Espacios. Espacios. Vol. 30 (3) 2009. Pág. 5

Sustentabilidade e responsabilidade social: proposta de modelo de diagnóstico socioambiental baseada em pesquisa empírica

Sustenability and accountability: proposal of social and environmental diagnostic model based in empirical survey

Sustentabilidad y responsabilidad social: propuesta de un modelo de diagnóstico socio-ambiental basada en investigación empírica

Takeshy Tachizawa y Rui Otavio Bernardes de Andrade


6. CONCLUSÕES

O objetivo deste trabalho foi conceber uma arquitetura de base de dados para subsidiar o monitoramento e direcionamento da gestão de custos e de controladoria nas empresas. Ela sinalizaria os requisitos necessários para o processo de tomada de decisões de sustentabilidade, de forma convergente com os objetivos estratégicos da organização.

Tal modelo sugere que sejam adotados enfoques distintos de gestão de custos inerentes à sustentabilidade para diferentes tipos de organizações que, em razão de seu ramo de negócios, sofrem efeitos socioambientais diferenciados.

Além de refletir o estágio de sustentabilidade em que se encontra a empresa analisada, a arquitetura permitiria o mapeamento socioambiental dos diferentes segmentos econômicos do universo empresarial brasileiro. No contexto específico de uma determinada organização, possibilitaria que fossem planejadas decisões empresariais, indutoras de custos socioambientais, em sua cadeia produtiva e de ações voltadas à evidenciação (disclosure) contábil.

O modelo proposto partiu do pressuposto de que os resultados corporativos passam a depender cada vez mais de decisões de controladoria que levem em conta que: a) não há conflito entre lucratividade e a questão socioambiental; b) clientes e comunidade passam a valorizar cada vez mais a proteção do meio ambiente; c) a demanda e, portanto, o faturamento das empresas sofre crescentes pressões e depende diretamente do comportamento de consumidores que enfatizarão suas preferências para produtos e organizações eticamente corretas.

Neste contexto, ganha importância uma arquitetura de informações de custos socioambientais, dentro dos contornos delineados neste trabalho, a ser implementada com o suporte dos recursos das tecnologias da informação.

Outros resultados específicos, decorrentes da implementação dessa arquitetura, poderiam ser obtidos quanto à evidenciação externa, com oportunidade e clareza, possibilitando a perfeita compreensão, por parte dos stakeholders, da verdadeira situação que se encontra a organização. Ou seja, dados decorrentes do balanço de sustentabilidade e mesmo do IDS apurado, poderiam fazer parte do Relatório da Administração, que acompanha as demonstrações financeiras – DFs, e do próprio balanço social, normalmente, divulgado pela empresa.

Referências bibliográficas

BESSERMAN, Sérgio. A Lacuna das informações ambientais. In: TRIGUEIRO, André (Coord.). Meio Ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO. BOVESPA. São Paulo, 2008. Disponível no site www.bovespa.com.br, Acesso em: 30 abr. 2008. BRONN P. S.; VRIONI, A. B. Corporate social responsibility and cause-related marketing: an overview. International Journal of Advertising, n.20, n.2, 2001.

BUYTENDIJK, F.; WOOD, B.; GEISHECKER, L. Mapping Road to Corporate Performance Management. Gartner Group, January, 2004.

DRAPER, S. W.; DUNLOP, M.D. New IR-New Evaluation: the impact of interaction and multimedia on information retrieval and its evaluation,2002. Disponível em: http://www.cs.strath.ac.uk/~mdd/research/publications/nrhm/new_IR_new_eval.pdf. Acesso em: 30 abr. 2008.

EVANS, P.; WÜRSTER, T. Blown to Bits: How the Economics of Information Transforms Strategy, Boston. Harvard Business School Press, 2000.

GLASER, B.; STRAUSS, A. The Discovery of Grounded Theory, Chicago: Aldine, 1967.

GLASER, B. Doing grounded theory: issues and discussions. Mill Valley, Ca.: Sociology Press, 1998.

GLASER, B. ; HOLTON, J. Remodeling Grounded Theory. The Grounded Theory Review. V.4, n.1, November 2004.

HENDERSON, H. Transcendendo a economia. Tradução de Merle Scoss. 10ª ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2001.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Indicadores de desenvolvimento sustentável – Brasil. Brasília: IBGE, 2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS. Guia de Balanço Social – IBASE. Disponível em www.ibase.org.br. Acesso em: 01 mai. 2008.

INSTITUTO ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Matriz de Evidências de Sustentabilidade, Banco de Práticas e Ferramentas de gestão: Indicadores Ethos, Guia de Elaboração de Balanço Social. Disponível em www.ethos.org.br. Acesso em: 01 mai. 2008.

LAUDON, K.C.; LAUDON, J.P. Management information systems: organization and technology in the networked enterprise. New Jersey: Prentice-Hall, 2000. ONU – Organização das nações Unidas. Contabilidad financiera y presentación de informes ambientales por las empresas. http://www.unetad.org/sp/sphome.htm. Acesso em 15 nov. 2007.

ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. OECD Core set of Indicators for Environmental Performance Reviews. A synthesis report by the Group on the State of the Environment. Environment Monographs N° 83. Paris: OECD, 1993. Disponível em: http://lead.virtualcentre.org/en/dec/toolbox/Refer/gd93179.pdf. Acesso em 30 abr. 2008.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008: Combater as alterações climáticas: Solidariedade humana num mundo dividido. PNUD, UN Plaza, New York, 2007. Disponível em: http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh/rdh20072008/hdr_20072008_pt_complete.pdf. Acesso em: 01 fev 2008.

RAYNARD, P.; FORSTARTER, M. Corporate Social Responsibility: Implications for Small and Medium Enterprises in Developing Countries. United Nations Industrial Development Organization, Viena, 2002. Disponível em: http://www.unido.org/doc/5162. Acesso em 01 fev. 2008.

REVISTA EXAME. Melhores e Maiores e As Melhores Empresas em Cidadania Corporativa, São Paulo. Editora Abril, 2008.

STRAUSS, A.; CORBIN, J. Grounded Theory Methodology - An Overview. Handbook of Qualitative Research, N.K. Denzin and Y.S. Lincoln (eds.), Sage Publications, Thousand Oaks, CA, 1994.

STRAUSS, A.; CORBIN, J. Grounded Theory in Practice, Sage Publications, London, 1997.

TACHIZAWA, T. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa. 6a. edição revista e ampliada. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

TACHIZAWA, T. e ANDRADE, R. O. B. Gestão Socioambiental: estratégias na nova era da sustentabilidade. São Paulo: Campus Elsevier, 2008.

[anterior] [inicio]


Vol. 30 (3) 2009
[Editorial] [Índice]