ISSN 0798 1015

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Vol. 39 (Nº 43) Ano 2018. Pág. 14

O papel do psicólogo no ambiente de trabalho na prevenção das doenças ocupacionais dos profissionais da educação

The role of the psychologist in the working environment in the prevention of ocupational deseases of education professionals

MARTINS, Laís A. 1; SCATOLIN, Henrique Guilherme 2

Recebido: 26/04/2018 • Aprovado: 02/06/2018


Conteúdo

1. Introdução

2. Fundamentação teórica

3. Metodologia

4. Apresentação e análise dos resultados

5. Considerações finais

Referências bibliográficas


RESUMO:

É de conhecimento entre profissionais da área da psicologia escolar que existem inúmeras políticas públicas na área das doenças ocupacionais voltando seu foco para os trabalhadores. No entanto, ainda é constante os afastamentos, os acidentes e até mesmo os adoecimento pela falta de prevenção adequada tanto por parte do indivíduo enquanto trabalhador, como pelas organizações. Deste modo, este artigo tem como objetivo compreender quais aspectos são desfavoráveis nas instituições que fazem com que estas medidas preventivas sejam ineficazes e o papel que o psicólogo pode desempenhar neste ambiente de trabalho. Foi escolhido refletir sobre a prática docente das instituições particulares e públicas buscando um nexo causal com o contexto ao qual estão inseridos, relacionando o quanto se investe em prevenção e intervenção afim de compreender a relação saúde e doença presente nos indivíduos e quais são as estratégias de enfrentamento frente a este adoecimento. Este trabalho procurou identificar e refletir sobre os agentes causadores do adoecimento dos docentes no ambiente de trabalho e, conscientizá-los da prática de uma prevenção adequada, considerando o psicólogo como um mediador afim de interferir de maneira preventiva, entendendo a relação organização e trabalhador como um “organismo vivo”.
Palavras chiave: Prevenção, adoecimento, docente.

ABSTRACT:

It is known among professionals in the field of school psychology that there are numerous public policies in the area of occupational diseases returning their focus to the workers. However, withdrawals, accidents and even sickness are still constant due to lack of adequate prevention both by the individual as a worker and by the organizations. Thus, this article aims to understand which aspects are unfavorable in the institutions that make these preventive measures ineffective and the role that the psychologist can play in this work environment. It was chosen to reflect on the teaching practice of private and public institutions seeking a causal link with the context to which they are inserted, relating how much is invested in prevention and intervention in order to understand the relation health and disease present in individuals and what are the strategies of coping with this illness. This work tried to identify and reflect on the causative agents of the sickness of teachers in the work environment, and to make them aware of the practice of adequate prevention, considering the psychologist as a mediator in order to interfere in a preventive way, understanding the relation organization and worker as a living organism.
Keywords: Prevention, illness, teacher.

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1. Introdução

Na atualidade as discussões sobre saúde e doença, considerando o contexto do trabalho, tem avançado, no entanto ainda observa-se muitos afastamentos e/ou acidentes oriundos do trabalho, o que pode ser consequência de atitudes preventivas ineficazes. Deste modo, torna-se importante entender quais aspectos são desfavoráveis nas instituições que fazem com que estas medidas preventivas sejam ineficazes (considerando tanto o quadro de funcionários quanto dos gestores); e qual papel o psicólogo pode desempenhar neste ambiente de trabalho. Dando ênfase então nas medidas preventivas, foi escolhido refletir sobre a prática docente buscando um nexo causal entre o ambiente de trabalho ao qual estão inseridos, relacionando aspectos referentes a prevenção e intervenção afim de compreender a relação saúde e doença presente nos indivíduos e, quais as possibilidades e estratégias de enfrentamento frente a este adoecimento. Bellusci (1996) aponta:

Da relação inadequada entre o conteúdo ergonômico do trabalho (exigências físicas, químicas, biológicas, organizacionais) e a estrutura de personalidade pode surgir insatisfação, que leva ao sofrimento mental e até a síndromes psicopatológicas caracterizadas. A insatisfação, o medo, a ansiedade são uma carga psíquica que, além de se traduzir em sofrimento emocional, pode ocasionar a doença do corpo, chamada psicossomática. A doença psicossomática tem origem em desordens psicológicas que interferem no adequado desenvolvimento endócrino-metabólico do organismo, gerando desconforto físico (p.20)

Nesse sentido, as relações inadequadas no ambiente de trabalho podem ser causadoras dos adoecimentos, mas em contrapartida, aspectos da personalidade também envolvem-se nessa relação, uma vez que o indivíduo é um ser biopsicossocial. Por isto que afirmar a existência de um nexo causal no ambiente de trabalho tem sido uma tarefa árdua.

Na área da educação, em específico da profissão docente, não tem sido diferente; a sociedade está em constante transformação, no âmbito familiar, por exemplo, as famílias tem se organizado de modo diferentes, ambos os pais estão inseridos no mercado de trabalho e têm cada vez menos tempo com seus filhos, e as escolas, por sua vez, tem assentido se responsabilizar por atitudes que até então não era de sua competência para suprir uma necessidade de ordem familiar. Outro ponto importante a ressaltar é o fato de que ainda o profissional docente, principalmente das áreas de educação de base, não tem sido reconhecido como tal, sendo lhes atribuído, muitas vezes, o papel de cuidador ao invés de educador (reconhecimento em sua maioria assentido pelos próprios profissionais), dentre outros inúmeros fatores físicos presentes no contexto educacional. Diante dessa realidade atual, é quase impossível não considerar que a cada ano inúmeros profissionais da educação adoecerão, irão se afastar ou até mesmo se acidentar por conta da tarefa.

No caso dos professores, os movimentos repetitivos de escrever e apagar o quadro branco, andar pela sala de aula, ficar muito tempo em pé, curvar-se nas carteiras dos alunos, acrescidos de algumas tarefas repetitivas como corrigir cadernos, provas, exercícios dos alunos e escrever em cadernetas, além do uso diário do computador são fatores que contribuem para as doenças ocupacionais. Grande parte dos professores ainda sofre de dor no local do corpo relacionado a musculatura esquelética da coluna cervical, coluna lombar, membros superiores e inferiores, além de cefaleia (VEDOVATO e MONTEIRO, 2008 apud PORTO; ALMEIDA; TEIXEIRA, 2013).

O trabalho real desempenhado pelo professor contribui para as doenças ocupacionais citadas acima pelos autores. Outro fator que também contribui para o adoecimento é que o trabalho do professor não se restringe ao contexto de sala de aula. É muito comum que levem para casa provas e trabalhos para correção, realize o planejamentos de suas aulas, dentre outras atividades, em casa gerando um conflito entre o trabalho prescrito e o real. Outro fator de afastamento desses profissionais refere-se a saúde vocal, uma vez que este é o seu principal instrumento de trabalho considerando a longo prazo os efeitos do uso constante da sua voz.

Tendo em vista que o principal instrumento de trabalho desses profissionais é a voz, a saúde vocal do professor tem sido objeto de estudo de muitos pesquisadores. Todos têm chegado à conclusão de que os riscos para tais trabalhadores desenvolverem distúrbios vocais de ordem ocupacional é significativamente alto. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos encontraram prevalência de problemas vocais, significantemente, maior em professores do que em não professores (11% versus 6,2%, 15% versus 6%). O afastamento dos professores, devido a alterações vocais, tem aumentado nos últimos anos. [...] A importância da preservação da voz não é reconhecida pela maioria dos professores, que demonstram dificuldades em perceber como problemas, os sinais e os sintomas vocais que apresentam.  (LUCHESI; MOURÃO; KITAMURA, 2010. p.946).

Diante dessa realidade, considera-se importante conhecer e refletir sobre os agentes causadores do adoecimento dos docentes no ambiente de trabalho, identificando as causas e conscientizando os docentes da prática de uma prevenção adequada, considerando o psicólogo como um mediador nesse processo, afim de que, em longo prazo, os resultados sejam diferentes e que os afastamentos advindos da função laboral sejam diminuídos, pensando na relação saúde e doença dentro do ambiente de trabalho enfocando indivíduo e organizações.

2. Fundamentação teórica

O mundo, de maneira geral, está vivenciando um processo de transformação no que diz respeito ao contexto social, e essa mudança tem influenciado na atividade de diversos profissionais (positiva e negativamente), inclusive os docentes. No caso dos docentes, podemos destacar como um fator negativo e possível agente causador dos adoecimentos a “desvalorização do magistério”; que além do fator financeiro caracterizado pela baixa remuneração, engloba, ainda de acordo com Dopp (2011), a sobrecarga quantitativa de trabalho, relação incoerente em relação aos alunos e um desafio em responder ao esperado socialmente de sua prática.

Há duas formas de agressão: a física e a psicológica. A agressão psicológica é a mais comum do que a agressão física, pois o professor recebe com mais frequência ofensas verbais, que agride sua integridade moral, causando uma sensação de impotência diante da situação. A agressão física é rara acontecer, mas quando acontece chega aos extremos, pois há casos veiculados na mídia de professores esfaqueados, baleados que chegam a óbito. A agressão material é a depredação do bem material do docente, como forma de inibir ou punir o profissional da educação de exercer sua autonomia profissional (DOPP, 2011. p.8).

Desse modo, as diferentes formas de agressão podem ser consideradas como agentes causadores de adoecimentos. As psicológicas são as mais comuns, como diz a autora, e muitas vezes interferem na prática docente sem que este profissional consiga construir um nexo causal com o ambiente de trabalho. Outros transtornos psicológicos também acometem esses profissionais, dentre eles o transtorno bipolar, exaustão profissional, depressão, estresse, síndrome de Burnout, síndrome do pânico, outras de causas físicas como a LER/DORT e as alterações vocais. De acordo com dados de uma pesquisa realizada no estado do Rio Grande do Sul, citada por Webber e Vergani (2010), com professores que atuam no setor privado, as estatísticas em relação as doenças profissionais de um total de 1680 professores, o que corresponde a aproximadamente 7% do universo de mais de 22 mil docentes, 45% dos entrevistados referiu sofrer problemas de saúde física ou mental em decorrência do meio ambiente de trabalho, 78% apontou o cansaço e o esgotamento, principalmente no início dos períodos letivos, finais de semestre e final de ano, 59% referiram dificuldade para dormir e 20% dos professores usam antidepressivo. Outro dado interessante referente aos entrevistados é que 85% desses professores relatam que trabalhar sentindo dor é comum, assim como 49% apresentam rouquidão e perda da voz, 44% tendinite e problema nas articulações, 33% sofrem de enxaqueca, 27% de gastrite, 23% obesidade, 19% hipertensão e 2% câncer.

A LER/DORT (lesão por esforço repetitivo ou doenças osteomoleculares relacionadas ao trabalho) tem sido umas das principais causas dos afastamentos dos trabalhadores. Merskey (1996) apud Moraes e Bastos (2013) afirmam que o diagnóstico desta síndrome, muitas vezes, decorre de um quadro de dor intensa de uma pessoa ocasionada por movimentos repetitivos, ainda que não sejam encontradas lesões em exames médicos, excluindo a legitimidade da dor do paciente. Ressaltam ainda que uma “dor física pode provocar impactos na dimensão psicológica, assim como uma dor de origem psicológica pode impactar o corpo”. São consideradas - LER/DORT -  um fenômeno relativamente antigo, associados geralmente aos trabalhos manuais repetitivos. De acordo com a história, em 1713 foi denominada como a “doença dos escreventes e caixas”, onde as mãos ficavam na posição estática causando a tensão psicológica. Em 1833 foi descrita por Charles Bell como a “câimbra dos escritores”, seguindo no ano de 1882 como a “cãimbra dos telegrafistas” e em 1988 surgiu à denominação “neurose ocupacional” por Gower. Em 1987 foi reconhecida no Brasil, pela Previdência Social, em sua primeira denominação como “lesão por esforço repetitivo” (LER), destacando-se pela intensificação devido as grandes mudanças tecnológicas e das organizações de trabalho, tornando frágil e desestabilizando uma grande quantidade de trabalhadores. Mantém relação direta com a tecnologia, caracterizada historicamente pela máquina de escrever, telégrafo e o computador (Moraes; Bastos, 2013).

 De acordo com Dopp (2011), no Brasil as mais comuns são a síndrome do túnel do carpo, a tendinite dos extensores dos dedos, a tenossinovite dos flexores dos dedos, a tenossinovite estenosante, a epicondilite lateral e a Doença de DQuervain. No caso dos docentes, Dopp (2011) aponta que o próprio ato de lecionar exige uma série de repetição de gestos, que com o passar dos anos leva ao surgimento das lesões, como por exemplo, o aspecto postural quando estão em pé por um tempo prolongado pode gerar uma sobrecarga na coluna e fadiga na musculatura, diminuindo o fluxo sanguíneo; no caso das mulheres pode ser evidenciado com o aparecimento das varizes. As professoras que costumam lecionar fazendo uso de sapatos de salto potencializam o problema gerando uma sobrecarga na coluna. Ainda em relação ao aspecto postural, a elevação do braço acima dos olhos, ao escrever na lousa, pode gerar uma série de lesões, inclusive escoliose. Movimentos repetitivos devido ao posicionamento inadequado podem provocar inchaços nos ombros e, consequentemente a bursite, ocasionando problemas crônicos resolvidos somente com cirurgias. A utilização incorreta do computador no preparo das aulas pode gerar tensões na região cervical, resultando nos torcicolos.

Segundo Dopp (2011), as alterações vocais também fazem parte do quadro das doenças que acometem os docentes. Isto porque esta tem sido usada de forma inadequada. As lesões mais comuns são os nódulos, pólipos, edemas de Reinke e o câncer de laringe.

A voz é produzida com a participação de uma série de estruturas que compõem o chamado trato vocal, que começa na laringe e termina na cavidade da boca e/ou cavidade do nariz. O som de nossa voz é produzido pela passagem do ar que sai dos pulmões durante a expiração e passa pelas pregas vocais fazendo com que elas se aproximem e vibrem. Posteriormente, esse som sofrerá modificações ao passar pelo trato vocal (faringe, cavidade oral e cavidade nasal) projetando-se para o ambiente (DOPP, 2011. p.11).

Desse modo, podemos considerar que se a voz para a humanidade é essencial, para o professor é o principal instrumento de trabalho e, se usada de maneira inadequada, pode provocar o surgimento de nódulos. Importante ressaltar também que o próprio profissional desconhece informações quanto a identificação de anormalidades vocais. De acordo com a autora Dopp (2011), “os profissionais da educação não dão o devido valor à voz e desconhecem ações preventivas”.

O estresse ocupacional pode ser outro agente causador dos adoecimentos e é caracterizado de acordo com Dopp (2011) como:

[...] um conjunto de reações fisiológicas e psicológicas utilizadas por trabalhadores ou grupo de trabalhadores, de forma ativa ou defensiva, para responder ao conjunto de exigências ou pressões do ambiente de trabalho e é reconhecido mundialmente como um dos principais fatores de redução de qualidade de vida no trabalho a ser enfrentado por profissionais da educação (p.12).

De acordo com Lipp (2002) apud Dopp (2011), ser professor é uma das mais estressantes das profissões existentes e isto porque o ensino possui características “particulares” (como as longas jornadas de trabalho, ritmo intenso, raras pausas para descanso e/ou alimentação, sono irregular, dentre outras) geradoras de estresse e de alterações do comportamento do que neles trabalham. Quando existe repertório para o enfrentamento afim de reestabelecer o equilíbrio, o estresse é eliminado e o equilíbrio é reestabelecido. Porém, se as estratégias falham, essa energia gerada vai acumulando-se e, o organismo começa a sofrer um desgaste. O estresse pode evoluir para outras doenças de caráter emocional, como por exemplo, a depressão, onde o docente pode apresentar baixa autoestima, assim como o aparecimento de sentimento de culpa com ideias suicidas, dificuldade na concentração, alteração de sono, apetite e perda do interesse sexual. A insônia desenvolve-se geralmente nas mulheres, idosos, indivíduos “perturbados” e em desvantagens econômicas, podendo evoluir para um quadro de outras doenças, dentre elas o alcoolismo como uma defesa para conseguir equilibrar o sono (Webber; Vergani, 2010).

Outra síndrome presente nos ambientes de trabalho é a síndrome da desistência, conhecida como Burnout. Codo (1999) apud Andrade e Cardoso (2016) afirmam que consiste em uma “resposta ao estresse laboral crônico” e que é percebida por um grande quantitativo de profissionais da educação, considerando três aspectos, sendo eles a despersonalização, a exaustão emocional e o baixo envolvimento no trabalho. Essa “sobrecarga ocupacional” contribui para o surgimento do estresse ou evolui para a cronicidade na síndrome do burnout que, segundo Penteado et. al. (1996) apud Porto; Almeida & Teixeira (2013), pode-se reunir em quatro grupos principais:

  1. Psicossomáticos: fadiga crônica, dor de cabeça, distúrbios do sono, úlceras e problemas gástricos, dores musculares, perda de peso;
  2. Comportamentais: falta ao trabalho, vícios (fumo, álcool, drogas, café);
  3. Emocionais: irritabilidade, falta de concentração, distanciamento afetivo;
  4. Relativos ao trabalho: menor capacidade, ações hostis, conflitos, dentre outros.

No que tange as práticas preventivas a essas doenças, a Constituição de 1988 trouxe normas de saúde e garantias de um contexto de trabalho “seguro” ao trabalhador de acordo com o artigo 7º apud Webber; Vergani (2010):

 

“[...] são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...]; XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”.

O artigo 200 da Constituição apud Webber; Vergani (2010) dispõe em relação ao sistema único de saúde:

“[...] ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: [...]; II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; [...]; VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho”.

Em continuidade, no artigo 225:

“[...] todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

A Carta Política faz uso do termo “redução de riscos inerentes ao trabalho”, compreendendo a relação entre saúde e meio ambiente, considerando que os elementos físicos do ambiente de trabalho e os fatores emocionais estão interligados (Webber; Vergani, 2010).

Assim, para ampliar o processo de intervenção das doenças ocupacionais no meio docente, existe a necessidade de que estes conheçam seus direitos trabalhistas, assim como a união da classe, uma vez que a individualidade do professor é “reforçada pela estrutura social e acadêmica e a falta de percepção do coletivo” (Cunha, 1989 apud Webber; Vergani 2010). Torna-se importante aplicar as normas internacionais em normas de segurança e de saúde do trabalho, assim como instrumentos adequados que propiciem aos trabalhadores práticas saudáveis no contexto do trabalho. A participação dos pais e alunos no projeto pedagógico também precisa ser efetiva (Webber; Vergani 2010).

Em relação a inserção do psicólogo nesse contexto de trabalho, uma pesquisa realizada com profissionais da psicologia inseridos no contexto do trabalho afim de promover a saúde do trabalhador retrata uma realidade onde a maioria deste profissionais se veem a serviço dos gestores ao invés dos trabalhadores, considerando as diretrizes da lucratividade. Segundo Zanelli e Bastos (2014) apud Ferreira e Maciel (2015) os psicólogos devem evitar atuar como “objeto de esvaziamento de seu próprio fazer, contribuindo para o descrédito e a desvalorização social da categoria”, mas ao contrário, atuar de maneira competente com o olhar voltado para a saúde do trabalhador.

Lembra-se, todavia, que o psicólogo que atua no mundo do trabalho obedece o juramento de atuar visando à saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores. Desse modo, o profissional deveria buscar, por meio de suas práticas, promover a saúde mental dos trabalhadores, desenvolvendo atividades que minimizem o sofrimento e promovam o seu bem-estar (Sato, 2013 apud Ferreira; Maciel, 2015. P.278).

Ou seja, é competência do psicólogo implantar ações que favoreçam os trabalhadores a fim de valorizar o potencial humano consequenciando em um crescimento saudável, além de estratégias preventivas, corretivas e de reabilitação em que seja possível transformar uma atividade laboral “fatigante” em “equilibrante”, proporcionando flexibilidade no ambiente de trabalho de modo que o trabalhador possa atuar com liberdade sobre as condições de trabalho (Ferreira; Maciel, 2015).

3. Metodologia

Trata-se de uma revisão de literatura que busca explicar o problema da falta de prevenção no que tange a saúde ocupacional dos profissionais da educação, no caso da pesquisa, os professores, a partir de referências teóricas publicadas em livros, sites e revistas científicas. Para conceituar a saúde ocupacional (doenças profissionais ou do trabalho), a base foi a pesquisa em livros onde o mais antigo data de 1996. No que tange aos fatores específicos de adoecimento dos professores, a referência foi de artigos que datam do ano de 2010 até 2017. Foram utilizados os seguintes descritores: doenças ocupacionais, saúde ocupacional dos professores, estratégias de prevenção das doenças ocupacionais nos professores e o papel do psicólogo no contexto escolar num total de 12 artigos científicos.

Este artigo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Hermínio Ometto – FHO – UNIARARAS [3] em 2017-2019 com o protocolo nº. 358/2017.

4. Apresentação e análise dos resultados

Segundo Dejours (1994) apud Dopp (2011), considerando uma análise da psicodinâmica do trabalho, conclui-se que quando o trabalho torna-se “fonte de tensão e desprazer, gerando um aumento da carga psíquica sem possibilidades de alívio desta carga por meio das vias psíquicas, ele dá origem ao sofrimento e à patologia”. A psicodinâmica do trabalho aborda uma inversão no modo de estudar o trabalho e a saúde a partir das bases conceituais da dinâmica inerente ao contexto de trabalho, levando-se em conta “forças” visíveis e invisíveis, objetivas e subjetivas, psíquicas, sociais, políticas e econômicas que podem ou não interferir negativamente no contexto do trabalho, transformando-o em um lugar de saúde, e/ou patologias e de adoecimentos. Essa dinâmica prevê um investimento da “inteligência prática”, da personalização, da cooperação, com a finalidade de dar conta da “loucura” do trabalho e manter à saúde. Para que esse investimento seja bem-sucedido, deve-se propiciar um mínimo de liberdade para que o trabalhador seja capaz de agir e comunicar-se dentro do contexto do trabalho resultando em modos de “subjetivação” específicos assim como considerar a força do coletivo. (Mendes, 2007).

[...] é central para o objeto de estudo da psicodinâmica a problemática da mobilização e do engajamento que a organização do trabalho exige do sujeito trabalhador. A depender dessas exigências, os modos de subjetivação no trabalho podem transformar-se em ferramentas úteis, e serem explorados em nome de uma ideologia produtivista, do desempenho da excelência, levando ao sofrimento, às falhas das mediações e ao desenvolvimento de patologias sociais como a perversão, violência e servidão (Mendes, 2007. p.31).

Ou seja, os trabalhadores,, dentro do contexto do trabalho, a fim de dar conta da “loucura”, mobilizam-se na criação de estratégias de mediação contra o sofrimento e essas estratégias são utilizadas pelas organizações como uma maneira de explorá-los a serviço da produtividade. Como afirma Dejours (1993) apud Mendes (2007) “o trabalho não causa o sofrimento, é o próprio sofrimento que causa o trabalho”, onde um exemplo é a auto aceleração que é uma estratégia para evitar o contato com a realidade, que faz o trabalhador sofrer, é usado a serviço das organizações.

A respeito do adoecimento no contexto do trabalho pode-se fazer um paralelo com a Fordlândia, que segundo Costa e Scatolin (2017) foi palco de condições precárias de trabalho, exploração e subordinação. A Fordlândia se tratava de uma cidade-empresa projetada na Amazônia no ano de 1927 ao redor das fábricas de Henry Ford com a finalidade de extração e abastecimento de látex para produção de pneus, alojava os trabalhadores a troco de mão-de-obra barata. O cotidiano desses trabalhadores e suas famílias foi marcado por ritmos de trabalho intenso, assim como sujeitos ao controle social direta e indiretamente a serviço da fábrica afim de “regular, punir e vigiar” os trabalhadores. Entretanto, Costa e Scatolin (2017) ressaltam que esta visão ainda pode ser observada no cenário atual:

[...] o reducionismo aplicado a este pensamento impede a compreensão da saúde mental em sua abrangência, o que repercute em danos, uma vez que aplica medidas voltadas à saúde biológica, mas desconsidera outros fatores que levam ao adoecimento físico e psíquico do indivíduo (p.26).

Desse modo, a singularidade do indivíduo é anulada impedindo que este seja capaz de expressar-se e criar estratégias que signifiquem a atividade exercida. Clot (2006), apud Costa e Scatolin (2017), considera a criatividade como fator primordial para o trabalhador desenvolver a sua atividade, o que somente é viável quando existe flexibilidade no contexto do trabalho, favorecendo a qualidade da saúde mental do indivíduo. Os conceitos acima descritos reforçam ainda mais a ideia de que é fundamental para o indivíduo não adoecer nas organizações de trabalho se utilizar de estratégias de enfrentamento. Ainda que elas possam ser usadas a serviço das organizações, elas são um meio do trabalhador lidar com a loucura do trabalho.

No caso dos docentes, talvez a dificuldade esteja no uso da criatividade das estratégias de enfrentamento ou que estas, em uso a serviço da organização, cheguem a tal ponto que todas as possibilidades de criatividade são anuladas, gerando então o adoecimento. Baião e Cunha (2013) retratam em seu artigo, descrito no gráfico abaixo, as doenças mais comuns no meio docente e sua porcentagem considerando a análise de 30 artigos:

Gráfico 1

Fonte: Baião e Cunha, 2013. p.11.

Os dados do gráfico acima retratam o que já fora discutido anteriormente, considerando as doenças de maior destaque o estresse, a exaustão emocional, seguido pelos distúrbios da voz e distúrbios muscuesqueléticos, síndrome de Burnout, depressão e HAS. Segundo Christophoro (2002) apud Baião e Cunha 2013 o estresse pode apresentar efeitos positivos e negativos, sendo que o positivo é caracterizado por um estado de alerta, melhor concentração nas tarefas, reflexos mais rápidos e aumento na produtividade. O efeito negativo se apresenta quando o indivíduo apresenta cansaço, fadiga e diminuição da produtividade. O estresse possui três fases: alerta, resistência e exaustão, sendo a última a mais preocupante uma vez que pode desenvolver disfunções e doenças como as descritas no gráfico acima. Nos docentes, tem efeito negativo sobre a saúde mental, não somente associado ao transtorno mental mas, ao uso de medicamentos para insônia por exemplo, consequência do excesso de carga de trabalho, condições de trabalho, carga horária excessiva, baixos salários, perda de autonomia, insatisfação e a promoção do “mal estar docente” (aumento da tensão e responsabilidades sem que haja condições e meios para a realização da tarefa) (Baião e Cunha, 2013).

O Burnout é um “fenômeno psicossocial em resposta crônica a agentes estressores interpessoais comumente encontrados em situações de trabalho e em profissionais que mantém contato direto com outras pessoas” (Baião; Cunha, 2013.p.12). Este pode estar associado aos baixos salários, classes superlotadas, materiais escassos, tensão na relação com os alunos, excesso de carga horária, conflitos ocasionados pela expectativa de pais e alunos e a precarização e desvalorização da imagem do docente. Já a HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) é uma doença crônica e multifatorial que pode ser desencadeada por episódios de estresse, síndrome do Burnout e exaustão emocional, além de outros fatores de risco que podem ser utilizados pelos docentes como estratégias de enfrentamento dos adoecimentos como o fumo e o uso do álcool. Os distúrbios da voz e dor na garganta podem estar associados ao tempo de docência e, neste caso, o uso do microfone ou água não farão com que este distúrbio apareça em algum momento da vida do docente. Os distúrbios muscoesqueléticos são associados a postura mantida por longos períodos, sobrecarga de trabalho, inadequação ergonômica e esforço físico (Baião e Cunha, 2013).

Cortez et cols. (2017) realizaram uma pesquisa com o intuito de compreender a relação entre o contexto de trabalho, qualidade de vida e adoecimento docente, verificar a relação entre sintomas vocais, estresse e adoecimento docente, analisar o sentido atribuído ao trabalho e à saúde do professor, verificar a percepção dos professores sobre práticas de atenção primária e promoções de saúde nas escolas, dentre outros. A partir da seleção e análise de 69 artigos, os resultados obtidos estão descritos na tabela abaixo.

Tabela 1

Eixos de Análise

Agrupamento de temas predominantes

Fi

Fp

Promoção de Saúde

Favorecer ética, autonomia, coletividade, suporte social e articulação entre pesquisa e trabalho, orientação, treinos, aquecimentos e oficinas fonoaudiológicas;

Diálogos em grupo e valorização do saber cotidiano;

Melhores oportunidades de lazer, trabalho e econômicas;

Discussão de ideias e utopias políticas e educacionais, ampliar concepção de saúde.

16

23%

Aspectos contextuais

Dupla jornada, excesso e sobrecarga de trabalho, demanda elevada, pressão, baixo controle do trabalho, indicadores;

Desordem, ruído, hostilidade, desvalorização pessoal e salarial;

Problemas institucionais, excesso de alunos e infraestrutura inadequada.

13

19%

Sintomas Psíquicos

Regressão, negação, despersonalização, distorções perceptivas

Síndrome de Burnout, exaustão emocional, nervosismo, estresse e insônia;

Transtornos psíquicos e afastamentos;

Prejuízos na criatividade e domínios emocionais.

12

17%

Políticas públicas e organização

Atribuição da responsabilidade a terceiros e o papel regulador do Estado;

Assistencialismo e desconhecimento de políticas públicas;

Dificuldade de atendimento aos alunos com deficiência, falta de apoio e treinamento específico, ausência de incentivo para a qualificação;

Excesso de trabalho em casa, limitação do modelo administrativo clássico para regular o trabalho docente, inadequação da noção comum de trabalho para compreender a prática docente;

Ênfase nas diretrizes curriculares e desconsideração da opinião do professor e suas necessidades afetivas e subjetivas.

12

17%

Sintomas físicos

Dores corporais e envelhecimento;

Perda auditiva, problemas vocais, disfonia, incoordenação pneumofônica;

Dores nos membros superiores e dorso por esforço excessivo.

11

16%

Aspectos teóricos e metodológicos

Predominância descritiva e grupos de pesquisa;

Baixa padronização de instrumentos e protocolos para triagem e intervenção.

3

4%

Legislações

Lacunas sobre agentes ambientais nocivos (poeira, temperatura e iluminação), ênfase na região sudeste e na esfera estadual;

Valorização do modelo curativo em vez de ações de promoção de saúde.

2

3%

 

N

69

100%

Fonte: Cortez; Souza; Amaral e Silva, 2017. p.117.

Segundo Canova (2010) apud Baião e Cunha (2013) a prática de atividade física pode ter um efeito positivo em relação ao estresse assim como os sintomas osteomusculares, onde o índice de estresse em docentes sedentários foi maior. O gráfico abaixo descreve os determinantes sociais que afetam a saúde dos docente e suas porcentagens.

Gráfico 2

Outros determinantes também podem ser considerados agravantes à saúde mental dos professores como os baixos salários, a dupla jornada de trabalho, a falta de tempo para práticas de atividades de lazer e o acúmulo de função enquanto desempenham funções administrativas no contexto escolar (Baião e Cunha, 2013).

Até o presente momento realizou-se uma discussão dos agentes causadores do adoecimento nos docentes e as principais doenças que acometem esses profissionais e algumas estratégias de enfrentamento para o não adoecimento. No entanto, em sua maioria, os docentes não são capazes de identificar esses agentes causadores e promover ações de mudanças no ambiente de trabalho sem auxílio de um profissional que possa mediar essa relação; o psicólogo no ambiente escolar pode ser esse mediador.

No entanto, em uma pesquisa realizada no Ceará com 60 psicólogos atuantes no contexto do trabalho, observou-se que nos discursos analisados existe um conhecimento limitado sobre saúde. Fazendo-se uso de maneira acrítica de modelos e estratégias de ação em saúde sob formas de programas e ações pontuais, não há consciência do impacto nos sujeitos, deixando de realizar importantes ações de promoção à saúde dos trabalhadores  como pesquisas para identificar fatores ergonômicos e psicossociais que repercutem na saúde do trabalhador e na criação de estratégias integradas, interdisciplinares, visando prevenir patologias (Viera; Mendes e Merlo, 2013 apud Ferreira e Maciel, 2015).

Ferreira e Maciel (2015) afirmam que na atuação do psicólogo para a promoção de saúde no trabalho exige uma atuação interdisciplinar, abrangendo o campo físico, o psicológico e o social, assim como uma visão crítica e global dos processos organizacionais, que possibilite construir espaços de diálogo atuando dentro de uma perspectiva preventiva em saúde, a partir de diagnósticos e intervenções que minimizem os impactos ligados ao sofrimento e adoecimento mental.

5. Considerações finais

A partir dos conceitos discutidos neste artigo foi possível concluir a existência do nexo causal entre adoecimento e trabalho sob a perspectiva de que nem sempre os sujeitos estão cientes dessa relação. É sabido também que o sujeito, em primeira instância, frente aos agentes causadores do adoecimento, adotam mecanismos de defesa afim de combater ou minimizar esses agentes aumentando ou diminuindo sua produtividade. No caso dos docentes, geralmente quando esses mecanismos de defesa falham, os sujeitos adoecem. Dentre as doenças mais comuns entre o quadro dos docentes estão o estresse, a síndrome do burnout, a LER/DORT, as alterações vocais, exaustão emocional, dentre outras citadas anteriormente. Outros sintomas também aparecem como um alerta, tais como a insônia, a ansiedade, o que faz com que o indivíduo busque alternativas em medicamentos, fumo e alcoolismo para evitar entrar em contato com a subjetividade que o trouxe a tal condição.

Na literatura pesquisada identificou a existência de práticas preventivas para evitar os adoecimentos, dentre elas a prática de exercícios físicos, atividades de lazer, visitas periódicas à profissionais como fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, afim de realizar um acompanhamento multidisciplinar da saúde física e emocional. No entanto, existe a necessidade de ampliação das pesquisas na área da saúde do trabalhador docente e ainda do trabalho do psicólogo nesse contexto de trabalho, considerando que os dados coletados montam um quadro onde o profissional da psicologia perde-se em sua prática em sua maioria estando a serviço das organizações e até mesmo desconhecendo sua prática dentro das organizações.

Em se tratando dos dados estatísticos discutidos neste artigo e, a preocupação com os adoecimentos na classe dos docentes, faz se necessário a inserção do psicólogo no contexto escolar afim de que seja possível refletir sobre as possibilidades de promover alterações organizacionais dentro do contexto escolar, afim de que gestores escolares e corpo docente identifiquem estratégias viáveis para garantir um fazer profissional mais saudável para o professor, compreendendo que o modelo atual de organização não tem favorecido os docentes. O incentivo à pratica da formação continuada de professores e a criação de redes de apoio para estes na escola são exemplos de práticas que podem minimizar a problemática do adoecimento, assim como estabelecer o compromisso com a saúde e bem-estar deste profissional, conduzindo o psicólogo a firmar um compromisso com o “progresso da educação” e a sociedade (Andrade e Cardoso, 2016).

Referências bibliográficas

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1. Discente de Pós-Graduação em Psicologia Organizacional e do Trabalho – FHO Uniararas. O email para contato é lais.africo@gmail.com  

2. Professor no Centro Universitário Hermínio Ometto - FHO (Orientador)

3. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – 2017-2019 da Fundação Hermínio Ometto -  UNIARARAS através do protocolo número 358/2017.


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 39 (Nº 43) Ano 2018

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