ISSN 0798 1015

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Vol. 40 (Nº 17) Ano 2019. Pág. 7

Relação professor - aluno e a afetividade dentro de um contexto escolar com crianças de baixa renda

Teacher relationship - student and affiliation within a school context with low income children

OLIVEIRA, Hildegard R. 1; COUTINHO, Diógenes José G. 2; AZEVEDO, Celene S. 3; LIMA, Jucileide Cazé P. 4; CAVALCANTE, Mirian Marta da S. 5 e SOUZA, Luciana Lenira 6

Recebido: 18/01/2019 • Aprovado: 16/04/2019 • Publicado 27/05/2019


Conteúdo

1. Introdução

2. Embasamento teórico

3. Metodologia

4. Resultados

5. Concluções

Referências bibliográficas


RESUMO:

O artigo tem como objetivo discutir a afetividade nas escolas, procuramos explicar como as teorias das concepções de Freire (1996) e Wallon (1995) contribuem para a discussão do tema; defendemos a hipótese das teorias sobre a aprendizagem através da afetividade que garantem uma conquista de conhecimentos, desenvolvemos uma metodologia de natureza qualitativa, realizamos entrevistas com professores, esta servirá na contribuição para outros professores em formação; dessa forma acreditamos na qualidade do ensino e da aprendizagem.
Palavras chiave: Afetividade; Desenvolvimento; Aprendizagem

ABSTRACT:

The article aims to discuss affectivity in schools, we try to explain how the theories of conceptions of Freire (1996) and Wallon (1995) contribute to the discussion of the theme; we defend the hypothesis of the theories about the learning through the affectivity that guarantee a conquest of knowledge, we developed a methodology of qualitative nature, we realized interviews with teachers, this will serve in the contribution to other teachers in formation; in this way we believe in the quality of teaching and learning
Keywords: Affectivity; Development; Learning

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1. Introdução

Diante de uma concepção de conhecimento voltado para uma abordagem tradicional que remete práticas pedagógicas destituídas de significados, percebemos que a aprendizagem dentro deste paradigma configura-se em concepções mecânicas, se faz necessário repensar em estratégias de ensino que conquistem pelo afeto, diante disso observamos o resultado de uma aprendizagem mais satisfatória e positiva.

Como técnica pedagógica atuando dentro de uma Secretaria de Educação há dez anos, e professora da Rede Pública Municipal de Ensino e durante vinte e três  inserida no contexto da  sala de aula, tenho cada dia mais observado que no dia a dia com os aluno o  trabalho do professor muitas vezes  constatamos uma relação não compreendida de ambas as partes. É notório em algumas observações e acompanhamentos de monitoramento pedagógico, que a sala de aula está deixando de ser um ambiente acolhedor e tornando-se um ambiente de extrema repressão, o choque do grito de alguns professores que escutamos nos corredores, nos deixa como defensores da educação atônitos do tão alto grau de falta de compreensão e desafeto.

A empatia administrativa também conta muito para um trabalho pedagógico construtivo, o professor não deveria temer seu superior e sim entender que uma equipe anda de mãos juntas para um bom resultado pedagógico, como também a própria equipe gestora deve compreender as necessidades de cada professor; visto que a escola é hoje uma grande empresa a ser administrada.

Ainda mais cauteloso dentro de periferia com crianças de baixa renda, onde os planejamentos pedagógicos e suas propostas de ensino devem envolver e nunca expulsar os alunos do ambiente que está sendo acolhido, com contra turnos de atividades recreativas e aprendizagens de interesse dos alunos, fazendo com que eles sintam-se valorizados, amados e afetados por um acolhimento que a própria sociedade em volta não lhes oferece.  É de suma importância com base no desenvolvimento do aluno e no seu contexto social, que a escola gere um esclarecimento dos recursos utilizados que deverá ser feito pelo educador.

Segundo Sonia Kramer (1991), em seus estudos define que,

o planejamento, por sua vez, contém as estratégias, situações e as atividades que serão feitas no dia a dia. Os recursos didáticos  ( jogos, livros de histórias, materiais de sucata, técnicas de artes, papéis, giz, quadro etc); são essenciais no ensino/aprendizagem, sabendo usá-los adequadamente. (p,91,92).

Essa pesquisa foi realizada para construção desse artigo, envolvendo a Educação Infantil aos anos Iniciais do Ensino Fundamental, do berçário ao quinto ano de escolaridade em uma  Rede Pública de Ensino Municipal, a qual acompanho.As faixas de idades variam entre 2 anos ( nos berçários) a alunos de 12 anos com distorção de idade série, e inúmeras histórias de vida para contar. Estes alunos estão no início de sua “construção de personalidade e conhecimento pedagógico, desta forma necessitam de um maior envolvimento por parte de todos que os cercam, portanto acreditamos que o afeto envolve, cativa, conquista, motiva e transforma um comportamento áspero a um ser mais participativo em sala.

Dessa forma quando este professor trabalha para conduzir positivamente as reações emocionais dos alunos, é de fundamental importância este apoio dentro de uma relação no ambiente escolar, através desta conquista, acontece o sucesso cognitivo, de forma que  é notório a predileção dos estudantes por alguns professores, estes que desempenham suas atividades com mais afeto e amor em aprendizagens, direcionando suas energias em conhecimento com aulas internas e externa que ultrapassam os muros da escola, diante  dessas dimensões ele favorecerá benefícios de aprendizagens na formação de atitudes do próprio aluno, que portanto deixará de ser rebelde e contribuirá com toda a turma.Conforme Augusto Cury (2003:72) ”Ser um mestre inesquecível é formar seres humanos que farão a diferença no mundo”.”Em suma, diante do passar do tempo um bom professor, mesmo enfrentando os desafios que a vida nos traz, em meio a tantas dificuldades, irá frutificar onde estiver enraizado, suas sementes serão prósperas e sempre germinarão.

2. Embasamento teórico

2.1. A importância da prática afetiva educativa.

Em busca de contribuir para o resgate de um processo educativo mais humanista, diante das relevâncias de Freire (1996) que engloba que “A prática educativa está ligada à afetividade”(p.61); refletindo em nós que a essência do processo de aprendizagem está voltada simplesmente ao afeto que define a melhoria da humanidade, percebemos que através dela o conhecimento começa a surgir de forma mais confiante entre um professor e seus alunos. Para L.S. VYGOTSKY acrescenta em (Pensamento e Linguagem, p.74) o raciocínio... “porque os conceitos não espontâneos não são aprendidos mecanicamente, mas evoluem com a ajuda de uma vigorosa atividade mental por parte da própria criança”.

Se não existir afetividade em sala de aula não existirá êxito nos conteúdos trabalha dos, pois se o professor mantiver uma postura rígida em busca de disciplina em sala, ele poderá até conseguir que seus alunos obtenham bom comportamento por medo ou pavor, mas não fluirá o conhecimento de modo favorável e conquistador.  Para Vygotsky (1992), “a relação professor/aluno não deve ser uma relação de imposição, mas, sim de cooperação, de respeito e de crescimento.” (p.78). O aluno deve ser respeitado diante dos seus limites de insegurança, muitas vezes ainda não têm dominado o conteúdo, sente-se inseguro ao perguntar dúvidas ao professor, o mesmo deve atuar como um ser interativo  e ativo no seu processo de construção do conhecimento,  portando seu professor como um sujeito mais experiente, deverá apropriar-se de um papel fundamental nesse processo de conquista.

Para que pudéssemos compreender melhor essa prática em sala buscamos nos orientar com uma visão psicopedagógica, referendando-se cientificamente com autores que utilizam como fundamento as concepções do desenvolvimento humano sob a ótica da afetividade, dentre eles destaca-se Freire (2005) e Wallon (in Galvão,1995), onde abordam a influência da afetividade na construção da inteligência humana. Para que o professor/psicopedagogo possa conhecer bem o aluno, torna-se de fundamental valor uma boa disposição psicológica e estrategista de experiência de anos na profissão, estar disposto para lidar com diversas reações possíveis a serem enfrentadas no seu cotidiano, diante de alguns desafios de aprendizagens, tais como: raiva, resistências, agressividade, bloqueios, entre outros sentimentos. Diante destes fatos o profissional não deve parar de recorrer a meios que possibilitem o favorecimento para estes estudantes que não corresponderem às expectativas que lhes são impostas.

Conforme Bossa (1994), “o reconhecimento do caráter interdisciplinar, significa admitir sua especificidade, uma vez que a psicopedagogia, na busca de conhecimentos de outros campos, cria o seu próprio objeto de estudo”. (p. 5-6). É notório que é necessário abdicar da ideia de que a pedagogia tem a psicopedagogia como apoio institucional, pois existem inúmeros formas de utilizar esse suporte em uma instituição de ensino. Dessa maneira apenas essas duas disciplinas na solução de problemas de aprendizagem, não seria o suficiente para a solução de todos os problemas internos de uma escola.

Ainda para a autora,

A psicopedagogia como área de aplicação, antecede o status de área de estudos, a qual tem procurado um corpo teórico próprio, definir o seu objeto de estudo e delimitar o seu campo de atuação. Para isso recorre à psicologia, psicanálise, lingüística, fonoaudiologia, medicina e pedagogia. (Bossa, 1994, p,06)

Vejamos o quanto é amplo um espaço escolar dentro de seus desafios de aprendizagem; os aspectos de aprendizagem que veremos no corpo do artigo pretendem apresentar a valorização do caráter emocional que envolve o ser humano diante de suas intervenções de conquistas com base na construção do conhecimento, dentro destes pressupostos presentes veremos os valores cognitivos conquistados no decorrer da pesquisa.

2.2. Direitos humanos com afetividade e respeito

Reinteirando que a baixa renda social contribui com aspectos de falta de afeto relativo dentro das famílias, onde sofrem um descaso social que refletem esse desafeto nos mais próximos, permitindo que as crianças não sejam de forma bem tratadas, através de um certo preconceito, encontramos crianças abandonadas por seus pais, ou órfãos das drogas; dessa maneira chegam na escola para apoiar-se em uma amizade com outro colega de turma ou de um professor mais atencioso. A Constituição Federal Brasileira de 1988 em seu art. 227 aponta uma política de proteção à criança e ao adolescente, como veremos a seguir.

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, crueldade e opressão. (Constituição Federal Brasileira, 1998, p, 148).

Notamos que há um grande desafio diante do que nos é imposto, estas expectativas de respeito aos direitos humanos, nem de tão longe enxergamos os direitos que deveriam  ser deveres, tornou-se fragilizado de forma que os direitos foram revertidos, as famílias não assumem mais seus filhos, apontam o compromisso total para a escola; educação, boas maneiras não são tão comuns como antigamente, que nem tão pouco dentro do próprio lar são estabelecidos,  devemos  planejar estratégias de respeito. Respeito às inteligências múltiplas, as diferenças de classes, as religiões, às potencialidades humanas, ao crescimento social em busca dos que constroem o verdadeiro caminho da educação.

Cláudia Davis e Zilma de Oliveira (1994) após estudos e publicações no setor conclui,

O aluno não aprende apenas na escola, mas também através da família, dos amigos, de pessoas que ele considera significativas, dos meios de comunicação de massa, das experiências do cotidiano (...) a escola é a instituição social que se apresenta como responsável pela educação sistemática das crianças, jovens e até mesmo adultos. (p. 23).

O meio de convivência considera que a criança que chora ou apresenta-se fraco não é homem suficiente para enfrentar a vida. Infelizmente essas crianças são cúmplices de muita agressividade no lar, tornando-as carente de afeto na comunidade escolar que convivem.

As psicólogas Cláudia Davis e Zilma de Oliveira (1992) em seus estudos retratam que,

A presença do adulto dá a criança condições de segurança física e emocional que a levam a explorar mais o ambiente e, portanto, a aprender. Por outro lado, a interação humana envolve também a afetividade e a emoção como elemento básico. (p. 83:84).

Infelizmente existem inúmeros lares que crianças são tratadas piores que animais, com descaso, exploração, agressividade apenas por ser um ser indefeso, porém como violência gera violência, essa forma de ser tratado em casa é repassada na escola para outras crianças, prejudicando a aprendizagem dentro da sala de aula; todos esses fatores um professor deve compreender o seu aluno. Segundo Morales (1998, p. 61) “a conduta do professor influi sobre a motivação, afetividade e a dedicação do aluno ao aprendizado”. Dessa maneira reafirmamos que o através da conduta de seu professor o aluno se vê influenciado por sua percepção em relação ao professor. Portanto o professor tem como compromisso, sempre estimular a autoconfiança dos alunos, considerando sempre a cordialidade e de respeito diante de suas atitudes.

3. Metodologia

3.1. Aspectos dos problemas de aprendizagem

Neste artigo pretende-se fazer um recorte dentro da ampla questão da aprendizagem humana, de um aspecto que conduz ao fracasso do convívio escolar em todos os parâmetros formulados na pesquisa, que pode ser detectado através do diagnóstico psicopedagógico na relação professor - aluno e a afetividade dentro de um contexto escolar com crianças de baixa renda, com um objetivo de esclarecer,discutir e por fim contribuir com uma aprendizagem significa através de esclarecimentos da pesquisa, averiguando onde encontra-se o índice mais elevado de problemática da falta de aprendizagem.

3.1.1. Caracterização do campo de pesquisa

O espaço da pesquisa foi realizada e desenvolvida em uma escola da rede municipal de ensino, obtendo localização urbana, de uma construção em um bairro bem estratégico e carente de uma grande unidade escolar. Dentre os participantes da entrevista foram convidados professores da rede pública das séries iniciais, os mesmos serão identificados por letras e números para assim garantir proteger a imagem dos pesquisados.

Quadro 1
Ficha de pesquisa da revisão sistemática acerca do espaço físico escolar.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2017

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Quadro 2
Ficha de pesquisa da revisão sistemática
acerca da pesquisa de campo.

Conteúdos

Explicação

 

Objetivo da pesquisa

  • Identificar os elevados índices de aprendizagens de letramento e alfabetização através de práticas de ensino com afetividade.

 

 

Âmbito da pesquisa

  • A pesquisa foi realizada em uma escola municipal da rede de ensino, focada na prática pedagógica baseada nos teóricos que defendem a afetividade como fonte primordial da aprendizagem como: Henry Wallon (1996), Camargo (2004) e Freire (2005).

 

Perfis profissionais

 

  • Professores alfabetizadores, pedagogos que lecionam na educação infantil as séries iniciais.

 

Critérios metodológicos

  • Observações em sala;
  • Entrevistas;
  • Questionários abertos.
  • Pesquisa qualitativa etnográfica.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2017

3.1.2. Tipo de pesquisa

Este projeto será realizado tomando por base metodológica a pesquisa qualitativa de cunho etnográfico.

Quadro 3
Cronograma de execução da pesquisa

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018

3.1.3. Coleta de dados 

Segundo Lavílle; Dione (2011), a coleta de informações indica a natureza do fenômeno que implica em sua realidade, principalmente quando é capaz de transmitir informações precisas para compreensão da realidade pesquisada. Neste sentido, para coleta de dados, o pesquisador utilizar-se-á do questionário, depois da assinatura do termo de consentimento e de esclarecimento.

Na perspectiva Richardson (2007), um questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquisição de um grupo representativo da população em estudo. Para tal coloca-se uma série de questões que abrangem um tema de interesse para o investigador, ao havendo interação direta entre este e os pesquisadores.

Para interrogar os indivíduos que compõem esta amostra, a abordagem usual consiste em preparar uma série de perguntas sobre o tema visado. “Para cada uma dessas perguntas, oferece-se aos interrogados, uma opção de respostas, definindo a partir dos indicadores, pedindo-lhes que assinalem o que correspondem melhor sua opinião” (LAVILE; Dione, 2011, p.183).

Na concepção de Marconi; Lakatos (2011), um questionário é extremamente útil quando um investigador pretende recolher informações sobre um determinado tema. Deste modo, através da aplicação de um rol de perguntas há um público-alvo constituído, por exemplo, de gerentes, é possível recolher informações que permitam conhecer melhor as suas lacunas, bem como melhorar as metodologias de trabalho e gerenciamento podendo, deste modo, individualizar a abordagem quando necessário. A importância da entrevista passa também pela liberdade com que se interroga um significativo número de pessoas num espaço de tempo relativamente curto.

O instrumento utilizado, o questionário, instrumento de coleta de dados aplicados a diversas empresas considerando por Marconi e Lakatos (2011), como um instrumento que possibilita adquirir informações para análise indutiva do fenômeno, ao mesmo tempo em que permite ao pesquisador não interferir nas respostas dos pesquisadores.

3.1.4. Análise dos dados

 estudo do avanço da influência da afetividade diante da contribuição das aprendizagens dos alunos, foi abordado através de uma pesquisa qualitativa, incorporando a questão da evolução dos significados da afetividade pedagógica na elevação do ensino e da aprendizagem escolar com seus rendimentos.

3.1.5. Método

O método empregado utiliza um conjunto de instrumentos, as figuras metodológicas, que viabilizam discriminar os principais temas do discurso apresentado pelos professores no que se refere ao presente objeto de estudo.

As informações dos questionários serão transcritas e inseridas para apresentação em tabelas.

4. Resultados

Os resultados estão apresentados através de gráficos e quadros, alinhadas nas questões correspondentes.

Figura 1
Fatores que influenciam no processo de aprendizagem
na opinião dos docentes dentro da unidade escolar.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018

De acordo com o quadro 1, referente a primeira pergunta do questionário, os docentes afirmaram que a afetividade é importante pois encontra-se muitos alunos carentes afetivamente (D1), que o professor precisa ter um olhar diferenciado para com esses alunos (D2), e que a grosseria pode travar o aluno no processo de ensino e aprendizagem (D3). 

Quadro 4
Questão 1: Você acredita que o aluno
aprende através da afetividade?

Docentes

Respostas

D1

Sim. O professor que compreende a carência afetiva de seu aluno ajuda-o com seus rendimentos;

D2

Com certeza, todos os dias receberam alunos muito carentes de carinho, o nosso trabalho envolve a garantia de tudo isso;

D3

Sim, acredito que com brutalidade o aluno trava.

------

Quadro 5
Respostas às questões 1, 2, 3, 4 e 5
aplicadas aos profesores entrevistados

1) Você acredita que o aluno aprende através da afetividade?; 2) A prática pedagógica da escola estimula essa metodologia afetiva?; 3) Os resultados dos alunos que estudam com professores mais afetivos são mais visíveis?; 4) A comunidade deste bairro apresenta que tipo de afinidade com as crianças?; 5) Quais estratégias de ensino a escola mobiliza para obter um rendimento favorável na aprendizagem escolar?

Docentes

Respostas

D1

a) Sim. O professor que compreende a carência afetiva de seu aluno ajuda-o com seus rendimentos;

b) Sim, nossa prática favorece na valorização do afeto, do carinho, para que o aluno goste da escola;

c) Sim, com certeza, ninguém gosta de levar grito. Os alunos se apegam aos professores mais carinhosos.

d) Nossa comunidade é de pessoas bastante carentes, contam com a escola para muitas coisas, muitos pais não são tão presentes, somente na hora de reclamar é que aparecem;

e) Nossa metodologia é através da pedagogia de projetos vivenciando datas comemorativas com culminâncias pedagógicas, dessa forma o aluno sente-se valorizado em participar das apresentações.

D2

a) Com certeza, todos os dias recebemos alunos muito carentes de carinho, o nosso trabalho envolve a garantia de  tudo isso;

b) Sim, a escola defende essa forma de ensinar para que o aluno adquira o prazer de aprender.

c) Bom, eu fico dentro da sala de aula e não vejo o trabalho das minhas amigas mais, acho que aqui todos trabalham com amor e carinho, entendo que quanto mais dou amor, mais o aluno vai sentir-se seguro e aprender mais rápido.

d) Eu vejo que as mães são mais presentes na escola, mas dos pais muitos alunos são órfãos.

e) Nossa escola sempre reúne os professores com pais e mestres para realizar plantões pedagógicos, dessa forma percebemos como podemos elevar nosso resultados, percebemos onde estamos falhando e realizamos atividades que reúnem sempre a comunidade dentro das nossas festas.

D3

a) Sim, acredito que com brutalidade o aluno trava.

b) Sim, a educadora de apoio sempre trabalha através dos nossos colegiados apresentando o rendimento dos alunos e procuramos saber o que está faltando para melhorar.

c) Bom, o que eu penso é que nem animal gosta de desprezo, quanto mais carinho mais ele vai gostar de você e assim o conhecimento vem depois.

d) Os pais aparecem em festas, reuniões e quando tem algum problema para ser resolvido, mas o carinho a gente vê que é mais com aqueles que são menores os maiores já são mais independentes.

e) A escola se esforça para seguir a proposta que vem da Secretaria Municipal, realizamos simulados e ajudamos com acompanhamentos nas atividades.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018

5. Concluções

Considerando o caminho a ser percorrido, diante da prática pedagógica voltada para uma metodologia mais afetiva de um modo amplo considera-se que a escola  apresenta preocupações voltadas para os aspectos afetivos e cognitivos, que dentro das práticas trabalhadas expressam uma preocupação com o aspecto afetivo, podendo elevar seus costumes diante de uma melhor aprendizado, diante de um processo de domínio da afetividade no ambiente escolar, especificamente com crianças ainda em formação de sua própria personalidade, baseada nas teorias Wallonianas averigua-se que a afetividade constrói caminhos ainda antes não atingidos, evoluem os quadros dos conhecimentos cognitivos e elevam a aproximação mediante professor e aluno com sua confiabilidade do seu convívio.

Não produzir conhecimentos com rigidez e sim dentro de um processo afetivo, onde o outro se deixa afetar por um professor que o conquiste e elabore formas de seduzi-lo a cada dia em seu mundo imaginário, o professor com estratégias e metodologias cativantes envereda no mundo dos alunos que ainda então não foram conquistados e com esta arte de trabalhar valorizando o aluno ele, conseguirá elevar os conhecimentos que deseja dentro dos seus planejamentos almejados.

Com essa troca, ambas as partes saem ganhando, o aluno por permanecer em uma sala que tem um mestre sensibilizado com seus limites de conhecimentos e que busca ajudá-lo sempre e o professor que colherá o fruto do que ele plantou com tanto estima e amor.

O processo educativo é uma via de mão dupla, um momento você chega conquistando,  para produzir conhecimento e no  outro você também será conquistado diante de tantos seres humanos que valorizam o amor do professor que tanto estimam

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1. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: hilde.2009@hotmail.com

2. Graduado em Biologia pela UFPE. Doutor em Biologia pela UFPE.  E-mail: gusmao.diogenes@gmail.com

3. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: celenesilvadeazevedo@gmail.com

4. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University.E-mail: jucileidecaze@hotmail.com

5. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: junior.mirian@hotmail.com

6. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: souzalucianalenira@gmail.com


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