ISSN 0798 1015


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Vol. 41 (Nº 16) Ano 2020. Pág. 2

Sintomas, queixas e diagnósticos em professoras dos anos iniciais da rede municipal de Olinda (Brasil): histeria, burnout

Symptoms, Complaints and diagnoses in teachers of the initial years of the municipal network of Olinda: Hysteria, Burnout

SOUZA, Edna Maria Rodrigues de 1; ALMEIDA, Adriana Maria de Araújo 2; SANTOS, Dulce Maria dos 3; RODRIGUES, Ediles Revorêdo 4; COUTINHO, Diógenes José Gusmão 5

Recebido: 24/05/2019 • Aprovado: 17/04/2020 • Publicado: 07/05/2020


Conteúdo

1. Introdução

2. Metodologia

3. Resultados

4. Conclusões

Referências


 

RESUMO:

Objetivou-se exibir os resultados da análise multicausal do fenômeno do adoecimento como consequências da prática docente das professoras dos anos iniciais no município de Olinda, objetivando-se relacioná-los com os sintomas da Histeria e os preditores da Síndrome de Burnout. A problemática, diretriz do percurso, surgiu em detrimento dos relatos de desconforto, mal-estar, sofrimento e enfermidades dessas profissionais, através de questionários, conversas e observações, estimulando a pesquisa qualiquantitativa, explicativa e descritiva. Alcançaram-se os objetivos, a partir da constatação das precárias condições de trabalho em vários aspectos, desencadeando o mal-estar docente, traduzido em sintomas, queixas e diagnósticos, os quais se perseguiram na busca pela relação com as características da histeria e dos preditores da Síndrome de Burnout entre estas profissionais.
Palavras chiave: Mal-estar docente; Queixas, Sintomas e diagnósticos; Histeria, Burnout

ABSTRACT:

The objective was to show the results of the multicausal analysis of the illness phenomenon as consequences of the teaching practice of the teachers of the early years in the municipality of Olinda, aiming to relate them to the symptoms of Hysteria and the predictors of Burnout Syndrome The problem, guiding the route, arose to the detriment of the reports of discomfort, malaise, suffering and illnesses of these professionals, through questionnaires, conversations and observations, stimulating qualitative, explanatory and descriptive research. The objectives were achieved, based on the observation of the precarious working conditions in several aspects, triggering the teacher malaise, translated into symptoms, complaints and diagnoses, Which were pursued in the search for the relationship with the characteristics of hysteria and predictors Burnout Syndrome among these professionals.
Keywords: Teacher malaise; Complaints, Symptoms and Diagnoses; Hysteria, Burnout

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1. Introdução

Com o objetivo de conhecer, elencar e analisar os multicausadores do mal-estar docente e com base na hipótese de que a relação de prazer e de dor se revela no exercício do trabalho em consonância com as condições a que são expostos os sujeitos, a análise da multicausalidade do fenômeno do adoecimento do professor dos anos iniciais se deu em uma pesquisa com docentes de dez escolas municipais de Olinda-PE. Nos anos de 2017 e 2018, utilizando-se questionário semiestruturado, observações e conversas informais como instrumentos de coleta de dados identificaram-se o persistente e recorrente adoecer provocador de licenças médicas que afastam as professoras da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental de sua prática diária. Neste sentido, se fez necessário destacar o que colabora e é condição para a ocorrência deste fenômeno, sendo observadas possíveis interferências negativas nos aspectos físicos, psicológicos e sociais do professor, em seu ambiente de trabalho. Na busca pela literatura com os descritores sofrimento e mal-estar do professor, encontramos Esteve Zaragoza (1984, 1987, 1994), Carlotto (2002) na última década, Andrade e Cardoso (2012; 2016), Baião e Cunha (2013), Borba et al. (2015) dentre outros.

Os autores ressaltam questões que se somam às atribuições profissionais e à organização do trabalho do professor. Esteve Zaragoza (1999) aponta para o processo histórico de transformação da sociedade que faz com que as responsabilidades exigidas desse profissional tenham um significativo aumento e mudanças diversas. Estas mudanças que o autor aponta “[...] um profundo e exigente desafio pessoal para os professores que se propõem a responder às novas expectativas projetadas sobre eles (Estive Zaragoza, 1999, p. 31) ”.

Portanto, na incumbência de responder com práticas pedagógicas voltadas para a qualidade da educação, sobrecarregando-se de atribuições que se sobrepõem as paredes da Instituição de Ensino, o docente, com buscas intensas de aperfeiçoamento e qualificação profissional, acaba por padecer de desassossego, mal-estar e adoecimento, por exaustão (Andrade; Cardoso, 2012; 2016; Baião; Cunha, 2013).

Maslach e Leiter (1999) enfatizam que está sobre os professores a maior incidência da Síndrome de Burnout, entendida como desconforto físico e mental, consequente, dentre outros, do estresse e exaustão laboral. Quando acometidos pela Síndrome, o sujeito tem comprometida sua destreza, sua competência e lucidez para desenvolver sua prática.

Assim, realizou-se um estudo de natureza exploratória e aplicada em virtude de centrar-se na busca por analisar os desconfortos causadores de doenças no âmbito físico, psicológico e social ante a prática docente e atribuiu-se uma abordagem qualitativa, com um aporte quantitativo, comungando com a fundamentação sociofilosófica da Psicodinâmica do Trabalho, a partir da concepção de Dejours (apud Lancman; Sznelman, Org., 2004).

Quanto aos fins, a pesquisa foi identificada como descritiva, partilhando da afirmação de Gil (2010, p. 27) de que este tipo “[...] têm como objetivo a descrição das características de determinada população”, utilizando-se como base, os procedimentos metodológicos perseguidos para obter o objetivo geral, delineando, portanto, o trabalho como pesquisa de campo, descritiva e qualiquantitativa. Comungando com a afirmativa de Minayo (2008), no que se refere à pesquisa qualitativa. A autora aponta que existe uma preocupação em compreender mais profundamente as características de um determinado grupo dentro de uma organização social.

Na busca bibliográfica foi verificado que estes profissionais estão expostos a uma degradação crescente da saúde mental, física e social, ante os muitos problemas do seu cotidiano. Cujas condições, refletem o mal-estar sentido, entrando em foco a discussão acerca da relação com a saúde e o adoecimento das professoras, que resultam em afastamentos do trabalho e interferências na vida afetiva, física, emocional e social delas. Neste cenário, foi identificada a relação, expressa na literatura que fundamentou a pesquisa, entre o mal-estar e adoecimento do professor com os sintomas da histeria e os muiticausadores da Síndrome de Burnout (Dalagasperina; Monteiro, 2014; Diehl; Marin, 2016; Ozoilo, 2015; Reis, 2014).

Encontrou-se na literatura, que histeria se deriva da palavra grega referente a útero. Trillat (1991) afirma que a histeria está na cultura humana a partir, ou antes, de Hipócrates (400 a.C.), acompanhando assim, as modificações da sociedade desde essa época, carregando em seu histórico, desde a denominação de transtorno mental feminino, a forma como o sujeito vê a sociedade e a medicina. O médico grego a representava como uma enfermidade referente à perturbação no útero, um desconforto e mal-estar peculiar à mulher (Ritter, 2012). No entanto, segundo Collin et al. (2012, p. 30), “No surto (histérico) […] tudo se desenrola de acordo com as regras, que são sempre as mesmas; válidas para todos os países, todas as épocas, todas as raças e, em resumo, universais”. Os estudos de Collin et. al. (2012) e Freud e Breuer (1895) representaram um marco na história da histeria. Foram responsabilizados pela compreensão e entendimento dos sintomas da doença assim como a desmistificação de transtorno mental das mulheres.

Neste contexto, acerca dos mitos que cercavam a histeria, encontra-se o afastamento destes, através da simplificação e retirada deles. Os estudos de Charcot (1888) e mais adiante Freud e Breuer (1895), representaram um marco na história da histeria. Eles foram responsabilizados pela compreensão e entendimento dos sintomas da doença, assim como a desmistificação de transtorno mental das mulheres. A psicopatologia e a moral foram dissociadas da histeria. Portanto, o julgamento dos sintomas femininos deixou de ser motivo de condenação por se apartarem dos valores morais (Ávila; Terra, 2010).

A Síndrome de Burnout, de acordo com a literatura existente, é definida a partir da relação entre a intenção e a ação do trabalhador e as condições a que são submetidos e expostos a exercer sua prática (Carlotto, 2002, p. 26).  O Burnout é encontrado em maior número e frequência em professores (Carlotto, 2002, p. 23). Neste sentido, Dalagasperina e Monteiro (2014) acreditam que o desconhecimento acerca da Síndrome de Burnout, representa um fator negativo e relevante para uma maior incidência e agravamento nos profissionais.

Em vista dessas informações, no contexto de inquietação, hipóteses novas surgindo e buscas por novos conhecimentos que expliquem o mal-estar que se acerca dos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, fundamentando-se na literatura realizou-se a pesquisa de campo no município de Olinda. Objetivou-se conhecer, elencar e analisar a relação entre os sintomas, as queixas e os diagnósticos que acometem estes profissionais com as características da histeria e os causadores da Síndrome de Burnout, associados às estatísticas dos dados das Secretarias de Saúde, Administração e Educação do Município de Olinda-PE, entre os anos de 2007 a 2017.

Justificando a observação realizada e estimulando uma nova pesquisa, no confronto dos sintomas da Histeria e da Síndrome de Burnout, de acordo com a literatura estudada, percebeu-se, entre os dados e resultados expostos, correspondências entre as queixas e sintomas das professoras. Destaca-se entre estes, o esgotamento físico, dores na coluna, no pescoço, nos membros, afecções na garganta, mudanças bruscas de humor, depressão, ansiedade e a consequente ausência no trabalho. Dessa forma, pretendeu-se investigar esta relação nas professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental na rede municipal da cidade de Olinda com as síndromes e as doenças que acometem esta classe trabalhadora estudada em diversas pesquisas há décadas.

1.1. Problemática

As condições de trabalho a que são submetidos os professores, parecem representar influência significativa nas queixas, sintomas e diagnósticos que provocam o afastamento do ambiente de trabalho devido ao mal-estar e sofrimento que provocam adoecimento e, consequentemente, o absenteísmo. A relação destas queixas, sintomas e diagnósticos remete a outra problemática acerca do questionamento, no sentido de investigar se há relação com as características da histeria e com os preditores da Síndrome de Burnout em professores desse segmento de ensino. Ou seja, se estes, sintomas, queixas e diagnósticos são os causadores do referido fenômeno do adoecimento e afastamento na classe docente.

1.2. Justificativa

Na revisão bibliográfica verificou-se que esta classe trabalhadora é suscetível a uma deterioração ascendente da sua saúde mental, física e social no cenário das condições de trabalhos a que está submetida. Como fenômeno que reflete um mal-estar sentido, expõe-se em discussão a relação com a saúde e o adoecimento das professoras e como consequência, os afastamentos do trabalho e as interferências na vida afetiva, física, emocional e social delas. Portanto, através da identificação de uma eventual relação, exposta na literatura fundamentadora da pesquisa, que remete o mal-estar e o sofrimento docente aos sintomas da histeria e os preditores da Síndrome de Burnout (Dalagasperina; Monteiro, 2014; Diehl; Marin, 2016; Ozoilo, 2015; Reis, 2014), justifica-se o presente estudo e alerta-se que uma revisão bibliográfica é necessária para fundamentar uma futura pesquisa.

1.3. Hipóteses

Diante do conhecimento das queixas, dos sintomas e dos diagnósticos externados pelas professoras, dos sintomas e características da histeria revisitando a literatura (desde Hipócrates, IV a. C.; Collin et al., 2012;Freud; Breuer, 1882, Maurano, 2010; Costa; Lang, 2016, dentre outros) e com os causadores da Síndrome de Burnout (Carlotto, 2002; Codo Org., 2006; Dalagasperina; Monteiro, 2014; Reis, 2014; Oliveira; Silva, 2015; Ozolio, 2015; Diehl; Marin, 2016, entre outros), poderá ser verificada e analisada uma possível relação de causa e efeito na prática docente justificando o mal-estar da profissão;

1. As queixas dos profissionais professores acerca de exaustão física, psicológica e social, têm as condições de trabalho como cenário;

2. As extensas jornadas de trabalho, as condições estruturais das Unidades de Ensino, a superlotação das salas de aula, os baixos salários que os obriga a múltiplas jornadas, entre outros fatores, são algumas das consequências desse mal-estar;

3. A relação da precariedade da educação e das condições de trabalho pode ser relevante para identificar o responsável pelo mal-estar e adoecimento docente.

2. Metodologia

Enriqueceram-se os conhecimentos com informações significativas, visitando a literatura, para a construção da fundamentação teórica e com a pesquisa de campo em dez escolas entrevistando 82 professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental no município de Olinda-PE. Realizou-se a coleta de dados através de questionários como instrumento de coleta de dados. Com base nos resultados obtidos, surge a nova problemática acerca da relação das queixas, sintomas e diagnósticos revelados por docentes, com as características da histeria e os preditores da síndrome de Burnout, através da busca literária desde Charcot e Freud até os dias atuais.

2.1. Tipo de Pesquisa

Optou-se por um trabalho de caráter qualitativo e abordagem quantitativa, com revisão da literatura, busca de documentos publicados nos últimos anos por autores de diversas áreas do conhecimento que dialogam acerca do tema em estudo. No que se refere aos fins, fora identificada como descritiva, partilhando da afirmação de Gil (2010, p. 27) de que “[...] têm como objetivo a descrição das características de determinada população”; Como base, valeu-se dos procedimentos metodológicos visando lograr o objetivo geral, identificando assim, como pesquisa de campo, descritiva e qualiquantitativa. Minayo (2008) aponta que há na pesquisa qualitativa a preocupação de compreender profundamente as características de um determinado grupo dentro de uma organização social. Tratou-se de uma pesquisa exploratória de natureza e aplicada por centrar-se no objetivo de analisar os diversos fatores que causadores de doenças no que se refere ao físico, psicológico e social perante a prática docente. Foi atribuída uma abordagem qualitativa, com um aporte quantitativo, fundamentando sócio e filosoficamente na Psicodinâmica do Trabalho, a partir do que concebe Dejours (apud LANCMAN; SZNELMAN, Org., 2004).

2.2. Caracterização do local pesquisado

Escolheram-se como campo da pesquisa, dez Unidades de Ensino (UE) públicas municipais, de porte médio a grande. Em cada uma atuam em torno de 30 professores, atendendo em média 700 estudantes, mais ou menos 12 salas de aula de Educação Infantil, Ensino Fundamental de 1º ao 9º ano, nos turnos da manhã e da tarde e Educação de Jovens e Adultos no turno noturno, na cidade de Olinda-PE. Utilizou-se como critério de escolha e inclusão, o fator de apresentarem nos anos de 2007 a 2017, um número elevado de professores afastados da função por licenças médicas devido ao recorrente e persistente adoecimento, apresentando diagnósticos identificados como consequências da prática profissional.

2.3. Caracterização dos sujeitos

Questionou-se 82 professoras com média de idade em torno de 45 anos, regentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental entre 10 e 30 anos, a maioria há 15 na mesma Unidade de Ensino (UE) e atreladas a um histórico de mal-estar e adoecimento recorrente que as obriga a afastarem-se da prática pedagógica.

2.4. Instrumentos de coleta de dados

Na busca pelos objetivos, utilizou-se nos anos de 2017 e 2018, questionários com perguntas abertas e fechadas a respeito dos diversos aspectos desde a situação sociodemográfica dos sujeitos, passando pela formação inicial e continuada, relações sociais e interpessoais na UE, na família e com amigos, satisfação profissional, estruturas físicas da UE e condições de trabalho, fatores salariais, psicológicos, sociais entre outros. E chegando, portanto, ao mal-estar e adoecimento que as afastam do ambiente de trabalho; Pesquisas nos dados das Secretarias de Educação, Administração e Saúde do município de Olinda-PE no período de 2010 a 2015.

3. Resultados

Encontrou-se, de acordo com a Tabela 1 professores especializados e concursadas e com vasta experiência na prática pedagógica o que determina conhecimento profundo da realidade física e estrutural e acerca dos relacionamentos sociais entre a comunidade e a Unidade Escolar (UE). As professoras reclamam das condições precárias e inadequadas no ambiente de trabalho em quase todos os aspectos. Acerca disso, Costa, et al. (2013) afirmou que encontrou 11,2% profissionais de sua pesquisa apresentando Perfil 1 e 3% Perfil 2 da Síndrome de Burnout. Ressalta-se a necessidade de um olhar especial acerca desta prevalência, tendo em vista a relação entre a qualidade de vida e de saúde dos professores comprometida e a qualidade da educação exercida por eles.

Tabela 1
Fatores sociodemográficos docentes

 

Variáveis

 

Valor e ou Percentual

Idade média

45 anos

Especialista

100%

Mestre

12,5%

Doutor

4%

Efetivos/concursados

87%

Até 10 anos de docência

25%

Até 20 anos de docência

46,9%

Até 30 anos de docência

18,8%

Até 15 anos na mesma escola

50%

Até 20 anos na mesma escola

40,6%

Fonte: autores com dados da pesquisa

Oliveira e Silva (2015) demonstram ser necessário atentar para um fenômeno que acomete o professor, a alienação. Consideram-na empecilho para o docente perceber a intensidade do seu adoecimento. Neste sentido, observamos no estudo que 76,6% das professoras protagonistas da pesquisa desconhecem as reais causas do seu mal-estar e, ainda, pouco ou nunca ouviram falar de histeria, Síndrome de Burnout, doenças osteomusculares, LER e DORT. Neste contexto, a alienação é vista como uma das consequências do agravamento do sofrimento e adoecimento desse profissional. Tendo em vista o desconhecimento da relação entre o desconforto, mal-estar, sofrimento, sintomas, enfermidades, adoecimento e as condições de trabalho a que estão submetidos. Poucas sabem também acerca das síndromes e dos distúrbios físicos e psicológicos que podem acometer pessoas que trabalham em condições precárias e rodeadas de componentes provocadores de estresse e exaustão.

Dentre os resultados da pesquisa em foco, demonstrou-se na Tabela 2 o que fora encontrado entre as queixas que os professores externaram. Corroborando, assim, com a teoria da multicausalidade nos trabalhos resultantes da epidemiologia (Arouca, 1976; Barata, 1998; Macmahon et al., 1965; Penna, 2006).

Tabela 2
Relação das queixas
externadas na pesquisa

Variáveis/queixas

Valor e ou Percentual

Cansaço

93,8

Dificuldade de levantar-se

87,5

Noites mal dormidas

59,4

Crises de ansiedade

37,5

Tristeza e choro sem causa aparente

12,5

Dificuldade de cumprir rotina

9,4

Crises para decisões simples

9,4

Medos sem explicações

12,5

Vontade de desistir

12,5

Fonte: autores com dados da pesquisa

No percurso da visita literária da atualidade, encontraram-se os distúrbios mentais (a insatisfação, a baixa autoestima, a depressão, entre outros), o esgotamento físico, as afecções da voz e da garganta, como alguns multicausadores de afastamento dos professores. Percepções que acendem o alerta para relacioná-los com as síndromes conhecidas no Código Internacional de Doenças (Diehl; Marin, 2016; Oliveira; Silva, 2015; Ozolio, 2015). Entre elas, visualizando nos resultados obtidos, se reflete a nova problemática acerca da relação das queixas, sintomas e diagnósticos colhidos através da pesquisa com as características da histeria e os provocadores da Síndrome de Burnout, com fundamentação na literatura desde Charcot e Freud até os dias atuais.

Assim, exposto na Tabela 3, encontra-se a relação de sintomas e diagnósticos, com seus percentuais, revelados pelas 82 professoras e coletada por intermédio da pesquisa em dez escolas da cidade das ladeiras e do carnaval, na região metropolitana do Recife.

Tabela 3
Sintomas e diagnósticos apontados pelas professoras e
constantes em licenças médicas

 

Diagnóstico

 

Valores em percentuais %

Rouquidão/perda da voz

87,5

Insônia

75,0

Afecções da garganta

68,8

Tensão emocional

59,4

Perda da voz

56,3

Depressão

53,1

Dor de cabeça crônica/enxaqueca

52,9

Dores no pescoço/torcicolo

46,9

Irritação

34,9

Descontrole e preocupação

37,5

Dores na coluna

31,2

Ansiedade

21,8

Distúrbios digestivos

18,8

Sentimento de incapacidade

9,4

Fonte: autores com dados da pesquisa

Neste contexto de sintomas e adoecimentos, está realçado um fator agravante e consequente deste mal-estar doentio. Encontrou-se como exposto na Tabela 4.

Tabela 4
Relação e percentual de professoras afastadas por
licenças médicas nos segmentos de ensino estudados

          
Segmento de ensino

 

Valores em percentuais %

Professores afastamento por doenças

 79,4

Da educação Infantil

5,5

Ensino Fundamental I (1º ao 5 ano)

50,9

Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano)

23,0

Fonte: autores com dados da pesquisa

Confrontando os sintomas, queixas e diagnósticos revelados neste trabalho com as características e os sintomas da Histeria, observaram-se convergências entre eles. Mesmo a Histeria fazendo parte da cultura humana desde milênios, os sintomas e significados da doença acompanham as mudanças e as transformações da sociedade como afirma Riter (2012).

Neste sentido Trillat (1991, p. 13) afirma que “o padre, o filósofo e o médico [...] sentiram-se concernidos num momento ou noutro, uns e outros e todos juntos. ” Ademais, a histeria, leva hoje sobre si a característica de transtorno mental e, portanto, enfatiza e acoberta a relevância e a definição das relações humanas. Ou seja, a representação do indivíduo na sociedade e na medicina.

De forma preocupante e reveladora, atestando a problemática deste trabalho, é muito grande o percentual de afastamentos das atividades docentes em virtude das licenças médicas, e é negligenciado pelos gestores. Nos dois últimos anos, nos laudos dos atestados, de acordo com os dados da rede de ensino estão anotados na Tabela 5, entre as múltiplas causas, estão os mais variados diagnósticos.

Tabela 5
Dada de diagnósticos nos anos de 2007 a 2017 causadores de afastamentos

 

Diagnóstico

 

Valores em percentuais %

 

Afecções da garganta

Torcicolo

Distúrbios na coluna

Perda da voz

 

68,4

46,9

31,2

25,0

Tendinite

28,2

Crises de ansiedade

Crises de Depressão

Síndrome de Burnout

21,9

18,8

4,1

Fonte: autores com dados da pesquisa

Mesmo diante destes dados, se percebe neste município, que a atenção e a preocupação dos governantes com as causas, acompanhamento, prevenção e tratamento, inexistem. Menos ainda existe a disponibilidade de atenção psicológica, física e social para essa profissional.

Dessa forma, surge como consequência o afastamento temporário das docentes por licença médica, deixando a educação desfalcada de um dos seus principais atores. Entre os resultados, apura-se percentuais elevados dessas ausências na sala de aula. Entre os principais percentuais relatou-se na Tabela 6, exibindo o número de afastamento definitivo com readaptação de função destacando os segmentos de ensino com docentes da Ed. Infantil e do Ens. Fundamental.

Tabela 6
Resultados acerca do tempo de licença médica das professoras 

 

Número de dias de licença

 

Percentual %

 

De 15 a 30

 

6,28

De 30 a 60

21,9

De 60 a 90

25,0

Mais de 90 dias

12,5

Fonte: autores com dados da pesquisa

Tabela 7
Readaptação das professoras e o percentual por segmento de ensino

 

Segmento de ensino

 

Percentual %

 

Readaptadas de função

 

43,8

Educação Infantil

3,1

Ensino Fundamental

25,0

Fonte: autores com dados da pesquisa

Encontrou-se, neste período, com profissionais apaixonadas pela profissão, comprometidos com a formação cognitiva, critica, pessoal e social do indivíduo que atendem mesmo as que padecem de males que atormentam sua própria vida em sua totalidade. E estes afastamentos e principalmente as readaptações da função, causam-lhes diversos e desagradáveis e variados sentimentos (TABELA 7).  Podendo remetê-las a outros distúrbios e síndromes como também à histeria.

Encontraram-se, também, pesquisas referentes à histeria desde os estudos de Freud, com uma linguagem muito expressiva. Na pesquisa sobre histeria de Freud, o ser é significante e instável, ou seja, não se busca refletir nem atentar precisão acerca da linguagem e, não existe um pensamento direcionado. Acredita o psicanalista, que a linguagem não representa o real da histeria, pois este é profundo e rígido chamado por ele de inconsciente sexual. O que na histeria, estudada por ele, Freud, é absurdo, contrastante e hostil (Berlinck, 1997).

Compreende-se que o mal-estar ao qual Freud (1924) se referiu há quase um século e Souza (2002) recentemente, perseguido de sofrimentos físicos, psicológicos e sociais. Portanto, neste contexto de mal-estar, Cordié (2003) discursa acerca do infortúnio e a desilusão percebida nos professores quando se reportam à sua profissão. Assim, levando em conta as queixas, os sintomas e os diagnósticos que permeiam as licenças médicas e os afastamentos do trabalho, neste estudo, remete a relação com a despersonalização, traduzida como o desapego emocional (tendência de não individualizar; de despersonificar os clientes/alunos, tratando-os como objetos, não merecedores de envolvimento afetivo).Aspectos observados na Síndrome de Burnout, caracterizando-se como caminho para mascarar ou diminuir a tensão emocional, portanto, entrando em cena a alienação (Oliveira, W. C.; Silva, F. G., 2015).

Dessa forma, comungando com estudiosos, é possível que os resultados encontrados, sejam fundamentais para compreensão do fenômeno do adoecimento físico, psicológico e social que afeta os profissionais do presente estudo. Também, é possível que apresentem uma relação com os sintomas da histeria e os preditores da Síndrome de Burnout (Freud; Breuer, 1895; Carlotto, 2002, p. 498). 

Neste sentido, Ozoilo (2015) mostra em uma pesquisa que 31,8% dos entrevistados apontam um elevado estado de estresse e 35,6%, relatam ansiedade. Pois a rotina com salas de aulas superlotadas compromete o processo de ensino e de aprendizagem, exigindo muito mais esforços do profissional para realizar um trabalho de qualidade e que renda os frutos esperados. Organizações de trabalho, sem critérios, podendo causar o adoecimento emocional que representa mais um fator causador de afastamento do profissional de suas atividades, representando 42,0% dos entrevistados.

Esta forma de estrutura organizacional do trabalho, traduzidas em condições precárias leva, segundo Farber (1991, apud Carlotto, 2002, p. 24-25) o profissional professor a padecer de forma recorrente, de insônia, irritação, ansiedade, estados de raiva e tristeza, dentre outros sintomas, e este profissional pode ser acometido de síndromes, entre elas a de Burnout. Na pesquisa foco deste artigo, 12,5% das protagonistas afirmaram sentir tristeza e medos sem causa aparente, choro com facilidade e vontade de desistir da profissão.

Concebe-se na literatura, a Síndrome de Burnout considerada e identificada como sendo, entre outros, produto de um determinado estresse ocupacional que acomete os profissionais de saúde e principalmente os de educação, por se tratarem de ofícios que exigem envolvimento emocional, relação de cuidados e atenção direta, portanto exaustão emocional e física (Carlotto, 2002, p. 498).

Consequentemente, tais condições e estruturas organizacionais do trabalho, justificam as dores no pescoço evidenciadas e apontadas por 46,9% das professoras e na coluna citadas por 31,2% delas demonstrando percentuais significativos que merecem atenção.

Segundo Camargo (2014) as LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), traumatismos dos membros, da coluna assim como os transtornos mentais e de humor como a ansiedade, se intercalam entre os problemas mais frequentes nos professores em todo o mundo. Dessa forma o CID (Código Internacional de Doenças) F, referente a distúrbios mentais e o CID M relacionado às LER/DORT, são os que mais aparecem nos laudos das licenças médicas dos professores afastados de suas funções, temporária ou definitivamente readaptados (Camargo, 2014).

Camargo (2014) afirma ainda que em alguns casos o CID F e o M aparecem juntos, como CID F/M, nos laudos. Causando impossibilidade de precisar qual surgiu primeiro, ou mesmo a dificuldade de separá-los. Neste contexto, Gouveia (2016) destaca em seu estudo que as enfermidades osteomusculares e os distúrbios da voz representam os mais predominantes causadores de adoecimento no professor.

Pode-se remeter à compreensão de uma possível relação desses, com as características apontadas nas pesquisas históricas e contemporâneas, acerca da histeria e dos causadores da síndrome de Burnout.

Essas referências reforçam o estado de exaustão física e emocional de que falam Plizzio e Klein (2015) quando evidenciaram que as causas do mal-estar docente surgem desde a precarização da educação e da profissão referente ao aspecto financeiro, ético e moral, levando esses trabalhadores a um estado de estresse emocional e físico que pode levá-los aos transtornos de ansiedade e a depressão. E por vezes, à Síndrome de Burnout.

Entre as professoras da pesquisa, apenas 4,1% declararam diagnóstico de síndrome de Burnout. Porém, relatam que só após cinco anos de tratamento de fobias diversas, de depressão, de ansiedade e de outras síndromes como a de pânico e social, é que fora detectada a Síndrome de Burnout. Afirmam as docentes que “a sensação é de que não existem mais forças, nem energias e nem sentido para nada. Chega-se ao fundo do poço, literalmente (Professoras). ” Revelam que até tentaram suicídio por sentirem-se insignificantes, inoperantes e totalmente dispensáveis. Reafirmam, ainda, que o tratamento com medicamentos e terapias ainda segue, porém necessitaram de readaptação total e ainda tentam reaprender a viver.

Levy e Nunes Sobrinho (2009) afirmam que apesar do Burnout não ser uma doença, fatores definidos como graves e de risco, como o estresse físico, psicológico e social advindos da prática pedagógica, expõem os professores a doenças como ansiedade, depressão e consequentemente a síndromes, entre elas a de Burnout. Não há uma unanimidade em se tratando da relação entre o estresse ocupacional com a síndrome de Burnout. No entanto, Carlotto (2002, p.2) afirmam que todas as definições existentes na literatura, comungam que a exaustão emocional e mental, depressão, fadiga, estresse, entre outros sintomas mentais e comportamentais que se sobrepõem aos sintomas físicos, podem provocar ou levar ao Burnout. Mesmo em pessoas que nunca apresentaram nem sofreram nenhum distúrbio psicológico ou patológico.

Diante desses fatos, Costa et al. (2013) afirma que a estatística dos professores acometidos pela Síndrome de Burnout carece de atenção devido aos danos que provocam na saúde física, mental e social do profissional e que consequentemente provocará um efeito negativo na qualidade do ensino. Neste sentido, Diehl e Marin (2016), em uma análise em 97 artigos acerca do tema encontraram 15 deles focados na multidisciplinaridade, estudos que faziam uma relação entre o adoecimento mental e a Síndrome de Burnout e apontavam o estresse e a ansiedade como sintomas recorrentes que prevaleciam nos profissionais. 

Neste contexto, Reis (2014) e Pereira (2014) fazem uma análise da necessidade e importância de atitudes que visem à qualidade de vida e bem-estar do trabalhador da educação. Quando uma representação de 40% de professores trabalhando mais de 40 horas semanais entre diversos deslocamentos, algumas vezes intramunicipais, percebe-se a intensificação de esgotamento, exaustão e consequentemente, estresse (Reis, 2014). Somada a essa intensa jornada que ultrapassa as paredes da escola, as ausências de benefícios ao trabalhador, ou seja, de políticas públicas de valorização da educação e de seus atores, impulsionam o adoecimento neste ambiente de trabalho.

Faz-se possível acreditar que existe uma deterioração anunciada na profissão e, portanto, na educação. Pois além dos relatos de sintomas, queixas e diagnósticos e, mais grave, o número de afastados por doenças, 87,5% das docentes afirmaram que sofrem com uma sobrecarga de atividades inclusive fora da sala de aula. Ainda relataram falta de ajuda da gestão escolar em um total de 56,3%.  Portanto, fica claro que o mal-estar e o sofrimento desse grupo de profissionais que padece de condições de trabalho precárias, exaustão física e emocional e baixos salários, estão levando-os ao adoecimento físico, emocional e social. Dessa forma, Koga et al. (2015) cita que as salas de aula lotadas, as escolas em péssimo estado de conservação, ou seja, as adversidades do ambiente de trabalho devem ser uma prioridade das políticas públicas voltadas para a prevenção de doenças nos trabalhadores.

Neste cenário, Esteve Zaragoza (1999) afirma que a crise pela qual passa a profissão docente ultrapassa os limites territoriais no mundo. O autor procura identificar e descrever os fatores causadores do mal-estar e suas consequências, e apresenta sugestões para a sua superação. A crise da profissão docente é internacional. Podendo, a obra de Estive Zaragoza (1999) ser leitura indispensável para professores e alunos das licenciaturas. Neste sentido, Silva (2014) ressalta em sua pesquisa que as principais críticas dos professores foram o repúdio ao governo pelo baixo investimento em educação.

4. Conclusões

O mal-estar se acerca do ser humano sob diversos aspectos, às vezes, interferindo na saúde física, psicológica e na vida social do sujeito. E diversos agentes produtores de desconforto, estresse, mal-estar e adoecimento, podem levar o trabalhador à Síndrome de Burnout. Portanto, à luz da compreensão da relação da organização do trabalho com o processo do prazer e do sofrimento, percebeu-se que o professor, está envolto em produtores de mal-estar e sofrimento. Assim, compreendeu-se a importância de ressaltar a urgência de políticas públicas que atendam, tratem, previnam, acompanhem e cuidem desses profissionais, valorizando a profissão professor, de forma ampla e irrestrita. Identificou-se que a maioria das professoras já se afastou das funções por variados diagnósticos, com percentuais elevados. Concebe-se a existência de um fenômeno de adoecimento entre estas e identificam como causadores do mal-estar e das doenças físicas e psicológicas, as inadequações e precariedades das condições de trabalho, unânimes na rede pública nacional.

As várias atribuições delegadas, as transformam em um executor solitário e vulnerável a alienação em um contexto de solidão e multifatores de desconforto. Dessa forma, entende-se que o corpo, a mente e o ambiente de trabalho necessitam de harmonia em seu funcionamento para que possa ser diminuída a ação dos causadores de mal-estar, do desconforto e do sofrimento na prática pedagógica do professor. Responde-se a principal hipótese de que as circunstâncias em que se dá a prática docente são recheadas de precariedade e inadequação em diversos pontos, estruturas desgastadas, porém, passíveis de serem solucionados com estratégias e políticas simples e pouco onerosas. Se implantadas, poderiam representar a diminuição, a prevenção e, possivelmente evitaria o fenômeno do mal-estar que acomete a profissão professor. Evidencia-se que essa profissão, principalmente nos anos iniciais, é enxergada pela sociedade com propenso sentimento de desvalorização e por vezes, discriminação. O que provoca desconforto e mal-estar, sofrimento e adoecimento físico, psicológico e social no docente.

Diante desse quadro de fatores acerca das condições de trabalho docente, inerentes ao cotidiano escolar e consequentemente à prática pedagógica, perpassando as paredes da escola, entendem-se que estes se entrelaçam e se tornam multicausadores do fenômeno do adoecimento do professor. Devendo ser investigados de forma entrelaçadas, os multicausadores, sob os aspectos físicos, psicológicos e sociais do professor, integralmente. Neste contexto, surgem outras hipóteses e, portanto, novas buscas se apresentam por estratégias práticas e viáveis de prevenção, acolhimento e tratamento do mal-estar que se cerca dos professores primários. Entre estas, a perspectiva de investigar que influência e/ou interferência esse adoecimento e afastamento docente exerce na qualidade de ensino nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

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1. Professora da Rede Municipal de Olinda-PE/Analista de Gestão Educacional do Governo do Estado de PE, Mestra e Doutoranda em Ciências da Educação do PPG – Atenas College University – Grupo ALPHA, Recife/PE, e-mail: mariadaserra@gmail.com

2. Professora da Rede Municipal de Olinda e Recife/PE, Mestra em Ciências da Educação do PPG – Atenas College University – Grupo ALPHA, Recife/PE , Docente do PPG - Grupo ALPHA, Recife/PE, e-mail: adrialmeida40@hotmail.com

3. Professora da Rede Municipal de Olinda-PE/ Analista de Gestão Educacional do Governo do Estado de PE, Mestre em ciências da educação do PPG – Atenas College University – Grupo ALPHA, Recife/PE, e-mail: gmn.dulcesantos@hotmail.com

4. Professora da Rede Municipal de Jaboatão dos Guararapes/PE, Doutoranda em ciências da educação do PPG – Atenas College University – Grupo ALPHA, Recife/PE, e-mail: dica.revoredo@hotmail.com

5. Professor Dr. do PPG da Faculdade ALPHA-Recife/PE e do Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA-Recife/PE. E-mail:  gusmao.diogenes@gmail.com


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 41 (Nº 16) Ano 2020

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