ISSN 0798 1015

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Vol. 40 (Nº 36) Ano 2019. Pág. 27

Avaliação nos anos iniciais: Planejamento, didática um retrato da prática dos professores do ensino fundamental

The assessment in the initial years: Planning, didactics a picture of the practice of teachers of elementary education

SILVA, Rozineide Iraci Pereira da 1; SILVA, Nair Alves dos Santos 2; SOUZA, Maria José Alves de 3; SOUZA, Raimunda Fernandes da Silva 4; SILVA, Roberta Virginia da 5 e COUTINHO, Diógenes José Gusmão 6

Recebido: 19/07/2019 • Aprovado: 17/10/2019 • Publicado 21/10/2019


Conteúdo

1. Introdução

2. Metodologia

3. Resultados e discussões

4. Conclusões

Referências


RESUMO:

Este artigo é resultante de um estudo que visa analisar as circunstâncias da avaliação escolar presentes na rotina da escola incluindo as práticas do professor diante do planejamento. A investigação da avaliação é fundamentada em construções teóricas, a partir de observações e experiências na prática escolar cotidiana, onde se derivou a indispensabilidade de estudar o assunto.
Palavras chiave: Avaliação, Planejamento, Prática Pedagógica

ABSTRACT:

This article is the result of a study that aims to analyze circumstances of school evaluation present in the school routine, including the teacher's planning practices. The conception of investigating the evaluation is based on theoretical constructions, from experienced observations in the daily school practice, where the indispensability of studying the subject was derived.
Keywords: Evaluation, Planning, Pedagogical Practice

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1. Introdução

O corrente artigo visa analisar as circunstâncias da avaliação escolar que estão vigentes na rotina da escola incluindo as práticas do professor diante do planejamento rotineiro. Pois é obvio afirmar que pensar na avaliação e seus procedimentos diante do planejamento escolar como aspecto de subsídios aos alunos, as condições fundamentais da aprendizagem incluindo as práticas do professor no contexto educacional é um grande desafio nos dias atuais.

Desse modo a forma avaliativa é um desfecho extensivo, mesmo na forma de avaliação mais transparentes, sabe-se que perseverantes convicções são primordiais, poucos preceitos e adventos sejam bem-conceituados cautelosamente.

Para Afonso (2013), “o ato avaliativo é uma praxe que inclui autenticidade de conhecimento e plausibilidade política na sua efetuação, isto é, quem examina o crítico, ora o professor, o orientador, o líder e dentre outros”. Pois deve atribuir atividade com a pertinência a técnica, perante a formação profissional que o cerca.

A negação é incomum pensar que o modo avaliativo resume-se a um conceito de habilidades e competências que o aluno apresenta ao final de período relacionando se ao procedimento de assimilar com eficiência.

Porém é explícito assegurar que o procedimento avaliativo condiz o aprimoramento do aluno no enfoque de aprender com eficiência e significado. O processo avaliativo condiz à confirmação da aprendizagem do aluno e as contingências de superação das suas limitações no contexto educativo.

Partindo do pressuposto de que o meio avaliativo está contido no desempenho pedagógico, é importante salientar que se torna fundamental que outras ações que constituem a elaboração das metas das ações educativas relacionando métodos e conteúdo.

Considerando tais fatos a avaliação tem funções distintas que atribuem o auxílio do progresso cognitivo do aluno e contemplação contundente acima de que este aluno pode obter em extensão de conhecimento e dificuldades na aprendizagem no decorrer de sua formação, tendo em vista o planejamento de ações futuras com propostas educativas de superação de dificuldades no contexto educativo planejarem ações instrutivas possíveis.

Esse processo é de extrema relevância considerar que as práticas de avaliação escolar correspondem aos mais variados recursos metodológicos que podem se utilizados pelo professor de inúmeras maneiras dentro de uma mesma instituição, que serão atribuídas e integradas a começar de múltiplas perspectivas conceituais, teóricas e um novo olhar pedagógico com relação às políticas pedagógicas de ensino.

Dessa maneira torna-se de excelente valia considerar que na prática, os instrumentos avaliativos apresentam-se de inúmeras formas no contexto educacional mencionados nos planejamentos comuns de ensino atuais para as unidades escolares e que determinam e priorizam metas e conteúdos para uma estabelecida série ou ciclo que podem ser indicado na apropriação da sabedoria.

Que o docente tenha a competência de desenvolver com seus alunos, o trajeto que fizeram no ato de aprender que considera a utilização de vários meios diversificados na prática educacional que favoreça a aprendizagem dos mesmos no aspecto educacional favorecendo uma nova compreensão da avaliação.

 É explícito certificar que o docente na qualidade de mediador do conhecimento não deve posicionar-se e estabelecer-se a único mecanismo de avaliação, considerando que a estruturação do planejamento é primordial para o progresso de aprendizagem sobre o olhar da importância do ato de aprender com concessão de notas que correspondem às regras da instituição pedagógica.

Considera-se que é de extrema relevância a dedicação de uma visão de avaliação que favorece e direciona a aprendizagem. Vale salientar que em uma realização de avaliação, o instrumento da caderneta do docente deve ter como objetivo maior o acompanhamento do processamento de conhecimento dos alunos.

1.1. Avaliação Escolar e os Pressupostos Teóricos

Neste sentido, a realização deste estudo suscitará uma nova concepção da avaliação escolar, que se configurará sob a ótica dos teóricos pesquisados. Assim, é necessário inseri-lo no contexto crítico de uma sociedade de exclusão, onde a crise estrutural tende a caminhar para a perpetuação de prática que há muitos anos não vislumbram a formação de indivíduos conscientes, críticos e autônomos.

Franco (2014) afirma que, a instauração na base escolar direciona uma discussão no seu interior sobre as práticas que conduzem a avaliação, sendo fundamental a designação de avaliação. A função e prioridade da avaliação considerando o papel educacional na sociedade diante a atualidade, perante o objetivo da avaliação na escola.

É de suma relevância a magnitude da avaliação no processamento de ensino e aprendizagem no cotidiano escolar. Nessa interpretação a avaliação nivelar-se a uma escola considerada inclusiva, democrática, que considera um acervo de possibilidades no ato de proporcionar aprendizagens significativas aos discentes.

Vale salientar que a avaliação surge de uma percepção de que todos os indivíduos têm a competência de aprender e de que as estratégias, métodos e formas de ensino juntamente com as intervenções educacionais estão atrelados aos saberes das áreas do conhecimento que necessitam ser planejadas a partir de inúmeras possibilidades da prática de aprender. 

Segundo Freire (2005), “o sistema avaliativo é propenso a efetuar-se de divergentes aspectos”. Deve estar correlacionada com a estrutura, para nós coerentes, com os primórdios de conhecimentos praticados e com a lucidez da função que a educação escolar tem o meio social.

Entende-se que os discentes aprendem de várias formas, em tempo nem sempre tão homogêneo, a partir de várias experiências individuais e capacidades para incorporar, promovendo os avanços, de desenvolver probabilidades para que os indivíduos efetivem aprendizagem, socializando experiências, de sustentar e desenvolver culturas, devendo compreender a avaliação como iniciadora desses elementos.

As ações de avaliação têm como essência atribuir conhecimentos acerca das metodologias de aprendizagem e, por consequência, não pode ser desempenhada apenas ao final do processo da escrita perdendo seu propósito. Pode-se chamar essa formulação de avaliação formativa.

Da maneira que aponta o autor:  Allal (2006, p. 176) escreve: “as estratégias de avaliação formativa são interpretados para proporcionar ajustes consecutivos durante o andamento e a investigação da programação”.

Esta avaliação enriquece os processamentos da prática ainda não incluída de peculiaridade taxativa em nossas escolas. Restaura uma cultura avaliativa, no bom senso de uma avaliação assimilada como parte intrínseco do sistema e não frisada apenas por uma concessão de nota, porém, não é uma ação muito acessível.

Para Luckesi:

Na atualidade a ação da avaliação escolar impõe-se como função do ato de avaliar a classificação e não o diagnóstico, como deveria ser constitutivamente. A convicção de valor sobre o objeto avaliado passa a ter a função fixa de classificar um objeto ou um ser humano histórico num padrão definitivamente determinado. Do ponto de vista da aprendizagem escolar, poderá ser definitivamente classificado como inferior médio ou superior. Classificações essas que são registradas e podem ser transformadas em números e por isso, adquirem a possibilidade de serem somadas e divididas em médias (LUCKESI, 2016, p. 34).

A caracterização de avaliação integra-se e é limitada à determinação de práticas e competências que um discente exibe ao final de um determinado período ou técnica de conhecimento. Considerando-se, a avaliação é uma maneira de averiguar se o aluno aprendeu ou não o conteúdo lecionado.

Apesar de que isso possa fazer parte da definição de avaliação, ela é mais abrangente e abrange também outros elementos da sala de aula. Como aponta (FREITAS, 2007, p. 47) “É erudito, por paradigma, que o docente busque suporte na avaliação para executar o domínio sobre o exercício dos discentes no recinto da aula”.

Pois sucede porque a rotina escolar distanciou-se da autêntica viabilidade, que os estimuladores do desenvolvimento intelectual, precisaram ser modificados por fomentar artificialmente, entre eles a nota. Da mesma forma, o aluno estuda apenas para ter uma nota e não para ter suas contingências de dicção do mundo expandidas. Isso, é obvio, delimita-se as perspectiva da estruturação do aluno e da respectiva avaliação. O arbítrio de dar uma nota não excepcionalmente é usado para introduzir submissão e controlar comportamento do discente em sala.

Para Hadjl (2007), “esses juízos de princípios ingerirem-se nas ligações entre os docentes e discentes”. Não são raras as conjunturas em que os docentes começam a nortear suas técnicas e métodos em serventia de seus juízos de valor sobre os aprendizes, afeiçoando uma situação significativa, particularmente quando os juízos negativos de valor sucedem a nortear a técnica no método do docente.

Entretanto, há um constante agravo do aluno, diante do prejulgamento que se forma sobre ele e termina por retirar as próprias chances de crescimento dos discentes. O desempenho dessas intervenções sinaliza que, ao atuarem assim, esses docentes aprontam por afligir dificultosamente a autoimagem do discente, o que reflete um aspecto contrário ao estimulo do aprendiz para o desenvolvimento.

Arrisca-se falar que a reprovação sancionada em uma prova, por exemplo, cuja realidade é apenas a decorrência de uma ligação entre professor e aluno mal sucedida perante o progresso de ensino-aprendizagem.

Porém deve sobre avisar o docente para a carência de uma vinculação bem processada, incentivadora e positiva para com o aluno durante o processamento de aprendizagem, no qual se dificulte o uso de instrumentos e desempenhos que cooperem para a instituição de uma autoimagem negativa.

Nessa linha de pensamento, mesmo nas circunstâncias de sistematização da programação fundamentada em ciclos e prosseguimento continuado, na realidade de se suprimir o artifício de reprovação dos mecanismos avaliativos não exprime que não se mantenha existindo avaliação.

Luckesi aponta que:

A programação tem de distinguir e prever o que é essencial. O que for ampliação cultural deve ser abordado apenas se houver tempo. Muitas vezes o que ocorre é uma distorção: tomar o livro didático como roteiro de aulas e considerar essencial o que está ali como ilustração, curiosidade, entretenimento (LUCKESI, 2013, p.46).

 Entretanto o autor deixa claro em sua citação, os ciclos quanto à contínua, em alguns contextos, mantém-se fazendo uso de métodos informais de avaliação, trabalhando sem critérios muito ajustados.

 Porém, observar-se o quanto é essencial avaliar as artimanhas de aquisição dos aprendizes na escola em ciclos. Como empreender os aprendizes assimilem aqueles objetos que não vem conseguindo aprender? No entanto, antes de tudo, avaliar, depois traçar metas e maneiras de mediação junto aos discentes que enriqueçam a aprendizagem.

O mal entendido que permanece ainda entre parte dos discentes, desde as primeiras habilidades com ciclos básicos no Brasil, é o de que opor-se a reprovação acarreta não avaliar o regime de ensino-aprendizagem dos discentes, não fazer provas, testes, outorgar notas ou conceitos que reflexiona as normas.

Segundo Hoffmann (2007) “os alunos estão partindo da escola sem instruir-se, porque não são ponderados e reprovados!” O mal entendido que encaminha a outra premissa, que já faz parte da tradição escolar a de que a reprovação é comprometedora de uma particularidade do ensino.           

Assegura-se uma extensão na qualificação de ensino, os docentes são bem formados e informados, com circunstância de trabalho adequado, recurso de materiais didáticos, escolas desafiadoras dos conhecimentos, buscando e inovando o uso dessas premissas com sisudez e compromisso, de atributo a assegurar a aprendizagem intelectual de cada aluno.

1.2. A Rotina Pedagógica E Suas Possíveis Práticas De Avaliação Na Aprendizagem

São inúmeras as ações avaliativas que interpor-se a rotina educacional. Pois a educação, ao longo de prazos, vem percorrendo por inúmeras renovações da perspectiva das interpretações pedagógicas e vigentes teóricas. Segundo Perrenoud (2008), a cada período, pode-se cogitar que a escola engloba e deliberam ações e que permanecem outras tantas.

Estabelece-se que, mais do que preservar outra vigente teórica, a busca pela correlação nas execuções educativas que prevalece o ponto central do educador. No parâmetro, se o professor propicia momentos estudiosos em grupo em sala de aula, com objetivo de avaliar, também deve manter certa coerência com essa didática concretizada em sala de aula.

Mobilizam-se os alunos a viverem sempre comungando informações e pouco promove situações de diagnóstico e ponderação, determinada erudição não será cobrada no momento da avaliação. Primeiro, terá que ser realizada pelos discentes no seu nível de desempenho. Convém apresentar aqui uma fala assídua em sala de aula.

A fala representa concepções e ideias sobre as coisas e o mundo. Imagine-se um professor, em dia de prova, dirigindo-se à sua turma: hoje é dia de avaliação. Essa fala conduz uma inexatidão conceitual comum no cotidiano escolar, e importante de ser refletida. Se a avaliação é um processo que não se resume a ponderar ou examinar apenas, como pode ser feita em um dia nas intervenções escolares do planejamento diário.

A oralidade adequada do educador serve-se de base para a avaliação. Ao falar de mecanismos utilizados nos processos avaliativos, fala-se das tarefas que são planejadas com o mérito de subsidio, com dados, a análise do professor acerca do momento de aprendizagem de seus estudantes. A prática avaliativa é uma invenção nascida na modernidade, à avaliação é “indissociável do ensino de massa, com a escolaridade obrigatória”. (PERRENOUD, 2008, p. 09).

Os instrumentos avaliativos apresentam-se em variadas formas. É possível enumerar: trabalhos, provas, textos, ressaltar-se que a apropriação dos mecanismos. Entretanto, corre-se o risco de que cada mestre consolidasse o seu próprio conteúdo em nível de aprendizagem para seus estudantes. Desta forma, a coleta dos dados obtidos com os mecanismos orientados nos programas gerais de ensino revelará aquilo que os estudantes aprenderam ou não. O professor, porém, não necessita e não deve consistir-se a esse tipo de apetrecho.

Silva (2017) ressalta que os mecanismos que serão usados no processamento de avaliação sejam supramencionados nos programas gerais ou no estágio de desenvolvimento dos discentes existentes em uma sala de aula, devem, portanto, partir de uma especificação muito clara do que pretendem avaliar.

Uma estratégia mal elaborada poderá provocar alterações na avaliação que o professor realizar e suas implicações podem ter consequências graves, uma vez que todo ato avaliativo envolve um parecer que, no caso da educação escolar, significa, em última perseverança, aprovar ou reprovar.

Segundo Whitaker (2010), o recinto mais adjacente à sala de aula é o da escola como um todo. A mesma é uma composição profunda com abundosos atores e benefícios. A avaliação escolar é identificada como avaliação institucional, as condições de embasamento é o projeto político-pedagógico (PPP) da escola construída em companhia de que se deve orientar o conjunto de todos profissionais envolvidos no processo de produção dos aprendizes.

O PPP poderá estabilizar indicadores a serem atingidos pelo grupo da escola. O parâmetro não são paradigmas a serem cumpridos facilmente, mas e para os quais se organiza. Pode-se circundar ainda a obtenção de uma melhor articulação com a comunidade local, ou luta por demandas a serem feitas ao poder público e que sejam vitais para o melhor desempenho da escola. 

A avaliação deve estar intimamente relacionada com o objetivo ao qual se pretende alcançar, pois de acordo com Luckesi (2013a) a avaliação serve à ação, e esta corresponde ao alcance dos objetivos.

Para tanto, a avaliação inicia-se na construção do Projeto Político Pedagógico (PPP), o qual representa a identidade da escola e que indica meios de se alcançar um ensino de qualidade, buscando atributos nos planejamentos diários do professor na sua rotina escolar.

1.3. A Autoavaliação Diante do Planejamento Escolar

Um pouco de práticas que levaram a uma extrema soberania e empenho dos discentes, a uma interlocução mais positiva entre os indivíduos da aquisição, à concepção da inteligência de forma mais inovadora e menos mecanismo ainda perduram retiradas da maioria das escolas públicas. O planejamento do professor que deve harmonizar, na prática docente, com o planejamento escolar e o projeto pedagógico-curricular.

Segundo Libâneo: “Toda organização precisa de um plano de trabalho que indique os objetivos e os meios de sua execução, superando a improvisação e a falta de rumo” (LIBÂNEO, 2012, p. 470).

Participar da organização da escola e saber organizar seu trabalho na sala de aula é atividades que requerem capacidade e habilidades de planejamento. O projeto pedagógico-curricular e os planos de ensino precisam apresentar com clareza as funções sociais e pedagógicas da escola, os objetivos, os meios e as atividades.

Cabe aos professores desenvolver competência para realizar diagnósticos, definir problemas, formular objetivos, gerar soluções, estabelecer atividades necessárias para alcançar os objetivos (LIBÂNEO, 2012, p. 535).

Diante do exposto, como forma de organização do trabalho docente, almejando eficiência e eficácia no ensino-aprendizagem, o planejamento é, evidentemente, relevante. Implica no funcionamento coordenado e integrado no contexto escolar. Muito provavelmente, sem planejamento, apenas com base nas experiências adquiridas ao longo do exercício da docência, poderá não promover um ensino de qualidade.

Ainda não se incorpora na prática cotidiana, por exemplo, a autoavaliação do ensino (feita pelo professor) e autoavaliação da aprendizagem (feita pelo aluno), e na maioria das vezes, quando esta é realizada, aparecem de forma assistemática ou apenas em determinados momentos do ano letivo, quase que separada do processo.

Segundo Warschauer (2009, p. 36), a autoavaliação em tempo recentíssimo não faz parte da cultura escolar brasileira. Em uma concepção de educação cujo foco do processo de ensino e aprendizagem seja o professor, há coerência com uma prática avaliativa cujos critérios e expectativas estejam somente a cargo do professor. Entretanto, orientar a avaliação para prática educativa, contemplando a autoavaliação, torna-se uma intensão para avançar em direção a uma necessária correlação com uma visão da atualidade de ensino e aprendizado.

O processamento de autoavaliação verifica-se tanto individualmente como em grupo, e não deve se restringir apenas aos aspectos mais relativos a atitudes e valores. Com isso, os aprendizes, em todos os níveis de ensinamento, não refletiriam apenas sobre seus progressos na socialização.

2. Metodologia

O vigente artigo fundamenta-se na abordagem qualitativa com utilização de uma pesquisa bibliográfica utilizando recursos para a efetivação do objeto de estudo. O critério de análise dessa investigação foi verificar entre os referenciais encontrados, aqueles que abordassem temas referentes aos objetivos desse estudo e apresentassem aportes a serem refletidos, diante aos aspectos desenvolvidos com relação a uma nova concepção sobre avaliação no campo educacional como amadurecimento do conhecimento significativo no aluno e como o despertar através do incentivo para a evolução das suas potencialidades no campo da avaliação. 

Para uma análise maior sobre a resolução dos problemas relacionados à forma de avaliar do professor e como está sendo avaliado o aluno em sala de aula foram selecionados estudos de Luckesi (1999, 2013, 2016), Hoffmann (2007) e Silva (2017) que relacionam critérios embasados no ato de avaliar como aspectos de oportunidades para o aluno amadurecer o seu conhecimento no ensino aprendizagem e o professor adequar às possibilidades de recursos de aprendizagem no sentido de construção do conhecimento.

O presente artigo trata de uma pesquisa com abordagem qualitativa com aprimoramento científico voltado a pesquisa bibliográfica. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas com professores do ensino fundamental dos anos iniciais focando no contexto educacional com relação à prática avaliativa. Através de questionários semiestruturados entre duas professoras da educação básica para a averiguação do sucesso e insucesso da avaliação no cotidiano escolar.

A escolha pela abordagem qualitativa justifica-se por ser uma forma mais detalhada para entender a natureza de um fenômeno social com a intenção de coletar informações. Ela tem se mostrado útil no campo educacional porque examina o fenômeno numa configuração aprofundada, coletando informações, opiniões e comportamentos dos sujeitos, sobre o que eles pensam acerca do objeto de estudo.

Para Gil:

O processo de pesquisa envolve a escolha do tema, levantamento bibliográfico preliminar, formulação do problema, elaboração do plano provisório de assunto, busca das fontes, leitura do material, fichamento, organização lógica do assunto e redação do texto (GIL, 2010, p. 60).

Nesta pesquisa é utilizado o levantamento bibliográfico sobre a temática para que auxilie na investigação da problemática, bem como os professores do Ensino Fundamental têm abordado a prática avaliativa em sala de aula, e para isso iremos adotar como coleta de dados a entrevista com questionário semiestruturados.

Foram entrevistadas apenas essas duas professoras, porque a escola é pequena, funciona com duas salas de aula no turno da manhã com turmas multisseriadas do 1º ao 5º ano, localizada na zona rural de uma cidade do agreste pernambucano.

O artigo foi desenvolvido em uma linha fundamentada nas diretrizes e normas regulamentadoras exigidas pela resolução 466/12. CNS/MS a fim de proceder aos aspectos contundentes da avaliação nos anos iniciais: planejamento, didática um retrato da prática dos professores do ensino fundamental e sua adequação no aspecto educacional foco dessa investigação, deixando evidente o consentimento livre e esclarecido dos participantes diante do objeto de estudo.

3. Resultados e discussões

Diante da transcrição do questionário aplicado as professoras, foram analisadas as seguintes respostas:

Tabela 1
Questionário com as professoras dos anos iniciais, da
Escola Municipal localizada no Agreste Pernambucano. 

PERGUNTAS/RESPOSTAS

PROFESSORA 1

PROFESSORA 2

Para você, o que é avaliação da aprendizagem?

É o processo que visa obter o conhecimento e o entendimento do aluno, dentro dos conteúdos trabalhados em sala de aula.

É identificar se os objetivos foram alcançados diante dos conteúdos programados no planejamento diário da escola.

Qual a função da avaliação na educação básica?

Realizar as intervenções necessárias, servindo também como diagnóstico para novos planejamentos.   Acompanhando o desenvolvimento de cada aluno na aprendizagem

Verificar se o conteúdo desenvolvido está adequado identificando o nível de desenvolvimento cognitivo do aluno.  Distinguindo o nível de desenvolvimento afetivo social do aluno.

Você avalia seus alunos no cotidiano durante as práxis das aulas? Por quê?

Sim, para diagnosticar o aprendizado do aluno diante os conteúdos dados na rotina escolar, partindo do planejamento diário em sala de aula.

Com certeza avalio sim para poder repensar a metodologia e o material pedagógico se estão dando certo na rotina escolar, para poder planejar as aulas.

Você costuma mudar os instrumentos de avaliação durante o ano? Justifique?

Sim. Para melhor verificar a aprendizagem da turma. Nós professores estamos renovando à práxis avaliativa em sala de aula, com atividades diárias, e continua para diagnosticar as dificuldades individuais da criança.

Sim, pois tento analisar o desenvolvimento da aprendizagem do meu aluno de diversas formas, busco sempre meios que estimulem meus alunos, avaliando continuamente cada atividade realizada em sala de aula.

O que você avalia em seu aluno?

Eu avalio tudo de forma geral, como por exemplo, a leitura e escrita diárias nas produções textuais, as atividades realizadas em sala de aula ou em casa. Busco meios de ações e intervenções no ensino-aprendizagem como um todo em diversas áreas do conhecimento pedagógico, focando sempre os avanços de cada aprendiz.

Eu avalio todos os conteúdos programados no planejamento diário. Gosto de ser mediadora nas atividades individuais e coletivas em sala de aula. Como professora do 5º ano, avalio no cotidiano as leituras e as interpretações dos diversos gêneros textuais vivenciados em sala de aula. Pois se o aluno lê fluentemente com certeza ele avança em todas outras áreas do conhecimento.

Fonte da pesquisa, 2019.

São inúmeras as necessidades de investigar os processos avaliativos educacionais e tem como via o projeto político-pedagógico da escola que remete à reflexão contextualizada da prática educativa no interior da escola. Como apontam as professoras entrevistadas em suas argumentações. 

Entretanto, também são muito interessantes os professores que partilham a avaliação com todos os envolvidos no processo, tornando-a coletiva, como sugerido por Hoffman (2007).

Porém, o foco central, o desenvolvimento intelectual de cada aluno. Como aponta os discursos das professoras nas entrevistas, diante das respostas do questionário acima aplicado. As docentes deixam claros os reais objetivos da avaliação cotidiana e a importância do avaliar continuamente.

 Entretanto na visão de Luckesi (2016) “a avaliação é uma atividade orientada para o futuro”. Avalia-se para tentar sentir e melhorar a atuação futura, essa é a base da distinção entre medir e avaliar. Diante dessa pesquisa as professoras demonstraram em suas respostas que medir refere-se ao presente e ao passado e visa obter informações a respeito do avanço efetuado pelos discentes. Avaliar refere-se à reflexão sobre referências obtidas miradas ao articular o futuro.

Ainda assim, o processamento maior, deve ser usado, porém no meio de um desempenho da aprendizagem do aluno, como no sentido de uma apreciação final sobre o que este estudante pode obter em um determinado período, sempre com vista a planejar práticas motivadoras nos planejamentos diários da educação básica dos anos iniciais.

O resultado do estudo apontou para uma série de reflexões que vêm se formando a partir da efetivação da política de formação continuada e da forma como as avaliações externas e internas são feitas diante da proposta curricular da escola. Entretanto as professoras buscam nas diversas metodologias, métodos inovadores para avaliar o desempenho do aluno.

Como aponta nas respostas das professoras entrevistadas, cada uma avalia as capacidades individuais e coletivas das dicções do aluno com atividades diferenciadas na rotina das atividades, partindo solucionar a dificuldade intelectual do docente.

No entanto, deve ser feita uma análise dos potenciais e necessidades, em primeiro lugar para identificar o que vai aprender. Isso, na escola se traduz em conhecer não só o programa de ensino do ciclo, etapa ou série, mas, principalmente, as expectativas dos professores, as nossas próprias, refletir sobre por que frequentar a escola, sobre o que é mais importante aprender e sobre aquilo que quer conhecer.

O processamento avaliativo, seja ou não autoavaliação, não se encerra com a aplicação de um instrumento e com a análise dos resultados obtidos. Avaliar provoca tomar resoluções para o futuro, a partir desses resultados. O progresso de auto avaliar deve favorecer sempre o aluno a refletir acerca da sua postura, suas atitudes individuais e no grupo, seu papel no coletivo, seus avanços, medos e conquistas. Devem-se superar as dificuldades de aprendizagem, naturais a todo e qualquer procedimento de aletrar.

4. Conclusões

Mediante a análise do objeto de estudo sobre a importância da avaliação escolar, pode-se salientar que, entre outros, sua importância consiste na construção de planos de ação que se mostrem possíveis de acontecer, e de práticas efetivas, numa ação coletiva e comprometida com a emancipação educativa, buscando no planejamento atividades enriquecedora no desenvolvimento intelectual do aluno. Pode-se perceber que a prática se faz necessária, dentro da complexidade do processo ensino-aprendizagem na escola. Pois, é fundamental se delinear as metas e as ações a seguir para a minimização das possíveis dificuldades.

Destaca-se, ainda, a necessidade de uma maior compreensão dos limites e possibilidades da própria concepção de planejamento por parte da escola, superando conflitos, competições, corporativismo e autoritarismo, reduzindo dessa forma o trabalho fragmentado. Estes indicadores beneficiam os que detêm o poder nas decisões autoritárias.

A avaliação também proporciona alternativa, como de político-pedagógica construídas coletivamente do projeto e da identidade da escola. Contudo, este exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola, bem como a explicitação do seu papel social e a clara definição de seus dispositivos, rumo à dinâmica evolutiva, assim como as formas operacionais de ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo.

Nessa linha de pensamento, é acertado dizer que autonomia e a gestão democrática são pressupostos que já fazem parte da própria natureza do processo de construção do projeto político-pedagógico e que devem ser executados na prática pedagógica.

A avaliação pode, então, ser compreendida como um instrumento de ação pedagógica construído gradativamente em meio a conflitos existentes na organização escolar, mas que permeia toda a prática educativa rumo a uma escola de qualidade para todos em busca da aprendizagem eficaz. Partindo-se do princípio de que todo educador deverá ter um saber, construir requer competência para descobrir, sistematizar e construir seu conhecimento embasado na compreensão histórico-social da vida, problematizando a realidade educacional de forma interdisciplinar.

Sendo assim, a ação educativa só era efetiva se houver uma avaliação que direcione os trabalhos da escola, buscando uma educação de qualidade. Neste sentido, a construção dos projetos constitui-se em uma forma de contrapor-se a fragmentação do trabalho pedagógico e sua rotinização à dependência do poder autoritário e centralizador dos órgãos da administração central.

 Em suma, compreende-se que a prática da avaliação do ensino é ao mesmo tempo reafirmar a necessidade da construção de um projeto pedagógico, ratificando-se o compromisso com a democratização do ensino visando uma escola de qualidade.

 É preciso que a escola construa sua própria história, a partir das potencialidades do educador e do educando, em seu contexto geral, resgatando no seu interior o espaço do debate construtivo, fundamental na reflexão coletiva e contínua.

Referências

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WHITAKER, Ferreira Francisco.  Avaliação sim e não. 14ª Ed. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 2009.


1. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA. Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins- FACOL, Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Gama Filho-UGF. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: neide-silva96@hotmail.com

2. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA. Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins- FACOL, Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Gama Filho-UGF. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: bvnairalves@gmail.com

3. Doutoranda em Ciências da educação pela Atenas College University. Educadora de apoio e Professora da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco Frei Miguelinho, PE, Brasil E-mail: zezealves2@gmail.com

4. Pós-graduação em Administração com ênfase em Marketing, conclusão em  2004 Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clinica, conclusão em 2016 Mestranda em Ciências Internacional  da Educação, inicio outubro de 2017. E-mail: raimunda.fernandes@yahoo.com

5. Graduada em pedagogia pela Universidade Vale Acaraú-UVA. Especialista em gestão educacional e coordenação pedagógica pela Faculdade Europeia de Administração e Marketing. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: robertavirginia@yahoo.com.br

6. Biólogo-UFRPE, Mestre em Biologia-UFPE, Doutor em Biologia-UFPE, Professor do PPG/Faculdade ALPHA e do Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA, Recife-PE-Brasil. ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-9230-3409. E-mail: gusmao.diogenes@gmail.com


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 40 (Nº 36) Ano 2019

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