacional e é considerado a última fronteira agrícola do planeta (Borlaug, 2002). Este bioma abrange um conjunto de ecossistemas (savanas, matas, campos e matas de galeria) que ocorrem no Brasil Central (Eiten, 1977), ocorrendo rica biodiversidade de espécies vegetais (Mendonça et al., 1998) e animais (Dias, 1992).

Cerca de metade dos 2 milhões de Km² originais do Cerrado foram transformados em pastagens plantadas, culturas anuais e outros tipos de uso. Monoculturas são cultivadas em outros 100.000 Km², principalmente a soja, cana-de-açúcar e algodão. A área total para conservação é de cerca de 33.000 Km², claramente insuficiente quando comparada com os principais usos da terra inseridos neste bioma (Klink e Machado, 1995).

Para tornar os solos do Cerrado produtivos para fins agrícolas, aplicam-se fertilizantes e calcário. A pobreza dos solos, portanto, não se constituiu em obstáculo para a ocupação de grandes extensões de terra pela agricultura moderna, especialmente pela cultura da soja e da cana-de-açúcar (paisagens produtivas), principais itens da pauta de exportações do Brasil (Sawyer e Lobo, 2008).

Segundo Reis (2008) nos últimos anos, em função da preocupação crescente do manejo ambiental, legislações têm procurado caracterizar ações que envolvam a restauração de ecossistemas degradados. Uma tendência evidente tem sido a importância dos aspectos da própria ecologia da região a ser restaurada. Com a aprovação da Lei 9.985 de 18/07/2000 do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, reforçou a importância da conservação e recuperação de áreas degradadas e mais atualmente com da Lei nº 12.651 de 25/05/2012 que dispõe da proteção da vegetação nativa prevê no seu artigo 61º, parágrafo §17, que: "em bacias hidrográficas consideradas críticas, conforme previsto em legislação específica, o Chefe do Poder Executivo poderá, em ato próprio, estabelecer metas e diretrizes de recuperação ou conservação da vegetação nativa superiores às definidas no caput e nos §§ 1º a 7º, como projeto prioritário, ouvidos o Comitê de Bacia Hidrográfica e o Conselho Estadual de Meio Ambiente" (Brasil, 2012).

As abordagens de planejamento ambiental que utiliza a bacia hidrográfica como unidade básica de estudo são mais adequadas para a compatibilização da produção com a conservação ambiental, por serem unidades geográficas naturais (seus limites geográficos - os divisores de água - foram estabelecidos naturalmente, formando assim, as subbacias), que possuem características biogeofísicas e sociais integradas. A bacia hidrográfica e a subbacia se relacionam a ordens hierárquicas dentro de uma determinada malha hídrica (Fernandes e Silva, 1994). Cada unidade hidrográfica se interliga com outra de ordem hierárquica superior, constituindo, em relação à última, uma subbacia.

Mediante a isso, uma das tecnologias de monitoramento e mapeamento do uso e cobertura vegetal da terra, para fins de planejamento ambiental no que tange a conservação da área investigada, é o Geoprocessamento, que constitui um instrumento importante de análise que compreende dentre outras coisas, o desenvolvimento e o uso de técnicas de Sensoriamento Remoto e de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) (Soares Filho, 1998), bem como, na investigação das transformações antrópicas ocorridas na paisagem estudada.

Uma das metodologias adotadas para avaliação das mudanças da paisagem é o Índice de Transformação Antrópica (ITA), pois são ações humanas que modificam os atributos naturais da paisagem por meio de seus diversos usos (Rocha e Cruz, 2009). Esse índice foi proposto em 1982 por Lémechev e utilizado posteriormente por Mateo (1984; 1991), Vicens (1998), Teixeira (2003), Schwenk e Cruz (2008), Golveia et al. (2013), entre outros autores, em estudos que objetivavam quantificar a pressão antrópica sobre algum componente da paisagem.

Neste contexto, o objetivo deste trabalho é analisar a dinâmica da transformação antrópica da paisagem das subbacias do rio Queima Pé, localizadas no município de Tangará da Serra (MT), utilizando técnicas de geoprocessamento e ITA. A seleção das subbacias da unidade hidrográfica do rio Queima Pé decorre de sua importância para o abastecimento da população urbana de Tangará da Serra e por suas águas desaguar na Bacia do rio Sepotuba, que compõe a Bacia do Alto Paraguai, que é estratégica para a gestão dos recursos hídricos do Brasil, na Bolívia e no Paraguai, além de conter a maior planície alagável do mundo, o Pantanal Mato-Grossense.

2. Material e Métodos

2.1 Área de estudo

A bacia hidrográfica do rio Queima Pé apresenta uma dimensão territorial de 15.684,24 ha, está localizada entre as coordenadas geográficas 14º 33'00" a 14º 43' de latitude Sul e 57º 37' a 57º 28' de longitude Oeste, na porção do alto curso do rio Paraguai em Mato Grosso, sendo composta por cinco subbacias. O rio Queima Pé é o principal curso d'água da bacia em estudo, nasce ao sul da área urbana de Tangará da Serra, junto às glebas Esmeralda, Santa Fé e Aurora, tendo como afluentes na margem direita os córregos Figueira e Cristalino e na esquerda os córregos Pedreira, Tapera e Uberabinha.

A bacia do rio Queima Pé está totalmente contida no município de Tangará da Serra, Mato Grosso, fundado em 1976, cuja população urbana é 75.921, correspondendo a 91% da população municipal e a uma densidade de 7,24 hab/km² (IBGE, 2015). O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é de 0,729 classificado como de alto desenvolvimento humano, estando superior ao IDH do Estado, que é de 0,725 e próximo ao do Brasil que é de 0,730 (PNUD, 2015).

A cobertura vegetal da bacia estudada consiste de Floresta Estacional Semi-decidual (IBGE, 2004). Quanto às características físicas, sua geomorfologia é constituída por formas de topo aplainado, com dois graus de entalhamento dos vales, os menores de 20 m, presente no centro sentido sul; e o os vales entre 20 a 40 m, presente no centro, sentido norte da bacia (IBGE, 2006).  O clima segundo a classificação de Köppen é o Tropical úmido megatérmico (Awa) com altas temperaturas, chuvas no verão e seca no inverno. A temperatura média anual, precipitação e umidade relativa do ar são respectivamente, 24ºC, 1.500mm e de 70% a 80% (Dallacort et al., 2010).

2.2 Procedimentos metodológicos

Para a análise multitemporal do uso da terra e cobertura vegetal das subbacias do rio Queima Pé foram processadas as bandas 3 (0,63 - 0,69 µm), 4 (0,76 - 0,90 µm) e 5 (1,55 - 1,75 µm) de três imagens da órbita/ponto 227/70 do satélite Landsat 5, sensor TM (Thematic Mapper), relativas aos anos de 1991, 2001 e 2011, com resolução espacial de 30 metros, disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

As imagens foram convertidas do formato tif para grib no módulo IMPIMA do Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING) (Câmara et al., 1996), para a realização da correção geométrica (registro). O ajustamento foi feito mediante o reconhecimento de pontos de controle na imagem juntamente com as coordenadas da base, via tela do monitor, no SPRING, versão 5.6. A escolha dos pontos de controle foi feita obedecendo a uma distribuição uniforme destes pontos sobre a imagem.

O processamento digital de imagem, realizado no SPRING, compreendeu as seguintes fases: segmentação (área 10, similaridade 20, método de crescimento de regiões e classificador Bhattacharya), treinamento, classificação supervisionada e mapeamento para classes temáticas. Foi utilizada a composição colorida, a partir da combinação das bandas 3, 4 e 5 (RGB), para a interpretação do uso da terra e identificação das formações vegetais na fase de classificação, por possibilitarem melhor discriminação entre as classes temáticas. As classes foram definidas a partir dos estudos sobre o uso da terra e vegetação realizado pelo IBGE (2013). Os parâmetros utilizados para interpretação dos objetos contidos na imagem foram os sugeridos por Florenzano (2002), quais sejam: tonalidade/cor, textura, tamanho, forma, sombra, altura, padrão e localização geográfica.

A elaboração dos layouts dos mapas e as quantificações das classes de uso da terra e cobertura vegetal das subbacias foram realizadas no ArcGis, versão 9.2 (ESRI, 2007) do Laboratório de Geotecnologias – LABGEO UNEMAT.

A validação do mapa de uso da terra e cobertura vegetal de 2011 ocorreu por meio da realização de dois trabalhos de campo, ocorridos no período de agosto a dezembro de 2011, em que a paisagem observada foi registrada através de fotografias, sendo que os locais de tomada das fotografias foram georreferenciadas.

O ITA foi calculado a partir dos valores de área (%) obtidos através das classes quantificadas do mapa de uso da terra e cobertura vegetal, dada por:

onde:

Uso: área em valores percentuais da classe de uso da terra e cobertura vegetal;

Peso: peso dado aos diferentes tipos de uso da terra e cobertura vegetal quanto ao grau de alteração antrópica, que varia de 1 a 10, onde 10 indica as maiores pressões.

Dessa forma, atribuiu-se valores para o peso em cada classe de uso da terra e cobertura vegetal que contribui na transformação da paisagem. Os pesos são obtidos por meio de consulta sistemática a pesquisadores com domínio da temática, através da técnica "Delphi", que possibilita o estabelecimento do consenso sobre como quantificar o grau de modificação da paisagem (Schwenk e Cruz, 2008; Nogueira et al., 2001).  Entretanto, os valores apresentados neste estudo foram atribuídos pelos autores considerando que possuem amplo conhecimento sobre a área de estudo e a temática, corroborando assim com Mateo (1984) que menciona que cada classe apresenta um peso atribuído em função do conhecimento que o autor tem sobre as mesmas em relação ao grau de antropização.

Os pesos de cada classe de uso da terra estão dispostos na tabela 1.

Tabela 1. Classificação do ITA com os pesos de cada classe de uso da terra.

Classes

Pesos

Água

2

Cana-de-açúcar

7,3

Floresta Estacional Semi-decidual Aluvial

1

Influência Urbana

9,7

Pastagem

5

Reflorestamento

1

Soja

7,3

A transposição dos valores mensurados quantitativamente para classes qualitativas ocorreu por meio de adoção do método de quartis, utilizado por Cruz et al. (1998): pouco degradada (0 ├─ 2,5), regular (2,5 ├─ 5), degradada (5 ├─7,5) e muito degradada (7,5 ├─ 10).

No caso da bacia de estudo a classe pouco degradada refere-se às áreas ocupadas por vegetação natural, com bom vigor e boa qualidade, recobrindo completamente o solo; enquanto a classe regular é relativa as áreas com uso agrícolas com manejo correto das atividades; a classe degradada é correspondente às áreas agricultáveis, sem plano de manejo adequado, tornando o solo impraticável e a classe muito degradada está relacionada as áreas cultivadas (agricultura e pastagem) sem manejo adequado, prejudicando a vegetação natural e as massas d'água.

3. Resultados e discussão

O mapeamento de uso da terra e da cobertura vegetal das subbacias do rio Queima Pé evidenciou que nestas a paisagem é dominada pela atividade produtiva, sendo que o uso correspondeu a 84,74%, 86% e 86,51% nos anos de 1991, 2001 e 2011, respectivamente, predominando a pecuária, cana-de-açúcar e a soja (Tabela 2 e Figura 1). Portanto, o processo de antropização dos elementos naturais da paisagem na área de estudo se materializa por meio das áreas agrícolas e reflorestamentos distribuídos em diferentes porções das subbacias, em detrimento principalmente das áreas recobertas por vegetação natural.

Tabela 2. Categorias e classes de cobertura vegetal e uso da terra das subbacias do rio Queima Pé/Mato Grosso (MT).

Subbacia (ha)

Categoria

Classe

Área (ha)

1991

2001

2011

Córrego Queima Pé Alto Curso

(1.903,99)

Vegetação

Floresta Estacional Semi-decidual Aluvial

411,50

261,02

323,21

Uso da terra

Cana-de-açúcar

154,28

222,78

177,75

Influência Urbana

-

-

45,86

Pecuária

1.220,65

1.032,76

662,48

Reflorestamento

-

25,76

20,46

Soja

102,62

334,62

654,97

Água

 Cursos d'água

14,71

26,86

19,06

Córrego Queima Pé Baixo Curso

(1.551.78)

Vegetação

Floresta Estacional Semi-decidual Aluvial

278,71

297,51

311,16

Uso da terra

Cana-de-açúcar

27,92

63,44

21,84

Influência Urbana

-

-

-

Pecuária

1.242,81

1.174,76

1.214,33

Reflorestamento

-

-

-

Soja

-

-

-

Água

Cursos d'água

1,87

13,11

3,71

Córrego Cedro

(5.352,41)

Vegetação

Floresta Estacional Semi-decidual Aluvial

659,04

659,14

593,57

Uso da terra

Cana-de-açúcar

573,78

935,72

1.138,31

Influência Urbana

179,28

239,15

335,77

Pecuária

3.781,98

2.746,60

2.711,89

Reflorestamento

-

11,66

36,48

Soja

106,28

694,08

470,20

Água

Cursos d'água

21,27

35,41

37,94

Córrego Santa Fé

(2.160,20)

Vegetação

Floresta Estacional Semi-decidual Aluvial

286,27

323,74

300,94

Uso da terra

Cana-de-açúcar

82,03

73,45

136,56

Influência Urbana

-

-

-

Pecuária

1.786,86

1.737,22

1.667,16

Reflorestamento

-

-

4,17

Soja

2,67

16,09

42,86

Água

Cursos d'água

2,26

9,63

8,48

Córrego Tapera

(4.715,87)

Vegetação

Floresta Estacional Semi-decidual Aluvial

678,16

516,71

471,74

Uso da terra

Cana-de-açúcar

244,84

350,71

639,64

Influência Urbana

-

5,02

15,36

Pecuária

3.665,12

3.439,59

3.221,72

Reflorestamento

-

61,77

62,38

Soja

93,69

299,49

272,52

Água

Cursos d'água

33,18

42,11

32,18

 

Conforme pode ser analisado na figura 1, referente ao mapeamento do uso da terra, a categoria cursos d'água, da subbacia Alto Curso, no ano de 1991 apresentou um percentual de 0,77% da área ocupada, este dado associado ao ITA ficou em 0,02%, ou seja, pouco degradada. Em 2001 ocorreu um aumento para 1,41% de área e o ITA diminuiu para 0,01% permanecendo na mesma classificação do ano anterior. Em 2011 a área ocupada perfez 1%, porém o índice de antropização aumentou para 0,02%, dado este semelhante ao primeiro ano pesquisado.  Na subbacia Baixo Curso, os cursos d'água, em 1991 apresentaram valor de 1,87% (Figura 1) da área, porém o ITA não foi relevante. Em 2001 ocorreu um decréscimo da área para 0,85% e o ITA ficou em 0,01%, evidenciando que a área estava pouco degradada (Figura 2). Mas, em 2011 a antropização diminui em relação ao ano de 2001 passando então para 0,24% e o grau de modificação da paisagem para este mesmo ano não apresentou mudanças representativas.

Figura 1. Uso da terra e cobertura vegetal das subbacias do rio Queima Pé.  Fonte: LabGeo UNEMAT (2015).

Na tabela 3 são mostradas as informações quantitativas do ITA das subbacias investigadas, nos anos de 1991, 2001 e 2011, na qual tem-se associado à área ocupada pelas subbacias e o estado da paisagem.

Tabela 3. Índice de Transformação Antrópica das subbacias do rio Queima Pé, Tangará da Serra, Mato Grosso.

Subbacia

Área (ha)

1991

2001

2011

ITA

Estado

ITA

Estado

ITA

Estado

Córrego Queima Pé Alto Curso

1.903,99

4,42

Regular

5,15

Degradado

5,37

Degradado

Córrego Queima Pé Baixo Curso

1.551.78

4,32

Regular

4,48

Regular

4,22

Regular

Córrego Cedro

5.352,41

4,94

Regular

5,39

Degradado

5,50

Degradado

Córrego Santa Fé

2.160,20

4,56

Regular

4,48

Regular

4,61

Regular

Córrego Tapera

4.715,87

4,57

Regular

4,80

Regular

4,99

Regular

Total

15.684,24

4,56

Regular

4,86

Regular

4,94

Regular

 

A classe água, referente à subbacia do córrego Cedro em 1991 correspondeu a 0,40% e o ITA correspondeu a 0,01%, portanto os usos pouco degradaram a unidade hidrográfica (Figura 2). No ano de 2001 o uso da terra em relação aos cursos d'água aumentou para 0,67% e o permanecendo o ITA em 0,01%. No último ano investigado, em 2011, a ocupação aumentou para 0,71%, entretanto, não ocorreram mudanças no valor do índice de antropização (0,01%).

Na figura 2 é apresentado o mapeamento dos índices de antropização das subbacias dos anos estudados.

Figura 2. Índice de Transformação Antrópica da paisagem das subbacias
do rio Queima Pé, Tangará da Serra/MT. Fonte: LabGeo UNEMAT (2015).

Em 1991 a subbacia do córrego Santa Fé, em relação aos cursos d'água, correspondeu a cerca de 0,10% da área, a ação antrópica não foi expressiva. Em 2001 a área aumentou para 0,45% apresentando um índice antrópico de 0,01% (Figura 2). Ocorreu um decréscimo no ano de 2011 para 0,39% sendo assim, o grau de antropização ficou semelhante ao do ano de 2001. Enquanto na subbacia do córrego Tapera, em 1991 obteve um percentual correspondente a 0,70% da área e o ITA de 0,01%, ou seja, evidenciando que neste espaço houve pouca degradação dos componentes ambientais. Em 2001 a porcentagem aumentou para 0,89% associado com esse valor o ITA passou para 0,02%. Em 2011, o valor de ocupação diminui para 0,68% ocasionando assim o decréscimo do índice de modificação da paisagem estudada para 0,01%. Assim como nos outros anos pesquisados a classificação do ITA evidenciou que a paisagem desta área de estudo estava pouco degradada (Figura 2).

Portanto, a partir dos resultados apresentados por esta classe analisada nos anos de 1991, 2001 e 2011 constatou-se que nas subbacias do Alto Curso, Baixo Curso, Santa Fé e Tapera, ocorreram decréscimos de área ocupada, com algumas oscilações no ano de 2001, porém com a unidade do córrego Cedro obteve-se acréscimo de área nos anos pesquisados, mas com uma pressão antrópica em torno de 0,01%. Quanto ao decréscimo do percentual ocupado pelos cursos d'água, esses dados podem estar relacionados com as influências urbana, das propriedades agrícolas e com o desmatamento para implantação de monoculturas, pois os dados apontam que a pressão antrópica é pouca, porém o tamanho da área utilizada por essas categorias são extensas se comparada com o tamanho das subbacias analisadas. Esse conjunto de fatores associada com a ineficácia da aplicação de legislações que protegem os recursos hídricos e a ausência de um planejamento ambiental, visando à correta utilização dos cursos hídricos, proporcionam alterações das águas da bacia do rio Queima Pé.

Para reverter o quadro de degradação, como apresentado em duas das subbacias investigadas, fez-se necessária à reformulação institucional e legal dos recursos hídricos brasileiros, culminando no ano de 1997 na edição da Lei Federal n° 9.433. Esta Lei não deve apenas ser interpretada como disciplinadora do uso e gestão dos recursos hídricos, mas sim um instrumento inovador destinado e apto a promover a sustentabilidade hídrica, tendo como base a bacia hidrográfica como unidade territorial para a implantação da Política Nacional de Recursos Hídricos (Senra et al., 2014).

Uma das alternativas para a conservação os recursos hídricos das bacias hidrográficas é a preservação das matas ciliares. Estas apresentam funções básicas para o meio ambiente terrestre e aquático, pois desempenham importante papel na geração do escoamento direto da bacia, na quantidade e na qualidade da água, na ciclagem de nutrientes, juntamente com a filtragem de partículas e nutrientes, na interação direta com o ecossistema aquático através do sombreamento (Lima e Zakia, 2000). A importância de florestas ao longo de rios e lagos (corpos d'água) fundamentam-se no amplo espectro de benefícios que este tipo de vegetação traz ao ecossistema, exercendo função protetora sobre os recursos bióticos e abióticos. Neste contexto, é importante ressaltar a necessidade de vegetação em no mínimo um raio de 50 metros no entorno das nascentes para a proteção da bacia hidrográfica (Brasil, 2002), uma vez que as nascentes são suas produtoras (Valente e Gomes, 2005).

Os resultados expressos nos valores numéricos revelam uma paisagem alterada da bacia do rio Queima Pé, pois quatro subbacias analisadas no decorrer dos anos apresentaram decréscimo da área ocupada pela floresta, esse fato é preocupante devido à função biológica que desempenha na conservação dos recursos hídricos.  Conforme a figura 1, a subbacia do Alto Curso no ano de 1991 apresentou uma área ocupada de 21,36% e o ITA de 0,22%. Em 2001 houve decréscimo de 13,71% e o grau de antropização elevou para 0,27%, já em 2011 houve aumento da área para 16,98% e o ITA diminuiu para 0,17%, porém em todos os anos analisados obteve-se um estado da paisagem caracterizado como pouco degradado (Figura 2).

Na subbacia Baixo Curso, no ano de 1991 havia uma área ocupada pela floresta de 17,97% e a modificação da paisagem perfazia um percentual de 0,18%, portanto encontrava-se pouco degradada (Figura 2). No ano de 2001 aumentou-se o valor ocupado pela floresta para 19,21% e o índice de antropização passou a 0,38%. Em 2011, obteve-se um aumento significativo da área de floresta (20,06%) e um decréscimo da modificação da paisagem analisada, assim o ITA foi de 0,20%. Apesar da oscilação do ITA nos três anos estudados a paisagem da unidade hidrográfica permaneceu pouco degradada, como mostra na Figura 2.

De acordo com a análise multitemporal (Figura 1), a subbacia do córrego Cedro no ano de 1991 apresentou uma área ocupada pelas florestas de 12,38% e o ITA correspondeu a 0,12%, configurando-se como pouco degradada. No próximo ano analisado, 2001, o percentual da área floresta manteve-se semelhante à apresentada no ano anterior (12,39%), já o índice de antropização permaneceu semelhante ao ano de 1991 (0,12%). Em 2011 os remanescentes florestais ocuparam uma área de 11,15% e o ITA de 0,11%, tanto a cobertura vegetal como o índice reduziram em relação aos outros anos analisados, apresentando a área investigada no estado de pouco degradada (Figura 2).

No ano de 2001 o cenário relativo ao uso da terra na unidade hidrográfica do córrego Santa Fé passou por diversas mudanças, apresentou uma extensão de 13,25% ocupada pela floresta e o grau de modificação correspondeu a 0,13% (pouco degradada). Em 2001 a floresta aumentou para 14,99% e o ITA aumentou em relação ao ano de 1991, para 0,15%. No último ano investigado (2011), a área de floresta decresceu (13,93%) assim como também o ITA para 0,14% (pouco degradada). Na subbacia do córrego Tapera, em 1991 a classe floresta correspondeu a um total de 14,38% e o ITA foi de 0,14% (pouco degradada). No ano de 2001 a área ocupada pela classe perfez 10,96%, assim como o ITA que passou para 0,11%. Em 2011 a floresta continuou reduzindo (10%) e a modificação da paisagem refletiu no ITA que foi de 0,10%, (pouco degradada).  

Na classe floresta, nos três anos pesquisados, as subbacias Alto Curso, Cedro e Tapera apresentaram menor percentual de área estabelecida, o que pode estar relacionado com a influência urbana que está avançando sob essas subbacias e também com o cultivo de grãos de soja como mostra os estudos de Bertrand et al. (2005), o de cana-de-açúcar segundo Santos et al. (2013) e também pela atividade pecuária conforme Marques (2008). Por outro lado, nas subbacias Baixo Curso e Santa Fé ocorreu maior percentual de área ocupada pela vegetação, havendo fragmentos de matas preservadas. A preservação das florestas é fundamental para um adequado e equilibrado funcionamento dos ecossistemas e para a manutenção da diversidade biológica local.

A expansão urbana na subbacia do Alto Curso nos dois primeiros anos analisados (1991 e 2001) não apresentou resultados representativos em relação à ocupação da terra, bem como ao ITA (Figura 2). No último ano investigado, em 2011, apresentou uma área ocupada pela população da cidade de Tangará da Serra de 2,41%, correspondendo ao ITA de 0,23%, ou seja, pouco degradada, conforme pode ser observado na figura 2. Enquanto que na subbacia Baixo Curso nos três anos analisados (1991, 2001 e 2011) não apresentou área ocupada pela classe influência urbana, consequentemente a classe não implicou nessa unidade territorial no ITA.

Na unidade hidrográfica do córrego Cedro a classe influência urbana, em 1991, ocupou 3,37% e apresentou um índice de 0,33%. Em 2001 tanto a área como o índice de antropização aumentou para 4,49% e 0,44%, respectivamente. No último ano analisado, 2011, ocorreu um aumento da área desta classe (6,31%) e o ITA aumentou para 0,61%. Embora tenha havido aumento do percentual do ITA nos anos estudados, este não influenciou na mudança do estado da paisagem, que era pouco degradada, como mostrado na figura 2. Nos três anos investigados (1991, 2001 e 2011) na subbacia do córrego Santa Fé a classe influência urbana não ocupou nenhuma porção espacial. Em 1991 na subbacia do córrego Tapera não houve dados de uso da terra em ambos os diagnósticos (ha e ITA). Em 2001, foi de 0,11% a área ocupada cidade e o índice antrópico ficou em 0,01% (pouco degradada). Em 2011 houve expansão e a área aumentou para 0,33%, e o ITA acompanhou (0,03%), mas permanecendo no estado de pouco degradado (Figura 2).

Pode se constatar através da análise multitemporal que a classe influência urbana não ocupou área nas subbacias do Baixo Curso e Santa Fé nos três anos estudados. Assim como na do Alto Curso nos dois primeiros anos estudados também não ocorreu, mas no último ano de análise foi mapeada. Enquanto no córrego Tapera ocorreu ampliação de área nos dois últimos anos pesquisados, assim como no córrego Cedro. O desenvolvimento da área urbana, como mostra os resultados do uso da terra, pode estar relacionado à atividade agrícola nessas áreas.

Na região Centro-Oeste de Mato Grosso, evidencia-se uma maior intensificação do processo de ocupação e econômico, acarretando de forma mais precoce, impactos devido às transformações no cenário de produção local, o que teve importante implicação sobre sua dinâmica migratória. Em termos migratórios, Mato Grosso atualmente, está muito aquém daquilo que foi na década de 70 e 80, tendo como exemplo, o município de Tangará da Serra em que a população no período de 1980 correspondia a 24.84 habitantes, em 1991 aumentou para 39.84, em 2000 para 58.84 habitantes e em 2010 para 83.431 (IBGE, 1991; 2000; 2010), esse aumento populacional pode estar relacionado com o mercado agrícola, pois o município apresenta grandes propriedades agrícolas produtoras de grãos (Cunha, 2006).

Mato Grosso é atualmente o estado brasileiro com maior produção de soja, que de acordo com o levantamento do IBGE em 2008 respondeu pela produção de aproximadamente 1,8 milhões de toneladas da oleaginosa numa área plantada de 575 mil hectares. Com a imensa produção do grão que contribui consideravelmente com a economia local e a do País, por outro lado, para obter esse índice satisfatório de produção, em campo é utilizado grande quantidade de agrotóxicos, principalmente herbicidas, que causam graves reações fisiológicas humanas (Gasnier et al., 2009; Hokanson et al., 2007; Heras-Mendaza et al., 2008).

A produção de cana-de-açúcar para a economia é positiva, contudo com aumento da produção de álcool, é também acrescido à produção de vinhaça, um subproduto oriundo da sua fabricação. Para cada litro de álcool são produzidos de dez a dezoito litros de vinhaça, cuja composição é bastante variável dependendo principalmente da composição do vinho, pois, essa substância de forma natural, apresenta um elevado potencial de poluição ambiental, principalmente no lençol freático (Silva et al., 2006). Entretanto, esse material quando tratado por meio de biodigestores favorece ou minimiza a poluição do solo e água, e pode ser utilizado no processo de fertirrigação, por ser rico em matéria orgânica e nutriente mineral (Salomon, 2007).

Quanto ao cultivo da soja na subbacia do Alto Curso em 1991 obteve um percentual de 5,39% com um índice de modificação da paisagem de 0,39%. Em 2001 ocorreu um crescimento significativo de 15,58% na área ocupada por esta cultura, o que influenciou o ITA que também elevou em relação ao ano anterior para 1,28%, mantendo no estado de pouco degradado. No ano de 2011 ocorreu aumento da área ocupada perfazendo 34,40% e o ITA passou para 2,51% alterando para classe regular de modificação da paisagem.

A soja na subbacia Baixo Curso nos três anos analisados (1991, 2001 e 2011) não apresentou resultados em ambas às análises (ha e ITA), devido não ocupar área nessa unidade territorial. Analisando a subbacia do córrego Cedro, em 1991 a área de soja era de 2% e o ITA de 0,15%. Em 2001 o percentual aumentou para 13,04% e o ITA foi de 0,95%. No último ano analisado, em 2011 tanto a área ocupada pela cultura, como ITA, decresceram em relação ao ano de 2001, totalizando 8,83% (470,20 ha) e o ITA 0,64%. Apesar das oscilações nos percentuais do ITA nos três anos pesquisados, os valores conferiram a subbacia o estado de pouco degradada (Figura 2).  

Os resultados da unidade do Córrego Santa Fé em 1991 mostrou que a soja ocupou uma extensão de 0,12% (Figura 1), com índice antrópico de 0,01%. Em 2001 houve aumento na área cultivada de soja para 0,74%, com isso o ITA também elevou para 0,05%. Já em 2011 ocorreu um decréscimo do percentual de área da cultura (1,98%), correspondendo a um ITA de 0,14%. O ITA nos três anos investigados correspondeu ao estado de pouco degradado (Figura 2). A área ocupada pela cultura de soja na subbacia do córrego Tapera no ano de 1991 foi de 1,99% e o ITA de 0,15%. Em 2001 houve um acréscimo no percentual de área ocupada, passando para 6,35%, sendo o ITA de 0,46%. No ano de 2011 o percentual da área diminuiu para 5,78%) e o ITA também, 0,42%. O índice de modificação da paisagem nos três anos estudados implicou no estado de pouco degradada (Figura 2).

De acordo com o mapeamento de uso da terra (Figura 1), os percentuais da cultura da soja nas subbacias do Alto Curso e Santa Fé aumentaram (Tabela 3) no decorrer dos anos investigados (1991 2001 e 2011). Na subbacia do Baixo Curso nos três anos estudados não foram aferidos percentuais devido à ausência da cultura. Nas unidades hidrográficas dos córregos Cedro e Tapera os percentuais apresentaram queda no decorrer dos anos pesquisados, sendo que essa dinâmica de redução da área de cultivo da soja pode estar relacionada com a localização da subbacia no rio Queima Pé e suas condições físicas locais (solo, clima e disponibilidade de água), por outro lado, o crescimento da área ocupada pela soja pode ter sido influenciado pelo mercado agrícola matogrossense em produzir o grão em larga escala.

A expansão da soja em Mato Grosso, tem mostrado um processo de incorporação de terras aos sistemas produtivos, pois até na década de 70 apresentava um território pouco povoado, com disponibilidade de terras e a possibilidade de avançar para o Oeste, entre outras variáveis, motivavam o avanço da fronteira agrícola (Becker, 1990; Lena, 1992), o que significa dizer que há transformação da terra em mercadorias, aliada com essa expansão esta à tecnologia, que contribui significativamente no desenvolvimento agrícola. Além desses fatores de produção, com o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, o mercado financeiro maximiza investimentos capitais a fim de auxiliar os produtores no investimento de aquisições de terras e técnicas avançadas para terem maior lucro com a produção da soja (Fernández, 2008; Brum et al., 2009).

Como a terra, segundo Fernández (2008) é um mercado lucrativo, com o uso desta para o cultivo da soja, muitas áreas foram colonizadas para esse fim, um dos territórios são as terras indígenas, tendo em vista que o município de Tangará da Serra apresenta quatro tipos de etnia indígena, sendo eles: Terra indígena do Estivadinho, Figueiras, Pareci e Rio Formoso, com um total de 50,84 ha de área cultivada por soja (IBGE, 2007). Essa expansão na área indígena, não necessariamente resulta em relações entre as partes (fazendeiro e índio) ou impactos sobre os índios, mas reforça uma preocupação manifestada pelo Movimento Indígena do Cerrado, pois essa atividade causa desmatamento e degradação do ambiente, sem um planejamento ambiental correto (Mopic, 2008).

Nos últimos anos, vem sendo observada forte expansão da área cultivada com cana-de-açúcar, incentivada pelas perspectivas da produção do etanol. Com a necessidade de diminuir a dependência dos combustíveis de origem fóssil. Dessa forma, os dados de área ocupada no ano de 1991 pela cana-de-açúcar na subbacia do Alto Curso corresponderam a 8,10% (Figura 1) com índice de modificação de 0,59%, classificando a área como pouco degradada (Figura 2). Em 2001 o valor ocupado por esta cultura aumentou para 11,70% e o ITA passou para 0,85% permanecendo na mesma classificação do ano anterior, porém no ano de 2011 o valor da área ocupada diminuiu para 9,34% ocorrendo um decréscimo do ITA para 0,68%, sem a classificação do seu estado.

As áreas ocupadas na subbacia do Baixo Curso em 1991 pela cana-de-açúcar (Figura 1) corresponderam a 1,80% com uma atividade antrópica de 0,13%. Em 2001 a cana ocupou 4,10% de área e o ITA elevou para 0,30%, porém no ano de 2011 a área ocupada diminuiu para 1,41%, correspondendo ao ITA de 0,10%. Nos três anos avaliados o grau de antropização da subbacia permaneceu em pouco degradada. Na subbacia do córrego Cedro a cana correspondeu a uma área de 10,78% no ano de 1991 (Figura 1) com índice de 0,79%. A cultura aumentou para 17,58%, assim como o ITA que foi de 1,28% no ano de 2001. Porém, em 2011 a área ocupada aumentou para 21,38%, refletido no aumento do índice de antropização (1,56%), apesar da considerável elevação do ITA no último ano de análise, o estado da paisagem em todos os anos estudados foi de pouco degradado (Figura 2).

Como consta na Figura 1, em 1991, na unidade do córrego Santa Fé o cultivo da cana-de-açúcar representou 3,80% com índice antropização da paisagem de 0,28% (Figura 2). Em 2001 a área diminui para 3,40% e o ITA ficou em 0,25%. Referente a 2011 houve aumento da extensão cultivada com cana passando assim, para 6,32% e o índice foi de 0,46%. Em relação ao grau de modificação dos cenários nos anos investigados, apesar da sua elevação a cada ano, a paisagem da área investigada apresentou um estado pouco degradado. Entretanto, na última subbacia analisada, a do córrego Tapera, em 1991 a cultura ocupou área de 5,19% e o índice antrópico correspondeu a 0,38%. Nos anos de 2001 e 2011 ocorreu expansão desta cultura, sendo que em 2001 respondeu por 7,44% e o ITA de 0,54%, e em 2011 por 13,56% e o ITA de 0,99%. Portanto, apesar do aumento da área do cultivo da cana-de-açúcar em todos os anos, a classificação do estado foi de pouco degradada (Figura 2).

Então, observa-se que nas subbacias do Alto Curso e Baixo Curso a área de cultivo da cana-de-açúcar nos anos de 1991 e 2011 sofreram uma redução, embora tenha ocorrido uma dinâmica nos valores do ano de 2001, mas permaneceu com decréscimo de área cultivada. Contudo, nestas mesmas datas analisadas o cultivo da soja expandiu e esse dado pode estar relacionado com o decréscimo do cultivo da cana-de-açúcar. Nas unidades dos córregos Cedro, Santa Fé e Tapera ao longo dos anos de 1991, 2001 e 2011 houve aumento na área cultivada com cana, o que refletiu na redução do cultivo da soja. Essas oscilações no uso da terra, conforme apresentado da Figura 1, pode estar relacionada a topografia do local, tendo em vista que essa região apresenta relevo de topo aplainado com diferente grau de entalhamento, dificultando assim a processo de mecanização desta cultura. O decréscimo pode estar relacionado com o cultivo da soja nos anos que houve redução do cultivo da cana-de-açúcar, tendo em vista que a soja é uma das culturas pioneiras da expansão da fronteira agrícola (Dubreuil et al., 2005;Anderson et al., 2005; Aguiar e Souza, 2014).

Em relação ao aumento da área cultivada pela cana-de-açúcar em três subbacias analisadas, este crescimento pode estar relacionado com a disponibilidade maior de água nessas unidades, a figura 1 mostra que as maiores áreas cultivadas pela cana-de-açúcar estão próximas aos corpos d'água, contribuindo no processo de irrigação da cultura. O cultivo irrigado da cana-de-açúcar é de capital importância em seus estágios de desenvolvimento o requerimento hídrico, que é influenciado por fatores inerentes às condições ambientais, climáticas, técnicas entre outros aspectos (Silva et al., 2012). No estado de Mato Grosso, além da irrigação, também se utiliza a vinhaça e adubos minerais, através de processos de fertirrigação por gotejamento superficial ou por autopropelido (Barbosa et al., 2012; Prado et al., 2014; Silva et al., 2014).

Definir os volumes de água utilizados na produção de cana-de-açúcar, etanol e açúcar, sabendo dos impactos do cultivo desta planta sobre as bacias hidrográficas e recursos hídricos em geral nas diferentes regiões produtoras, poderá, por exemplo, subsidiar políticas ambientais e auxiliar no avanço de marcos regulatório para uma produção sustentável.

Até meados da década de 1970, praticamente as únicas atividades desenvolvidas na região Centro-Oeste brasileira era a pecuária extensiva de baixa produtividade. A partir do final da década de 1960 e, com intensidade crescente, no decorrer da década de 1970, o bioma Cerrado, foi sendo ocupado por médios e grandes empreendimentos agropecuários. No município de Tangará da Serra, mais especificamente nas subbacias rio Queima Pé, os dados revelam extensas áreas de pastagem, cuja transformação da paisagem é regida pela demanda do mercado.

A pastagem na subbacia do Alto Curso, em 1991 ocupou uma área de 64,12% apresentando o índice antrópico regular (3,21%). Em 2001 decresceu para 54,25% e o ITA diminui para 2,71%, permanecendo no estado regular de modificação da paisagem. Enquanto em 2011, ocorreu um decréscimo em relação aos outros anos analisados, correspondendo à 34,80% da pastagem  e o grau de antropização constou em torno de 1,74%, configurando no estado pouco degradada (Figura 2). Na do Baixo Curso, no ano de 1991, de acordo com a Figura 1, a classe pastagem, ocupava uma extensão de 80,11% e o ITA correspondeu a 4,01%, portanto regular. No ano de 2001 houve um decréscimo de área ocupada (75,85%), e o percentual do ITA também decresceu em relação ao ano de 1991 para 3,79%, mas continuou no estado regular de transformação da paisagem. Em 2011 ocorreu um aumento do percentual para 78,29% da área de pastagem e o ITA aumentou para 3,91% (regular) conforme consta na figura 2.

Já na subbacia do córrego Cedro em 1991 a pastagem ocupou uma dimensão de 71,07% para este mesmo ano apresentou o ITA de 3,55%, que correspondeu ao estado regular de antropização. Em 2001 ocorreu um decréscimo (51,61%), assim como também do percentual do índice antrópico que foi de 2,58%. Por fim, em 2011 a área ocupada pela classe continuou diminuindo (50,94%) e o ITA ficou em 2,55% (Figura 2).

Na extensão da subbacia do córrego Santa Fé no ano de 1991 a pastagem ocupava uma área de 82,72% e o ITA era de 4,14%. Em 2001 correspondeu um valor menor em relação ao ano de 1991, de 80,42%, cujo ITA foi de 4,02% e no último ano analisado a classe continuou decrescendo (77,18%) e o ITA diminuiu para 3,86%. Assim sendo, nos três anos estudados a classificação do estado da paisagem ficou como regular. A área de pastagem na subbacia do córrego Tapera, em 1991 correspondeu 77,73% e o ITA a 3,89%. Em 2001 houve um decréscimo na área para 72,94%, bem como no ITA correspondendo a 3,65%. No ano de 2011 a área continuou decrescendo e chegou a 68,32% de (Figura 1), com um ITA de 3,42%. Para esta subbacia nos três anos pesquisados a classificação do estado de antropização da paisagem foi regular.

Nas subbacias do Alto Curso, Cedro, Santa Fé e Tapera nos anos pesquisados (1991, 2001 e 2011) ocorreram redução no percentual ocupado pela pastagem, porém na do Baixo Curso ocorreu uma variação percentual no ano de 2011, mas este permaneceu com percentuais baixos quando comparados aos anos de 1991 e 2011. As áreas ocupadas pela pastagem são extensas, com isso a pressão antrópica exercida no solo também é elevada se comparado com as culturas de soja e cana-de-açúcar. A extensão das áreas associadas com o grau de modificação da paisagem analisada correspondem a apresentada nas pesquisas de Gouveia et al. (2013) e Serigatto et al. (2006), que estudaram o município de Tangará da Serra (MT), porém com bacias hidrográficas diferentes.

Grandes extensões de terra têm sido convertidas, no decorrer dos anos, para pastagens cultivadas. À medida que esses movimentos de substituição de áreas de vegetação natural para pastagens, constituem uma forma de abertura de novas frentes para conversão em lavouras ou um movimento de expulsão de populações nativas, visando a uma "ocupação patrimonial" (IGREJA, et al., 2006), esses fatores não são considerados de intervenção governamental, somente serão respondidas quando o processo de desenvolvimento regional adquirir contornos de densidade econômica e populacional em suas características espaciais, estruturais e demográficas. Com essa conversão ocorre o processo de degradação ambiental, decorrente da exploração da agropecuária, essas transformações resultam em desmatamento, compactação do solo, erosão, assoreamento de rios, contaminação da água subterrânea e perda de biodiversidade, com reflexos, sobretudo no ecossistema local (Cunha et al., 2008).

Devido às pressões antrópicas exercidas nas subbacias do rio Queima Pé ocorreram modificações na paisagem natural. As mudanças sobre a vegetação, cursos d'água e o solo, tendo a urbanização mitigada pela economia, são perceptíveis quando analisadas as figuras 1 e 2.

A degradação ocorreu em áreas do município de Tangará da Serra, após serem utilizadas para fins de monocultura (soja e cana-de-açúcar) e de pastagem. Essas áreas quando degradadas, ou seja, quando não são mais rentáveis devem ser manejadas, passando por um processo de restauração, na qual espera-se a recomposição da biodiversidade, de forma que os processos sucessionais ocorram na área degradada para que fique compatível com o clima regional e com as potencialidades locais do solo. Nesta perspectiva, é utilizado o reflorestamento, na qual utilizam espécies cultivadas do gênero Eucaliptus, Tectona e Pinus como forma de recuperar áreas degradadas e/ou preservar nascentes. Essas espécies são bem aceitas nas propriedades do município de Tangará da Serra, pois apresentam um desenvolvimento rápido e uma viabilidade econômica viável.

Segundo Barden et al. (1993), o efeito das plantações florestais sobre a biodiversidade depende do tipo de ecossistema natural, das espécies arbóreas escolhidas e das técnicas agroflorestais empregadas. As principais acusações consistem na redução da fauna e na sua uniformidade estrutural devido à utilização de uma única espécie arbórea. O número das espécies vegetais e animais existentes em florestas plantadas é muito inferior ao número de espécies que ocorrem em florestas naturais. Quando a vegetação natural é substituída por florestas plantadas ocorre, evidentemente, uma quebra da biodiversidade que será ainda mais intensa se for uma região tropical (Poggiani, 1996).

Outro aspecto relevante é com a diversidade vegetal, que por sua vez, acarreta modificações contínuas na diversidade da fauna, que pode ser alterada de acordo com as fases da rotação do povoamento florestal. O efeito da floresta plantada pode ser ainda mais drástico em relação às espécies raras que ocorrem nas matas tropicais, cuja biologia reprodutiva é pouco conhecida (Poggiani, 1996).

Na subbacia do Alto Curso, a classe reflorestamento não foi mapeada, conforme pode ser verificado na figura 1 no ano de 1991. Em 2001 perfez 1,35% de área e o ITA de 0,01%, porém em 2011 correspondeu a 1,07% e o índice de transformação da paisagem permaneceu conforme o ano de 2001, pouco degradado. Na subbacia Baixo Curso nos três anos analisados (1991, 2001 e 2011) não foi identificada a classe reflorestamento. Assim como na do córrego Cedro, que em 1991 não apresentou a classe em sua extensão territorial. Entretanto, em 2001 a extensão ocupada pelo reflorestamento foi de 0,22%, com um ITA de 0,0021% e no ano de 2011 aumentou para 0,69% e o ITA foi de 0,01% permanecendo no estado de pouco degradado.

Nos dois primeiros anos analisados (1991 e 2001) com a subbacia do córrego Santos Fé não foi possível mapear a classe reflorestamento, pois não apresentou nenhum valor percentual. Mas, em 2011 correspondeu a área de 0,19% e a um ITA não apresentou valor percentual.  Na subbacia do córrego Tapera, em 1991 não foi verificada a presença da classe reflorestamento (Figura 1). Em 2001esta totalizou 1,31% e o ITA de 0,01%, em 2011 a área aumentou para 1,32%, mas o ITA ficou no mesmo percentual do ano de 2001, portanto, pouco degradado (Figura 2).

Os resultados e as análises nas subbacias foram diversas, pois na do Alto Curso no decorrer dos anos investigados ocorreu um decréscimo dos valores, na dos córregos Cedro, Santa Fé e Tapera os valores aumentaram nos anos pesquisados, porém na do córrego Baixo Curso a classe não ocupou área. O aumento do reflorestamento evidencia que atualmente indústrias e propriedades rurais recuperam a perda de seus recursos florestais por meio do reflorestamento. Amplas áreas são reflorestadas para proteger as bacias hidrográficas, nascentes e para recuperar áreas degradadas. Por outro lado, aumenta a produção de madeira para fins industriais e comerciais (Poggiani, 1996). A indústria florestal tornou-se uma das atividades mais importante da economia do município de Tangará da Serra, pois associado com a monocultura é um custo benefício, a curto-médio e em longo prazo.

O estado de Mato Grosso apresenta grandes áreas degradadas, a maior parte delas corresponde às Áreas de Preservação Permanente (APP's), apesar de serem estabelecidas por lei no Código Florestal (Lei nº. 4.771 de 15/07/1965, Art. 1, § 2º) como alternativas mitigadoras dos impactos das ações antrópicas, estas sofrem várias ameaças, como pressões ocasionadas pelo crescimento urbano e agropecuário (Barbosa et al., 2003) A conservação das APP's é um fator primordial visando sua importância do equilíbrio ambiental e principalmente nas unidades hidrográficas, pois funciona como reguladoras do fluxo de água, sedimentos e nutrientes, formando ecossistemas estabilizados a margens de rios, lagos e nascentes (Barbosa et al., 2003).

Dessa forma, para Holmes et al. (1983) o reflorestamento com espécies nativas é sustentado por vários argumentos por um lado porque estas espécies adaptam-se ao ambiente local, tornando-as menos susceptíveis ao stress, doenças e as pragas. Por outro lado a população local está mais familiarizada com as suas plantas nativas e o seu uso é bem conhecido. O êxito dos projetos de reflorestamentos mistos depende, entre outros fatores, da escolha correta das espécies. Devido ao grande número de espécies nativas com diferentes necessidades ecológicas nos diversos estágios de desenvolvimento e às suas complexas inter-relações e interações com o meio, a escolha será tanto mais correta, quanto maior for o conhecimento que se tem das espécies, basicamente no que se refere a auto-ecologia e ao comportamento destas.

4. Considerações finais

Pode-se constatar que as áreas das classes cana-de-açúcar, soja, pastagem e influência urbana aumentaram no decorrer dos anos pesquisados, apesar de algumas oscilações, estas apresentaram percentuais elevados em relação a outras classes. Porém o grau de pressão antrópica causado pela expansão dessas classes variou desde pouco degradada até o estado de regular.

A classe influência urbana em duas subbacias não foi mapeada e nas outras três apresentou aumento que implicou na supressão da cobertura vegetal nativa, comprometendo os cursos d'água. Este acréscimo é decorrente do crescimento populacional ligado à chegada de migrantes em busca de emprego, tendo em vista que o município é produtor de grãos e está localizado próximo as indústrias de processamento de cana-de-açúcar.

A classe reflorestamento em todos os anos analisados apresentou expansão, isto deve ao fato do município apresentar propriedades agrícolas que recuperam a perda de seus recursos florestais por meio do reflorestamento com floresta plantada e por ter indústrias de reflorestamento.

Como as classes massas d'água e floresta apresentaram decréscimo de área ocupada nas subbacias, apesar das oscilações no ano de 1991, que correspondeu a um percentual baixo, quando comparado aos apresentados nos anos de 1991 e 2011. Portanto, o grau de transformação antrópica dessas classes pesquisadas foi de pouco degradado.

Sugere-se o desenvolvimento de projetos de recuperação de áreas degradadas de forma mais adequada, mas sobretudo que promova a conservação in situ de espécies nativas e a utilização de todos os recursos e conhecimentos possíveis para cada situação, principalmente no manejo ambiental em bacias hidrográficas. Antes disso, a população deve cumprir o seu papel, tanto como governo ou iniciativa privada, mas como cidadãos responsáveis pela conservação do ambiente, pensando em manter a qualidade de vida na atualidade e para as futuras gerações.

Por fim, a elaboração dos mapas de uso da terra e da cobertura vegetal, por meio de imagens de sensoriamento remoto processadas em Sistema de Informação Geográfica, possibilitou a análise da dinâmica de fragmentação das paisagens das subbacias do rio Queima Pé e a avaliação da ação humana via índice de transformação antrópica. Os resultados gerados nesta pesquisa podem ser utilizados no planejamento e na gestão ambiental municipal, visando à conservação dos elementos da paisagem das subbacias investigadas que são imprescindíveis a população de Tangará da Serra, Mato Grosso e ao bioma Pantanal Matogrossense.

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1. Mestre em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola/UNEMAT, Brasil. lucyrodrigues_bio@hotmail.com

2 Universidade do Estado de Mato Grosso; Programa de Pós-graduação em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola/UNEMAT, Brasil. {ssneves, rjneves@unemat.br

3 Universidade do Estado de Mato Grosso; Programa de Pós-graduação em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola/UNEMAT, Brasil. galvaninbbg@unemat.br

4 Mestrando em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola/UNEMAT, Brasil. jesapk1@hotmail.com.

 

Vol. 36 (Nº 10) Año 2015
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